quarta-feira, 17 de março de 2021

Médicos e professores protestam contra evento com Nise Yamaguchi, defensora da cloroquina, em universidade

 

Médicos e professores protestam contra evento com Nise Yamaguchi, defensora da cloroquina, em universidade

"Nos sentimos desrespeitados por fazermos parte do corpo clinico desta Instituição e vê-la contribuir para a falácia de divulgar tratamento precoce e ou profilático não efetivos", diz carta aberta de servidores da UFTM; confira na íntegra

 
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Os médicos infectologistas do Hospital de Clínicas e docentes da Disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), localizada em Uberaba (MG), divulgaram uma carta aberta nesta quarta-feira (17) contra a realização de uma “webaula” com a médica bolsonarista Nise Yamaguchi, uma das principais defensoras do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina contra a Covid-19, sem eficácia comprovada.

O evento, realizado pelo Hospital de Clínicas da UFTM – Filial EBSERH, pretende debater sobre “Atualizações na Assistência ao Paciente com COVID-19” com Yamaguchi e Lucy Kerr. As duas são classificadas pelos professores da UFTM como “médicas conhecidas por defenderem o uso de medicações cujos trabalhos científicos robustos mostram sua ineficácia, o que tem levado à população a falsa sensação de proteção promovendo descrédito nas verdadeiras medidas efetivas no controle da pandemia”.

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“Nenhuma sociedade médica brasileira, nenhuma sociedade médica internacional de pais desenvolvido, nenhuma agência regulatória de medicamentos ou instituição de saúde pública, incluindo ANVISA, FDA e NIH dos Estados Unidos, NHS do Reino Unido, EU-FDA da Europa, OMS recomenda tratamento farmacológico para profilaxia ou na ‘fase precoce’ visto que as melhores evidências científicas não demonstraram benefício e os medicamentos avaliados até o momento (cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina, nitazoxanida), podem causar efeitos colaterais e serem mais danosos que a própria doença que, por si só, é de evolução leve ou assintomática em mais de 80% dos casos, sem nenhuma necessidade de medicações específicas”, afirmam.

“Nos sentimos desrespeitados por fazermos parte do corpo clinico desta Instituição e vê-la contribuir para a falácia de divulgar tratamento precoce e ou profilático não efetivos”, completam

O evento foi divulgado no portal da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e terá transmissão ao vivo no YouTube.

Yamaguchi era cotada para assumir o Ministério da Saúde após a saída de Nelson Teich Ela chegou a ir até o Palácio do Planalto para conversar com o presidente.

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Lucas Rocha

Jornalista da Sucursal 

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