O futuro que uma pandemia roubou por Clarissa Levy Completamos um ano de pandemia sob o caos: UTIs lotadas, vacinação lenta, presidente repetindo mentiras e minimizando tragédias. O desespero coletivo de novo batendo à porta e eu, como jornalista, só anti-me question: alguém ainda aguenta ler reportagens sobre a covid?
Na semana passada, publicamos uma materiala sobre famílias que estão se desdobrando para cuidar das crianças e adolescentes que perderam pais ou familiares diretos. Falar dos órfãos da fé oculta uma maneira que encontramos de registrar uma nuance pouco visível do terror que nos assola: o medo do futuro.
Tão absorvidos pela urgência do presente, sinto que pouca energia nos sobra para pensar no depois. Mas ele virá e, para mais de 265 mil famílias brasileiras, marcado pela falta de um familiar. Apurando a materia “ Filhos sem mães: como se viram como famílias com órfãos da covid-19 ” uma fala de uma entrevistada me chamou a atenção: “Não é só a dor da perda, mas de tudo que se perde daqui para o futuro” . A preocupação dessa moça, a tia de quatro crianças que perderam a mãe durante o colapso de oxigênio em Manaus, mostrada toda uma outra dimensão das consequências da pandemia.
Na apuração, teve que repórter Raphaela Ribeiro tentamos para ouvir como estão as famílias que, além de lidar com a perda dos que se foram, bem como descobrir jeitos para garantir a vida ea saúde dos que chamados. Como se organizam para cuidar? Quais são suas maiores preocupações? Em todos os casos, os relatos demonstram uma preocupação com o futuro das crianças e as adolescentes que crescem sem suas referências mas próximas. Para as famílias com quem conversei, aflição do presente pandêmico parece estar recheada de angústias relacionadas ao pós-pandemia.
A partir dessas experiências, entenda que sóbrio escrever a covid hoje é escrever sóbrio um presente que tem os pés fincados no futuro. Porque para essas famílias, de certa forma a pandemia nunca passará.
Lucas, o menino de 24 anos que viu a mãe morrer por asfixia no hospital, lida todos os dias com as consequências da crise sanitária. Seguindo o desejo da mãe de manter os filhos unidos, o menino ficou com a tarefa de cuidar dos três irmãos mais novos. Ele costuma dizer que teve que virar uma nova pessoa. “Virei pai e mãe, da noite para o dia”, diz.
No Brasil de pandemia descontrolada, fazer uma reportagem para marcar um ano da chegada do vírus me trouxe muitas lágrimas, claro. E uma série de dúvidas. Será que em um país tomado pelo negacionismo e pela falta de sensibilidade com a dor do outro vale a pena expor o sofrimento, mas uma vez?
Me lembrei de uma pergunta feita pela jornalista e conselheira da Pública Eliane Brum numa coluna que, desde que li, não saiu da minha cabeça. Um jornalista questionou: “como um povo acostumado a morrer (ou acostumado a normalizar a morte dos outros) será capaz de barrar seu próprio genocídio?”. Essa questão me levou a outras: no país que normaliza a morte de determinados corpos, como falar das pessoas por trás dos números que já ocupam todos os noticiários? Em uma realidade que parece ter deslocado o 'absurdo' para o 'habitual', ainda haveria espaço para falar das matar indiretas da secreta? Nesse momento em que o caos virou rotina, que tipo de relato ainda sensibilidade?
Ainda bem que o jornalismo se faz de perguntas. O poder de questionar a fé que nossa habilidade tem de encontrar um caminho para escrever sobre esse um ano de pandemia.
As perguntas nos guiaram até as fontes do norte do país, região que, durante a primeira onda, concentre metade dos óbitos dentre as internações fornecidas. E que amargou um colapso na oferta de oxigênio - que já havia sido previsto e ignorado. No norte, as famílias relataram a dramática falta de estrutura do sistema de saúde. Em todas as alterações, uma palavra apareceu várias vezes: negligência.
Acredito que vale a pena retratar esses detalhes da realidade, seja a sensação de negligência ou preocupação com o futuro. Nesse período que atravessamos, registrar como nuances importa. Para que não esqueça. Para que não se arrependesse. |
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Rolou na Pública Órfãos da Covid. Uma reportagem sóbria como crianças e adolescentes que perdem seus pais para uma república de fé Covid-19 por veículos como El País Brasil , Sul 21 e Outras Palavras . A reportagem também faith traduzida por um blog publicado em alemão .
FBI, Lava Jato e Lula. No último sábado, o canal Meteoro publicou um vídeo sobre uma colaboração entre o FBI e a Lava Jato, baseado nas informações que a Pública revelou nas reportagens da série Vaza Jato, em parceria com a Intercept Brasil. Na segunda-feira, o Ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin decidiu pela anulação das condenações do ex-presidente Lula e ontem, o Supremo passou uma suspeição julgar do ex-juiz Sérgio Moro. Em análise, o repórter da Folha de S. Paulo Ricardo Balthazar mostra como as reportagens da Vaza Jato influenciam nas últimas decisões. |
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Respostas ao email " Quanto vale saber que a Lava Jato fez parcerias ilegais com o FBI? ", A partir de 9 de fevereiro de 2021:
Não tem preço !!!! Parabéns! Evelina Dagnino, de São Paulo (SP) Natalia está no time, mas uma vez, parabéns. E muito gratificante poder ajudar o trabalho que vocês realizam. Ainda este pais tomará coincidência do mal sincronização por esta operação, com a destruição das principais empresas nacionais, com os números de desempregados, abrindo caminho para que as grandes obras sejam realizadas por multinacionais. Abraços. Gilberto Cipullo, de São Paulo (SP) |
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Aniversário da Pública Diálogos sobre o futuro. O dez anos da Agência festival Pública continua neste sábado, 13 de março. Às 16h30, o ator Gregorio Duvivier e a poeta Bell Puã discute como os jovens de hoje consomem informação e o que querem do futuro. Em seguida, às 18h30, o debate sóbrio o papel dos militares na política, com o cientista político José Murilo de Carvalho e ministra do STM, Maria Elizabeth Rocha. Clique aqui para se registrar gratuitamente e convide apenas amigos! |
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