A liberação dos gastos foi incluída por emenda do senador Rogério Carvalho (PT-SE) e replica o conceito da PEC do "fura-teto". Mas o projeto traz a relevante diferença de que não se excepcionalizou um conceito genérico de outros gastos, que na PEC tinha uma previsão de R$ 18 bilhões. O governo vai destinar R$ 15 bilhões para as reedições do benefício do emprego e renda (BEm) e do programa de apoio às microempresas e pequenas empresas (Pronampe).
No Tijolaço, Fernando Brito comenta a manobra do Orçamento. "O governo e a Câmara firmaram o acordo 'me engana que eu gosto' para preservar o teto constitucional – inviável em tempos de pandemia e, provavelmente, mesmo sem ela – no Orçamento deste 2021 que, claro, já vai lá quase pela metade", observa. "Cria-se a regra artificialismo de considerar 'fora do teto' imensas despesas que deveriam estar dentro do Orçamento, porque reais e necessárias e, assim, faz-se da contas nacionais uma peça de ficção".
No Estadão, Eliane Cantanhede escreve que Bolsonaro está isolado no campo da política e terá dificuldades nas eleições de 2022. Ela diz que proliferam não só nomes, mas frentes para um projeto pela democracia, pela vida. "Em debate, Ciro, Doria, Haddad, Leite e Huck focam na convergência contra os retrocessos do presidente, tratado por adjetivos ácidos, puxados pelo já trivial 'genocida'", ressalta.
A constatação é do TCU e faz parte de um relatório que será analisado pela CPI da Covid, instalada no Senado na semana passada. De acordo com os fiscais do tribunal, "não constam dotações para as despesas de combate à pandemia" na lei orçamentária de 2021 preparada pelo governo. No ano passado, o ministério dispunha de R$ 63,7 bilhões para aplicar diretamente em ações contra a crise. Procurado, o Ministério da Saúde não respondeu até a publicação desta reportagem.
Valor informa que o STF retoma julgamento sobre decisão da 2ª Turma, que decidiu pela suspeição de Sergio Moro no caso Lula. O jornal relata que a sentença deve ser referendada pelo pleno da Suprema Corte nesta próxima quinta-feira, 22. Os ministros não vão discutir o mérito da atuação de Moro nos casos envolvendo o petista, mas se o habeas corpus e outros 13 recursos apresentados pela sua defesa devem ou não continuar tramitando, diante da incompetência da 13ª Vara – fato já confirmado pelo plenário na semana passada.
O vídeo de pouco mais de 2 minutos surgiu nas redes logo pela manhã, quando Leda leu os tuítes da conta falsa de Paulo Maiurino, já suspensa pelo Twitter, em uma live privada. O assunto bombou nas redes sociais. Ela pediu desculpas depois de ser denunciada nas redes. A jornalista Hildegard Angel surge no Brasil 247clamando a Lula para que redobre a atenção com a sua segurança pessoal.
No Globo, Bela Megale informa que Flávio Bolsonaro tem um nome na manga para ocupar a próxima vaga do Supremo: o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins. Ele é o preferido do senador. "O filho 01 de Bolsonaro tem trabalhado pela nomeação do ministro do STJ. Denunciado no caso das rachadinhas, Flávio tem tido palavra decisiva na família nas indicações a cortes superiores", reporta.
A ativista sueca Greta Thunberg surge na imprensa internacional criticando a gestão ambiental e sanitária de Bolsonaro durante entrevista coletiva virtual da OMS, com o diretor-geral da instituição, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Ao ser questionada sobre o posicionamento de Bolsonaro em relação ao ambiente e ao enfrentamento da Covid-19, Greta respondeu que preferia não falar de indivíduos específicos, mas afirmou que o brasileiro "falhou em tomar responsabilidades para preservar as condições de vida atuais e futuras da humanidade".
Outra frente de desgaste do Planalto é a nova denúncia da Folha, informando que Bolsonaro recebeu no Planalto empresário que doou carro e apoiou negócio de Jair Renan, o filho 04. A empresa de filho do presidente é investigada pela Polícia Federal sob a suspeita de tráfico de influência junto ao governo federal. O presidente recebeu o empresário Wellington Leite. Ele doou um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil ao filho de Bolsonaro. O projeto MOB é de propriedade do ex-personal trainer de Renan, Allan Lucena.
NA GRINGA
Financial Times destaca na edição online agora pela manhã a iniciativa do Brasil para tenta restabelecer relações antes da cúpula do clima de Joe Biden. "Os esforços da administração Bolsonaro para abraçar um papel 'positivo' no meio ambiente encontram ceticismo", destaca o jornal inglês. Escreve o correspondente Bryan Harris: "Em Brasília, altos funcionários da política externa dizem que o governo brasileiro embarcou em uma nova abordagem para o meio ambiente, apontando seu compromisso em uma carta a Biden na semana passada para eliminar o desmatamento ilegal até 2030 como um sinal de que o país estava pronto para abraçar mais 'positivo'". A mensagem, no entanto, foi recebida com cautela pelos interlocutores ocidentais do país, que temem que Bolsonaro – um ex-capitão do exército que conta os madeireiros e mineiros ilegais da floresta amazônica entre sua base eleitoral – possa mudar de rumo a qualquer momento".
O alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung destaca também a questão climática e o papel do Brasil na defesa da floresta amazônica. O correspondente Tjerk Brühwiller diz que o governo do Brasil está pedindo US$ 1 bilhão do exterior para proteger a floresta tropical. Mas os objetivos desejados são controversos – os críticos os consideram não ambiciosos o suficiente. O jornal diz que o Brasil está "pechinchando sobre a floresta". Diz o texto: "Outrora uma das forças motrizes do debate global sobre o clima, o país tornou-se o 'vilão'. Mineração ilegal, desmatamento e grilagem de terras aumentaram sob o presidente Jair Bolsonaro. Ao mesmo tempo, os órgãos ambientais e de controle foram enfraquecidos".
Clarín e Diário de Notícias informam que as pesquisas preliminares já colocam Lula como favorito e relatam que a popularidade de Bolsonaro vem caindo há meses, principalmente devido à sua polêmica gestão da pandemia do coronavírus, que já deixou mais de 373 mil mortes no país e cuja gravidade o presidente insiste em negar.
Em artigo de opinião, Emir Sader escreve no Página 12 que a direita brasileira fracassou, exaurindo o repertório de alternativas que tem para o Brasil: ditadura militar, neoliberalismo de Cardoso e Bolsonaro. "A esquerda propôs e colocou em prática várias alternativas: governos do PT com crescimento econômico e distribuição de renda, com fortalecimento social e político da democracia", lembra.
O português Diário de Notícias também destaca o apoio de Sérgio Moro a um humorista, candidato a presidente da República em 2022. Danilo Gentilli aparece atrás apenas de Lula e Bolsonaro nas pesquisas: tem 4% da intenção de votos, empatado com Ciro Gomes, João Dória, Luiz Henrique Mandetta e Luciano Huck.
INTERNACIONAL
No cenário internacional, um dos destaques do dia é o apelo do presidente chinês, Xi Jinping, pedindo maior integração econômica global. Ele alertou contra uma nova "Guerra Fria" e o confronto ideológico em "quaisquer formas" na cerimônia de abertura do 2021 Boao Forum for Asia (BFA) nesta terça-feira. "Não devemos permitir que as regras estabelecidas por um ou alguns países sejam impostas a outros, ou permitir que o unilateralismo perseguido por alguns países dite o ritmo para todo o mundo", sublinhou Xi.
A conferência anual de quatro dias, sob o tema "Um Mundo em Mudança: Unir as Mãos para Fortalecer a Governança Global e Avançar com a Cooperação da Iniciativa de Caminhos e Rodovias", está sendo realizada de domingo a quarta-feira em Boao, um resort tropical no sul da China Província de Hainan.
Outro tema é a notícia de que o Embaixador dos Estados Unidos na Rússia, John Sullivan, retornará a Washington para consultas após sanções e expulsões diplomáticas. Isso ocorre em meio ao aumento da tensão. O Departamento de Estado chamou Sullivan de volta depois que ele inicialmente desafiou a recomendação de Moscou de que voltasse para casa para "consultas sérias". Seu homólogo russo está em Moscou há um mês depois de ser convocado em resposta aos comentários do presidente Joe Biden chamando o presidente Vladimir Putin de "assassino".
Wall Street Journal noticia que o fato das nações mais pobres terem ficado para trás traz riscos globais. Os esforços de vacinação estão estagnados. À medida que o peso da pandemia muda para o mundo em desenvolvimento, uma enorme lacuna nas vacinações está se abrindo com as nações ricas. Uma iniciativa apoiada pela Organização Mundial da Saúde e países ricos para fornecer vacinas gratuitas a 92 países de baixa e média renda reduziu recentemente o número de vacinas que planeja enviar até o final de maio. Essa iniciativa, chamada Covax, entregará 145 milhões de doses em vez de cerca de 240 milhões porque a Índia, seu principal fornecedor, suspendeu as exportações enquanto luta contra o aumento de casos em casa.
O inglês The Guardian destaca em primeira página que as emissões de carbono em 2021 vão disparar e serão a segunda maior taxa da história. As economias globais prevêem despejar dinheiro de estímulo em combustíveis fósseis como parte da recuperação de Covid. O salto ficará atrás apenas da recuperação massiva de dez anos atrás, após a crise financeira, e colocará as esperanças climáticas fora de alcance, a menos que os governos ajam rapidamente, alertou a Agência Internacional de Energia. O uso crescente de carvão está causando aumento das emissões, especialmente na Ásia, mas também nos EUA.
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