A ação da polícia carioca ganha repercussão global e está na capa dos principais jornais do mundo. As agências internacionais de notícias se encarregaram de amplificar os impactos da chacina, que ampliam a percepção no exterior de que o Brasil está vivendo em meio à barbárie. "O banho de sangue gerou críticas de grupos de direitos humanos, incluindo a Anistia Internacional, que criticou a polícia pela perda 'repreensível e injustificável' de vidas em um bairro povoado principalmente por negros e pobres", informa a Reuters em despacho cujo título dá a dimensão do estrago da operação na já abalada imagem do Brasil no exterior – Polícia do Rio desperta fúria internacional com 25 mortos em combate às drogas.
Não bastassem os números trágicos da Covid – com mais de 408 mil mortes – o país volta a ser notícia com a sua fama de nação com a polícia mais violenta do mundo. O despacho da Associated Press foi republicado em mais de 1.600 veículos da imprensa estrangeira. O da Reuters é reproduzido em mais de 1.700 órgãos da imprensa no exterior. Também ganhou destaque nas páginas do New York Times, Washington Post, Le Monde, El País, The Guardian e Clarín. Leia mais em BRASIL NA GRINGA
Queiroga irritou membros da CPI da Covid por evitar responder perguntas sobre a atuação de Bolsonaro no enfrentamento da pandemia. Ele tentou driblar perguntas relativas ao posicionamento pessoal do presidente, recusou-se a dar sua opinião sobre o uso da hidroxicloroquina e não quis fazer uma avaliação das condições do ministério e das ações de enfrentamento à pandemia no momento em que assumiu o cargo. Igor Gielow resume: Show de omissão de Queiroga na CPI lembra que o problema é Bolsonaro
Nas revistas semanais, a morte de Paulo Gustavo ganha as capas, mostra o país de luto e dá rosto à tragédia da Covid, colocando no colo de Bolsonaro a dor da morte do comediante e ator, querido por todos. IstoÉ resume: O Brasil do bem vai vencer. "A trágica morte do humorista Paulo Gustavo é o retrato da pandemia que ceifa a vida de nossos entes queridos. O ator, que irradiava alegria por onde passava, era uma espécie de parente de todos nós. É uma uma vítima de um governo que despreza o cuidado com seus cidadãos".
Veja não joga a culpa da morte do comediante sob a responsabilidade da desastrosa condução da pandemia. A face da tragédia, destaca a manchete de capa. "Um dos maiores nomes do humor nacional, o ator Paulo Gustavo, de apenas 42 anos, morre de Covid-19 no auge de sua carreira, causa comoção e deixa o país em luto".
A revistaFocus Brasil, editada pela Fundação Perseu Abramo, dá destaque ao aniversário do impeachment de Dilma, que escreve na revista sobre os resultados do seu afastamento do governo de maneira ilegal e fraudulenta. Aponta a revista: 5 anos do golpe. "Desde a saída da ex-presidenta do Planalto, o país acumula retrocessos e vive um desmonte, com impactos na vida nacional. Dilma faz um balanço e afirma que é chegada a hora de virar o jogo com Lula". A revista começa a circular neste sábado, 8 de maio.
Carta Capital aponta a atenção do leitor para a atuação do ministro da Economia: Ao gosto do freguês. "No mundo esotérico de Paulo Guedes vale até manipular dados de criação de empregos, arrecadação, carga tributária...", destaca a revista na capa. Já a revista Época, que encerra suas atividades, trata da pandemia e o novo epicentro da Covid: Vírus ativo. "A Índia se torna o epicentro da pandemia – com consequências nefastas para o Brasil e o mundo".
No New York Times: Operação Policial no Rio de Janeiro sai com pelo menos 25 mortos. "Policiais e ativistas de direitos humanos consideraram a operação de quinta-feira em um distrito controlado por traficantes de drogas a mais letal da história da cidade", sublinha o correspondente Ernesto Londoño. E o Washington Post: Brasil chocado com operação policial belicosa que deixa 25 mortos na favela do Rio de Janeiro. "A violência policial e o crime têm sido, nos últimos anos, uma das discussões políticas mais polarizadoras do Brasil. A polícia mata milhares de brasileiros todos os anos, a esmagadora maioria dos quais são negros e pobres. Só em 2019, a polícia matou cerca de 5.800 pessoas", escreve Terrence McCoy.
No francês Le Monde – Brasil: pelo menos 25 mortos em operação antidrogas no Rio. "O resultado da operação, lançada quinta-feira contra traficantes acusados de recrutar menores no bairro pobre de Jacarezinho, é o mais pesado desde 2016", pontua o jornal, a partir de despacho da France Presse.
O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung também trata da ação da polícia carioca: Pelo menos 25 mortos na operação policial mais sangrenta da história do Rio. "Um especialista descreve a operação na favela do Jacarezinho como 'catastrófica'. As operações policiais nas favelas estavam, na verdade, suspensas pelo tribunal durante a pandemia de coronavírus". Em duro artigo de opinião, o correspondente João Almeida Moreira escreve no português Diário de Notícias sobre , o ministro da Economia de Jair Bolsonaro, decretou o fim da verba para o Censo brasileiro 'porque quem muito pergunta ouve o que não quer', decidiu taxar os livros 'porque só os ricos leem', disse que 'o chinês inventou o vírus' e considerou, na esteira do presidente, a primeira-dama francesa 'feia mesmo'", aponta. "E este admirador da condução económica do Chile sob o ditador Pinochet é visto como um oásis de sapiência no meio do deserto de burrice do governo do Brasil, tratado até, ao contrário de Bolsonaro e da ala desmiolada do Executivo, com condescendência pela grande imprensa brasileira, nas mãos de poderosos grupos empresariais tão ultraliberais como ele".
Sobre a crise sanitária, o Frankfurter Allgemeine Zeitung destaca que há muito mais mortes por corona do que o relatado: pelo menos 6,9 milhões de mortes por Covid, e não 3,3 milhões. "De acordo com cálculos de cientistas americanos, mais de duas vezes mais pessoas morreram como resultado da Covid-19 do que o relatado oficialmente", informa. "A discrepância é particularmente alta em países com cuidados de saúde inadequados [como o Brasil]".
Com base nos dados, o Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde (IHME) da Universidade de Washington, em Seattle, calculou 905.289 mortes corona para os Estados Unidos. O número oficial na quinta-feira era 574.043. No Brasil, o número de mortes estaria muito acima do registrado oficialmente. A estimativa precisa é de que o país tenha 595.903 óbitos em vez dos 408.680 computados pelo governo.
AS MANCHETES DO DIA
Carta Capital: Ao gosto do freguês. No mundo esotérico de Paulo Guedes vale até manipular dados de criação de empregos, arrecadação, carga tributária...
Época: Vírus ativo. A Índia se torna o epicentro da pandemia – com consequências nefastas para o Brasil e o mundo
Focus: 5 anos do golpe. Desde a saída da ex-presidenta do Planalto, o país acumula retrocessos e vive um desmonte, com impactos na vida nacional. Dilma faz um balanço e afirma que é chegada a hora de virar o jogo com Lula
IstoÉ: O Brasil do bem vai vencer (e não pode perder a graça). A trágica morte do humorista Paulo Gustavo é o retrato da pandemia que ceifa a vida de nossos entes queridos. O ator, que irradiava alegria por onde passava, era uma espécie de parente de todos nós. É uma uma vítima de um governo que despreza o cuidado com seus cidadãos
Veja: A face da tragédia. Um dos maiores nomes do humor nacional, o ator Paulo Gustavo, de apenas 42 anos, morre de Covid-19 no auge de sua carreira, causa comoção e deixa o país em luto
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