Jornais reportam que Bolsonaro acredita que a PEC do voto impresso não será aprovada pela Câmara e disse cogitar não participar das eleições do ano que vem se mantido o sistema atual de urnas eletrônicas. As falas ocorrem uma semana após escalada golpista nas declarações do mandatário, que também indicou em ocasiões anteriores que pretende disputar um segundo mandato.
Folha destaca que documentos da CPI expõem papel de Paulo Guedes no atraso das vacinas. Negacionismo e preocupação com risco fiscal atrasaram a compra com a Pfizer. A CPI quer saber por que um dispositivo que facilitava a aquisição de vacinas da Pfizer e da Janssen foi eliminado da MP publicada em janeiro. Uma das minutas autorizava a União a assumir riscos e custos de eventuais efeitos adversos dos imunizantes, exigência das farmacêuticas. Em resposta à comissão, a pasta de Guedes disse que só foi chamada a se manifestar na sanção, em março. Documentos mostram a participação do Ministério da Economia em debates de minutas em dezembro.
Monica Bergamo informa na Folha que a CPI vai pedir ao STF o compartilhamento de provas já coletadas no inquérito das fake news. A comissão quer cruzar as informações com a atuação de sites bolsonaristas que espalharam dados científicos falsos sobre a Covid-19. O requerimento deve ser apresentado pelo relator da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), na volta do recesso parlamentar.
O argentino Página 12 destaca que a Bolívia vai investigar o papel do Brasil na trama internacional que envolve a Argentina sobre envio de armas àquele país. Crescem as suspeitas sobre a ajuda de Bolsonaro aos conspiradores golpistas da Bolívia — destaca o título da reportagem. "Se você trabalhar seriamente nas investigações de Luis Fernando Camacho, é possível que venha à tona o suposto apoio dado pelo Brasil ao golpe contra Evo Morales", diz Lidia Patty, do MAS. "(Jair) Bolsonaro apoiou o golpe, gostaria de saber como esse homem se sentirá neste momento porque tantas pessoas morreram no golpe, tantas mulheres que ficaram viúvas, tantos pais que ficaram sem filhos".
Financial Times noticia que a seca coloca a Amazônia em risco de 'morte em grande escala', alertam pesquisadores. Estudo no Reino Unido e no Brasil revela que 2,5 bilhões de árvores no bioma morreram durante outro período recente de seca extrema. Na semana passada, em editorial, o jornal divulgou duro editorial afirmando que os investidores deveriam punir o Brasil por não conter o desmatamento.
Ainda sobre o mesmo tema, o britânico The Guardian traz artigo de Ane Alencar e Adriane Esquivel Muelbert, apontando que a Amazônia agora é produtora líquida de carbono, mas ainda há tempo para reverter os danos. "A floresta tropical do Brasil armazena uma grande quantidade de CO2. Como é lançado em taxas recorde, podemos ter ultrapassado um ponto de inflexão", alertam. Ane Alencar é diretora científica do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM). E Adriane Esquivel Muelbert, professora de ecologia florestal global na Universidade de Birmingham. "As chances de reverter essa situação estão cada vez mais distantes. Não houve investimento em restauração por parte do governo federal - e as taxas de desmatamento e queimadas vêm atingindo novos patamares mês após mês. Essa situação se agravou desde que Jair Bolsonaro assumiu a Presidência".
A edição impressa do FT nesta terça-feira, 20, destaca que as chances da volta de Lula à Presidência da República — Lula mantém cartas de retorno perto do peito. Diz a reportagem do correspondente Bryan Harris: "Desde seu retorno à política brasileira em março com um discurso divertido em um sindicato de metalúrgicos fora de São Paulo, a popularidade de Luiz Inácio Lula da Silva continuou a crescer. As pesquisas de opinião sugerem que Lula — que cumpriu dois mandatos como presidente entre 2003 e 2010 — derrotaria facilmente o conservador Jair Bolsonaro se as eleições marcadas para outubro do ano que vem fossem realizadas hoje. Mas enquanto o apelo do ex-líder esquerdista por um retorno à normalidade após três anos divisivos do governo populista de Bolsonaro ressoou, alguns brasileiros se perguntam como seria uma nova presidência de Lula. Ao longo de meio século na política brasileira, o jovem de 75 anos mostrou diferentes matizes".
O New York Times anuncia em manchete de primeira página que, instado por potências estrangeiras, o Haiti anuncia novo governo. Claude Joseph era o líder do país após o assassinato do presidente Jovenel Moïse. Ele entregará o poder a Ariel Henry e se juntará a um novo governo de unidade que visa manter o Haiti estável. Washington Post também repercute na primeira página.
Outro destaque na mídia internacional é o ataque do spyware do grupo israelense NSO, que permitiu a invasão, vigilância e roubo de dados e informações de 50 mil telefones no mundo. Washington Post destaca na primeira página que a segurança do iPhone não é páreo para o spyware. Investigação internacional encontra 23 dispositivos Apple que foram hackeados com sucesso.
"O Pegasus pode coletar e-mails, registros de chamadas, postagens em mídias sociais, senhas de usuários, listas de contatos, fotos, vídeos, gravações de som e históricos de navegação, de acordo com pesquisadores de segurança e materiais de marketing da NSO", destaca o Post. "O spyware pode ativar câmeras ou microfones para capturar imagens e gravações novas. Ele pode ouvir chamadas e correios de voz. Ele pode coletar registros de localização de onde um usuário esteve e também determinar onde esse usuário está agora, junto com dados que indicam se a pessoa está parada ou, se movendo, em qual direção".
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