Ele é grosseiro!
O ex-capitão não é apenas insano, ele é grosseiro e
podemos ver que nunca teve uma educação no lar, alguém que corrigisse suas
grosserias e uso de palavras inconvenientes. Um presidente, um dito “chefe de
Estado”, que diz claramente “caguei”, referindo-se ao Congresso Nacional é um
demente que, além de tudo, se torna grosseiro a cada derrota política.
Agora, não contente com a vergonha que faz dentro do país,
ultrapassa qualquer limite de civilidade e de capacidade em política internacional.
O Brasil assumiu na quinta-feira (08) a presidência
rotativa do Mercosul e o insano fez um discurso crítico à liderança anterior,
do argentino, Alberto Fernández. “O semestre que se encerrou deixou de
corresponder às expectativas e necessidades de modernização do Mercosul.
Devíamos ter apresentado resultados concretos nos dois temas que mais
mobilizaram nossos esforços recentes: a revisão da tarifa externa comum e a
adoção de flexibilidades para as negociações de acordos comerciais com
parceiros externos”, disse criticando o argentino.
Não contente com a grosseria, mentiu ao dizer que o
país já retomou as atividades de maneira “plena” após a pandemia de covid-19. “Meu
governo está empenhado em garantir rápida e plena recuperação da economia neste
momento de intensificação da imunização em massa. Os brasileiros voltam a
estudar e trabalhar em plena segurança. A viver, enfim, em condições de plena
normalidade”, afirmou aos presidentes da Argentina, Paraguai e Uruguai.
Cada vez mais desigual. Desde o
golpe contra Dilma Rousseff o Brasil vai mergulhando cada vez mais em um abismo
e levando os trabalhadores à pobreza.
Com a indústria brasileira perdendo participação no
Produto Interno Brasileiro (PIB) e empregando cada vez menos, está ocorrendo
uma nova reconcentração da indústria nos estados do Sul e Sudeste, o que agrava
as desigualdades regionais. A afirmação é do diretor técnico do Dieese, Fausto
Augusto Junior. Segundo ele, para agravar a situação, o setor ainda sofre com o
aumento dos combustíveis e deve piorar com o aumento da energia elétrica. Dessa
forma, o mercado consumidor ficará reduzido.
O técnico do Dieese explica que, as montadoras de
automóveis estão optando por abandonar o segmento de carros populares e estão direcionando
a produção para os mercados de luxo, com bens mais caros. “Concentração de
renda”, diz.
Um exemplo de que o Brasil está cada vez mais desigual
e onde a diferença de poder de compra vai definindo nossa estrutura econômica
geral é que buscas de voos para Suíça e Caribe, paraísos fiscais, aumentaram
até 175% em junho.
Segundo o levantamento, em junho, as buscas dos
turistas brasileiros usuários da plataforma para voos com destino a Oranjestad,
em Aruba, aumentaram em 175%. Já Zurique e Genebra, ambas na Suíça, tiveram
aumento de 146% e 144%, respectivamente. Fechando a lista, Willemstad, em
Curaçao, cresceu 124% no mês de junho.
Os preços médios para passagens aéreas para estes
destinos a partir do Brasil são: Oranjestad (Aruba): R$ 4.300, Zurique (Suíça):
R$ 4.100, Genebra (Suíça): R$ 3.400 e Willemstad (Curaçao): R$ 3.400.
A economia de Paulo Guedes. Há poucas semanas vimos os seguidores do insano “comemorando
a subida do PIB” e muitos estranharam isso. Mas é um ganho falso. No Brasil,
enquanto a indústria está em declínio, a prosperidade do setor agrícola
continua reduzindo ainda mais as perspectivas de diversificação econômica e
aumentando as desigualdades.
Em
janeiro passado, o grupo Ford anunciou o fechamento definitivo da última linha
de montagem ainda em operação, no estado de São Paulo (Brasil). O fechamento da
fábrica deixa 2.500 funcionários desempregados. Em 2012, a empresa contava com
14.500 trabalhadores.
Após
o fechamento da Mercedes-Benz e a redução da capacidade de produção da Honda e
da Nissan, o anúncio do grupo Ford foi mais um duro golpe. Mas não apenas a
indústria automotiva está a meio mastro. Com a saída da japonesa Sony, da
coreana LG e da cimenteira franco-suíça Lafarge-Holcim, para citar apenas algumas
das grandes empresas, o descontentamento atinge setores inteiros da indústria
de processamento brasileira. É claro que o país não atrai mais os grandes
grupos industriais multinacionais.
Mas
há o fator que fez o PIB se salvar. No interior, no estado de Mato Grosso,
cenário e ambiente diferentes. Nos 583.000 hectares (55 vezes o tamanho de
Paris) do grupo agrícola “Bom Futuro”, ou nos 285.000 hectares da família
Maggi, a pulverização aérea de produtos fitossanitários e as colheitadeiras
estão em pleno funcionamento.
Entre
maio de 2020 e 2021, a produção de soja no Brasil cresceu 9,4%, ultrapassando
133 milhões de toneladas pela primeira vez em sua história. Assim, o país se
consolida como o maior produtor mundial dessa matéria-prima, utilizada
principalmente na alimentação de gado na China e na Europa.
Mas
a situação não é favorável para todos, também há perdedores. O aumento das exportações,
ao criar um efeito de exclusão no mercado interno, ocasionou um aumento de 300%
nas importações - curioso paradoxo no caso do maior exportador mundial - e um
aumento espetacular no preço dos produtos derivados da soja: Óleo comestível,
que é a mais utilizada pelas famílias, cresceu 103% em um ano e a carne bovina
cresceu 50%.
No
Brasil, a imprensa nacional, a influente mídia “ruralista”, representante do
agronegócio, e o ex-capitão demente se congratulam por esta situação de “commodities”
tão favorável ao país. Mas a população, que ganha 70% do salário mínimo (190
euros mensais) ou menos e que empobreceu durante a crise da saúde, ainda não
viu os efeitos do “boom” das matérias-primas.
O
mercado de trabalho continua profundamente afetado, com uma taxa oficial de
desemprego de 14,8%, à qual se acrescenta a enorme massa de desempregados do
setor informal. Nesse ponto, pouco se pode esperar do dinamismo dos setores
agrícola e de mineração devido à sua baixa contribuição do emprego, efeito
lógico derivado dos investimentos feitos por grandes produtores para a adoção
dos padrões de produção da agricultura intensiva (o Brasil é o maior do mundo
consumidor de agrotóxicos) com a incorporação das mais modernas tecnologias. O
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que, desde 2012,
o setor agropecuário perdeu 17% dos empregos.
Adeus ao que “foi sem ter sido”! Industrial
sem indústria, Paulo Skaf, parceiro dos projetos neoliberais no País, deixará a
presidência da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Fiesp. Em seu
lugar, assumirá Josué Gomes, presidente da Coteminas, Indústria Têxtil.
Além de ser uma fraude, é golpista. Quando terminaria
seu mandato, em 2015, Paulo Skaf mudou o estatuto da entidade para manter-se
mais tempo na presidência.
Sem qualquer ação efetiva em prol do setor produtivo,
manso ante políticas de asfixia à indústria, seu maior feito terá sido os
“patos amarelos” da Fiesp, que deram gás ao impeachment da presidenta Dilma.
Pela primeira vez em décadas, a indústria de
transformação viu sua participação no PIB ser superada pelo setor agropecuário.
Outra herança de Skaf.
E nós nos perguntamos, conversando com nossos botões:
como um cara pode ser presidente da Federação das Indústrias se não tem uma
única indústria?
Haiti (01). Na madrugada de quarta-feira (07), o primeiro-ministro
interino do Haiti, Claude Joseph, informou que o presidente do país Jovenel
Moïse foi assassinado à noite em sua casa por um grupo de indivíduos não
identificados.
O comunicado diz apenas que um grupo de pessoas não
identificadas atacaram a residência privada do presidente do Haiti, que foi
baleado mortalmente. A primeira-dama também foi ferida, tendo sido internada.
O primeiro-ministro condenou o ataque “hediondo,
desumano e bárbaro” e apelou à calma.
Jovenel Moïse, de 53 anos, era o 42º presidente do Haiti.
Tinha tomado posse em 2017. Anteriormente, tinham sido impedidas várias
tentativas de ataques ao presidente. A última foi em fevereiro deste ano, quando
as forças de segurança do país impediram uma tentativa de golpe de Estado e
assassínio do presidente.
Haiti (02). No mesmo dia a Polícia
do país anunciou a prisão de dois mercenários que teriam participado do assassinato.
As autoridades policiais confirmaram que outras quatro pessoas envolvidas no
incidente foram mortas.
O diretor-geral da Polícia Nacional do Haiti, Leon
Charles, informou que dois mercenários foram presos. Durante uma declaração
transmitida pela televisão, o oficial especificou que outras quatro pessoas
também foram mortas na operação em andamento, enquanto prossegue a busca por
outras pessoas supostamente envolvidas no incidente.
Por sua vez, o primeiro-ministro interino do Haiti,
Claude Joseph, reiterou o apelo a todos os setores do país para que mantenham a
calma e garantiu que o Conselho de Ministros tem “a situação sob controle”.
O “detalhe” curioso e pouco divulgado é que Claude
Joseph tinha sido demitido do cargo na segunda-feira, antes do atentado, mas assumiu
a liderança do país provisoriamente! E não foram informados os possíveis
motivos do crime ou o que vai acontecer com o governo.
Haiti (03). Na quinta-feira, pela manhã, a polícia nacional do Haiti afirmou que
dois cidadãos dos EUA e 26 colombianos foram responsáveis pelo assassinato,
enquanto Taiwan confirmou que 11 pessoas foram detidas em seu complexo
diplomático na capital haitiana.
Léon Charles, diretor-geral da Polícia Nacional do Haiti
(PNH), anunciou na quinta-feira (08) que “era um comando de 28 atacantes,
incluindo 26 colombianos que realizaram a operação para assassinar o presidente”.
Ele especificou que dois estadunidenses e 15 colombianos foram presos, três colombianos
foram mortos e oito permanecem foragidos.
Por sua vez, Diego Molano Aponte, ministro da Defesa da
Colômbia, disse que os suspeitos de assassinato de Moïse são militares colombianos
aposentados.
A representação de Taiwan no Haiti anunciou na sexta-feira
(09), que 11 implicados no assassinato do presidente Moïse foram presos em seu
território. De acordo com a missão diplomática, no dia anterior a polícia
haitiana havia pedido autorização para realizar uma operação no recinto da
representação para encontrar os supostos atacantes.
Ainda na quinta-feira, Mathias Pierre, ministro das
Eleições e das Relações Interpartidárias do Haiti identificou um dos homens
capturados pela polícia como sendo James Solages, cidadão dos EUA de
ascendência haitiana, dizendo que o segundo homem se acreditava ser um
haitiano-americano. O Departamento de Estados dos EUA ainda não confirmou a
cidadania de Solages.
Chame o ladrão! Só rindo, mesmo! Os EUA são conhecidos mundialmente
por planejar, coordenar e executar golpes de Estado em todo o mundo. Mas o
governo do Haiti pediu “ajuda” da Casa Branca para investigar o atentado contra
o presidente?
O governo interino do Haiti pediu na sexta-feira (09) o
envio de tropas dos EUA para proteger locais estratégicos, como portos e
aeroportos, após o assassinato do presidente Jovenel Moïse. E Washington já confirmou
o envio de agentes do FBI para ajudar nas investigações.
O Ministério Público já indicou a intenção de convocar
para depoimentos diversos empreendedores e políticos, como os empresários
Reginald Boulos, Dimitri Vorbe e Jean-Marie Vorbe, o ex-senador Steven Benoît e
o ex-líder do partido de direita Haiti em Ação Youri Latortue.
O que acontece agora? Todos
os acontecimentos no Haiti são muito recentes e os analistas ainda estão com
dúvidas para dar algumas respostas. Mas, do que sabemos é que o assassinato do
presidente aconteceu em meio a uma profunda crise política e social.
Os haitianos vivem um momento de alta tensão sociopolítica
após o assassinato do Chefe de Estado Jovenel Moïse. Mas, já antes do ocorrido,
o país enfrentava problemas de segurança e saúde, além de ter a presença de
pelo menos 77 grupos criminosos armados (segundo a Comissão Nacional de
Desarmamento, Desmantelamento e Reintegração), também vive uma crise de saúde
devido à pandemia de Covid-19.
Em meio ao panorama sombrio, o país agora parece à
deriva, os cidadãos permanecem abrigados em suas casas por medo de uma ação
militar ou das gangues existentes e de um primeiro-ministro interino que já
declarou o estado de sítio.
Sabemos que o atual Primeiro-Ministro de facto, Claude
Joseph, se autoproclamou presidente evitando o artigo 149 da Constituição,
embora sendo de facto, não poderia exercer o cargo provisório à frente do
Estado.
Porém, o concreto é que os haitianos terão que ir às
urnas no dia 26 de setembro deste ano, onde elegerão seu próximo presidente e
parlamentares. Eleições em que Moïse não pôde participar, apesar de suas tentativas.
Um referendo para aprovar ou desaprovar a nova
Constituição do Haiti também está programado para 26 de setembro. A iniciativa
foi liderada por Moïse, aludindo que iria reforçar a figura presidencial,
embora tenha sido rejeitada pelos opositores, que apontaram que era uma
estratégia para perpetuar-se no poder.
Embora as eleições parlamentares estivessem marcadas
para 2018, foram várias vezes adiadas e, devido à impossibilidade de representação
oficial, o próprio Presidente Moïse dissolveu o Parlamento e governou por
decreto até ao dia do seu assassinato.
Além da repressão aos manifestantes e da dissolução do Parlamento,
em 2019 estourou um escândalo de corrupção em relação aos recursos do programa
Petrocaribe (estimados em 6 milhões de dólares) que levou a grandes
manifestações que ainda aconteciam.
Por enquanto, o Haiti continua a ser a nação mais pobre
do mundo e, de 1986 até hoje, houve 20 presidentes diferentes, desde generais a
ministros interinos.
Uma grande lição vem do Chile. O Chile
já tem uma Assembleia Constituinte funcionando. A cerimônia de posse dos 155
representantes eleitos no dia 16 de maio ocorreu no domingo (04) em meio à
manifestações no Centro de Santiago, tanto na Praça da Dignidade, tradicional
ponto de protestos na capital chilena, quanto no entorno do edifício do Antigo
Congresso Nacional, local onde o evento aconteceu – o atual Congresso do país
está sediado na cidade de Valparaíso, mas a Assembleia Constituinte vai
trabalhar na capital.
A primeira grande decisão da Assembleia foi a eleição
da Presidência, e o resultado determinou uma importante novidade para o país,
já que a escolhida foi a linguista e acadêmica mapuche Elisa Loncón Antileo,
uma mulher eleita pelas comunidades de povos indígenas. Ela teve um total de 96
votos, o que representou quase o triplo dos votos do segundo mais votado, que
foi Harry Jürgenssen, representante da direita, que obteve apenas 33 votos.
Após ser eleita, Loncón iniciou oficialmente os
trabalhos falando em mapudungun, o idioma oficial do povo mapuche. “Esta
vitória é uma vitória dos povos indígenas, das mulheres e da diversidade
sexual. Esta Assembleia está feita para criar um Chile plurinacional, um Chile
sem discriminação e com respeito à mãe terra. Este sonho nós vamos começar a
construir agora, de refundar o país”.
O Chile já tinha feito história ao determinar por lei a
igualdade de gênero, o que fará desta a primeira carta magna da história
escrita por um número quase igual de homens e mulheres – entre os
representantes há 78 homens e 77 mulheres. Agora, terá também uma mulher
indígena, representante do povo mapuche, presidindo a Assembleia.
Quem é Elisa Loncón? “Que seja fundado um novo Chile, plural, multilíngue,
com as mulheres, com os territórios. Esse é o nosso sonho”, disse em discurso
improvisado, iniciado no Mapudungun, após somar 96 votos, superando em 18 os
necessários para a obtenção do cargo. Este foi um segundo turno onde recebeu o
apoio daqueles que votaram em Isabel Godoy representando outro povo nativo: o
colla. Vestida com trajes tradicionais Mapuche e lutando com a máscara, ela
conseguiu arrancar lágrimas dos participantes, exceto da direita, que, em todo
caso, constitui a minoria neste processo.
Nascida na comunidade Lefweluan, em Traiguén - a cerca
de oito horas de Santiago - é uma reconhecida ativista pela causa do seu povo,
integrando o Conselho de Todas as Terras e sendo uma das responsáveis pela criação da
bandeira Mapuche, em 1992, que desde então tem
ganhado destaque em todas as marchas e manifestações,
chegando na eclosão a deslocar os partidos políticos e a própria bandeira
chilena. Durante a ditadura estudou pedagogia em inglês e participou de um
grupo de teatro com peças que questionavam o regime. Atualmente é acadêmica do
departamento de Humanidades da Universidade de Santiago do Chile, Loncón tem
mestrado em linguística na Universidade Autônoma Metropolitana de Iztapalapa
(México), doutorado em Humanidades na U. de Leiden (Holanda) e doutorado em
literatura pela Pontificia Universidad Católica de Chile.
Mulher, indígena, descendente dos povos originários do
Chile!
Cadeia para Añez! Já está
demorando muito! O Procurador-Geral da Bolívia, Juan Lanchipa, confirmou na
terça-feira (06) a admissão de um processo contra a ex-presidente de facto,
Jeanine Áñez, pelos massacres ocorridos em Senkata e Sacaba em 2019, no âmbito
do golpe de estado perpetrado contra Evo Morales.
A ação contra Áñez foi movida por um grupo de famílias
de vítimas dos massacres ocorridos em Sacaba e Senkata; o diretor do Serviço de
Atendimento à Vítima (Sepdavi), Tito Tornero, confirmou que o pedido foi feito
após o apoio de várias pessoas.
“Esta proposta é assinada por mais de 20 pessoas que
perderam seus filhos, seus pais, seus irmãos, um membro da família devido a
essa repressão virtual que foi endossada, autorizada e coordenada pelo autoproclamado
presidente”, disse Tornero.
Segundo o procurador Lanchipa, esta ação seria o quarto
pedido acusatório contra o ex-presidente de fato apresentado na Câmara Criminal
do Supremo Tribunal de Justiça, “os três requisitos anteriormente apresentados
eram para crimes de conduta econômica, resoluções contrárias a da Constituição,
crimes relacionados à saúde pública e discriminação”, acrescentou.
Maurício Macri apoiou o golpe! Dois
documentos divulgados confirmaram a participação dos ex-presidentes Mauricio
Macri e Lenín Moreno no golpe de 2019 na Bolívia.
O Governo boliviano denunciou na quinta-feira (08) a
participação do ex-presidente da Argentina, Mauricio Macri, no golpe de 2019
contra o legítimo presidente Evo Morales.
Durante uma coletiva de imprensa, o chanceler Rogelio
Mayta mostrou documentos que evidenciavam o envio de munições por Macri e seu
homólogo equatoriano Lenín Moreno, que foram usados pelas forças policiais
da Bolívia para reprimir protestos populares contra o governo de
facto de Jeanine Áñez. E destacou que os fatos ocorridos em 2019 romperam
totalmente com a ordem constitucional boliviana e contaram com o apoio
conspiratório desses Estados.
“Os dois documentos revelados mostram que Macri e
Moreno ajudaram Áñez a consolidar o poder, por meio da repressão e até do uso
de armas, fato no qual o general e comandante da Força Aérea boliviana teve uma
importante participação., Jorge Gonzalos Terceros Lara”, ele disse.
Em carta desclassificada de 13 de novembro, Lara agradece
ao então Embaixador da Argentina, Normando Álvarez García, a colaboração
prestada e a entrega de 40.000 cartuchos do tipo AT-12/70, além de vários tipos
de granadas de gás e gás lacrimogêneo.
Fernández pede desculpas. O
presidente da Argentina, Alberto Fernández, se desculpou, em nome do povo de
seu país, pelo papel desempenhado pelo governo de seu antecessor, Mauricio
Macri (2015-2019), no golpe contra o então reeleito presidente boliviano Evo
Morales em 2019. Segundo a Bolívia, o então governo argentino chegou a fornecer
armamentos aos golpistas.
Fernández considerou que a “colaboração” de Mauricio
Macri com as forças militares bolivianas que realizaram o golpe de 2019 acabou
dando autoridade a Jeanine Áñez como governante de fato.
O presidente argentino enviou uma carta ao atual
presidente boliviano Luis Arce, para lamentar o fato, e expressou sua “dor e
vergonha” frente à denúncia de La Paz de que Macri forneceu clandestinamente “material
de guerra” ao regime de Áñez para reprimir os protestos sociais que culminaram
nos massacres de Sacaba e Senkata.
O presidente argentino anunciou que “esses eventos estão
sendo analisados por um Grupo Interdisciplinar de Peritos Independentes da
Comissão Interamericana de Direitos Humanos”.
Em resposta, por meio de um tweet, Luis Arce disse que
ratificou os “laços de fraternidade com o povo argentino”, e reconheceu “a solidariedade
e o apoio do Irmão Presidente Alberto Fernández ao povo boliviano, bem como seu
compromisso com a memória, a verdade e justiça”.
Venezuela é o pesadelo da Casa Branca. Os EUA mantêm
inalterados os planos de Donald Trump de derrubar o governo do presidente da
Venezuela, Nicolás Maduro, assegurou diz um especialista.
Marcos Salgado, analista associado ao Centro
Latino-Americano de Análise Estratégica (CLAE, Estrategia.la), garantiu que a
Casa Branca “refina seu plano contra a Venezuela”.
Os governos dos EUA e Canadá em conjunto com a União
Europeia formalizaram há poucos dias um novo momento da disputa com a Venezuela
de Nicolás Maduro.
Tentaram sem dissimulação, primeiro em 23 de fevereiro
de 2019, na incursão pela fronteira colombiana, endossada até mesmo por
presidentes latino-americanos na área de fronteira; depois com a tentativa de
golpe em abril do mesmo ano e depois, em 2020, com o desembarque de mercenários
na costa perto de Caracas. Todos esses planos precisavam de um levante militar
que nunca aconteceu e não teve o apoio de setores importantes da população, a
não ser alguns alinhamentos políticos por trás de Guaidó, que foram desaparecendo
gradativamente com o tempo e o acúmulo de fracassos.
Os EUA e seus capachos dentro da Venezuela não exigem
mais eleições presidenciais antes das previstas no calendário eleitoral
venezuelano, no final de 2024. Na nova estratégia para a Venezuela que inclui a
declaração conjunta com a UE e o Canadá está substituindo a meta de derrubada
por uma tática de cunho eleitoral e de longo prazo. O documento não fala mais
em “governo interino”, a ideia de “poder dual” projetada pelos falcões de
Trump.
Entretanto, os dias vão passando e surge no horizonte o
dia 24 de novembro, data das eleições regionais e municipais, o que pode ser um
ponto de viragem em termos da participação ou não de toda a oposição. Por
enquanto, o governo dá sinais, como a eliminação da figura dos protetores nos
estados que acabam ficando nas mãos da oposição, mas por outro lado a tensão
não diminui, denunciou o presidente Maduro nas últimas horas um plano da CIA
para assassiná-lo.
Essa é a disputa de longo prazo, onde aparecem outros
atores internacionais, começando, nada mais, nada menos, que por Rússia e
China. As duas potências das quais, entre outras coisas, vêm até agora a grande
maioria das vacinas que a Venezuela aplica contra a Covid-19.
Os genocidas vigiam o planeta! A organização humanitária Anistia Internacional (AI) e
o Laboratório Cidadão Canadense relataram que defensores dos direitos humanos e
jornalistas foram monitorados e atacados em 45 países ao redor do mundo graças
ao programa Pegasus do grupo de tecnologia israelense NSO.
Danna Ingleton, do braço tecnológico da AI Amnesty
Tech, destacou que uma nova plataforma, a Violência Digital “traz à tona as conexões
importantes entre o uso de spyware NSO e violações devastadoras dos direitos
humanos”, em quatro continentes.
Esta plataforma, do grupo britânico Forensic
Architecture, já permitiu mapear a distribuição mundial do Pegasus, programa
que o NSO (iniciais dos seus criadores e proprietários) comercializa
exclusivamente a governos e só depois de ser autorizado com base na legislação
militar.
Pegasus é um malware (programa malicioso) que se
instala sub-repticiamente em telefones e permite acesso total a mensagens,
e-mails, multimídia, microfone, câmera, chamadas e contatos no dispositivo do
usuário.
De acordo com as investigações da AI e do Citizen Lab,
um caso latino-americano de vítimas de Pegasus foi espionagem contra defensores
dos direitos humanos que participaram das investigações sobre o desaparecimento
de 43 alunos da escola normal de Ayotzinapa, no México, um crime massivo ocorrido
em 2014.
Grécia: direita contra trabalhadores. “Bem-vindo ao século 19!” Foi assim que Efimerida ton
Syntakton (“O jornal dos editores”, jornal que se dirige a um público
democrático e de esquerda) comentou a aprovação pelo Parlamento do monstruoso
projeto de lei do Ministro do Trabalho Kostis Chatzidakis, apresentado como uma
“reforma” de relações industriais que permitirão à Grécia aproveitar as
“oportunidades” de crescimento após a crise e a pandemia de 2020.
A nova lei revoga a jornada de trabalho de 8 horas e a
semana de 5 dias. O texto elimina a obrigação do empregador de pagar um salário
adicional ao solicitar um trabalho adicional, além de 8 horas ou 5 dias por
semana. Em vez de um salário suplementar, a nova lei promete que os
empregadores fornecerão dias de folga como compensação mais tarde.
Provavelmente em períodos de baixa demanda pelos produtos ou serviços que a
empresa oferece.
Esta “flexibilização do tempo de trabalho” foi
introduzida pela primeira vez no direito do trabalho pelos sociais-democratas,
durante o período de degeneração neoliberal dos seus partidos e sindicatos. No
início, no início dos anos 90, era aplicado em setores marginais da economia e
permaneceria um elemento marginal e secundário das relações industriais na
Grécia. Hoje, o governo de Kyriakos Mitsotakis generaliza este “acordo”
extremamente liberal, estendendo-o a toda a classe trabalhadora. Com a nova
lei, agora é legal para os trabalhadores da indústria (cujo trabalho é árduo e
pesado) trabalhar 150 horas a mais por ano, sem qualquer remuneração
complementar!
Alto número de mortes por substâncias
químicas no trabalho! A Organização
Internacional do Trabalho (OIT) denunciou nesta semana que a cada ano um milhão
de trabalhadores perdem a vida e outros vários milhões sofrem de doenças
crônicas debilitantes devido à exposição a substâncias químicas tóxicas.
Em uma mensagem ao Fórum de Berlim sobre Produtos
Químicos e Sustentabilidade, o Diretor Geral da OIT, Guy Ryder, disse que a
cooperação global é necessária para acabar com essas doenças e mortes.
Entre essas doenças, ele citou câncer, doenças
respiratórias e cardíacas e diabetes causados por
poeiras, vapores e produtos poluentes.
Ele destacou que a produção de substâncias químicas é
um dos setores mais globalizados, razão pela qual a cooperação e a coordenação
política e o diálogo intersetorial são necessários para garantir um ambiente de
trabalho digno e saudável para todos os trabalhadores em escala global.
Fugiram na madrugada, como ratos! As tropas estadunidenses abandonaram a base aérea de Bagram,
a principal base dos EUA no Afeganistão, que ocupavam há quase 20 anos. Eles cortaram
a energia elétrica e deixaram o local durante a noite, sem qualquer aviso para os
militares afegãos que guardavam as imediações.
O novo comandante afegão da base não havia sido notificado
da retirada, constatando a partida horas depois, segundo a agência de notícias
AP.
Em entrevista à Sputnik, o general Mir Asadullah Kohistani,
novo comandante da base aérea de Bagram, afirmou, ainda assim, que o local foi
entregue de maneira responsável e tranquila. Ah! Então tá, então!
“A entrega da base aérea ocorreu de maneira responsável
e tranquila. Na base, ficaram muitas coisas de uso militar. Há um hospital bem
equipado, que pode ser usado pelas forças de segurança nacionais. A população
também pode ser tratada no hospital. Quanto à base aérea, ela pode ser usada
para fins civis. Tem três pistas. Podem ser realizados voos domésticos e internacionais”,
afirmou.
Já de acordo com o tenente-coronel Degarman Sami, os
militares afegãos não sabiam a data exata da retirada estadunidense. “Como
vocês sabem, a OTAN deixou Bagram. Nós não sabíamos disso. Em apenas uma hora,
conseguimos assumir o controle da base aérea, que é uma área bastante grande, e
estamos prontos para defendê-la”, declarou.
“Eles deixaram a base sem coordenar a saída com os Ministérios
do Interior e da Defesa afegãos. Apesar de os militares informarem que os eles deixariam
o país em breve, não deram um prazo exato. Na sexta-feira (2) à noite, pela primeira
vez em 20 anos, a energia elétrica foi cortada por uma hora, enquanto a base
foi tomada por fumaça. Naquela fumaça estava o avião que retirou os militares estadunidenses
do Afeganistão”, contou o correspondente.
Segundo os militares afegãos, 30 tanques, 50 veículos blindados
e mais 800 outros veículos permaneceram na base. Entretanto, antes que o Exército
afegão pudesse assumir o controle da base, suas instalações foram invadidas por
saqueadores, que levaram tudo o que puderam, de acordo com militares afegãos.
Guerra de Pokémon? A saída dos estadunidenses da base de Bagram, além de
ter acontecido na escuridão total, revelou outra curiosidade: os militares
passavam o tempo jogando Pokémon!
Pikachu e outros monstrinhos fizeram parte dos “inimigos”
dos valentes soldados estadunidenses durante a ocupação no Afeganistão. E ninguém
estranhou o fato de tão corajosos e bem treinados soldados serem adeptos do
joguinho quase infantil.
O curioso assunto foi abordado pelo Stars and Stripes,
jornal dedicado a temas das Forças Armadas dos EUA. E a matéria diz que, depois
da saída das tropas, foi revelado o descobrimento de tela do jogo mostrando
“poképaradas” existentes na base de Bagram e conversou com alguns militares
adeptos da brincadeira.
“Poder iniciar uma conversa sobre ‘Pokémon’ com um
completo desconhecido no meio da zona de guerra era uma maneira de socializar”,
afirmou o empreiteiro Wilbur Landaverde, que jogava à época em que trabalhava
no local, em 2020.
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