terça-feira, 10 de agosto de 2021

Militante do PT é preso em desfile de tanques com presença de Bolsonaro

 

Militante do PT é preso em desfile de tanques com presença de Bolsonaro

Fabiano Trompetista foi detido ao tentar se manifestar contra desfile de tanques (Foto: Reprodução)
Fabiano Trompetista foi detido ao tentar se manifestar contra desfile de tanques (Foto: Reprodução)
  • Militante do PT foi detido por tentar se manifestar contra desfile de tanques nesta terça. Evento contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro

  • Fabiano Leitão, conhecido como TromPETISTa, foi liberado após assinar termo circunstanciado

  • Trompete do militante petista foi danificado e ele será processado

Um militante do Partido dos Trabalhadores (PT) foi detido nesta terça-feira (10) ao tentar se manifestar contra o desfile de tanques da Marinha, que aconteceu em Brasília nesta manhã. A denúncia foi feita por outros filiados ao partido. 

Segundo informações da Fórum, Fabiano Leitão, conhecido como TromPETISTA, participava de um ato contrário ao desfile militar e foi impedido de tocar o trompete. Em seguida, ele foi preso por um militar do Exército. 

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Fabiano teve de assinar um termo circunstanciado e, em seguida, foi liberado pelas autoridades. Agora, o militante petista vai responder um processo no Juizado Especial Criminal de Brasília. O trompete dele foi danificado. 

Parlamentares do partido, além da legenda, se manifestaram nas redes sociais após o ocorrido. 

"Nossa solidariedade ao companheiro Fabiano trompetista! Na manhã de hoje ele foi absurdamente detido e impedido de se manifestar contra a ameaça autoritária de Bolsonaro. O companheiro já foi liberado, mas não podemos aceitar intimidações como essa", escreveu a deputada federal Natália Bonavides (PT-RN).

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acompanhou o evento e recebeu um convite para a Operação Formosa, treinamento militar da Marinha que acontece em 16 de agosto. 

 
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Críticas de Lula ao evento

O ex-presidente Lula (PT) criticou o desfile de tanques que ocorreu na manhã desta terça-feira (10) em Brasília, com o objetivo de entregar um convite ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Para o petista, não há "conversa especial com as Forças Armadas", pois os militares devem ser tratados como qualquer outra instituição.

"Não tem carta pra conversar com militares. Se tivesse carta seria para o povo brasileiro e dentro disso estão os militares. Se militar quiser fazer política ele renuncia o cargo, tira a farda e se candidata. Não tem problema", afirmou Lula nas redes sociais.

Ex-presidente Lula usou as redes sociais para se pronunciar sobre o assunto (Foto: Cris Faga/Anadolu Agency via Getty Images)
Ex-presidente Lula usou as redes sociais para se pronunciar sobre o assunto (Foto: Cris Faga/Anadolu Agency via Getty Images)

Já fui chefe das Forças Armadas, eles sabem como tem que se comportar. Cuidando da nossa soberania, dentro da Constituição. O Bolsonaro se comporta como se as Forças Armadas fosse um objeto particular dele, como se fosse um brinquedo."

"Não tem conversa especial com Forças Armadas, vou tratá-los com respeito, como temos que tratar todas as instituições. Isso que aconteceu hoje foi uma coisa patética. Se o Bolsonaro queria uma foto com militar era só ter visitado um quartel", declarou o petista.

Posicionamento de João Doria

Além de Lula, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também se posicionou contra o desfile de tanques, que classificou como "desnecessário".

"O inédito e desnecessário desfile de tanques de guerra na Praça dos Três Poderes é uma clara ameaça à democracia. E tem o repúdio dos brasileiros de bem. A iniciativa é mais um flerte com o autoritarismo. O Brasil quer democracia, respeito à constituição e liberdade", disse o tucano.

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