segunda-feira, 4 de outubro de 2021

A pergunta que todos nos fazem

 

Segunda-feira, 4 de outubro de 2021
A pergunta que todos nos fazem

Por que o Intercept pede doações?

Recebemos essa pergunta com muita frequência e, provavelmente, você também tem essa curiosidade. Então, achei que seria um bom momento para explicar algumas coisas e dizer porque é tão importante recuperarmos o apoio que perdemos de maneira massiva em agosto e setembro.  

O Intercept é uma ilha. O modelo de negócio que tradicionalmente se estabeleceu no jornalismo brasileiro você conhece bem: veículos criados por famílias empresárias e mantidos com grana de outros empresários. O resultado você também sabe qual é: jornalismo que, em nome do pluralismo, publica ataques aos direitos humanos, que esconde informação atrás do paywall e que não tem vergonha de publicar informe publicitário defendendo cloroquina e outros medicamentos ineficazes em meio a uma pandemia. Muitos veículos tentam se estabelecer fora desse esquema. O Intercept está entre esses veículos, mas com alguma diferença: nossa missão não nos permite concorrer em editais de grandes empresas como Google ou Facebook. Não aceitamos restringir o que produzimos somente para assinantes, tampouco ter espaço publicitário em nosso site. Fazemos jornalismo investigativo profissional que é totalmente gratuito, livre, independente.

Para ser assim e corresponder às expectativas daqueles que nos leem, precisamos garantir os recursos que as grandes redações oferecem para seus jornalistas. Equipe de advogados totalmente integrada ao editorial, equipamentos modernos, recursos de segurança digital e física, tradutores, produtores espertos e designers ousados. Há muito tempo não se faz jornalismo apenas com jornalistas e, sem esses recursos, até poderíamos ter um site considerado legal, mas jamais um veículo que de fato causa impacto, incomoda o poder e responsabiliza grandes empresas. 

A verdade é que não existe hoje uma maneira estabelecida para manter esse tipo de trabalho. O Intercept criou seu próprio modelo, mas ele é difícil de replicar e está sujeito a muitas flutuações. É difícil ter previsibilidade em um país que está afundado numa crise econômica sem precedentes. Trabalho aqui desde janeiro de 2020 e serei muito sincera: nunca vi tantas pessoas pedindo para suspender seus apoios por conta da redução da renda familiar ou do desemprego. 

Mas não temos alternativa. Nós precisamos recorrer à nossa comunidade, às pessoas que estão com o TIB e nos seguram nos momentos mais difíceis. Porque não queremos e não vamos fazer concessões para patrocinadores, para anúncios caça-clique, nem vamos contratar um call center para ligar diariamente para ex-assinantes, como os jornalões fazem. Porque, mais do que nunca, tem que existir um veículo feito por pessoas que não estão preocupadas só com lucro. Pessoas que não aceitam ver o Brasil na fila do osso e que querem muito, muito expor os escândalos dos militares, dos juízes e procuradores, dos neonazistas. Enfim, de todos aqueles que nos trouxeram até o cenário caótico em que estamos.

Desde a criação do TIB foi assim: precisamos inventar nosso próprio caminho. Os mecanismos que tornam nosso trabalho possível não estavam prontos, já que infelizmente não há tradição de jornalismo independente e autônomo no Brasil. Vale o mesmo para o nosso financiamento. E sempre quando não sabemos o que fazer, recorremos aos nossos leitores, à comunidade que nos apoia. 

Outubro é o mês em que começamos a preparar o orçamento do ano seguinte. Da maneira como estamos hoje, as previsões são as piores possíveis — como a redução do que publicamos, já que o orçamento vai diminuir. E não é isso que queremos. Porque 2022 será um ano decisivo, o ano do tudo ou nada. O Intercept precisa trabalhar como nunca, precisa causar impacto como sempre e, para isso, é urgente que consigamos recuperar nosso patamar de doações. Peço a você que pelo menos considere nos ajudar. Clique aqui e veja como fazer, veja que você pode apoiar com qualquer valor e até de forma pontual. 

O Intercept pede doações porque não se curva aos poderosos. É importante que você saiba disso. E, se você está entre aquelas pessoas que ainda podem nos ajudar, não espere para fazer isso mais à frente, pode ser que já não dê tempo. Apoie o jornalismo independente hoje!

FAÇA PARTE DO TIB →  

Um abraço,

Táia Rocha
Analista de Arrecadação
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