Olá,
No início de novembro o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo liderou uma campanha salarial da categoria. A nota do Sindicato garante que: "Mais de 350 jornalistas cruzaram os braços por duas horas na tarde desta quarta-feira (10). O protesto reivindica os 8,9% de reajuste em todos os salários na Campanha Salarial de Jornais e Revistas da Capital. O índice representa a inflação do período da campanha, de 1º de junho de 2020 a 31 de maio de 2021".
Basta uma pesquisa no Google para que você encontre diversas notícias sobre como nossa profissão foi atingida durante a pandemia. Perdas salariais, esgotamento físico e mental, falta de equipamento adequado para exercer um serviço que é essencial durante uma crise de saúde pública diretamente afetada pela desinformação. Vou resumir isso numa questão: onde você acredita que estaríamos depois de 20 meses de pandemia, liderados por um governo de extrema direita, se não houvesse jornalismo?
Não pretendo me alongar aqui sobre a situação enfrentada por aqueles que trabalham em outros veículos, tampouco em casos específicos. O importante é ter em mente que a crise é generalizada. Ela é econômica, mas não apenas.
Então, talvez você possa se perguntar: e o Intercept, como tratou disso nos últimos meses?
Como editor-executivo, não faria sentido eu utilizar esse espaço para exaltação do TIB, tenho certeza de que você concorda com isso. Mas não vejo problema em apontar três medidas que tomamos ao longo desse período com o objetivo de preservar as pessoas e também garantir o sucesso do nosso trabalho: - Não reduzimos salários. De ninguém.
- Garantimos folgas periódicas para toda a equipe. Uma mensal e uma semana inteira a cada três meses. Além das férias, claro.
- Dentro das nossas possibilidades, oferecemos assistência para melhorar as condições de trabalho em casa e garantimos também todos os recursos para que o trabalho na rua fosse realizado em segurança.
Não costumamos tratar disso publicamente. O Intercept não fez nada de excepcional, apenas cumpriu com sua obrigação. Mas acho importante ressaltar que: isso só foi possível porque durante a pandemia as doações dos nossos leitores aumentaram. Sério, falo de maneira muito sincera: conseguimos garantir boas condições de trabalho, publicamos como nunca antes e fizemos jornalismo de impacto porque dezenas de milhares de pessoas nos ajudaram nesse período.
Quero partilhar com todos que recebem esta newsletter o nosso agradecimento. Em meu nome e em nome dos meus colegas: os que estão na nossa redação e aqueles que colaboraram conosco em uma pauta eventual. Vocês permitiram que nosso trabalho (e nosso sustento) não fosse interrompido e ainda nos ajudaram a crescer nesse momento tão difícil.
Como a maioria dos brasileiros, estamos esperançosos graças à vacina! Parece que o pior passou. Por isso estamos nos organizando para voltar à redação e mais intensamente para as ruas. É agora que precisamos da sua ajuda para não diminuir o ritmo e continuar garantindo os recursos que nossa equipe precisa para trabalhar.
O Intercept é feito coletivamente: por jornalistas, mas também por seus leitores. Você tem a chance de garantir a existência de um jornalismo realmente independente e focado na verdade, na justiça e nos direitos humanos. Vem fazer o TIB com a gente!
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Abraço, |
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