terça-feira, 15 de março de 2022

18 dias de guerra e possíveis desdobramentos

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18 dias de guerra e possíveis desdobramentos

por Editor Front

4-5 minutos


Anderson Barreto Moreira, Historiador e integrante do Front.

Integrantes da milícia neonazista ucraniana, o Batalhão de Azov.

1. Vai se consolidando, pelo menos nas análises mais sérias, a noção de que estamos imersos num conflito mundial, com diferentes campos de batalha: militar, econômica e, principalmente, informação. Os impactos econômicos já começam a se alastrar pelo planeta.

2. Informações contraditórias seguem deixando gerando uma névoa sobre a guerra. O ocidente abandonou qualquer postura jornalística. A grave denuncia da descoberta de laboratório de armas biológicas no território ucraniano, bancados pela OTAN e EUA, foi transformada num provável ataque russo com tais armas. A questão foi levada para ONU, que simplesmente se negou a investigar. No ocidente, agora se constrói a narrativa que haverá um ataque russo com armas químicas e biológicas. Mesmo fenômeno foi visto na Síria, quando depois se comprovou que o uso foi feito por mercenários e não pelo exército sírio. Pouco importou.

3. Depois de consolidada as posições ao sul, ao leste e ao norte, a Rússia começa a ampliar a campanha para o oeste, que até então não havia sido palco de batalhas. Um dos principais motivos é a insistência dos EUA e aliados em enviar armas e mercenários. Hoje a Rússia alegou ter matado 180 mercenários vindos de outros países e que estavam numa base de treinamento há apenas 30 km da fronteira da Polônia. Obviamente que isso acendeu o alerta pois a mesma é parte da OTAN. Pistas de pouso e aeroportos também estão sendo destruídos, já que Polônia e Alemanha ainda insistem na possibilidade de mandar caças para a Ucrânia. A Rússia mantém posicionamento firme: qualquer armamento ou mercenário ou país que interfira será alvo de ataques.

4. Kiev, assim como outras cidades chave, está cercada. Lá se concentra a maior força restante do exército e mercenários da Ucrânia.

5. Anúncios de negociações nessa segunda (14/03), em meio a tudo isso e as mensagens cada vez mais agressivas dos EUA e de Zelensky, parece algo desconectado. Talvez não seja, dado os estragos econômicos que já surgem no horizonte também na Europa. O problema é que até agora, após cada rodada, OTAN e EUA pressionam mais pela continuidade do conflito.

6. Seguindo o discurso atual, não surpreenderia que as negociações, consideradas otimistas pela Rússia, sejam afetadas por alguma bandeira falsa que jogasse por terra qualquer progresso. Um exemplo foi o discurso de Zelensky no domingo (13/03), e também da OTAN, de que um ataque com armas biológicas ou químicas levaria a um conflito direto, estabelecimento de uma zona aérea controlada, algo que tem sido evitado até agora.

7. A Europa vive já uma crise de refugiados, imersa em conflitos internos e arriscando ficar sem gás caso amplie sua ofensiva contra Moscou.

8. Na atual fase do conflito não há possibilidade de encerramento sem a derrota de um dos blocos. Mesmo a vitória militar da Rússia não significa o fim da crise. Qualquer governo que entre será considerado pro Rússia, e a OTAN e EUA apostam numa guerra permanente, desestabilizando a região. A Rússia já avisou que não permitirá tal atividade, mesmo que seja preciso atacar as fontes que alimentam o conflito.

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