segunda-feira, 18 de abril de 2022

Depois de anos, surtiu efeito

 

Segunda-feira, 18 de abril de 2022
Depois de anos, surtiu efeito

Olá, 

Uma das marcas do jornalismo do Intercept é a absoluta liberdade para denunciar e responsabilizar qualquer figura, empresa ou governo que atue em desacordo com o interesse público ou os direitos humanos. Poderia citar diversos exemplos em que, graças a reportagens do TIB, corruptos, abusadores e outros tipos desonestos tiveram que prestar explicações sobre suas condutas. 

Dois políticos andam em evidência nos últimos dias: Arthur do Val, deputado estadual pelo União Brasil em São Paulo, e Gabriel Monteiro, vereador carioca filiado ao PL de Jair Bolsonaro. Não por acaso, os dois têm canais no YouTube e conseguiram seus mandatos políticos surfando na onda da extrema direita. As denúncias que colocaram ambos nos jornais nas últimas semanas são muito graves. Mas preciso te dizer: do Val e Monteiro são velhos conhecidos do Intercept. 

Sobre Arthur do Val, o Mamãe Falei, e o MBL publicamos uma série de matérias e artigos de 2017 para cá, ou seja, desde os tempos em que o MBL ainda visto como um grupo de jovens que lutavam por mudanças na política. Hoje já está bem claro qual o tipo de mudança que eles desejavam. Na mais importante série de reportagens, áudios trocados entre integrantes do grupo revelaram  a intenção de "comprar um partido" para disputar eleições, relações impróprias com a rádio Jovem Pan, principal veículo de extrema direita no Brasil, e a relação do MBL com o bolsonarismo.

São cinco longos anos investigando essa turma: nós desnudamos o desprezo deles pelos valores democráticos. Por isso, não surpreende que vários deles estejam sendo cobrados publicamente por seus atos. Ontem foi a vez de Mamãe Falei, que teve sua cassação pedida pela Comissão de Direitos Humanos da Alesp – o caso deve ir para o plenário em breve.

Falamos pela primeira vez de Gabriel Monteiro em 2019. Na época, e isso não é coincidência, ele era integrante do MBL e policial militar. Mostramos como sua relação com o ex-governador Wilson Witzel o salvou de perder o cargo na PM. Há anos que Monteiro usa seu canal no YouTube para faturar com vídeos onde provoca políticos e militantes adversários, a que chama indistintamente de "esquerdistas", arruma confusão em espaços públicos e fala um amontoado de mentiras sobre a política e sobre ele mesmo. Exatamente o mesmo estilo de vídeo que tornou Arthur do Val famoso e abriu caminhos para que fosse eleito. 

Depois que assumiu o mandato na Câmara do Rio, Monteiro descobriu um novo filão: passou a filmar sua atuação em atos de caridade, supostamente ajudando crianças pobres ou mulheres em situação de rua. Agora já se sabe que ele forjava diversas cenas e, pior, passou a ser suspeito de manter relações com menores de idade e assediar assessores. 

Todo esse enredo tem outro aspecto importantíssimo que aproxima ainda mais os dois casos: a imensa responsabilidade do YouTube, plataforma essencial para a ascensão dessas e de muitas outras figuras nefastas da vida pública brasileira. Essa é uma questão para a qual chamamos a atenção há anos, boa parte deles praticamente sozinhos. 

Plataformas como o YouTube lucram uma dinheirama com esse tipo de conteúdo tóxico e desumano e por isso promovem sujeitos como Gabriel Monteiro e Mamãe Falei. E como eles há muitos mais, dos quais uma boa parte estará nas urnas em outubro próximo. Fecha-se um ciclo: figuras que usam o ódio para se promover depois trabalham por dentro para a deterioração total das instituições para que se difunda ainda mais ódio. Você sabe contra quem esse ódio é direcionado e a trajetória dos dois não deixa dúvidas: contra mulheres, contra os mais pobres, contra jovens negros, contra professores, contra vítimas da violência. 

Assim, ver Gabriel Monteiro e Arthur do Val responsabilizados pelo que semearam e são gera uma sensação de missão cumprida para quem como nós, no TIB, há anos investiga, reporta e denuncia tipos como eles. É bom saber que não foi em vão. Mas ainda há um longo caminho para percorrermos, especialmente num ano eleitoral tão importante. É por isso que o trabalho do Intercept é tão necessário. 

A gente não usa os algoritmos do YouTube para criar ruído, disseminar mentiras e teorias da conspiração e faturar com isso, (em nosso canal publicamos notícia de verdade, não usamos as táticas sujas do MBL, não apoiamos ou temos o apoio de políticos. Toda a nossa força vem da comunidade que se formou em torno do nosso trabalho. E para continuarmos investigando, denunciando, reportando, precisamos que você também nos ajude hoje. Com uma doação mensal de apenas R$ 20 você garante os recursos que precisamos para denunciar mais sujeitos que estão lucrando com esse momento terrível que vivemos. Vamos reagir a eles juntos?

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Um abraço,

Rafael Moro Martins
Editor Contribuinte Sênior
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