domingo, 3 de abril de 2022

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares, n° 959

 


 

 

 


O Brasil que o demente vai deixar (1).

O rendimento real habitual do trabalhador caiu 8,8% no trimestre encerrado em fevereiro deste ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Com isso, o valor passou de R$ 2.752 em fevereiro de 2021 para R$ 2.511 um ano depois, o menor já registrado em um trimestre encerrado em fevereiro desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A massa de rendimento ficou estável na comparação com o trimestre encerrado em novembro. Ela foi estimada em R$ 234,1 bilhões. A pesquisa também mostrou que a taxa de desemprego atingiu 11,2% no período e o número de desempregados chega a 12 milhões de pessoas.

A taxa de informalidade foi de 40,2% da população ocupada, ou 38,3 milhões de trabalhadores informais. No trimestre anterior, a taxa havia sido de 40,6% e, no mesmo trimestre do ano anterior, 39,1%. “A força de trabalho tem se recuperado a um ritmo mais lento se comparada a ocupação, em relação ao nível pré-pandemia”, ressalta análise do Banco Original.

O Brasil que o demente vai deixar (2). Lucros e juros ganharam espaço no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro nos últimos dois anos, período em que a crise econômica derrubou os salários dos 95 milhões de trabalhadores do país.

Segundo o jornal O Globo, a fatia de rendimentos do trabalho correspondia a 35,4% do PIB em fevereiro de 2020, antes da pandemia. No auge do registro de casos de Covid-19, em abril de 2021, o percentual caiu para 30,2%.

O motivo central do arrocho, diz o jornal, seria a pandemia, mas não é bem isso, afirma a técnica da subseção do Dieese da CUT Nacional, Adriana Marcolino, que reconhece: “A pandemia, de fato, provocou um grande impacto negativo no mercado de trabalho, mas no período de reabertura da economia a regra para novas contratações tem sido aprofundar a precarização e informalidade e reduzir salários, facilitadas pela falta de uma ação governamental que procurasse resolver esses problemas”.

“A queda dos rendimentos do trabalho é anterior à pandemia, começou com a retirada de direitos dos trabalhadores em 2017”, diz a técnica se referindo a reforma Trabalhista do ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), que acabou com mais de 100 itens da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Dos 119 reajustes com data-base em fevereiro analisados pelo Dieese, 60,5% ficaram abaixo da variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor, o INPC do IBGE. Esse dado, somado à alta rotatividade, tem achatado os salários, explica Adriana Marcolino.

Segundo a pesquisa do Globo, de março de 2020, até dezembro do ano passado, mais 6,5 milhões de trabalhadores engrossaram o grupo que ganha até um salário mínimo. “O que reforça que o problema não começou com a pandemia, foi aprofundado por ela”, afirma Adriana Marcolino.

O Brasil que o demente vai deixar (3). A parcela de famílias com dívidas, em atraso ou não, no país atingiu 77,5% em março deste ano. Essa é a maior proporção de endividados desde o início da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), em 2010, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em fevereiro, o percentual era de 76,6%. Já em março do ano passado, a taxa era de 67,3%, de acordo com a Peic.

O percentual de inadimplentes, ou seja, famílias com contas ou dívidas em atraso, chegou a 27,8%, o segundo maior percentual da pesquisa, ficando abaixo apenas daquele registrado no primeiro mês da Peic, em janeiro de 2010 (29,1%). Em fevereiro, taxa ficou em 27% e em março de 2021, 24,4%. Já as famílias que não terão condição de pagar suas dívidas e contas em atraso somam 10,8%, acima dos percentuais de fevereiro deste ano e de março do ano passado (ambos 10,5%).

O cartão de crédito responde por 87% dos motivos de endividamento no país, seguido pelos carnês (18,7%), financiamento de carro (11,2%), crédito pessoal (9,4%) e financiamento de casa (8,6%).

Um novo dado da pesquisa apontou que as cinco principais despesas mais comuns entre os consumidores são, nessa ordem: cartão de crédito, contas de serviços básicos como água e luz, contas de TV a cabo, internet e telefone fixo, contas de telefone celular e cartão de loja. Cada consumidor possui, em média, o mínimo de quatro despesas fixas entre seus compromissos financeiros no mês. Sete em cada 10(72%) dos consumidores apontaram, na comparação com o ano de 2020, que o poder de compra diminuiu. E entre as despesas que mais pesaram no bolso foram: alimentação (mercado), combustível, gás, luz e água, nessa ordem.

A luta é por reajustes salariais. Em 2021, 12% das greves foram organizadas por trabalhadores da indústria privada. Entre as categorias profissionais, destacaram-se metalúrgicos (5% das greves totais) e trabalhadores da construção (4%).

A principal demanda, presente em metade dessas mobilizações (50%), era referente à alimentação (concessão, regularização ou reajuste dos tíquetes e/ou cesta básica). Correção dos salários e/ou pagamento de abono (48%) vieram em seguida; depois, itens relacionados ao pagamento de participação nos lucros ou resultados (27%); e, por fim, regularização de salários e férias em atraso (26%).

De janeiro a abril de 2021, 27% das greves da indústria privada tinham o reajuste dos salários nas pautas; nos dois quadrimestres seguintes, entretanto, esse percentual ficou perto de 50% – aumento de 85% sobre os quatro primeiros meses do ano.

Ainda assim, os itens relativos à alimentação, exceto no quadrimestre intermediário, de maio a agosto, continuaram mais frequentes. De setembro a dezembro, estavam em mais de 60% das pautas grevistas.

As negociações da PLR continuam em evidência. No período em que se iniciam as campanhas salariais de importantes segmentos da metalurgia, no segundo quadrimestre, de maio a agosto, faziam parte de mais de 40% das pautas grevistas.

Aumenta o número de moradores de rua no país. Muito boa a entrevista concedida ao site Rebelión por Darcy Costa a João Vitor Santos e Ricardo Machado, dois estudiosos da questão.

Logo no início da entrevista e usando dados coletados pelo movimento eles nos dizem algo que todos percebem em qualquer esquina de qualquer cidade brasileira: o número de pessoas que vivem na rua continua aumentando. Por outro lado, tanto quem ajuda as pessoas nessas condições quanto quem depende disso ajudam a perceber o crescimento da população em situação de rua porque a quantidade de alimentos é cada vez menor. “Percebemos esse aumento de pessoas em situação de rua devido ao aumento das refeições que são distribuídas”, diz Darcy Costa, líder nacional do Movimento Nacional de Moradores de Rua (MNMR): “A quantidade de comida no prato diminui, embora o número de refeições doadas aumente”, acrescenta. Darcy conhece bem essa dor, tendo vivido nas ruas.

O que ele vê com os olhos se encarna no sofrimento da pessoa mostrada em números. Em março de 2020, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - Ipea, projetou que em 2021, 221.869 brasileiros viviam nas ruas, o equivalente a cerca de 0,1% da população total do país. Sem uma projeção, é difícil encontrar dados que atualizem essa dramática realidade social.

Em um gráfico apresentado na matéria vemos que a população de rua era de 92.515 pessoas, em setembro de 2012, e saltou para 221.869, em março de 2020!

Recorde de desempregados em busca de trabalho há mais de 2 anos. O mercado de trabalho no País chegou ao quarto trimestre de 2021 com proporção recorde de desemprego de longo prazo: mais de 30% dos cerca de 12,1 milhões de desempregados estavam em busca de uma vaga havia dois anos ou mais, maior porcentual de pessoas nessa situação em toda a série histórica iniciada em 2012, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

No primeiro trimestre de 2021, entre todos os desempregados, 23,5% estavam procurando trabalho há dois anos ou mais. No segundo trimestre, essa proporção subiu a 25,7%, aumentando a 28,9% no terceiro trimestre, até atingir o patamar de 30,3% no quarto trimestre do ano passado.

Além disso, o emprego sem carteira assinada cresceu mais do que o trabalho com carteira em relação a um ano antes, frisou o Ipea. O estudo tem como base os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Quanto os trabalhadores perderam? O economista Rodolfo Viana, do Dieese, faz uma comparação que mostra como a inflação corrói concretamente o poder aquisitivo dos brasileiros.

Ele pegou três itens: a cesta básica, o preço do gás de cozinha e os preços dos combustíveis. E mostra que hoje, esses produtos consomem mais de 95% do valor do salário mínimo, de R$ 1.212,00.

“Em janeiro de 2019, os mesmos itens consumiam um pouco menos de 75% do mínimo”, comenta o economista. Ou seja, estão custando 20% a mais.

Poderia ser diferente? Poderia. O economista, que responde pela subseção do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região, afirma: “São preços administrados pelo governo. Portanto, caberia a eles ter um controle mais efetivo, evitando-se as altas”.

A alta dos preços empobrece a população e afeta diretamente a qualidade de vida das famílias.

Congresso peruano vota contra o impeachment de Pedro Castillo. O plenário do Congresso peruano votou, na madrugada de terça-feira (29), contra a destituição do presidente José Pedro Castillo.

O presidente continuará no cargo, depois que a oposição falhou em conseguir os 87 votos necessários para a moção de vacância presidencial.

Após mais de seis horas de debate entre a oposição e governo, a votação ficou com 55 parlamentares a favor, 54 contra e 19 abstenções.

Dessa forma, o chefe de Estado permanecerá no cargo para o qual foi escolhido por mandato popular. Para sua destituição, era necessário o apoio de 87 parlamentares, número muito distante do obtido pela oposição.

O dia começou com a apresentação do presidente Pedro Castillo em plenário. Ele chegou acompanhado de seis ministros. Após sua apresentação, ele se retirou e deixou seu advogado, José Palomino Manchego, para exercer sua defesa, escreve o jornal La Republica.

Entre diversas polêmicas, a sessão teve de ser suspensa por diversas vezes, razão pela qual só terminou pela madrugada.

Sob o comando da Casa Branca e dos estrategistas/golpistas de Washington, nas últimas semanas, o presidente do Peru enfrentou uma série de tentativas golpistas. Recentemente, ministros foram acusados de falta de preparo para suas funções. Após as pressões, o presidente decidiu realizar profundas mudanças.

No Haiti, quatro milhões de pessoas ameaçadas pela fome. Os altos níveis de insegurança alimentar no Haiti podem aumentar e a fome afetará 4,6 milhões de pessoas nos próximos meses, alertou o Programa Mundial de Alimentos (PAM) na última terça-feira (22 de março).

O Haiti “faz parte de um 'anel de fogo' que envolve o mundo, onde choques climáticos, conflitos, covid-19 e custos crescentes estão levando comunidades vulneráveis ​​à beira do abismo”, disse Pierre durante entrevista coletiva.

A inflação, os conflitos marcados por grupos criminosos e os desastres devido a fenômenos naturais andam de mãos dadas com a persistente instabilidade política, aumentada desde o assassinato em 7 de julho de 2021 do então presidente Jovenel Moïse.

De acordo com as últimas estimativas da Classificação Integrada de Fases (IPC) utilizada pelo PMA e que tem uma escala de cinco, estima-se que cerca de 4,5 milhões de haitianos passem fome, mais de 40% de seus 11 milhões de habitantes.

Querem salvar a golpista. É claro que a Casa Branca e a CIA não deixariam sua “filha” sem cobertura. E agora estão agindo para salvá-la da prisão.

O Tribunal Constitucional Plurinacional, por meio do Despacho Constitucional nº 0440/2021-CA, de 29 de novembro de 2021, que ficou conhecido recentemente, não resolve todas as dúvidas surgidas no curso do processo aberto contra Jeanine Añez, pois não define como órgão máximo de interpretação e controle constitucional, se ela deve ser julgada por um Julgamento de Responsabilidade ou por um Julgamento Ordinário.

Em primeira instância, foi instaurado um processo criminal contra Jeanine Añez pelo Ministério Público a pedido da Empresa Boliviana de Alimentos - EBA, por posse indevida de um responsável que não estava apto para o cargo; naquele momento Añez exerceu inconstitucionalmente a Presidência.

O processo é encaminhado ao Terceiro Juiz de Instrução Anticorrupção e Antiviolência contra a Mulher do Departamento de La Paz; A defesa de Añez levanta um incidente, mencionando que ela exerceu a Presidência constitucionalmente, pelo que lhe corresponde um Julgamento de Responsabilidade e não um Julgamento Ordinário. A este incidente, o Juiz decide ser competente para conhecer o processo e emite a Resolução nº 318/2021, de 22 de junho de 2021, declarando a exceção de incompetência suscitada pela defesa não provada, resolução contra a qual Añez interpõe Recurso de Agravo de Instrumento, com prioridade para resolver o referido conflito pelo Tribunal de Apelação, que é a Quarta Câmara Criminal do Tribunal Departamental de Justiça de La Paz.

O povo boliviano espera que as autoridades analisem em profundidade a Ordem Constitucional nº 0440/2021-CA, de 29 de novembro de 2021, e percebam que nenhum privilégio ou jurisdição constitucional corresponde, mas sim um Julgamento Ordinário contra Jeanine Añez em todos os processos abertos contra ela por acontecimentos que levaram ao golpe de estado e sua consolidação por meio da extrema violência estatal cometida contra civis e que deixou dezenas de mortos em Sacaba e Senkata. É coerente e congruente, tanto com a jurisprudência constitucional já consagrada pelo Acórdão Constitucional nº 0052/2021, quanto em diversos trechos desta Ordem Constitucional que analisamos.

Uruguai: um país dividido, mas com a direita ainda mandando. No domingo (27), mais de 2.254.000 cidadãos uruguaios -85% dos qualificados- foram às urnas no referendo para revogar 135 artigos da Lei de Consideração Urgente (LUC) e a vitória apertada foi para o Não por 50.800 votos de vantagem sobre o Sim Desta forma, a lei repressiva do governo de coalizão de direita permaneceu firme.

A LUC foi aprovada em 2020 com 476 artigos que alteram a constituição do Uruguai em aspectos relacionados à segurança, financiamento do Estado, políticas públicas e até o direito à greve. O conjunto de mudanças foi a principal agenda do novo governo em seu início.

A consulta do referendo foi um movimento importante contra a agenda de Lacalle Pou, sendo garantida através de uma campanha promovida por sindicatos, organizações sociais e movimentos populares, que reuniram 763.443 assinaturas em julho do ano passado.

Em matéria de segurança, amplia penas para delitos cometidos por adolescentes, flexibiliza o uso da força policial contra as manifestações populares, criando o delito de 'resistência' e ampliando a figura de legítima defesa no caso de resposta policial.

No aspecto da gestão pública, a lei estabelece um teto de gastos para as instituições do Estado. Além disso, permite que a estatal petroleira ANCAP estabeleça os preços do combustível de acordo com os valores internacionais, podendo ser atualizado a cada 60 dias.

Em janeiro, a taxa de desemprego no Uruguai atingiu 7,4% e 10,2% da população vivia abaixo da linha de pobreza, segundo o Instituto Nacional de Estatística.

Fim da “Lei dos Segredos”. A presidenta de Honduras, Xiomara Castro, assinou a revogação da lei de sigilo que vigorou nos dois últimos governos do ex-presidente Juan Orlando Hernández, que classificava informações sobre o uso de recursos do Estado, impedindo o acesso de jornalistas e cidadãos, e agora ele está indo para investigar a corrupção do Partido Nacional desde o golpe contra Manuel Zelaya em 2009.

Hernández, gestor da “lei da mordaça” que blindava informações sobre o uso de recursos do Estado, impedindo o acesso de jornalistas e do público em geral. ele é demandado pela justiça americana, que o acusa de ter introduzido 500.000 quilos de cocaína no país norte-americano.

A lei dos segredos resultou na violação da Lei de Transparência e Acesso à Informação Pública implementada em 2006 durante o primeiro ano de governo do ex-presidente Zelaya. No entanto, da presidência do Congresso Nacional, Hernández aprovou a lei que protegeria seus dois mandatos como presidente.

Nos últimos 12 anos, os governos do Partido Nacional que se sucederam no poder triplicaram a dívida externa de Honduras, um país falido, como afirmou o presidente Xiomara Castro na posse.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Pedro Barquero, destacou que essa regulamentação da “narcoditadura” impedia o acesso a informações sobre gastos públicos “para esconder do povo muitas transações econômicas que eram corruptas para que não notássemos e que ninguém poderia revisá-los e auditá-los”, assegurou.

O povo hondurenho está livre dessa Lei e vai tomar conhecimento do que foi feito durante o governo apoiado pelos EUA.

Aumenta a “pobreza do trabalho” no mundo. Mais de 230 milhões de trabalhadores com suas famílias vivem abaixo da linha de pobreza internacional.

A crise neoliberal e a pandemia aumentaram o número de trabalhadores que vivem na pobreza em todo o mundo, e o desemprego atingiu sobretudo as mulheres e os jovens, indicou uma nova análise da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgada esta segunda-feira 21.

A parcela de trabalhadores pobres vinha diminuindo constantemente em todo o mundo, de 26,1% em 2000 para 6,7% em 2019, mas a pandemia interrompeu a tendência, atingindo 7,2% em 2020, embora em 2021 tenha contraído até 6,9%.

Esses percentuais significam que outros oito milhões de trabalhadores com suas famílias vivem abaixo da linha de pobreza internacional, que inclui 230 milhões dos cerca de 3,35 bilhões empregados no mundo.

A parcela de trabalhadores pobres aumentou em todas as regiões em 2020, exceto Europa e Ásia Central, onde a baixa taxa de 0,3% de 2019 permaneceu inalterada, e apenas a Ásia e o Pacífico reduziram sua taxa de pobreza trabalhadora para 2,9% desde o início da pandemia.

Quanto ao desemprego, em 2021 a taxa situou-se em 6,2%, muito superior aos 5,4% existentes antes da pandemia, o que se traduz em mais 28 milhões de desempregados em 2021 do que em 2019, e a OIT estima que se mantenha acima do pré-Covid níveis até pelo menos 2023.

As mulheres trabalhadoras foram afetadas desproporcionalmente, representando 39,4% do emprego total pouco antes da pandemia e representando quase 45% das perdas globais de emprego em 2020.

Os jovens continuaram a apresentar taxas de desemprego mais altas do que antes da pandemia em 40 dos 46 países com dados trimestrais disponíveis para 2021.

A proporção de jovens em todo o mundo que não trabalham, não estudam nem seguem treinamento (NiNi) está em seu nível mais alto desde 2005, quando começou a série estatística que acompanha seus casos.

Inflação em alta na “zona do euro”. Na quarta-feira (30), a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, disse que a inflação na zona do euro provavelmente será impulsionada por três fatores: os altos preços da energia, a crescente pressão no setor alimentício e alguns gargalos na indústria manufatureira.

De acordo com a análise preliminar do Eurostat, empresa responsável por diversas estatísticas da União Europeia, a expectativa é que 19 países da zona do euro registrem uma inflação recorde de 7,5% em março.

“A inflação anual da zona do euro deve ser de 7,5% em março de 2022, acima dos 5,9% em fevereiro, de acordo com uma estimativa rápida do Eurostat”, disse a entidade em comunicado.

Segundo dados da Eurostat, os preços de energia subiram 44,7% em relação a março de 2021, após uma alta de 32 % em fevereiro. As indústrias da alimentação, álcool e tabaco sofreram um impacto de 5%. Bens industriais, excluindo energia, também registraram alta, chegando a 3,4%, enquanto os serviços apresentaram um aumento de 2,7%.

A inflação na zona do euro está em seu nível mais alto desde que os registros do euro começaram a ser feitos em 1997.

Macron tem problemas para reeleição. A menos de quinze dias do primeiro turno das eleições presidenciais francesas, o governo é alvo de fortes críticas provocadas pelo aumento do número de contratos fechados com consultorias privadas. Entre elas, a empresa americana McKinsey, suspeita de não ter pago imposto na França nos últimos dez anos. Na quarta-feira (30), o governo assegurou que “não tem nada para esconder”, e denunciou o “uso político” da situação.

A comissão de inquérito aberta no Senado para investigar o caso acusa o governo francês de minimizar a influência dos consultores”. Os parlamentares da casa, composta principalmente por integrantes do partido de direita Os Republicanos, revelaram no dia 17 de março o aumento de contratos fechados pelo Executivo com diversas consultorias privadas, desde 2018.

A polêmica repercute nas intenções de votos. Uma pesquisa de opinião publicada pela empresa Elabe, na quarta-feira, mostrou uma diminuição da diferença entre o presidente francês, que tenta a reeleição, e a candidata do Reunião Nacional, a direitista Marine Le Pen, no segundo turno das eleições.

Trabalhadores estão conscientes. Funcionários da empresa ferroviária grega TrainOSE se recusam a participar do transporte de veículos militares dos EUA e da OTAN do porto de Alexandrópolis para a fronteira ucraniana.

A administração da empresa está exercendo pressão sobre os funcionários, de acordo com o portal do Partido Comunista Grego (PCG).

Nos últimos dias, navios dos EUA transportando veículos blindados têm chegado ao porto de Alexandrópolis, no nordeste da Grécia. Os equipamentos deverão ser enviados para a Polônia.

O navio Liberty King está agora sendo descarregado. De acordo com o chefe do porto, Konstantinos Chatzimichail, até 30 de março já foram enviados três trens completos para a parte ocidental da Polônia.

No entanto, de acordo com o portal, os funcionários ferroviários gregos recusam-se a trabalhar no transporte de tanques da OTAN pelos trens a partir do referido porto, bem como a fornecer apoio técnico no transporte.

Após tentativas de forçar o pessoal a fazer este trabalho, os sindicatos de Tessalônica intervieram e aprovaram uma resolução exigindo que as ferrovias gregas não sejam utilizadas no transporte de equipamento militar, que parem de ameaçar os funcionários que estão contra o envio de equipamento militar, avança o portal.

A resolução foi apoiada por cerca de 15 sindicatos locais, incluindo empregados da indústria química do norte da Grécia, trabalhadores de Tessalônica dos setores da construção civil, das telecomunicações e informática, indústria alimentícia, autoridades locais e empresas municipais, hotéis e empresas de restauração.

Uma guerra diferente (1). Desde o início dos conflitos na Ucrânia temos conversado com muita gente e sempre exponho a minha posição: vamos viver um tipo de guerra diferente! Uma guerra que não se resume aos campos de batalha e aos armamentos usados.

Em tempos de globalização neoliberal e de informática, é claro que essa guerra tomaria rumos novos. E os “gênios” da Casa Branca pensaram que fariam com a Rússia o mesmo tipo de pressão que fazem com outras nações. Alimentaram a agressão da Ucrânia contra os povos do Donbass e acharam que sanções econômicas seriam suficientes para fazer Putin recuar e aceitar a OTAN em seu “quintal”.

Mas não esperavam dois fatores novos: 1) o modelo econômico mundial não é mais o mesmo de tempos passados e; 2) há uma nova divisão de poderes no planeta.

A Rússia tem demonstrado isso e o BRICS é uma força nova e não prevista pelos estrategistas da Casa Branca.

Uma guerra diferente (2). O primeiro exemplo do que estamos dizendo é que o presidente da União Federal da Indústria da Alemanha (BDI, na sigla em alemão), Siegfried Russwurm, em entrevista ao canal de TV ZDF, alertou para as consequências catastróficas do embargo energético à Rússia.

De acordo com ele, a recusa do país de importar gás russo pode colocar a indústria alemã em uma situação catastrófica.

Além disso, nesta semana, Martin Brudermuller, presidente do maior consórcio petroquímico alemão BASF, disse que a Alemanha enfrentará uma crise econômica muito séria se abdicar do fornecimento de gás e petróleo da Rússia.

A União Europeia (UE) obtém cerca de 40% do seu gás natural da Rússia. Após o início da operação especial militar da Rússia na Ucrânia, o bloco prometeu reduzir sua dependência da energia russa, cortando-a em dois terços neste ano e totalmente até 2030, substituindo-a por entregas de outros fornecedores e energias renováveis.

Uma guerra diferente (3). O índice de inflação na zona do euro bateu um novo recorde em março, alcançando 7,5% no acumulado de 12 meses, e ainda deve acelerar mais daqui para a frente devido ao aumento dos preços da energia, no contexto de guerra na Ucrânia. Um cenário que complica a tarefa do Banco Central Europeu (BCE), forçado a reagir, simultaneamente, ao aumento dos preços e à desaceleração do crescimento econômico.

Em fevereiro, a inflação havia sido de 5,9% para os 19 países que adotam a moeda única, o que já representava o maior índice registrado pela agência europeia de estatísticas desde o início da medição dos preços ao consumidor na região, em janeiro de 1997.

Na França, onde os preços da gasolina já ultrapassam, em média, a barra dos € 2 por litro, um desconto de 15 centavos por litro de combustível entrou em vigor nesta sexta-feira (1°). O governo francês também anunciou uma ajuda de € 100, aproximadamente R$ 650, a todos as pessoas que ganham menos de € 2 mil, quase R$ 13 mil por mês.  Chamada de "cheque inflação", a medida deve beneficiar 38 milhões de franceses.

A Espanha também divulgou um pacote de ajuda de € 6 bilhões, na quarta-feira (30/03).

A alta da inflação é alimentada pela disparada dos preços do petróleo, gás e energia elétrica. As tarifas da energia aumentaram 44,7% no acumulado do último ano, após uma alta de 32%, em fevereiro.

Todos os componentes do índice são afetados por uma aceleração dos preços, com destaque para os alimentos: +5%, após +4,2% em fevereiro. Os bens industriais subiram 3,4% em março, após 3,1%, no mês anterior. Até os preços dos serviços decolaram: +2,7% em março, contra 2,5%, em fevereiro.

A Rússia é o principal fornecedor de gás da União Europeia (EU) e o segundo maior exportador de petróleo do mundo. Assim como a Ucrânia, a Rússia também é uma grande potência agrícola: juntos, os dois países representam 30% das exportações mundiais de trigo. As tensões e as incertezas sobre a oferta do produto causaram um aumento nos preços das commodities nos mercados mundiais, nos últimos meses.

Alguns estão gostando da “guerra”. O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, o ministro das Finanças, Christian Lindner, o ministro da Economia, Robert Habeck, e outros altos funcionários receberam aumentos salariais, informou o portal alemão DWN, citando novos números salariais de membros do governo que entraram em vigor nesta sexta-feira (1º).

Enquanto isso, a Alemanha pode estar à beira de uma crise econômica ao aderir às sanções ocidentais contra a Rússia e ficar sob risco de escassez de energia. Ao longo das últimas semanas, os altos funcionários pedindo aos alemães comuns que se preparem para “tempos difíceis”.

Scholz, cujo salário mensal é próximo a 30.000 euros, obteve um aumento de 345 euros por mês. Já Lindner e Habeck agora estão recebendo mais 275 euros cada, segundo as informações do DWN.

No mês passado, Lindner, ministro das Finanças, admitiu ao site Finanzmarktwelt que, se a Alemanha tivesse que pagar mais pela energia, “nós, como país, ficaríamos mais pobres em geral”.

Não é piada! Pode parecer engraçado, mas é um fato noticiado em alguns jornais que a administração Biden vai trabalhar com os parceiros para entregar tanques soviéticos com o objetivo de apoiar as Forças Armadas ucranianas na região de Donbass, informou nesta sexta-feira (1º) o The New York Times.

Não, não houve erro de digitação de nosso Informativo. Biden vai fornecer à Ucrânia tanques da época da União Soviética! E somos obrigados a rir quando vemos, no complemento da notícia, que a decisão de intermediar a transferência de tanques soviéticos, que os militares ucranianos estão habituados a operar, a fim de não perder tempo com treinamento, é uma resposta a outro pedido do presidente ucraniano Vladimir Zelensky.

Então tá, então! Tanques da época da União Soviética para resistir aos atuais tanques desenvolvidos pela indústria bélica russa? Só pode ser piada!

E a OTAN “botou o galho dentro”. De acordo com o inspetor-geral das Forças Armadas alemãs, Eberhard Zorn, não há “nenhum sinal” indicativo de um ataque do Exército russo aos países da Aliança Atlântica.

Neste sábado (2), o inspetor-geral das Forças Armadas alemãs, Eberhard Zorn, reiterou que as tropas dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) não vão participar do conflito na Ucrânia, mesmo que sejam utilizadas armas de destruição em massa.

Questionado sobre o possível avanço das tropas russas para oeste, Zorn respondeu que, neste momento, a OTAN não vê “nenhum sinal” que indique um ataque do Exército do país euroasiático aos países da Aliança, e declarou que ainda há tempo de “expandir as capacidades da OTAN e fortalecer o flanco oriental”. “Até o final de maio, teremos estabelecido os grupos de combate necessários em todos os países, do mar Báltico ao Negro”, disse ele.

Lá, a história se repete! Lemos uma notícia, em site internacional (é claro que nossa imprensa não vai divulgar), que Hunter Biden, filho do atual presidente dos EUA, tem um papel fundamental no financiamento das pesquisas de patógenos que foram encontradas em laboratórios da Ucrânia.

Pelas provas que foram encontradas e levadas ao conhecimento da Assembleia Geral da ONU, os laboratórios encontrados pelas tropas russas não eram simplesmente de “estudos científicos”, mas, sim, de estudos para guerras biológicas. Os experimentos poderiam ser usados em qualquer lugar do planeta.

As provas documentais encontradas em computadores e correios eletrônicos, apontam para o envolvimento de um fundo de investimento administrado por Hunter Biden no financiamento das pesquisas biológicas de alto risco.

O Ministério da Defesa da Rússia também apresentou os nomes de funcionários dos EUA envolvidos na criação de componentes de armas biológicas na Ucrânia.

Um dos envolvidos é Robert Pope, na época diretor do Programa Cooperativo de Redução de Ameaças do DTRA, que procurou atrair os Estados pós-soviéticos para a guerra biológica. E uma tal de Joanna Wintrall, chefe do DTRA na Embaixada dos EUA em Kiev, liderou a coordenação de projetos biológicos militares em território ucraniano.

Pelas provas agora obtidas, a empresa ucraniana de construção de motores, Motor Sich, perguntou aos fabricantes turcos de drones Bayraktar sobre a possibilidade de pulverizar aerossóis fabricados por eles, o que gera preocupação no contexto do programa biológico militar dos EUA implementado no território da Ucrânia.

Entenderam isso? Estavam se preparando para pulverizar os mais diversos tipos de vírus pelo planeta.

Lendo a matéria de hoje não pude deixar de lembrar de um artigo que escrevi há muitos anos sobre um certo Prescott Bush.

Para quem não conhece, Prescott Sheldon Bush foi senador dos EUA e um dos grandes banqueiros de Wall Street. Pai do ex-presidente dos EUA George H. W. Bush e avô do ex-presidente dos EUA George W. Bush. Que família!

Por que lembramos disso? Porque Prescott Bush foi julgado e condenado nos EUA por ter sido sócio de Hitler e ter favorecido ao surgimento e crescimento do nazismo alemão!

O “vovô” Prescott foi sócio de Percy Rockfeller, que por sua vez dirigia a Remington Arms. E essa empresa fornecia a maior parte dos rifles usados na Primeira Guerra. E manteve laços comerciais e ideológicos muito fortes com os alemães.

E nunca a nossa imprensa “tão livre e isenta” falou que os Bush tinham ligações “carinhosas” com teorias racistas do começo do século. E existem, escondidas da imprensa, provas da colaboração de Prescott com médicos de Auschwitz. Muita gente pensa que esse tipo de “ciência maldita” é “coisa de alemão”. Só que a eugenia foi muito mais vitaminada nos EUA do que na Alemanha.

Vamos simplificar. Quando George H. W. Bush elegeu-se presidente dos EUA conseguiu um “indulto” e Prescott foi inocentado.

Estamos aqui imaginando: pai de George H. W. Bush e avô de George W. Bush foi inocentado. Agora o filho de Joe Biden está envolvido no desenvolvimento de um laboratório de guerra biológica. E penso: “lá, a história se repete?”

Agora está sendo divulgado. A situação criada depois dos acontecimentos na Ucrânia é tão significativa que agora até grandes jornais “deles” não escondem a verdade.

Dois importantes jornais, o britânico Daily Mail e o estadunidense Fox News, derrubaram o muro de silêncio intransponível para divulgar a ligação do filho do presidente Biden com os laboratórios de guerra biológica descobertos pelas tropas russa em território ucraniano.

O Daily Mail –suposta porta-voz da espionagem britânica do MI6 e sua monarquia neoliberal globalista–, em uma devastadora exclusividade (25/3), afirma que Hunter Biden ajudou a obter milhões de dólares para financiar a empreiteira nos Estados Unidos especializada em investigação de patógenos letais, como revelado pelos e-mails esmagadores em seu laptop de peregrino que renderam inquéritos fiscais ao filho do presidente em Delaware, um paraíso fiscal imperceptível. Daily Mail revela que e-mails e correspondências do laptop abandonado (sic) de Hunter mostram que as alegações – do governo russo sobre o programa de pesquisa de armas biológicas do Pentágono que ajudou a financiar na Ucrânia – podem muito bem ser verdadeiras.

Mas Biden quer mais guerra! O presidente dos EUA defendeu um maior investimento nas Forças Armadas do país e na Ucrânia em um discurso ao Congresso.

Joe Biden, presidente dos EUA, emitiu na segunda-feira (28) uma declaração pedindo para continuar o investimento de resposta à crise na Ucrânia apoiando suas necessidades básicas.

“Estou pedindo um investimento contínuo para responder assertivamente à agressão de [presidente russo Vladimir] Putin contra a Ucrânia com o apoio dos EUA às necessidades econômicas, humanitárias e de segurança da Ucrânia”, diz o comunicado.

A administração Biden também destinou financiamento para a OTAN e iniciativas semelhantes. “O orçamento inclui US$ 6,9 bilhões [R$ 33,14 bilhões] para a Iniciativa de Dissuasão Europeia, a Organização do Atlântico do Norte (OTAN), e contrariar agressão russa para apoiar a Ucrânia, a forte parceria dos Estados Unidos com aliados da OTAN, e outros Estados parceiros europeus, aumentando o financiamento para melhorar as capacidades e prontidão das forças dos EUA, dos aliados da OTAN e parceiros regionais, face à agressão russa”, disse.

Biden pretende igualmente que o orçamento do ano fiscal de 2023 (de 1º de outubro de 2022 a 30 de setembro de 2023) contenha um dos maiores investimentos de todos os tempos na segurança nacional dos EUA.

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