“Ele” vai enfrentar o STF e a ONU?
Durante a semana o insano mostrou, mais uma vez, que
quer conduzir o país a um golpe e que não respeita os direitos constituídos ao
conceder “graça constitucional" a parlamentar condenado a oito anos de prisão
em medida inédita. Decisão causa polêmica jurídica e reforça a relação
conflituosa entre o Palácio do Planalto e a Corte de Justiça, mas ele insiste
em enfrentar todos para salvar Daniel Silveira, seu comparsa.
E, agora, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) denunciou
o insano à Organização das Nações Unidas (ONU) pelo indulto concedido ao
deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). O parlamentar foi condenado pelo Supremo
Tribunal Federal (STF), na última quarta-feira (20), a 8 anos e 9 meses de
prisão, por ataques à democracia. Em informe encaminhado ao relator especial da
ONU sobre Independência de Juízes e Advogados, Diego García-Sayán, a ABI afirma
que o decreto presidencial “afronta a democracia, a separação de poderes, a independência
do Judiciário e a administração da Justiça”.
A denúncia foi ainda registrada como “grave violação
dos direitos no Brasil”. Segundo a associação, a concessão do perdão a Daniel
Silveira deve ser entendida “como uma usurpação de poderes”. A avaliação é que o
inepto se utilizou de institutos públicos para interesses próprios, resultando
em desvio da finalidade do ato administrativo. Daniel Silveira foi condenado
pelo STF por 10 votos favoráveis, com apenas um contrário. Além da prisão em
regime fechado, o parlamentar, que é amigo pessoal da “familícia” e aliado
político do presidente, também foi condenado a perda do mandato e dos direitos
políticos e multa de R$ 212 mil.
Mas ele ainda terá pela frente outro enfrentamento
sério. O Comitê de Direitos Humanos da ONU reconheceu parcialidade do ex-juiz
Sergio Moro no processo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da SIlva (PT)
no âmbito da Operação Lava Jato. Além disso, o órgão também determina ao
governo brasileiro a reparação de todos os danos causados a Lula e a adoção de
medidas de prevenção para evitar violações similares a qualquer outro cidadão
brasileiro.
No documento emitido de Genebra, tornado público nesta
quinta-feira (28/04), as Nações Unidas também exigem que o Brasil traduza,
publique e divulgue amplamente o conteúdo da decisão enviada à defesa de Lula e
ao governo federal. No prazo de 180 dias, as autoridades brasileiras deverão
prestar informações sobre as medidas tomadas para efetivar as exigências da
ONU.
Na decisão, os peritos afirmam que as autoridades
brasileiras passaram por cima de uma liminar da ONU, concedida em agosto de
2018, que pedia a manutenção dos direitos políticos de Lula até que seu caso
fosse avaliado pelo Supremo Tribunal (STF) e que o mérito fosse tratado por
Genebra. Porém, a liminar foi ignorada pelo então governo do golpista Michel
Temer.
A dúvida agora é se o demente vai cumprir as exigências
da ONU. A decisão do Comitê é obrigatória e vinculante, uma vez que o Brasil é
signatário do Pacto Internacional de Direitos Humanos e Políticos. A defesa de
Lula acrescenta que o governo brasileiro também assumiu que violações que
viessem a ocorrer em relação ao pacto poderiam ser julgadas pelo órgão da ONU.
“A partir dessa posição nós assumimos que há uma obrigação do governo
brasileiro de cumprir essa decisão porque ela impõe uma obrigação internacional
ao país”, ressaltou Zanin.
E vem mais por aí! Católicos
pelo Direito de Decidir, Cáritas Brasileira e Igreja Episcopal Anglicana do
Brasil, entre outras entidades cristãs, alertam para a manipulação de um
discurso supostamente religioso que busca validar o neoliberalismo, o moralismo
e a retórica do ódio.
O documento divulgado em Brasília traz a assinatura,
entre outras, da Comissão Brasileira de Justiça e Paz, da Conferência dos
Religiosos do Brasil, dos Católicos pelo Direito de Decidir, da Caritas
Brasileira e da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil e acusa do ex-capitão de
utilizar frequentemente discursos supostamente religiosos para tentar legitimar
suas posições neoliberais, moralismos e a promoção direta de discursos de ódio
e intolerância.
O texto responsabiliza o imbecil diretamente por essa
estratégia. “O apoio do Presidente da República aos grupos católicos
ultraconservadores -diz ele- tem ocupado um espaço significativo na mídia e na
agenda política”. E destaca que tal agenda “articula diversos movimentos
fundamentalistas e bandeiras discursivas contra o comunismo, a teologia da
libertação, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos Católicos do Brasil) por
seu papel na Igreja e na sociedade, os 'bispos comunistas', o Papa Francisco,
etc.”
Taxa de desemprego é uma das maiores do
mundo. Levantamento da Austin Rating,
a partir das projeções do último relatório do FMI, mostra que desemprego no
país deve ficar bem acima da média global, das economias emergentes e do G20.
A taxa de desemprego do Brasil deve ficar entre as
maiores do mundo em 2022, segundo levantamento da agência de classificação de
risco Austin Rating, elaborado a partir das novas projeções do Fundo Monetário
Internacional (FMI) para a economia global.
No ranking, que inclui as projeções do FMI para um
conjunto de 102 países, o Brasil aparece com a 9ª pior estimativa de desemprego
no ano (13,7%), bem acima da média global prevista para o ano (7,7%), da taxa
dos emergentes (8,7%) e é a 2ª maior entre os membros do G20 – atrás só da
África do Sul (35,2%).
Brasil tem recorde de 33,8 milhões de pessoas recebendo
no máximo 1 salário mínimo
Um dos piores PIBs da America do Sul. As incertezas provocadas pela guerra na Ucrânia sobre
a inflação e a volatilidade do sistema financeiro farão as economias da América
Latina (AL) e o Caribe crescer menos em 2022, divulgou nesta quarta-feira a
Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). O órgão, vinculado
às Nações Unidas, reduziu a previsão de crescimento da região de 2,1% para 1,8%
neste ano.
Para o Brasil, a estimativa de expansão do Produto
Interno Bruto caiu de 0,5% para 0,4% em 2022, abaixo da média do continente
sul-americano. A previsão de crescimento para as economias da América do Sul (AmS)
aumentou levemente, de 1,4% para 1,5%, graças à melhoria das previsões em
diversos países vizinhos.
A estimativa para o crescimento econômico passou de
2,2% para 3% na Argentina, de 3,7% para 4,8% na Colômbia, de 3,1% para 3,9% no
Uruguai e de 3% para 5% na Venezuela. Em contrapartida, caiu de 1,9% para 1,5%
no Chile e de 3% para 2,5% no Peru.
Índices de preços em Supermercados bate
recorde. O Índice de Preços dos
Supermercados (IPS), apurado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas)
em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), foi de
2,64% em março, o maior da série histórica para o mês. O grupo de alimentos foi
um dos mais impactados pela alta das commodities, o que explica a aceleração
registrada. O IPS acumulado em 12 meses chegou a 15,22%.
Desde 2020, o mercado sinaliza alta nos preços das
principais commodities. O conflito entre Rússia e Ucrânia acelerou essa
tendência. O relatório do Banco Central aponta que a escalada dos preços
internacionais não dá sinas de reversão. Outro fator que pesa na composição do
preço são os custos de produção dos produtos alimentícios industrializados. Os
custos dos serviços de logística, de matérias-primas e da energia elétrica
tiveram elevação de 16,09% em março.
Fatores climáticos também influenciaram na alta dos
industrializados. A estiagem na região Sul reduziu a área de pasto, deteriorou
a qualidade da forragem e da silagem, intensificando o efeito da entressafra.
Em março, por exemplo, o leite inflacionou 7,80% e, no acumulado, 10,13%.
Aumentam casos de depressão no país. Com políticas que levaram país à recessão econômica,
além do agravamento da pandemia, governo do insano agrava quadro da saúde
mental entre os brasileiros
Este governo, com políticas que levaram ao
empobrecimento da população e ao agravamento da pandemia de covid-19, está
entre as causas do aumento de casos de depressão no país. A avaliação é de
Fernanda Lou Sans Magano, presidenta do Sindicato dos Psicólogos de São Paulo (Sinpsi).
Levantamento do Ministério da Saúde divulgado na última semana mostra que 11,3%
dos brasileiros adultos disseram ter tido diagnóstico médico da doença, um
número muito acima da média da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontada para
o Brasil, que é de 5,3%. O dado se refere ao levantamento feito em 2021, que
pela primeira vez inseriu o tema na entrevista feita anualmente por telefone
com pessoas que moram nas capitais.
A prevalência de entrevistados diagnosticados com
depressão foi maior em Porto Alegre (17,5%) e menor em Belém (7,2%). As mulheres
foram as que mais relataram os casos, em todas as faixas etárias. A Pesquisa
Nacional de Saúde (PNS), de 2019, registrou que 10% da população tinha
diagnóstico médico de depressão. Em 2013, a taxa era de 7,6%. Por essa razão a
doença passou a ser incluída no levantamento do Ministério.
Frente Nacional contra a Fome! Na quinta-feira (28), o auditório da Assembleia
Legislativa do Rio Grande do Sul foi ocupado por movimentos, organizações e
articulações brasileiras para lançar a “Frente Nacional Contra a Fome”. Espaço
horizontal de articulação e convergências, após um ano de modelagem, a Frente
nasce com o objetivo de enfrentar a fome nas suas dimensões estrutural e
emergencial, a partir da construção de uma agenda coletiva com ações diretas e
incidência política frente à insegurança alimentar e nutricional que se
encontra o povo brasileiro. Educação, formação, mobilização e organização
popular são princípios e palavras de ordem. A Frente é espaço de educação e
organização popular para juntos colocarmos “a fome num museu”, como diz o
Emicida.
No Brasil, duas tendências opostas na evolução da fome
entre os anos 2004 e 2018 se apresentaram. Durante o período de 2004 a 2013
cerca de 3,7 milhões de domicílios saíram da situação de fome no país. Ao mesmo
tempo, 3,6 milhões de domicílios foram identificados como em situação de fome.
Sergipe, Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Rio Grande do Sul, Mato
Grosso e Acre foram os estados onde a fome aumentou. No país, a situação estava
grave e piorou ainda mais nos últimos dois anos. Em janeiro de 2021, 55% da
população brasileira encontrava-se em insegurança alimentar, ou seja, um em cada
dois brasileiros. Além disso, cerca de 19 milhões de brasileiros encontravam-se
em situação de insegurança alimentar grave. Ou seja, não estavam se alimentando
regularmente nem uma vez por dia, segundo dados do Inquérito Nacional sobre
Insegurança Alimentar no contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil,
desenvolvido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar
– Rede Penssan.
Surgem informes da ditadura. Documentos inéditos encontrados no Arquivo Histórico
Diplomático do Ministério do Exterior da Itália (Farnesina), mostram que
ditadura militar brasileira, por meio do Itamaraty, pediu ao então governo italiano
que censurasse duas publicações que denunciavam o clima de terror, as torturas
e as várias violações dos direitos humanos sofridas por dissidentes políticos
no país sul-americano em 1971. Um ano antes, a embaixada havia chegado a
oferecer propina para barrar evento que aconteceu em Milão.
Em resposta a uma solicitação enviada em 7 de abril de
1971 pela embaixada brasileira que pedia ao governo italiano que suspendesse a
circulação de duas publicações - Dossier sobre o Brasil e o Boletim informativo
da Resistência Brasileira -em 3 de maio de 1971, disse que “os jornais não
podem ser sujeitos a censura”.
O informe deixa claro à ditadura brasileira, que
tentava importar sua censura ao solo estrangeiro, que, segundo a legislação italiana,
“basta cumprir com as regras da lei de imprensa para poder colocar no papel o
próprio pensamento político sem que as autoridades governamentais possam
impedi-lo”. O órgão ainda citou o artigo 12 da Constituição local, segundo o
qual “todos têm o direito de expressar livremente a própria opinião.”
No documento enviado a Marco Fortini, conselheiro da
Farnesina, a embaixada brasileira descreve as publicações como “escandalosas e
falsas”, que visam “difamar e caluniar a realidade do Brasil” e “solicita [ao
governo italiano] providências para que seja sustada a circulação das mesmas”.
Nicarágua x OEA. O Governo da Nicarágua decidiu se retirar a partir de
24 de abril de todos os mecanismos relacionados à Organização dos Estados
Americanos (OEA) e fechar seu escritório em território nicaraguense, anunciou o
Itamaraty.
“Ratificamos nossa decisão invariável de deixar a OEA,
expressa em 19 de novembro de 2021, (...), chame-as de Comissões, chame-as de
Reuniões, chame-as de Cúpula das Américas”, disse o comunicado.
A nota destaca que a Nicarágua não terá presença na
OEA, e “nem esta infame organização, consequentemente, terá escritórios em
nosso país”. “Sua filial local foi fechada”, diz ele.
Em 19 de novembro, a Nicarágua renunciou à OEA e acusou
seu secretário-geral, Luis Almagro, de facilitar a hegemonia dos Estados Unidos
na América Latina e no Caribe.
Apoio à Nicarágua. O secretário-executivo da ALBA-TCP, Sacha Llorenti,
qualificou a determinação do governo sandinista como “digna, coerente e soberana”.
A Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América -
Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) expressou neste domingo seu apoio ao
governo da Nicarágua após sua decisão "soberana" de expulsar a Organização
dos Estados Americanos (OEA).
O secretário-executivo da ALBA-TCP, Sacha Llorenti, destacou
em sua conta na rede social Twitter que esta instituição apoia “a digna,
coerente e soberana decisão do Governo de Reconciliação e Unidade Nacional da
República da Nicarágua de expulsar a OEA e impedir fazendo parte de seus
mecanismos”.
Este domingo, o ministro das Relações Exteriores da
Nicarágua, Denis Moncada, ratificou a "decisão invariável" do governo
do presidente Daniel Ortega de deixar aquela organização interamericana,
processo que começou em novembro de 2021.
A organização ratificou seu apoio incondicional à nação
centro-americana, “em sua decisão de continuar defendendo a soberania, a paz e
os notáveis progressos sociais, econômicos,
de segurança e de unidade nacional alcançados”.
Pura provocação? A Colômbia está passando por um importante momento com
reorganização da esquerda que venceu com vantagens as eleições legislativas, em
março passado, e caminha para as eleições presidenciais de 29 de maio com uma
forte chapa de esquerda que cresce nas pesquisas.
Então, que tipo de provocação prepara a Casa Branca ao designar
a Colômbia como aliado externo da OTAN, que é formada por 30 países.
Washington já deixou claro sua intenção de reforçar os
laços e cooperação militar com sua “representante” na América Latina, a
Colômbia. Após enviar blindados, Washington decidiu enviar 12 helicópteros
Black Hawk, para reforçar as capacidades colombianas, supostamente contra o
narcotráfico.
A entrega dos helicópteros foi anunciada pelo
presidente colombiano Iván Duque, e pelo embaixador dos EUA no país, Philip
Goldberg.
Feminicídios no México. Em maio de 2002 escrevi um artigo com o título “Maquiladoras:
um castigo para o México”. No texto eu relato a forma como o feminicídio
explodiu naquele país depois da implantação das maquiladoras e o desprezo que o
governo e as instituições tinham com o problema. E citava, na época, que entre
1993 e 1998 foram assassinadas 137 mulheres. Em 1999 foram mais 15 jovens de
famílias, todas com idades entre 15 e 17 anos.
Mais de 20 anos depois sou levado a retomar o tema. Até
agora, em 2022, 7,1 mulheres e meninas desapareceram no México a cada dia,
informou a Secretaria de Segurança e Proteção ao Cidadão (SSPC) ao Senado da República.
No total somam 748 e 46% (345) desaparecidos na Cidade
do México, Morelos e no Estado do México; enquanto em 2021, 430 meninas e
mulheres foram traficadas para exploração sexual, mais de uma por dia; além do
fato de que 66 em cada 100 mulheres com 15 anos ou mais sofreram algum
incidente de violência
Isso foi dito por Tania Jimena Enríquez Mier, chefe da
Unidade de Prevenção ao Crime e Violência da SSPC. E explicou que em 2020 foram
abertas 949 pastas de inquérito por feminicídio; em 2021 eram 977, dos quais 12
por cento correspondem a menores de 18 anos, facto que preocupa, embora tenha
assegurado que o feminicídio diminuiu 29 por cento.
O responsável da Secretaria de Segurança afirmou que em
termos de feminicídio, 49 por cento foram agredidas pelo atual parceiro, enquanto
53 por cento tiveram pelo menos um incidente violento por diferentes
agressores. Ele assegurou que o feminicídio diminuiu 29% em 2022, em comparação
com seu máximo histórico em agosto de 2021.
A presidente da Comissão Especial, Gabriela López
Gómez, destacou que os sistemas de justiça criminal, como um todo, precisam ser
profundamente avaliados e reformados, para garantir que as mulheres que buscam
justiça e proteção sejam tratadas de maneira adequada e profissional.
A senadora Martha Lucía Micher Camarena denunciou que
um dos maiores obstáculos para erradicar a violência contra mulheres, meninas e
adolescentes é o Ministério Público, já que não se interessa pela vida das
mulheres e “só quando estamos mortas eles se importam”.
A senadora Josefina Vázquez Mota destacou que, no
México, existem cerca de cinco milhões de menores que são violadas sexualmente
neste momento, crimes que ficarão impunes.
O que ocorreu na França? A votação de Emmanuel Macron na disputa presidencial
francesa, com vitória sobre Marine Le Pen, foi relativamente apertada em
relação a outras vezes em que a extrema-direita foi ao segundo turno.
Precisamos analisar melhor, porque isso mostra que o fascismo segue avançando com
a profunda crise neoliberal. Em terceiro lugar ficou o esquerdista Jean-Luc
Mélenchon (França Insubmissa).
O crescimento do discurso neofascista, na França e em
outros países, incluindo, claro, o Brasil, é resultado do esgarçamento dos
discursos e das políticas de igualdade. Entregues à própria sorte sob
sucessivas gestões neoliberais, os franceses buscam em Le Pen um freio
imaginário para a deterioração dos laços de solidariedade no país.
Macron sabe que a invasão russa da Ucrânia e a
recuperação econômica após a paralisação devido à pandemia exigem respostas
urgentes, que ele não ofereceu até agora. Mas há outras questões há muito atrasadas,
como a transição da França para a energia limpa, cuja sustentabilidade está
corroendo o país e aparecendo no abstencionismo eleitoral.
Por outro lado, a extrema-direita (Le Pen) coloca em
debate o espectro de uma Frexit (uma hipotética saída francesa da União
Europeia) e seu programa está comprometido com a substituição progressiva da
União Europeia por uma Aliança Europeia das Nações, uma tentativa de fazer
prevalecer o direito nacional sobre acima do direito comunitário, obviamente incompatível
com a adesão à União Europeia.
O candidato da esquerda, Mélenchon, disse no domingo
(24) que, com a reeleição de Emmanuel Macron, inicia-se o “terceiro turno das
eleições” já que, em junho, os franceses voltam às urnas para escolher novos
parlamentares.
Mais 263 milhões de pessoas podem cair na
miséria. Mais 263 milhões de pessoas
podem ser empurradas para a pobreza extrema este ano, como resultado do
COVID-19, das desigualdades crescentes e dos preços dos alimentos disparados,
alerta um novo relatório da coalizão anti-pobreza Oxfam.
Se medidas radicais e imediatas não forem tomadas,
“podemos estar diante do maior aumento nos níveis de extrema pobreza e
sofrimento da humanidade de que há evidências”, alertou a diretora da Oxfam
Internacional, Gabriela Bucher.
Segundo a Oxfam, a fortuna dos 10 homens mais ricos do
mundo passou de 700 bilhões de dólares para 1,5 trilhão (milhões de milhões), a
uma taxa de 15 mil dólares por segundo, durante os dois primeiros anos da
pandemia de covid.
A coalizão publicou seu relatório "Depois da
crise, a catástrofe", para coincidir com as reuniões de primavera do Fundo
Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que começaram na
segunda-feira, 18.
Enquanto muitas pessoas estão lutando para lidar com o
aumento drástico do custo de vida – tendo que escolher entre comer ou pagar
contas médicas ou de gás – a ameaça da fome paira sobre milhões de pessoas que
já sofrem níveis severos de fome e pobreza na África em sul do Saara, Iêmen e
Síria.
As pessoas que vivem na pobreza são as mais afetadas por
essas crises. Os aumentos dos preços dos alimentos representam 17% dos gastos
do consumidor nos países ricos, mas 40% na África Subsaariana.
Enquanto isso… Os gastos militares globais cresceram em 2021 pelo
sétimo ano consecutivo e ultrapassaram dois trilhões de dólares pela primeira
vez na história, de acordo com o International Peace Research Institute
(SIPRI), com sede em Estocolmo.
O novo máximo, de 2.113 bilhões de dólares, representa
um aumento de 6,1% em termos nominais e de 0,7% em termos reais, confirma o
SIPRI em relatório publicado em 25 de abril. Em relação ao produto interno bruto
global, no entanto, os gastos militares caíram de 2,3% para 2,2% devido a uma
forte recuperação econômica em 2021.
Estados Unidos, China, Índia, Reino Unido e Rússia
foram os cinco países que mais gastaram em questões militares, correspondendo a
62% do total.
Embargo ao gás russo provocará crise. A proibição total do gás da Rússia pode causar uma
grave crise energética em alguns países da União Europeia (UE), disse a vice-presidente
de Valores e Transparência da Comissão Europeia, Vera Jourova.
“Estamos trabalhando no sexto pacote de sanções. No
entanto, antes de impor sanções, temos que verificar se os países membros estão
dispostos a adotar essas medidas (...) Um embargo total de gás pode causar uma
grave crise energética em uma série de países”, disse Jourova em entrevista ao
jornal suíço 'Neue Zurcher Zeitung'.
A Comissão Europeia planeja apresentar até o final de
maio próximo um plano sobre como eliminar a dependência da UE do gás, petróleo
e carvão russos até 2027.
Sanções saem pela culatra. Mídia francesa falou de vários navios russos presos em
portos da França após a imposição de sanções que proíbem a entrada de navios de
bandeira russa em portos europeus.
Navios comerciais russos presos em portos franceses
carregando veículos, produtos químicos e outras cargas tornaram-se um grande
incômodo para as autoridades locais, atrapalhando os terminais e custando
milhares de euros para serem movidos, relatou no sábado (23) o canal France 2.
O canal francês cita o exemplo do Vladimir Latyshev, um
navio de carga geral de bandeira russa preso em Saint-Malo, noroeste da França.
O navio de 141 metros de comprimento é tão grande que mal cabe no cais do porto
da região da Bretanha, forçando os trabalhadores a deslocá-lo constantemente
para dar espaço a outros navios. A tripulação do navio tem estado presa a bordo
por cerca de 50 dias e depende inteiramente de seu empregador para as
refeições, já que seus cartões bancários foram bloqueados na França.
Os proprietários de navios russos iniciaram vários
processos contra as autoridades francesas em resposta à retenção de seus
navios, com uma embarcação, Pola Ariake, um graneleiro de propriedade russa,
mas com bandeira do Panamá, sendo liberada da detenção no porto de Lorient no
final de março, após um juiz decidir que nenhuma sanção realmente se aplica ao
navio.
Suspenso o fornecimento de gás para Bulgária
e Polônia. A empresa de gás russa
Gazprom informou que cortará completamente o fornecimento de gás natural para a
Bulgária e Polônia, após se recusarem a realizar os pagamentos em rublos.
A Gazprom ressaltou que a suspensão do fornecimento
para a Bulgária não afetará o trânsito de gás para a Hungria.
A Gazprom reduzirá o trânsito para países terceiros, em
caso de desvio não autorizado de combustível pela Bulgária e Polônia.
O fornecimento de gás para a Hungria continuará sendo
realizado, sem interrupções, conforme o contrato e como previsto pelo
cronograma, afirmou o MRE russo.
No dia 1º de abril, a Gazprom anunciou que notificou
seus clientes do novo procedimento de pagamento do gás em rublos, após o presidente
da Rússia, Vladimir Putin, informar que assinou um decreto, em 31 de março,
"que estabelece regras para o comércio do gás natural russo com os
chamados Estados hostis".
Áustria vai pagar. O ministro das Relações Exteriores da Áustria, Karl Nehammer,
garantiu que seu país usará o rublo para importar gás russo.
“A Áustria e a OMV [a empresa de gás austríaca]
aceitaram as condições de pagamento, assim como a Alemanha”, disse Nehammer em
entrevista coletiva em Viena.
O chefe do governo austríaco lembrou que durante sua
visita a Moscou no início deste mês, o presidente Putin confirmou que a empresa
Gazprom continuará entregando gás ao seu país.
"A situação não mudou para o nosso país", enfatizou
Nehammer.
O custo para a economia mundial. A economia mundial vai crescer 3,6% este ano, e não
4,4% como esperado há três meses, devido à guerra na Ucrânia, que atrapalha o
comércio e eleva os preços de energia e alimentos, indicou em um novo relatório
nesta terça-feira (19) o International
Fundo Monetário (FMI).
“No momento em que uma recuperação duradoura parecia
estar tomando forma a partir do colapso econômico global causado pela pandemia,
a guerra criou a perspectiva muito real de que grande parte desse progresso
evaporará”, disse o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas.
A queda esperada segue o crescimento de 6,1% no ano
passado, e está prevista uma melhora de 3,6% para 2023, também inferior aos
3,8% estimados em janeiro.
No caso da América Latina e Caribe, região menos
afetada que seus vizinhos pelo conflito, o crescimento pode permanecer em 2,5%
tanto em 2022 quanto em 2023.
Fiado só no ano que vem! Não sei quem lembra dessa frase em uma plaquinha nos
botequins da vida. Estamos lembrando dela, agora, lendo sobre as nações que
estão enviando armas para a Ucrânia e incentivando a resistência para agravar o
conflito.
Praticamente todos os líderes ocidentais, manipulados pela
Casa Branca, estufam o peito ao anunciar que vão enviar armas e suprimentos
militares para Zelensky. Mas nenhum diz que tudo é um grande negócio e nem uma
única bala de fuzil está sendo entregue de graça. Ou seja, o povo ucraniano vai
levar décadas pagando por isso!
Reparem na sordidez das ações. Os governos dizem que,
em um futuro distante, podem até contribuir para a reconstrução da Ucrânia, mas
primeiro querem vender suas armas. O lucro é sem dúvida a principal motivação
de europeus e estadunidenses, mesmo quando se trata de entregar armas. Na
Ucrânia, e não só lá, eles acreditam que as Forças Armadas e os batalhões neonazistas
se sacrificam pelos valores democráticos e, portanto, deveriam receber tudo de
graça. Mas as autoridades ocidentais têm uma opinião diferente: sua ajuda se
resume ao fato de que eles estão prontos para fornecer essas armas à Ucrânia.
Mas, no final, eles terão que pagar por todas as armas
e outras ajudas do Ocidente, a Ucrânia terá que pagar por um longo tempo. Por
exemplo, apenas em 28 de abril a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou uma
legislação que relaxa os requisitos para participar de acordos de empréstimo e
arrendamento de equipamentos de defesa com a Ucrânia e outros países do Leste
Europeu, abrindo caminho para que mais armas “made in USA” cheguem à região.
Para garantir que a Ucrânia possa arcar com essas
compras, a nova legislação prevê a extensão do empréstimo para mais de cinco
anos e os prazos de pagamento das entregas são adiados sem data específica.
E embora os pagamentos da maior parte da dívida ainda
estejam por vir, alguns suprimentos militares já estão sendo faturados hoje.
Por exemplo... O Reino Unido já anunciou que pretende entregar à
Ucrânia obuses autopropulsados AS-90 de 155 mm
com dezenas de milhares de projéteis, informou o jornal
'Express', citando fontes.
Na noite de 23 para 24 de abril, “fontes confirmaram
que esta semana o Reino Unido entregará 45.000 projéteis altamente explosivos
para a Polônia, juntamente com obuses autopropulsados AS-90”, informou a agência.
Ainda do Reino Unido, o vice-ministro da Defesa britânico,
James Heappey, afirmou que dentro de algumas semanas o Reino Unido fornecerá à
Ucrânia mísseis Brimstone de alta tecnologia.
O vice-ministro disse que a Ucrânia recentemente pediu
para fornecer mísseis táticos de longo alcance para atacar alvos no solo e que
o governo britânico decidiu fornecer os mísseis Brimstone.
Também a Polônia acaba de anunciar que já forneceu 7
bilhões de zloty (R$ 7,8 bilhões) em armamento a Kiev e disse que sem a ajuda
os ucranianos não seriam capazes de contra-atacar as forças russas.
A Polônia ofereceu armas a Kiev em um valor de R$ 7,8
bilhões em meio à operação especial da Rússia na Ucrânia, escreveu no sábado
(23) Piotr Muller, porta-voz do governo polonês, citando o premiê do país.
Mas tudo está indo para a conta que deverá ser paga
pelo povo ucraniano para manter a sandice de Washington.
Nos EUA, um cantinho para dormir. Muito boa a matéria publicada no site “Mundo Obrero”.
Há algum tempo transcrevemos um artigo com dados oficiais, mostrando que Nova Iorque
é a cidade com o maior número de moradores de rua no mundo. A matéria de ontem
vai além e complementa.
Durante os dois anos da epidemia de COVID-19, os
proprietários de imóveis de Nova York solicitaram o despejo de mais de 100.000
pessoas. A mesma tendência é evidente em todos os EUA. Os despejos prejudicam
esmagadoramente mães solteiras, idosos, pessoas de cor e pobres. São as pessoas
com menos recursos, as que provavelmente se refugiarão em algum lugar ao longo
da rede de metrô e em acampamentos de sem-teto.
Mesmo os trabalhadores alojados estão agora vulneráveis
se cochilar no caminho de casa do trabalho, uma
ocorrência comum no metrô ao longo de sua história. A polícia pode expulsar uma
pessoa dormindo em qualquer parada do Metrô. Tudo o que a polícia precisa fazer
é "aconselhá-los a procurar ajuda". E onde está a ajuda? A polícia
não está aqui para ajudar, muito menos para “servir e proteger” os
trabalhadores. A polícia existe para proteger a propriedade e proteger os donos
da propriedade – a classe capitalista.
Durante a onda de tiroteios em massa nas últimas semanas
em várias cidades estadunidenses (Sacramento, Califórnia, Syracuse e Nova York)
e o recente ataque de 12 de abril ao metrô de Nova York, a mídia transmitiu
vídeos de espectadores chocados com gritos e sangue. Mas as autoridades e a polícia
não tomam providências.
Mas o ex-policial prefeito de Nova York, Eric Adams, só
teve uma “brilhante solução” para os problemas das pessoas que vivem na cidade:
impor “lei e ordem” enviando mais policiais.
PIB dos EUA cai 1,4% no primeiro trimestre. O produto
interno bruto (PIB) dos EUA caiu 1,4% no primeiro trimestre de 2022, em índice
anualizado, resultado bem abaixo da expectativa do mercado, que apostava em uma
alta de 1,1% no período.
Ainda provisório, o dado, informado pelo escritório
oficial de estatísticas (BEA) do Departamento de Comércio do país na
quinta-feira (28) mostra o primeiro desempenho negativo da economia estadunidense
desde o segundo trimestre de 2020, ainda no início da pandemia de covid-19.
“Teremos uma recessão. Nada é certo na vida econômica,
mas isso é bastante certo”, disse Gary Hufbauer, ex-funcionário do Tesouro dos
EUA e membro sênior não residente do Instituto Peterson de Economia Internacional,
à agência de notícias Xinhua.
Hufbauer observou que não há experiência histórica que
sugira que, com uma inflação tão alta, o Federal Reserve seja capaz de reduzir
a inflação para sua meta de 2% sem recessão.
O índice de preços ao consumidor de março subiu 8,5% em
relação ao ano anterior, o maior aumento em 12 meses desde o período encerrado
em dezembro de 1981, segundo dados do Departamento do Trabalho.
Alta dos preços dos alimentos bate recorde. O jornal The Washington Post informou que a crise na
Ucrânia está batendo à porta dos EUA, fazendo com que a alta dos preços dos
alimentos atingisse um valor histórico desde o princípio da década de 1980.
“No início da semana, os futuros do milho na bolsa de
valores de Chicago superaram oito dólares por bushel, batendo um recorde de
quase uma década”, informou o jornal.
De acordo com a mídia estadunidense, o presidente Joe
Biden havia prometido permitir a venda de gasolina com alto teor de etanol até
o verão deles, o que antes era proibido devido à poluição do ar. E esta ação
também contribuirá para o aumento dos preços, já que o milho é usado na
fabricação do etanol.
Ainda vale ressaltar que, após o início da operação
russa na Ucrânia, os EUA proibiram o fornecimento dos recursos energéticos
russos, fazendo com que os preços começassem a disparar no país.
De acordo com o Ministério do Trabalho e Previdência,
no final de março os preços dos produtos tiveram uma alta de 8,5%, o maior aumento
desde dezembro de 1981.
Difícil de explicar. O Pentágono
revelou que as forças estadunidenses perderam US$ 7 bilhões (R$ 35 bilhões) em
armas e outro material durante a catastrófica retirada de suas tropas do
Afeganistão.
Além disso, Washington forneceu ao governo afegão US$
18,6 bilhões (R$ 93,2 bilhões) em armamentos entre 2005 e 2021, citou a CNN.
A mídia também destacou que a saída caótica do
Afeganistão contou com diversas perdas em suas tropas, além de muitos cidadãos americanos
e aliados afegãos que foram abandonados no país.
Outro fator crítico do governo Biden foram as armas e
equipamentos militares deixados para trás, ficando em poder do Talibã
(organização sob sanções da ONU por atividade terrorista), o que na época gerou
duras críticas ao governo Biden.
Inflação alta, PIB em queda, mas... A Câmara dos Deputados dos EUA aprovou uma legislação
que afrouxa os requisitos do país para se engajar em acordos de empréstimo e
arrendamento de equipamentos de defesa com a Ucrânia e outras nações do Leste
Europeu, abrindo caminho para que mais armas dos EUA fluam para a região em
meio à operação militar especial da Rússia. A aprovação do projeto ocorreu na
quinta-feira (28).
Os legisladores da Câmara aprovaram o projeto em uma
votação de 417 a dez. Agora, o texto segue para sanção do presidente, Joe
Biden.
O Senado já havia aprovado por unanimidade o projeto de
lei no início de abril.
Acordos de empréstimo e arrendamento remontam à famosa
política do presidente dos EUA, Franklin Roosevelt, durante a época da Segunda
Guerra Mundial, que forneceu armas e outros materiais às nações aliadas,
incluindo a União Soviética.
Medo também da China. A proliferação de ataques de segurança cibernética
associados à China foi uma das questões abordadas no domingo (24) pelo diretor
do FBI, Christopher Wray, que afirmou que as autoridades de inteligência
enfrentam ameaças de segurança cibernética e de espionagem da China “sem
precedentes na história”.
“A maior ameaça que enfrentamos como país do ponto de
vista de contrainteligência é da República Popular da China e, especialmente,
do Partido Comunista Chinês”, disse Wray, acusando a China de visar a inovação
americana, segredos comerciais e propriedade intelectual “em uma escala sem
precedentes na história”.
O chefe do FBI falava no programa 60 Minutos emitido no
domingo (24). A entrevista decorreu na sede do FBI em Washington, DC, em 21 de
abril. “Eles roubaram mais dados pessoais e empresariais dos americanos do que
todas as nações juntas”, afirmou Wray, observando que o escopo do programa de
hacking ligado à China tem como alvo todos os setores da economia dos EUA,
incluindo agricultura, tecnologia, saúde e aviação.
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