terça-feira, 3 de maio de 2022

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares, n° 963

 

“Ele” vai enfrentar o STF e a ONU?

Durante a semana o insano mostrou, mais uma vez, que quer conduzir o país a um golpe e que não respeita os direitos constituídos ao conceder “graça constitucional" a parlamentar condenado a oito anos de prisão em medida inédita. Decisão causa polêmica jurídica e reforça a relação conflituosa entre o Palácio do Planalto e a Corte de Justiça, mas ele insiste em enfrentar todos para salvar Daniel Silveira, seu comparsa.

E, agora, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) denunciou o insano à Organização das Nações Unidas (ONU) pelo indulto concedido ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). O parlamentar foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na última quarta-feira (20), a 8 anos e 9 meses de prisão, por ataques à democracia. Em informe encaminhado ao relator especial da ONU sobre Independência de Juízes e Advogados, Diego García-Sayán, a ABI afirma que o decreto presidencial “afronta a democracia, a separação de poderes, a independência do Judiciário e a administração da Justiça”.

A denúncia foi ainda registrada como “grave violação dos direitos no Brasil”. Segundo a associação, a concessão do perdão a Daniel Silveira deve ser entendida “como uma usurpação de poderes”. A avaliação é que o inepto se utilizou de institutos públicos para interesses próprios, resultando em desvio da finalidade do ato administrativo. Daniel Silveira foi condenado pelo STF por 10 votos favoráveis, com apenas um contrário. Além da prisão em regime fechado, o parlamentar, que é amigo pessoal da “familícia” e aliado político do presidente, também foi condenado a perda do mandato e dos direitos políticos e multa de R$ 212 mil.

Mas ele ainda terá pela frente outro enfrentamento sério. O Comitê de Direitos Humanos da ONU reconheceu parcialidade do ex-juiz Sergio Moro no processo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da SIlva (PT) no âmbito da Operação Lava Jato. Além disso, o órgão também determina ao governo brasileiro a reparação de todos os danos causados a Lula e a adoção de medidas de prevenção para evitar violações similares a qualquer outro cidadão brasileiro.

No documento emitido de Genebra, tornado público nesta quinta-feira (28/04), as Nações Unidas também exigem que o Brasil traduza, publique e divulgue amplamente o conteúdo da decisão enviada à defesa de Lula e ao governo federal. No prazo de 180 dias, as autoridades brasileiras deverão prestar informações sobre as medidas tomadas para efetivar as exigências da ONU.

Na decisão, os peritos afirmam que as autoridades brasileiras passaram por cima de uma liminar da ONU, concedida em agosto de 2018, que pedia a manutenção dos direitos políticos de Lula até que seu caso fosse avaliado pelo Supremo Tribunal (STF) e que o mérito fosse tratado por Genebra. Porém, a liminar foi ignorada pelo então governo do golpista Michel Temer.

A dúvida agora é se o demente vai cumprir as exigências da ONU. A decisão do Comitê é obrigatória e vinculante, uma vez que o Brasil é signatário do Pacto Internacional de Direitos Humanos e Políticos. A defesa de Lula acrescenta que o governo brasileiro também assumiu que violações que viessem a ocorrer em relação ao pacto poderiam ser julgadas pelo órgão da ONU. “A partir dessa posição nós assumimos que há uma obrigação do governo brasileiro de cumprir essa decisão porque ela impõe uma obrigação internacional ao país”, ressaltou Zanin.

E vem mais por aí! Católicos pelo Direito de Decidir, Cáritas Brasileira e Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, entre outras entidades cristãs, alertam para a manipulação de um discurso supostamente religioso que busca validar o neoliberalismo, o moralismo e a retórica do ódio.

O documento divulgado em Brasília traz a assinatura, entre outras, da Comissão Brasileira de Justiça e Paz, da Conferência dos Religiosos do Brasil, dos Católicos pelo Direito de Decidir, da Caritas Brasileira e da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil e acusa do ex-capitão de utilizar frequentemente discursos supostamente religiosos para tentar legitimar suas posições neoliberais, moralismos e a promoção direta de discursos de ódio e intolerância.

O texto responsabiliza o imbecil diretamente por essa estratégia. “O apoio do Presidente da República aos grupos católicos ultraconservadores -diz ele- tem ocupado um espaço significativo na mídia e na agenda política”. E destaca que tal agenda “articula diversos movimentos fundamentalistas e bandeiras discursivas contra o comunismo, a teologia da libertação, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos Católicos do Brasil) por seu papel na Igreja e na sociedade, os 'bispos comunistas', o Papa Francisco, etc.”

Taxa de desemprego é uma das maiores do mundo. Levantamento da Austin Rating, a partir das projeções do último relatório do FMI, mostra que desemprego no país deve ficar bem acima da média global, das economias emergentes e do G20.

A taxa de desemprego do Brasil deve ficar entre as maiores do mundo em 2022, segundo levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating, elaborado a partir das novas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a economia global.

No ranking, que inclui as projeções do FMI para um conjunto de 102 países, o Brasil aparece com a 9ª pior estimativa de desemprego no ano (13,7%), bem acima da média global prevista para o ano (7,7%), da taxa dos emergentes (8,7%) e é a 2ª maior entre os membros do G20 – atrás só da África do Sul (35,2%).

Brasil tem recorde de 33,8 milhões de pessoas recebendo no máximo 1 salário mínimo

Um dos piores PIBs da America do Sul. As incertezas provocadas pela guerra na Ucrânia sobre a inflação e a volatilidade do sistema financeiro farão as economias da América Latina (AL) e o Caribe crescer menos em 2022, divulgou nesta quarta-feira a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). O órgão, vinculado às Nações Unidas, reduziu a previsão de crescimento da região de 2,1% para 1,8% neste ano.

Para o Brasil, a estimativa de expansão do Produto Interno Bruto caiu de 0,5% para 0,4% em 2022, abaixo da média do continente sul-americano. A previsão de crescimento para as economias da América do Sul (AmS) aumentou levemente, de 1,4% para 1,5%, graças à melhoria das previsões em diversos países vizinhos.

A estimativa para o crescimento econômico passou de 2,2% para 3% na Argentina, de 3,7% para 4,8% na Colômbia, de 3,1% para 3,9% no Uruguai e de 3% para 5% na Venezuela. Em contrapartida, caiu de 1,9% para 1,5% no Chile e de 3% para 2,5% no Peru.

Índices de preços em Supermercados bate recorde. O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), apurado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), foi de 2,64% em março, o maior da série histórica para o mês. O grupo de alimentos foi um dos mais impactados pela alta das commodities, o que explica a aceleração registrada. O IPS acumulado em 12 meses chegou a 15,22%.

Desde 2020, o mercado sinaliza alta nos preços das principais commodities. O conflito entre Rússia e Ucrânia acelerou essa tendência. O relatório do Banco Central aponta que a escalada dos preços internacionais não dá sinas de reversão. Outro fator que pesa na composição do preço são os custos de produção dos produtos alimentícios industrializados. Os custos dos serviços de logística, de matérias-primas e da energia elétrica tiveram elevação de 16,09% em março.

Fatores climáticos também influenciaram na alta dos industrializados. A estiagem na região Sul reduziu a área de pasto, deteriorou a qualidade da forragem e da silagem, intensificando o efeito da entressafra. Em março, por exemplo, o leite inflacionou 7,80% e, no acumulado, 10,13%.

Aumentam casos de depressão no país. Com políticas que levaram país à recessão econômica, além do agravamento da pandemia, governo do insano agrava quadro da saúde mental entre os brasileiros

Este governo, com políticas que levaram ao empobrecimento da população e ao agravamento da pandemia de covid-19, está entre as causas do aumento de casos de depressão no país. A avaliação é de Fernanda Lou Sans Magano, presidenta do Sindicato dos Psicólogos de São Paulo (Sinpsi). Levantamento do Ministério da Saúde divulgado na última semana mostra que 11,3% dos brasileiros adultos disseram ter tido diagnóstico médico da doença, um número muito acima da média da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontada para o Brasil, que é de 5,3%. O dado se refere ao levantamento feito em 2021, que pela primeira vez inseriu o tema na entrevista feita anualmente por telefone com pessoas que moram nas capitais.

A prevalência de entrevistados diagnosticados com depressão foi maior em Porto Alegre (17,5%) e menor em Belém (7,2%). As mulheres foram as que mais relataram os casos, em todas as faixas etárias. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), de 2019, registrou que 10% da população tinha diagnóstico médico de depressão. Em 2013, a taxa era de 7,6%. Por essa razão a doença passou a ser incluída no levantamento do Ministério.

Frente Nacional contra a Fome! Na quinta-feira (28), o auditório da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul foi ocupado por movimentos, organizações e articulações brasileiras para lançar a “Frente Nacional Contra a Fome”. Espaço horizontal de articulação e convergências, após um ano de modelagem, a Frente nasce com o objetivo de enfrentar a fome nas suas dimensões estrutural e emergencial, a partir da construção de uma agenda coletiva com ações diretas e incidência política frente à insegurança alimentar e nutricional que se encontra o povo brasileiro. Educação, formação, mobilização e organização popular são princípios e palavras de ordem. A Frente é espaço de educação e organização popular para juntos colocarmos “a fome num museu”, como diz o Emicida.

No Brasil, duas tendências opostas na evolução da fome entre os anos 2004 e 2018 se apresentaram. Durante o período de 2004 a 2013 cerca de 3,7 milhões de domicílios saíram da situação de fome no país. Ao mesmo tempo, 3,6 milhões de domicílios foram identificados como em situação de fome. Sergipe, Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Acre foram os estados onde a fome aumentou. No país, a situação estava grave e piorou ainda mais nos últimos dois anos. Em janeiro de 2021, 55% da população brasileira encontrava-se em insegurança alimentar, ou seja, um em cada dois brasileiros. Além disso, cerca de 19 milhões de brasileiros encontravam-se em situação de insegurança alimentar grave. Ou seja, não estavam se alimentando regularmente nem uma vez por dia, segundo dados do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, desenvolvido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar – Rede Penssan.

Surgem informes da ditadura. Documentos inéditos encontrados no Arquivo Histórico Diplomático do Ministério do Exterior da Itália (Farnesina), mostram que ditadura militar brasileira, por meio do Itamaraty, pediu ao então governo italiano que censurasse duas publicações que denunciavam o clima de terror, as torturas e as várias violações dos direitos humanos sofridas por dissidentes políticos no país sul-americano em 1971. Um ano antes, a embaixada havia chegado a oferecer propina para barrar evento que aconteceu em Milão.

Em resposta a uma solicitação enviada em 7 de abril de 1971 pela embaixada brasileira que pedia ao governo italiano que suspendesse a circulação de duas publicações - Dossier sobre o Brasil e o Boletim informativo da Resistência Brasileira -em 3 de maio de 1971, disse que “os jornais não podem ser sujeitos a censura”.

O informe deixa claro à ditadura brasileira, que tentava importar sua censura ao solo estrangeiro, que, segundo a legislação italiana, “basta cumprir com as regras da lei de imprensa para poder colocar no papel o próprio pensamento político sem que as autoridades governamentais possam impedi-lo”. O órgão ainda citou o artigo 12 da Constituição local, segundo o qual “todos têm o direito de expressar livremente a própria opinião.”

No documento enviado a Marco Fortini, conselheiro da Farnesina, a embaixada brasileira descreve as publicações como “escandalosas e falsas”, que visam “difamar e caluniar a realidade do Brasil” e “solicita [ao governo italiano] providências para que seja sustada a circulação das mesmas”.

Nicarágua x OEA. O Governo da Nicarágua decidiu se retirar a partir de 24 de abril de todos os mecanismos relacionados à Organização dos Estados Americanos (OEA) e fechar seu escritório em território nicaraguense, anunciou o Itamaraty.

“Ratificamos nossa decisão invariável de deixar a OEA, expressa em 19 de novembro de 2021, (...), chame-as de Comissões, chame-as de Reuniões, chame-as de Cúpula das Américas”, disse o comunicado.

A nota destaca que a Nicarágua não terá presença na OEA, e “nem esta infame organização, consequentemente, terá escritórios em nosso país”. “Sua filial local foi fechada”, diz ele.

Em 19 de novembro, a Nicarágua renunciou à OEA e acusou seu secretário-geral, Luis Almagro, de facilitar a hegemonia dos Estados Unidos na América Latina e no Caribe.

Apoio à Nicarágua. O secretário-executivo da ALBA-TCP, Sacha Llorenti, qualificou a determinação do governo sandinista como “digna, coerente e soberana”.

A Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América - Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) expressou neste domingo seu apoio ao governo da Nicarágua após sua decisão "soberana" de expulsar a Organização dos Estados Americanos (OEA).

O secretário-executivo da ALBA-TCP, Sacha Llorenti, destacou em sua conta na rede social Twitter que esta instituição apoia “a digna, coerente e soberana decisão do Governo de Reconciliação e Unidade Nacional da República da Nicarágua de expulsar a OEA e impedir fazendo parte de seus mecanismos”.

Este domingo, o ministro das Relações Exteriores da Nicarágua, Denis Moncada, ratificou a "decisão invariável" do governo do presidente Daniel Ortega de deixar aquela organização interamericana, processo que começou em novembro de 2021.

A organização ratificou seu apoio incondicional à nação centro-americana, “em sua decisão de continuar defendendo a soberania, a paz e os notáveis ​​progressos sociais, econômicos, de segurança e de unidade nacional alcançados”.

Pura provocação? A Colômbia está passando por um importante momento com reorganização da esquerda que venceu com vantagens as eleições legislativas, em março passado, e caminha para as eleições presidenciais de 29 de maio com uma forte chapa de esquerda que cresce nas pesquisas.

Então, que tipo de provocação prepara a Casa Branca ao designar a Colômbia como aliado externo da OTAN, que é formada por 30 países.

Washington já deixou claro sua intenção de reforçar os laços e cooperação militar com sua “representante” na América Latina, a Colômbia. Após enviar blindados, Washington decidiu enviar 12 helicópteros Black Hawk, para reforçar as capacidades colombianas, supostamente contra o narcotráfico.

A entrega dos helicópteros foi anunciada pelo presidente colombiano Iván Duque, e pelo embaixador dos EUA no país, Philip Goldberg.

Feminicídios no México. Em maio de 2002 escrevi um artigo com o título “Maquiladoras: um castigo para o México”. No texto eu relato a forma como o feminicídio explodiu naquele país depois da implantação das maquiladoras e o desprezo que o governo e as instituições tinham com o problema. E citava, na época, que entre 1993 e 1998 foram assassinadas 137 mulheres. Em 1999 foram mais 15 jovens de famílias, todas com idades entre 15 e 17 anos.

Mais de 20 anos depois sou levado a retomar o tema. Até agora, em 2022, 7,1 mulheres e meninas desapareceram no México a cada dia, informou a Secretaria de Segurança e Proteção ao Cidadão (SSPC) ao Senado da República.

No total somam 748 e 46% (345) desaparecidos na Cidade do México, Morelos e no Estado do México; enquanto em 2021, 430 meninas e mulheres foram traficadas para exploração sexual, mais de uma por dia; além do fato de que 66 em cada 100 mulheres com 15 anos ou mais sofreram algum incidente de violência

Isso foi dito por Tania Jimena Enríquez Mier, chefe da Unidade de Prevenção ao Crime e Violência da SSPC. E explicou que em 2020 foram abertas 949 pastas de inquérito por feminicídio; em 2021 eram 977, dos quais 12 por cento correspondem a menores de 18 anos, facto que preocupa, embora tenha assegurado que o feminicídio diminuiu 29 por cento.

O responsável da Secretaria de Segurança afirmou que em termos de feminicídio, 49 por cento foram agredidas pelo atual parceiro, enquanto 53 por cento tiveram pelo menos um incidente violento por diferentes agressores. Ele assegurou que o feminicídio diminuiu 29% em 2022, em comparação com seu máximo histórico em agosto de 2021.

A presidente da Comissão Especial, Gabriela López Gómez, destacou que os sistemas de justiça criminal, como um todo, precisam ser profundamente avaliados e reformados, para garantir que as mulheres que buscam justiça e proteção sejam tratadas de maneira adequada e profissional.

A senadora Martha Lucía Micher Camarena denunciou que um dos maiores obstáculos para erradicar a violência contra mulheres, meninas e adolescentes é o Ministério Público, já que não se interessa pela vida das mulheres e “só quando estamos mortas eles se importam”.

A senadora Josefina Vázquez Mota destacou que, no México, existem cerca de cinco milhões de menores que são violadas sexualmente neste momento, crimes que ficarão impunes.

O que ocorreu na França? A votação de Emmanuel Macron na disputa presidencial francesa, com vitória sobre Marine Le Pen, foi relativamente apertada em relação a outras vezes em que a extrema-direita foi ao segundo turno. Precisamos analisar melhor, porque isso mostra que o fascismo segue avançando com a profunda crise neoliberal. Em terceiro lugar ficou o esquerdista Jean-Luc Mélenchon (França Insubmissa).

O crescimento do discurso neofascista, na França e em outros países, incluindo, claro, o Brasil, é resultado do esgarçamento dos discursos e das políticas de igualdade. Entregues à própria sorte sob sucessivas gestões neoliberais, os franceses buscam em Le Pen um freio imaginário para a deterioração dos laços de solidariedade no país.

Macron sabe que a invasão russa da Ucrânia e a recuperação econômica após a paralisação devido à pandemia exigem respostas urgentes, que ele não ofereceu até agora. Mas há outras questões há muito atrasadas, como a transição da França para a energia limpa, cuja sustentabilidade está corroendo o país e aparecendo no abstencionismo eleitoral.

Por outro lado, a extrema-direita (Le Pen) coloca em debate o espectro de uma Frexit (uma hipotética saída francesa da União Europeia) e seu programa está comprometido com a substituição progressiva da União Europeia por uma Aliança Europeia das Nações, uma tentativa de fazer prevalecer o direito nacional sobre acima do direito comunitário, obviamente incompatível com a adesão à União Europeia.

O candidato da esquerda, Mélenchon, disse no domingo (24) que, com a reeleição de Emmanuel Macron, inicia-se o “terceiro turno das eleições” já que, em junho, os franceses voltam às urnas para escolher novos parlamentares.

Mais 263 milhões de pessoas podem cair na miséria. Mais 263 milhões de pessoas podem ser empurradas para a pobreza extrema este ano, como resultado do COVID-19, das desigualdades crescentes e dos preços dos alimentos disparados, alerta um novo relatório da coalizão anti-pobreza Oxfam.

Se medidas radicais e imediatas não forem tomadas, “podemos estar diante do maior aumento nos níveis de extrema pobreza e sofrimento da humanidade de que há evidências”, alertou a diretora da Oxfam Internacional, Gabriela Bucher.

Segundo a Oxfam, a fortuna dos 10 homens mais ricos do mundo passou de 700 bilhões de dólares para 1,5 trilhão (milhões de milhões), a uma taxa de 15 mil dólares por segundo, durante os dois primeiros anos da pandemia de covid.

A coalizão publicou seu relatório "Depois da crise, a catástrofe", para coincidir com as reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que começaram na segunda-feira, 18.

Enquanto muitas pessoas estão lutando para lidar com o aumento drástico do custo de vida – tendo que escolher entre comer ou pagar contas médicas ou de gás – a ameaça da fome paira sobre milhões de pessoas que já sofrem níveis severos de fome e pobreza na África em sul do Saara, Iêmen e Síria.

As pessoas que vivem na pobreza são as mais afetadas por essas crises. Os aumentos dos preços dos alimentos representam 17% dos gastos do consumidor nos países ricos, mas 40% na África Subsaariana.

Enquanto isso… Os gastos militares globais cresceram em 2021 pelo sétimo ano consecutivo e ultrapassaram dois trilhões de dólares pela primeira vez na história, de acordo com o International Peace Research Institute (SIPRI), com sede em Estocolmo.

O novo máximo, de 2.113 bilhões de dólares, representa um aumento de 6,1% em termos nominais e de 0,7% em termos reais, confirma o SIPRI em relatório publicado em 25 de abril. Em relação ao produto interno bruto global, no entanto, os gastos militares caíram de 2,3% para 2,2% devido a uma forte recuperação econômica em 2021.

Estados Unidos, China, Índia, Reino Unido e Rússia foram os cinco países que mais gastaram em questões militares, correspondendo a 62% do total.

Embargo ao gás russo provocará crise. A proibição total do gás da Rússia pode causar uma grave crise energética em alguns países da União Europeia (UE), disse a vice-presidente de Valores e Transparência da Comissão Europeia, Vera Jourova.

“Estamos trabalhando no sexto pacote de sanções. No entanto, antes de impor sanções, temos que verificar se os países membros estão dispostos a adotar essas medidas (...) Um embargo total de gás pode causar uma grave crise energética em uma série de países”, disse Jourova em entrevista ao jornal suíço 'Neue Zurcher Zeitung'.

A Comissão Europeia planeja apresentar até o final de maio próximo um plano sobre como eliminar a dependência da UE do gás, petróleo e carvão russos até 2027.

Sanções saem pela culatra. Mídia francesa falou de vários navios russos presos em portos da França após a imposição de sanções que proíbem a entrada de navios de bandeira russa em portos europeus.

Navios comerciais russos presos em portos franceses carregando veículos, produtos químicos e outras cargas tornaram-se um grande incômodo para as autoridades locais, atrapalhando os terminais e custando milhares de euros para serem movidos, relatou no sábado (23) o canal France 2.

O canal francês cita o exemplo do Vladimir Latyshev, um navio de carga geral de bandeira russa preso em Saint-Malo, noroeste da França. O navio de 141 metros de comprimento é tão grande que mal cabe no cais do porto da região da Bretanha, forçando os trabalhadores a deslocá-lo constantemente para dar espaço a outros navios. A tripulação do navio tem estado presa a bordo por cerca de 50 dias e depende inteiramente de seu empregador para as refeições, já que seus cartões bancários foram bloqueados na França.

Os proprietários de navios russos iniciaram vários processos contra as autoridades francesas em resposta à retenção de seus navios, com uma embarcação, Pola Ariake, um graneleiro de propriedade russa, mas com bandeira do Panamá, sendo liberada da detenção no porto de Lorient no final de março, após um juiz decidir que nenhuma sanção realmente se aplica ao navio.

Suspenso o fornecimento de gás para Bulgária e Polônia. A empresa de gás russa Gazprom informou que cortará completamente o fornecimento de gás natural para a Bulgária e Polônia, após se recusarem a realizar os pagamentos em rublos.

A Gazprom ressaltou que a suspensão do fornecimento para a Bulgária não afetará o trânsito de gás para a Hungria.

A Gazprom reduzirá o trânsito para países terceiros, em caso de desvio não autorizado de combustível pela Bulgária e Polônia.

O fornecimento de gás para a Hungria continuará sendo realizado, sem interrupções, conforme o contrato e como previsto pelo cronograma, afirmou o MRE russo.

No dia 1º de abril, a Gazprom anunciou que notificou seus clientes do novo procedimento de pagamento do gás em rublos, após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, informar que assinou um decreto, em 31 de março, "que estabelece regras para o comércio do gás natural russo com os chamados Estados hostis".

Áustria vai pagar. O ministro das Relações Exteriores da Áustria, Karl Nehammer, garantiu que seu país usará o rublo para importar gás russo.

“A Áustria e a OMV [a empresa de gás austríaca] aceitaram as condições de pagamento, assim como a Alemanha”, disse Nehammer em entrevista coletiva em Viena.

O chefe do governo austríaco lembrou que durante sua visita a Moscou no início deste mês, o presidente Putin confirmou que a empresa Gazprom continuará entregando gás ao seu país.

"A situação não mudou para o nosso país", enfatizou Nehammer.

O custo para a economia mundial. A economia mundial vai crescer 3,6% este ano, e não 4,4% como esperado há três meses, devido à guerra na Ucrânia, que atrapalha o comércio e eleva os preços de energia e alimentos, indicou em um novo relatório nesta terça-feira (19) o  International Fundo Monetário  (FMI).

“No momento em que uma recuperação duradoura parecia estar tomando forma a partir do colapso econômico global causado pela pandemia, a guerra criou a perspectiva muito real de que grande parte desse progresso evaporará”, disse o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas.

A queda esperada segue o crescimento de 6,1% no ano passado, e está prevista uma melhora de 3,6% para 2023, também inferior aos 3,8% estimados em janeiro.

No caso da América Latina e Caribe, região menos afetada que seus vizinhos pelo conflito, o crescimento pode permanecer em 2,5% tanto em 2022 quanto em 2023.

Fiado só no ano que vem! Não sei quem lembra dessa frase em uma plaquinha nos botequins da vida. Estamos lembrando dela, agora, lendo sobre as nações que estão enviando armas para a Ucrânia e incentivando a resistência para agravar o conflito.

Praticamente todos os líderes ocidentais, manipulados pela Casa Branca, estufam o peito ao anunciar que vão enviar armas e suprimentos militares para Zelensky. Mas nenhum diz que tudo é um grande negócio e nem uma única bala de fuzil está sendo entregue de graça. Ou seja, o povo ucraniano vai levar décadas pagando por isso!

Reparem na sordidez das ações. Os governos dizem que, em um futuro distante, podem até contribuir para a reconstrução da Ucrânia, mas primeiro querem vender suas armas. O lucro é sem dúvida a principal motivação de europeus e estadunidenses, mesmo quando se trata de entregar armas. Na Ucrânia, e não só lá, eles acreditam que as Forças Armadas e os batalhões neonazistas se sacrificam pelos valores democráticos e, portanto, deveriam receber tudo de graça. Mas as autoridades ocidentais têm uma opinião diferente: sua ajuda se resume ao fato de que eles estão prontos para fornecer essas armas à Ucrânia.

Mas, no final, eles terão que pagar por todas as armas e outras ajudas do Ocidente, a Ucrânia terá que pagar por um longo tempo. Por exemplo, apenas em 28 de abril a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou uma legislação que relaxa os requisitos para participar de acordos de empréstimo e arrendamento de equipamentos de defesa com a Ucrânia e outros países do Leste Europeu, abrindo caminho para que mais armas “made in USA” cheguem à região.

Para garantir que a Ucrânia possa arcar com essas compras, a nova legislação prevê a extensão do empréstimo para mais de cinco anos e os prazos de pagamento das entregas são adiados sem data específica.

E embora os pagamentos da maior parte da dívida ainda estejam por vir, alguns suprimentos militares já estão sendo faturados hoje.

Por exemplo... O Reino Unido já anunciou que pretende entregar à Ucrânia obuses autopropulsados ​​AS-90 de 155 mm com dezenas de milhares de projéteis, informou o jornal 'Express', citando fontes.

Na noite de 23 para 24 de abril, “fontes confirmaram que esta semana o Reino Unido entregará 45.000 projéteis altamente explosivos para a Polônia, juntamente com obuses autopropulsados ​​AS-90”, informou a agência.

Ainda do Reino Unido, o vice-ministro da Defesa britânico, James Heappey, afirmou que dentro de algumas semanas o Reino Unido fornecerá à Ucrânia mísseis Brimstone de alta tecnologia.

O vice-ministro disse que a Ucrânia recentemente pediu para fornecer mísseis táticos de longo alcance para atacar alvos no solo e que o governo britânico decidiu fornecer os mísseis Brimstone.

Também a Polônia acaba de anunciar que já forneceu 7 bilhões de zloty (R$ 7,8 bilhões) em armamento a Kiev e disse que sem a ajuda os ucranianos não seriam capazes de contra-atacar as forças russas.

A Polônia ofereceu armas a Kiev em um valor de R$ 7,8 bilhões em meio à operação especial da Rússia na Ucrânia, escreveu no sábado (23) Piotr Muller, porta-voz do governo polonês, citando o premiê do país.

Mas tudo está indo para a conta que deverá ser paga pelo povo ucraniano para manter a sandice de Washington.

Nos EUA, um cantinho para dormir. Muito boa a matéria publicada no site “Mundo Obrero”. Há algum tempo transcrevemos um artigo com dados oficiais, mostrando que Nova Iorque é a cidade com o maior número de moradores de rua no mundo. A matéria de ontem vai além e complementa.

Durante os dois anos da epidemia de COVID-19, os proprietários de imóveis de Nova York solicitaram o despejo de mais de 100.000 pessoas. A mesma tendência é evidente em todos os EUA. Os despejos prejudicam esmagadoramente mães solteiras, idosos, pessoas de cor e pobres. São as pessoas com menos recursos, as que provavelmente se refugiarão em algum lugar ao longo da rede de metrô e em acampamentos de sem-teto.

Mesmo os trabalhadores alojados estão agora vulneráveis ​​se cochilar no caminho de casa do trabalho, uma ocorrência comum no metrô ao longo de sua história. A polícia pode expulsar uma pessoa dormindo em qualquer parada do Metrô. Tudo o que a polícia precisa fazer é "aconselhá-los a procurar ajuda". E onde está a ajuda? A polícia não está aqui para ajudar, muito menos para “servir e proteger” os trabalhadores. A polícia existe para proteger a propriedade e proteger os donos da propriedade – a classe capitalista.

Durante a onda de tiroteios em massa nas últimas semanas em várias cidades estadunidenses (Sacramento, Califórnia, Syracuse e Nova York) e o recente ataque de 12 de abril ao metrô de Nova York, a mídia transmitiu vídeos de espectadores chocados com gritos e sangue. Mas as autoridades e a polícia não tomam providências.

Mas o ex-policial prefeito de Nova York, Eric Adams, só teve uma “brilhante solução” para os problemas das pessoas que vivem na cidade: impor “lei e ordem” enviando mais policiais.

PIB dos EUA cai 1,4% no primeiro trimestre. O produto interno bruto (PIB) dos EUA caiu 1,4% no primeiro trimestre de 2022, em índice anualizado, resultado bem abaixo da expectativa do mercado, que apostava em uma alta de 1,1% no período.

Ainda provisório, o dado, informado pelo escritório oficial de estatísticas (BEA) do Departamento de Comércio do país na quinta-feira (28) mostra o primeiro desempenho negativo da economia estadunidense desde o segundo trimestre de 2020, ainda no início da pandemia de covid-19.

“Teremos uma recessão. Nada é certo na vida econômica, mas isso é bastante certo”, disse Gary Hufbauer, ex-funcionário do Tesouro dos EUA e membro sênior não residente do Instituto Peterson de Economia Internacional, à agência de notícias Xinhua.

Hufbauer observou que não há experiência histórica que sugira que, com uma inflação tão alta, o Federal Reserve seja capaz de reduzir a inflação para sua meta de 2% sem recessão.

O índice de preços ao consumidor de março subiu 8,5% em relação ao ano anterior, o maior aumento em 12 meses desde o período encerrado em dezembro de 1981, segundo dados do Departamento do Trabalho.

Alta dos preços dos alimentos bate recorde. O jornal The Washington Post informou que a crise na Ucrânia está batendo à porta dos EUA, fazendo com que a alta dos preços dos alimentos atingisse um valor histórico desde o princípio da década de 1980.

“No início da semana, os futuros do milho na bolsa de valores de Chicago superaram oito dólares por bushel, batendo um recorde de quase uma década”, informou o jornal.

De acordo com a mídia estadunidense, o presidente Joe Biden havia prometido permitir a venda de gasolina com alto teor de etanol até o verão deles, o que antes era proibido devido à poluição do ar. E esta ação também contribuirá para o aumento dos preços, já que o milho é usado na fabricação do etanol.

Ainda vale ressaltar que, após o início da operação russa na Ucrânia, os EUA proibiram o fornecimento dos recursos energéticos russos, fazendo com que os preços começassem a disparar no país.

De acordo com o Ministério do Trabalho e Previdência, no final de março os preços dos produtos tiveram uma alta de 8,5%, o maior aumento desde dezembro de 1981.

Difícil de explicar. O Pentágono revelou que as forças estadunidenses perderam US$ 7 bilhões (R$ 35 bilhões) em armas e outro material durante a catastrófica retirada de suas tropas do Afeganistão.

Além disso, Washington forneceu ao governo afegão US$ 18,6 bilhões (R$ 93,2 bilhões) em armamentos entre 2005 e 2021, citou a CNN.

A mídia também destacou que a saída caótica do Afeganistão contou com diversas perdas em suas tropas, além de muitos cidadãos americanos e aliados afegãos que foram abandonados no país.

Outro fator crítico do governo Biden foram as armas e equipamentos militares deixados para trás, ficando em poder do Talibã (organização sob sanções da ONU por atividade terrorista), o que na época gerou duras críticas ao governo Biden.

Inflação alta, PIB em queda, mas... A Câmara dos Deputados dos EUA aprovou uma legislação que afrouxa os requisitos do país para se engajar em acordos de empréstimo e arrendamento de equipamentos de defesa com a Ucrânia e outras nações do Leste Europeu, abrindo caminho para que mais armas dos EUA fluam para a região em meio à operação militar especial da Rússia. A aprovação do projeto ocorreu na quinta-feira (28).

Os legisladores da Câmara aprovaram o projeto em uma votação de 417 a dez. Agora, o texto segue para sanção do presidente, Joe Biden.

O Senado já havia aprovado por unanimidade o projeto de lei no início de abril.

Acordos de empréstimo e arrendamento remontam à famosa política do presidente dos EUA, Franklin Roosevelt, durante a época da Segunda Guerra Mundial, que forneceu armas e outros materiais às nações aliadas, incluindo a União Soviética.

Medo também da China. A proliferação de ataques de segurança cibernética associados à China foi uma das questões abordadas no domingo (24) pelo diretor do FBI, Christopher Wray, que afirmou que as autoridades de inteligência enfrentam ameaças de segurança cibernética e de espionagem da China “sem precedentes na história”.

“A maior ameaça que enfrentamos como país do ponto de vista de contrainteligência é da República Popular da China e, especialmente, do Partido Comunista Chinês”, disse Wray, acusando a China de visar a inovação americana, segredos comerciais e propriedade intelectual “em uma escala sem precedentes na história”.

O chefe do FBI falava no programa 60 Minutos emitido no domingo (24). A entrevista decorreu na sede do FBI em Washington, DC, em 21 de abril. “Eles roubaram mais dados pessoais e empresariais dos americanos do que todas as nações juntas”, afirmou Wray, observando que o escopo do programa de hacking ligado à China tem como alvo todos os setores da economia dos EUA, incluindo agricultura, tecnologia, saúde e aviação.

 

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