domingo, 15 de maio de 2022

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares, nº965

 


 

 

 


De olho nas eleições.

Muito interessante a matéria de Antônio Augusto de Queiroz, no site do Diap, sobre as próximas eleições.

Ele alerta que as diferenças em relação a 2018 são muitas e significativas, pois, em 2018, havia grande apelo por renovação política; existia sentimento antissistema muito forte; a Lava-Jato estava na moda, com campanha moralista-justiceira e persecutória sobre as esquerdas em geral e sobre o PT, em particular; a presidente Dilma Rousseff (PT) tinha sido vítima de golpe, sob o fundamento de suposta pedalada fiscal, pois desde Getúlio Vargas que o TCU (Tribunal de Contas da União) não rejeitava as contas do governo; Lula não apenas tinha sido impedido de disputar a eleição como estava preso sob a acusação de corrupção; a mídia, influenciada pela Lava-Jato, estava 100% contra o PT; e Bolsonaro não compareceu a debates e explorou ao máximo o ‘atentado’ que sofreu em Juiz de Fora (MG), sensibilizando muitos eleitores.

Em 2022, após 3 anos e meio de governo do inominável, não existe mais o apelo antissistema nem anticorrupção como havia em 2018; houve o reconhecimento por parte da mídia que foi erro o impeachment de Dilma; Lula não apenas está solto, como todos os processos a ele imputados foram arquivados pelo STF (Supremo Tribunal Federal), com o reconhecimento da ONU (Organização das Nações Unidas) que o juiz que o condenou agiu de forma parcial e persecutória; Lula (PT) lidera as pesquisas de intenção de voto e o ambiente, na fotografia do momento, é de renovação para a eleição presidencial.

E ele chama a atenção para as mudanças nas regras eleitorais e partidárias (talvez seja o mais relevante para a eleição proporcional, porque irá impactar muito fortemente no resultado da eleição para a Câmara dos Deputados).

Houve o fim das coligações nas eleições proporcionais; o aumento da cláusula de barreira (1,5% para 2% ou aumento de 9 para 11 do número de deputados eleitos); a possibilidade de criação de federação de partidos; a redução do número de candidatos por partido ou federação; e a alteração na forma da conversão de votos em mandato, especialmente no sistema de sobras.

A estrutura de preferência dos eleitores — medida pelos indicadores de popularidade do presidente, pelo nível de apoio ao seu governo e pelo desempenho da economia — sinaliza renovação e não continuidade para a eleição presidencial, o que favorece a candidatura Lula.

De acordo com as pesquisas de avaliação do governo, algo como 51% da população desaprovam a gestão do inepto e, de acordo com as pesquisas eleitorais, mais de 60% dos eleitores afirmam “não votar nele em nenhuma hipótese”.

A trilha do demente é bem visível. Puxada pela alta dos preços dos alimentos, bebidas e transportes, a inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou em 1,06% em abril, a maior variação para um mês de abril desde 1996 (1,26%). A alta acumulada este ano é de 4,29% e a dos últimos 12 meses – de abril do ano passado a abril deste ano – é de 12,13%. E os dados foram divulgados na quarta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o instituto, os grupos que mais impactaram no maior índice em 26 anos foram: Alimentação e Bebidas, com variação (2,06%) e impacto de 0,43 ponto percentual no índice; e o de Transportes, com alta de 1,91% e 0,42 ponto percentual. Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 80% do IPCA de abril.

No caso dos transportes, a alta foi puxada, principalmente, pelo aumento nos preços dos combustíveis que continuaram subindo (3,20% e 0,25 p.p.), assim como no mês anterior, com destaque para gasolina (2,48%), produto com maior impacto positivo (0,17 p.p.) no índice do mês.

Além de aceleração nos grupos Alimentação e Bebidas e no de Transportes, o IBGE registrou alta nos de Saúde e cuidados pessoais (1,77%) e Artigos de residência (1,53%). O único grupo em queda foi Habitação (-1,14%). Os demais ficaram entre 0,06% de Educação e 1,26% de Vestuário.

E o salário mínimo... O governo do insano é o primeiro desde o Plano Real, em 1994, em que o salário mínimo do Brasil perdeu o poder de compra. Quando terminar o mandato, em dezembro de 2022, ele deixará o piso salarial valendo menos do que quando entrou, segundo informações são do jornal O Globo.

Desde 1994, o país teve sete governos, dois de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB; dois de Lula, do PT; um de Dilma Rousseff, do PT; um que começou com Dilma e terminou com o golpista Michel Temer, do MDB, que deu o golpe para assumir a presidência da República; e agora o de Bolsonaro. Com exceção do demente, todos os presidentes, até o ilegítimo Temer, conseguiram reajustar o salário mínimo com valores acima da inflação, ou seja, garantiram o poder de compra.

Desde que assumiu, o ex-capitão vem seguindo à risca o abandono da política de valorização real do piso salarial, criada nos governos de Lula e Dilma. Há três anos, não há aumento real do piso como previa a regra de correção, que considerava a inflação mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. De 2019 para cá, o governo apenas reajusta a perda resultante da inflação anual acumulada, que é obrigatória por norma constitucional.

Mas para os milicos... Enquanto servidores públicos civis lutam por reposição da inflação de 19,99% após três anos sem reajuste de salário, e o mínimo perde poder de compra, militares ganharam um presente do demente e podem receber até R$ 78,6 mil por mês.

Editada em abril do ano passado, portaria do governo beneficia com altos rendimentos mensais o próprio presidente, o vice general Hamilton Mourão (Republicanos), ministros militares e um grupo restrito de cerca de mil servidores federais que tinham desconto na remuneração para respeitar o teto constitucional, de R$ 39,3 mil, que é o salário dos ministros do Superior Tribunal Federal (STF).

Segundo levantamento feito pela Folha de S. Paulo, quem embolsou o maior valor nos 12 meses desde que a portaria foi publicada foi o general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria Geral, que recebeu R$ 874 mil. Se o teto salarial tivesse sido aplicado, ele receberia R$ 350,7 mil a menos em seu contracheque.

O segundo marajá é o general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), da Presidência, que embolsou R$ 866 mil, R$ 342 mil acima do teto constitucional. O terceiro colocado é Mourão, com R$ 318 mil a mais em um ano.

O quarto colocado é o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, que embolsou R$ 306 mil a mais em um ano, menos do que Mourão porque deixou de ser ministro no fim de março para atender ao prazo de desincompatibilização da legislação eleitoral. Deve ser vice na chapa do maligno.

Somos movidos pela Esperança! Em um longo discurso no lançamento de sua candidatura que não dá para reproduzir aqui, no dia 07 de maio, Lula declarou que “Quero, do fundo do coração, agradecer a todos os partidos que estão nos apoiando, pois, com vocês, a vitória será muito mais evidente. E com vocês, a recuperação do Brasil será uma certeza absoluta, porque acredito que conseguiremos provar que o Brasil pode voltar a ser um país que cresce, que se industrializa, que gera emprego”.

E ele prossegue dizendo que “Quero começar falando da lição mais importante que aprendi em 50 anos de vida pública, oito dos quais como presidente deste país: governar deve ser um ato de amor”.

Diz ainda que “O artigo primeiro de nossa Constituição elenca os fundamentos do Estado Democrático de Direito. E o primeiro fundamento é precisamente a soberania”. Mas assegura que “No entanto, nossa soberania e nossa democracia são constantemente atacadas pela política irresponsável e criminosa do atual governo”.

Lula lembra que “Somos o terceiro maior produtor mundial de alimentos. Somos o maior produtor de proteína animal do mundo”. Mas que “Não haverá soberania enquanto 116 milhões de brasileiros sofrem algum tipo de insegurança alimentar”.

A final do longo discurso ele diz que “Todos nós temos um sonho. Somos movidos pela esperança. E não há força maior que a esperança de um povo que sabe que pode ser feliz novamente”.

“A esperança de um povo que sabe que pode voltar a comer bem, ter um bom emprego, um salário digno e direitos trabalhistas. Que ela possa melhorar sua vida e ver seus filhos crescerem saudáveis ​​até chegarem à universidade e se tornarem médicos”.

O pesadelo da Casa Branca. Vamos trazer para os nossos leitores algumas conclusões constantes no Dossiê do Instituto Tricontinental que debate a nova configuração política mundial.

Debatendo sobre o histórico da ordem mundial e os papéis de países-potências econômicas, o documento conclui que a China é um “ator global” que impulsiona o “crescimento econômico em várias regiões do mundo”, avaliam os pesquisadores do dossiê “Olhando em direção à China: a multipolaridade como oportunidade para os povos da América Latina”.

O documento, produzido pelo Instituto Tricontinental de Pesquisa Social, tenta “recuperar e atualizar" os conceitos sobre as "oportunidades oferecidas pela China para debater um novo tipo de integração regional”.

O documento ressalta que, em 2013, em uma visita do presidente chinês Xi Jinping ao Cazaquistão, o projeto Nova Rota da Seda, também chamado de “Iniciativa do Cinturão e Rota” (ICR), foi anunciado como uma forma de integração do leste da China com os países da Ásia Central e Europa.

Desde então, os investimentos da China na América Latina vêm aumentando. De acordo com o boletim estatístico de Investimento Estrangeiro Direto (2020), mencionado pelo documento, 10,8% dos investimentos chineses no exterior são destinados aos países latino-americanos.

O dossiê avalia que tais relações econômicas da China, mesmo com países governados por líderes neoliberais, “deixam de lado o caminho do desenvolvimento capitalista ocidental e implicam em outra globalização, e uma ruptura com a modernidade ocidental”.

Prepotência estadunidense. Em 1857, em seu discurso de posse como presidente dos EUA, James Buchanan disse que “A expansão dos Estados Unidos sobre o continente americano, desde o Ártico até a América do Sul, é o destino de nossa raça (...) e nada pode detê-la”. Provavelmente ainda pensam assim, ou seja, que toda a América tem que se submeter a eles.

E esse parece ter sido o motivo do Biden, em um momento tão complicado com a crise provocada pelo conflito na Ucrânia que ele promoveu e já atinge a economia mundial, convocar uma Cúpula das Américas para reconquistar os aliados ou submeter outros.

Vale lembrar que, durante os processos independentistas latino-americanos nas primeiras décadas do século XIX a Doutrina Monroe (1823), esquematizada na frase “América para os americanos”, teve um duplo propósito de impedir qualquer tentativa europeia de retomar suas colônias na América.

Agora Biden que reviver uma doutrina parecida com Monroe e convoca essas inusitada cúpula, mas exclui do convite alguns Estados importantes de nossa região: Cuba, Venezuela e Nicarágua.

E precisamos lembrar que essa não é uma ideia nova. A primeira Cúpula das Américas foi convocada em Miami, em dezembro de 1994. Foi o caminho diplomático para acolher a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), acordo alcançado em Los Angeles em julho.

Mas a ALCA naufragou quando Lula (Brasil), Hugo Chávez (Venezuela), Kirchner (Argentina) e Evo Morales (Bolívia) se reuniram e enterraram a proposta estadunidense.

Agora Biden convoca a IX Cúpula das Américas, a ser realizada em Los Angeles, EUA, em junho de 2022, projeta o possível retorno do velho e tradicional projeto de dominação. Mas já está enfrentando resistência mesmo antes de confirmar o evento.

México não irá à Cúpula. O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, adiantou na terça-feira (10) que não participará do encontro da IX Cúpula das Américas, que será realizado entre 6 e 10 de junho na cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos, caso países do continente sejam excluídos do evento.

A declaração foi feita depois de o governo estadunidense ter anunciado no início do mês que Cuba, Nicarágua e Venezuela não serão convidados para a Cúpula por supostamente desrespeitarem a “Carta Democrática das Américas”.

Em entrevista à emissora NTN24 na segunda-feira (02/05), o chefe da diplomacia norte-americana para as Américas, Brian Nichols, disse que a decisão é do presidente Joe Biden, “mas acho que ficou muito claro que (...) países que não respeitam a democracia por suas ações não receberão convites".

Nesta terça, o mandatário mexicano, ao ser indagado se a decisão de não comparecer ao encontro seria uma mensagem de protesto, respondeu que sim. “Não quero que a mesma política continue na América e quero, de fato, fazer valer a independência e a soberania e me manifestar pela fraternidade universal", disse.  

Bolívia também não vai. O presidente boliviano Luis Arce disse na noite de terça-feira (10) que não participará da IX Cúpula das Américas, que acontece entre 6 e 10 de junho em Los Angeles, nos Estados Unidos, caso algumas nações da região forem excluídas do evento.

A declaração do mandatário foi feita no mesmo dia em que o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, afirmou que pelo mesmo motivo não participaria do evento e que enviaria um representante, o ministro das Relações Exteriores [Marcelo Ebrard], em seu lugar.

Arce, por sua vez, disse que ser “consistente com os princípios e valores do Estado Plurinacional da Bolívia” e que, portanto, reafirma que “uma Cúpula das Américas que exclua os países americanos não será uma Cúpula das Américas completa e, se persistir a exclusão das nações irmãs, não participarei dela”.

Os líderes mexicano e boliviano não são os primeiros a se posicionarem contra a decisão unilateral dos EUA em excluírem do encontro Cuba, Nicarágua e Venezuela.

Catucaram o vespeiro! Os EUA provocaram a rejeição dos governos da região por sua tentativa de excluir Cuba, Nicarágua e Venezuela da Cúpula das Américas. É o maior confronto público desde a IV Cúpula, realizada em Mar del Plata, Argentina, quando enterramos a ALCA.

Em seus mais de cento e cinquenta anos de poder expansionista, hegemônico e imperialista, os Estados Unidos chegaram a controlar os governos da região a tal ponto que se deu ao luxo de impor condições, sem respeitar nem a legalidade nem a forma.

No entanto, chegou um momento estelar para os povos, podemos dizer que foi na Cúpula de Mar del Plata, em novembro de 2005, quando a coordenação das forças populares, com as lideranças de Lula, Chávez, Kirchner, Tabaré Vásquez e Evo, que ainda não era presidente, mas estava acompanhando.

O que dizer de Xiomara Castro, que recentemente assumiu as rédeas de um país assolado pela violência e severamente condicionado pela crise econômica, teria um milhão de desculpas possíveis para ficar calado, mas não. Ela também levanta a voz com integridade, incorporando o legado morazanista. Se a exclusão for mantida, ela também não participará da Cúpula.

Além disso, o governo da Argentina, com o Presidente Alberto Fernández, na qualidade de Presidente Pro Tempore da CELAC, exige que não haja exclusões.

Biden perde espaço. Parece que o apelo repetitivo do presidente Nicolás Maduro em favor do diálogo com os EUA para normalizar as relações está começando a surtir efeito. Essa posição contrasta com a nebulosidade do governo Biden em relação ao grau em que está disposto a reconhecer o governo Maduro (o restabelecimento das relações normais não está sendo considerado por Washington). O uso de sanções como moeda de troca para extrair concessões de Caracas é cínico e mais difícil de vender ao público do que a narrativa de Trump de mudança de regime baseada no princípio “Responsabilidade de Proteger” (R2P), às vezes chamado de “intervenção humanitária”.

Nos últimos dois meses, as reviravoltas e a timidez do governo Biden estiveram à mostra. No início de março, Biden enviou uma delegação de alto nível a Caracas para falar com Maduro, mas imediatamente recuou diante de uma reação furiosa do bloco do Congresso da Flórida liderado pelos senadores Marco Rubio e Rick Scott, juntamente com o senador Bob Menendez. A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse aos repórteres que eles não deveriam perder tempo " especulando sobre a possibilidade de os EUA importarem petróleo... da Venezuela".

As iniciativas de Biden favoreceram Maduro, mesmo em suas relações com o Brasil – curiosamente. No final de abril, o chanceler brasileiro, Carlos França, afirmou que “no momento em que os EUA estudam a possibilidade de abrir uma exceção ao embargo às exportações de petróleo venezuelano, parece-me que podemos pensar em reavaliar a questão. das nossas relações diplomáticas”. Exatamente dois anos antes, Bolsonaro havia fechado a embaixada brasileira na Venezuela.

E a Venezuela cresce. Na segunda-feira (09), o diretor da Divisão de Desenvolvimento Econômico da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), Daniel Titelman, afirmou que, durante o ano de 2022, a economia venezuelana crescerá 5%. Isso significaria o melhor desempenho econômico da América Latina e ficaria bem acima da média regional de 1,8%.

O que o economista apontou é consistente com o que vem sendo previsto há meses por diversos organismos internacionais. Lembremos que o banco Credit Suisse havia estimado que a economia da Venezuela cresceria 20% em 2022 e o Fundo Monetário Internacional (FMI) projetava um aumento de 1,5%.

Titelman, nesse sentido, indicou que, se a recuperação iniciada em 2021 se concretizar, as quedas prolongadas da economia venezuelana registradas por oito anos terminariam.

“Em 2022, a CEPAL estima que a economia venezuelana cresça, pela primeira vez desde 2014, 5,0%, refletindo uma melhora significativa em seu setor externo, devido ao aumento do preço do petróleo, e uma recuperação nos níveis de as remessas enviadas por venezuelanos que trabalham no exterior”, especificou o diretor da CEPAL, em declarações prestadas à agência internacional Bloomberg.

Ingerência na Colômbia. Mais de uma vez o nosso Informativo denunciou a importância da Colômbia para Washington e mostramos que aquele país e a “ponta de lança” para intervenções estadunidenses em Nossa América. A verdade está começando a aparecer.

Philip Goldberg, embaixador dos EUA na Colômbia, se referiu indiretamente e de forma negativa aos candidatos da coalizão colombiana de esquerda Pacto Histórico, levando a uma resposta de uma de suas candidatas.

Francia Márquez, candidata a vice-presidente da Colômbia pelo Pacto Histórico de esquerda, acusou os EUA de intervirem na política interna de seu país, em referência aos comentários de Philip Goldberg, embaixador estadunidense em Bogotá.

Recentemente, Goldberg afirmou que Washington tem informações sobre possíveis financiamentos e intervenções da Rússia e da Venezuela nas eleições presidenciais da Colômbia de 29 de maio.

No final de março, a Embaixada da Rússia na Colômbia negou e rejeitou as informações publicadas na mídia local sobre a suposta interferência de Moscou no processo político do país sul-americano.

Garantias para os candidatos. A coalização Pacto histórico pediu para considerar a concessão de medidas cautelares em favor de Márquez e um estudo para determinar se é necessário fortalecer a proteção do Petro.

Representantes da coalizão de centro-esquerda Pacto Histórico pediram a uma organização humanitária continental proteção para seus dois candidatos, Gustavo Petro e Francia Márquez, diante das crescentes ameaças contra seus candidatos à Presidência e Vice-Presidência da Colômbia.

A menos de três semanas das eleições presidenciais na Colômbia, os membros da aliança consideraram que a vida de seus candidatos está em perigo.

O pedido surge após um relatório da Missão de Observação Eleitoral (MOE) garantir que a violência nestas eleições será o dobro das eleições de 2018.

Esse é o Estado Terrorista e Genocida. A jornalista palestino-americana Shireen Abu Aqleh, uma das estrelas do canal Al Jazeera, morreu ao ser atingida por tiros na quarta-feira (11) quando cobria uma operação do exército israelense no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada.

Abu Aqleh já tinha trabalhado para a rádio Monte Carlo Doualiya, um dos canais da empresa France Médias Monde, do qual faz parte a RFI. Ela ficou conhecida pelas suas reportagens no Oriente Médio.

O canal Al Jazeera, com sede no Catar, afirmou que a repórter, uma palestina cristã de 51 anos, foi assassinada “deliberadamente e a sangue frio” pelas forças de Israel. Mas o primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, disse que “provavelmente” a correspondente foi morta por tiros palestinos.

Outro jornalista da Al Jazeera, o produtor Ali Al Samudi, ficou ferido no mesmo incidente. Um fotógrafo no local afirmou que a jornalista Abu Aqleh usava o colete de imprensa quando foi atingida. Ele disse que as forças israelenses atiravam na área e viu o corpo da repórter da Al Jazeera no chão. Não havia palestinos armados no local, acrescentou.

Palestina denunciará Israel no Tribunal de Haia. Autoridades palestinas declararam na quarta-feira (11) que irão denunciar Israel pelo assassinato da jornalista Shireen Abu Akleh, correspondente palestina da emissora catari Al Jazeera, ao Tribunal Penal Internacional, em Haia. A decisão foi informada pelo ministro de Assuntos Civis, Hussein Al Sheikh, nas redes sociais.

O Ministério das Relações Exteriores do Estado da Palestina, por sua vez, exigiu que o TPI abra “imediata e urgentemente uma investigação sobre os crimes de Israel contra jornalistas e pessoal da mídia”.

Em entrevista à Al Jazeera, Sherif Mansour, coordenador do Programa do Oriente Médio e Norte da África do Comitê de Proteção a Jornalistas, pediu uma investigação “abrangente e transparente” sobre o crime contra a jornalista.

O coordenador disse ainda que o comitê documentou pelo menos 18 casos de jornalistas mortos em Israel e nos territórios palestinos ocupados desde 1992, acrescentando que “não houve justiça” em nenhum desses casos.  

É o que estamos falando há tempos. Não só aqui, no Informativo, mas em uma série de artigos já divulgados, estamos afirmando que os EUA querem manter esse conflito na Ucrânia. Em primeiro lugar como uma forma de tentar desgastar a Rússia, mas, em segundo lugar porque precisa fazer sua indústria bélica se reerguer. Agora temos a confirmação vinda deles mesmos.

O congressista estadunidense Seth Moulton, membro do Partido Democrata, afirmou à Fox News na sexta-feira (07) que os EUA não só estão em “guerra” para apoiar a Ucrânia, mas que estão “fundamentalmente” em “guerra por procuração” com a Rússia.

“Não estamos em guerra apenas para apoiar os ucranianos. Estamos fundamentalmente em guerra, embora um pouco por meio de um ‘proxy’, com a Rússia, e é importante que vençamos”, declarou ao final da entrevista.

“Proxy war” é um termo em inglês que significa “guerra por procuração'', ou seja, quando há um conflito armado em que um país se utiliza de terceiros como intermediários ou substitutos, de forma a não lutar diretamente contra seu oponente.

Para comprovar... Mike Gallagher, da Câmara dos Representantes dos EUA, declarou que os EUA estão fazendo de tudo para armar a Ucrânia.

O congressista afirmou ainda que o país está “queimando” todo um estoque de armas que levou anos para se formar.

Além disso, o grande investimento em seu “intermediário” no Leste Europeu comprometeu o fornecimento de armas a Taiwan, no qual os estadunidenses estão apostando para lutar contra seu outro adversário, a China.

O congressista destaca que, enquanto o país envia suas armas à Ucrânia, o Exército do país segue pressionando o governo devido ao baixo estoque de armas.

Recentemente, os EUA anunciaram o elevado montante de US$ 33 bilhões (R$ 165,1 bilhões) em financiamento suplementar de “emergência” para apoiar a Ucrânia, incluindo US$ 20 bilhões (R$ 98,3 bilhões) para assistência militar.

Ele quer conversar, mas Biden não deixa. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou na quinta-feira (12) que está pronto para negociar com o mandatário da Rússia, Vladimir Putin, mas desde que não haja “ultimatos”.

As negociações para um cessar-fogo estão travadas desde o fim de março, quando a Ucrânia se comprometeu a não ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mas desde que tivesse caminho livre para entrar na União Europeia e garantias de segurança por parte de potências internacionais.

Os dois países, no entanto, ainda não avançaram nas conversas sobre o destino da península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, e do Donbass, zona do leste ucraniano onde ficam as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk.

Moscou exige o reconhecimento da soberania de todo o Donbass e da anexação da Crimeia, mas a Ucrânia defende a manutenção de sua integridade territorial.

O que todos já perceberam... A eurodeputada irlandesa Clare Daly afirmou que o embargo ao petróleo russo não mudará o atual cenário na Ucrânia.

A deputada também destacou que as sanções contra a Rússia não funcionam e que não causarão qualquer mudança no Leste Europeu.

Daly criticou ainda as ações contra a Rússia tomadas pelo Ocidente no conflito, ressaltando que serão os povos europeus a pagar o preço destas decisões.

Além disso, Daly afirmou que a UE e o governo irlandês são tão responsáveis pela escalada quanto qualquer outro país, já que seguem enviando armas a Kiev.

Fomentando a guerra. Os EUA vão destacar mais de 10 mil novos soldados para a Europa. Estes militares devem substituir as forças que foram implantadas na região após o início da operação militar especial russa na Ucrânia, a maior parte nos países do “flanco oriental” da OTAN.

John Kirby, porta-voz do Pentágono, confirmou o destacamento durante conferência de imprensa nesta sexta-feira (13), observando que agora na região “o ambiente de segurança” mudou por causa do conflito militar na Ucrânia.

Kirby acrescentou que se espera que a rotação de tropas continue ao longo de todo o verão (inverno no Hemisfério Sul).

Contudo, ele notou que o Exército poderia em breve “considerar uma presença permanente na Europa e fazer uma avaliação” sobre se deve permanecer nos seus níveis atuais, embora não tenha sido tomada qualquer decisão.

Antes de Moscou iniciar a operação militar na Ucrânia no fim de fevereiro, as forças dos EUA na Europa constituíam cerca de 80.000 militares, alguns implantados em bases de forma permanente, enquanto outros faziam rotação em missões de treinamento com parceiros da OTAN.

Isso é importante registrar. Oficiais britânicos no comando ucraniano de “operação antiterrorista”, em Kramatorsk, elaboravam um plano de ação contra as Forças Armadas russas 12 dias antes do início da operação militar especial da Rússia, em 24 de fevereiro, disse à Sputnik uma fonte das forças russas, com base em informações das Forças Armadas da Ucrânia.

Junto a funcionários da empresa militar privada canadense GardaWorld, os oficiais foram envolvidos na sincronização de informações recebidas da inteligência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e das tropas ucranianas, de acordo com a fonte.

“Segundo informações recebidas de fontes das Forças Armadas da Ucrânia, um grupo de oficiais do departamento militar britânico já estava presente no território da Ucrânia muito antes do início das hostilidades. Assim, de 11 a 14 de fevereiro, acompanhados pela empresa militar privada GardaWorld, os comandantes britânicos realizaram atividades para sincronizar a inteligência técnica recebida pela OTAN, com a sede em Kramatorsk, onde foram consideradas as opções para a realização de operações militares contra as Forças Armadas russas”, disse a fonte.

E tem mais... O secretário da Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, disse na quinta-feira (12) que Londres está comprando armas soviéticas e russas em todo o mundo para as entregar à Ucrânia.

“Grande parte do [ministério] e dos adidos de Defesa em todo o mundo têm estado procurando [armas russas e soviéticas]”, afirmou Wallace citado pelo The Wall Street Journal. O secretário observou que cerca de 23 países possuem em seus estoques armas russas e soviéticas.

Em entrevista ao jornal, o ministro britânico disse que era improvável que as armas entregues pelo Reino Unido à Ucrânia possam ser usadas para atingir o território russo.

Na semana passada foi comunicado que o Reino Unido enviará à Ucrânia equipamentos militares avaliados em US$ 1,6 bilhão (R$ 8,1 bilhões). O novo pacote inclui sistemas de radar, equipamentos de interferência de GPS e dispositivos de visão noturna.

Anteriormente, Londres enviou 20 obuseiros AS90 e cerca de 45 mil granadas de alto potencial explosivo e de fabricação britânica.

Vai custar caro para todos. Biden quer a guerra para tentar desgastar a Rússia e fazer sua propaganda eleitoral, a indústria armamentista quer a guerra para vender mais e mais armas e os capachos da União Europeia precisam manter as boas relações com os EUA. Mas... que perde com isso?

O preço do trigo, do qual a Ucrânia e a Rússia são os principais exportadores, atinge preços recordes, pois a produção e o comércio de cereais, bem como insumos alimentares e energéticos, são afetados pela guerra no Leste Europeu. Os países importadores mais pobres são os mais afetados.

O conflito na Ucrânia chocou os mercados de commodities, alterando os padrões globais de produção, comércio e consumo de tal forma que os preços permanecerão em níveis historicamente altos até o final de 2024, disse um novo relatório do Banco Mundial na terça-feira .

O aumento dos preços de alimentos e energia “estão exigindo um alto custo humano e econômico e provavelmente retardará o progresso na redução da pobreza”, disse Ayhan Kose, diretor do Outlook Group do banco, que escreveu o relatório.

O aumento dos alimentos básicos - dos quais a Rússia e a Ucrânia são os maiores produtores - e dos fertilizantes, cuja produção utiliza o gás natural como insumo, é o mais acentuado desde 2008.

Os preços do trigo devem subir mais de 40 por cento este ano para atingir uma alta histórica em termos nominais, pressionando as economias em desenvolvimento dependentes das importações de trigo, especialmente as da Rússia e da Ucrânia.

Como sempre falamos, a política é vender armas. O jornal The New York Times indicou que os EUA estão usando as mesmas estratégias aplicadas na Ucrânia para vender armas a Taiwan, em mais uma tentativa de reerguer o setor de defesa do país.

Com isso, os EUA aumentam a pressão para que Taiwan compre um grande lote de armas “fabricadas pelos americanos”.

De acordo com o jornal, citando atuais e ex-funcionários dos EUA e de Taiwan, as novas armas são necessárias para garantir a segurança de Taiwan contra uma “suposta invasão marítima pela China”.

Um relato divulgado por Taiwan, e citado pelo NYT, aponta que a ilha está tentando se reforçar e que os EUA esperam que Taipé adquira uma grande quantidade de armas móveis e letais norte-americanas.

Recentemente, o senador estadunidense Marco Rubio apresentou um projeto de lei destinado a acelerar as entregas de armas para Taiwan, alegando uma possível “invasão” chinesa, a mesma estratégia usada na Ucrânia e que desencadeou o conflito na região.

Há problemas internos. Os EUA estão enfrentando uma alarmante “crise nacional”, que já provocou a escassez de fórmula infantil, um produto de fundamental importância para aqueles que não podem se alimentar com leite materno.

De acordo com um estudo da Datasembly, citado pela emissora CBS, este alimento já está esgotado em 40% das 11 mil lojas norte-americanas.

Este número, registrado em 24 de abril, representa uma alta de nove pontos percentuais em comparação ao desabastecimento de 31% registrado no dia 3 de abril.

Em alguns estados, como Tennessee, Texas, Missouri, Iowa, Dakota do Sul e Dakota do Norte, a falta do alimento chega a 50% ou mais.

Devido à escassez, diversos estabelecimentos comerciais impuseram o racionamento destes produtos.

O republicano Tom Cotton, senador de Arkansas, qualificou a escassez como “crise nacional”, e alegou que já é hora de a administração Biden levar a situação a sério.

O segredo dos laboratórios na Ucrânia. O Ministério da Defesa da Rússia informou que os líderes do Partido Democrata estão por trás das atividades biológicas militares dos EUA na Ucrânia.

“Os ideólogos das atividades biológicas militares dos EUA na Ucrânia são os líderes do Partido Democrata”, afirmou o MD russo.

Através dos órgãos de poder, os EUA criaram a base legislativa para financiar os experimentos em laboratórios biológicos militares com o orçamento do país.

Os investimentos estavam sendo controlados pelos chefes do Partido Democrata, incluindo através das fundações dos Clinton, da família Rockefeller, de George Soros e de Biden.

Além disso, ONGs e organizações biotecnológicas também estavam envolvidas no esquema na Ucrânia, permitindo que o Partido Democrata dos EUA recebesse fundos adicionais para campanhas eleitorais.

Graças aos experimentos na Ucrânia, o Pentágono elevou sua capacidade de obter dados sobre anticorpos contra doenças em regiões específicas.

Entre 2016 e 2019, epidemiologistas militares do Instituto de Microbiologia da Bundeswehr exportaram 3,5 mil amostras de soro sanguíneo de pessoas de 25 regiões da Ucrânia.

Isso é democracia? O Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC) registrou na terça-feira que durante 2020 a violência armada no país atingiu o pico mais alto em 25 anos, enquanto a taxa de mortalidade por armas de fogo atingiu o valor mais alto e os homicídios aumentaram 35% em relação a 2021.

Nesse sentido, o centro especificou que as lesões por arma de fogo são relatadas como uma grave afetação da saúde pública no país; diante do qual é necessário desenvolver estratégias para evitar fatalidades por esta causa.

Da mesma forma, a vice-diretora do CDC, Debra Houry, destacou que, ao longo de 2020, 79% dos homicídios e 53% dos suicídios relatados foram executados com armas de fogo.

Segundo dados referenciados no relatório do centro, em 2020 foram registrados 19.350 homicídios por arma de fogo; enquanto, em 2019, foram registradas 14.392 mortes.

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