Ministro Noronha, que teria defendido invasão do STF, foi mais um enganado por Moro, diz Demori
Jornalista diz que Sérgio Moro, ao levantar sigilo do áudio de Lula com Dilma, "mentiu para o país e direcionou a história da nação no que daria na eleição de Bolsonaro"
247 - O jornalista Leandro Demori, ex-editor do Intercept Brasil, afirmou nesta quarta-feira (25) que o ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi "enganado" pelo ex-juiz Sérgio Moro em 2016, durante a divulgação de conversas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em diálogos encontrados pelo Ministério Público Federal no celular apreendido de um empresário, a advogada Anna Carolina Noronha, filha de João Otávio Noronha, afirmou que o pai teria defendido a invasão ao Supremo Tribunal Federal (STF) na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, como uma forma de pressionar os ministros. Anna Carolina relatou a indignação do pai em meio à indicação de Lula para ser chefe da Casa Civil por Dilma Rousseff. “O meu Pai falou w (que) os manifestantes deviam sim ter invadido. O palácio. O srf (STF). Pq não há mais instituição. O stf tá corrompido”, escreveu a advogada. O ministro João Otávio de Noronha nega que tenha defendido a invasão do STF.
Em 2019, após a divulgação de que celulares de autoridades havia sido hackeados, e parte de seu conteúdo se transformaria na série Vaza Jato, o então ministro da Justiça Sérgio Moro avisou ao então presidente do STJ, João Otávio de Noronha, que ele havia sido hackeado e que o material apreendido seria destruído. “Recebi pelo ministro Moro a notícia de que fui grampeado. Não tenho nada que esconder, não estou preocupado nesse sentido”, disse o ministro Noronha na ocasião, segundo matéria da Folha de S. Paulo. “As mensagens serão destruídas, não tem outra saída. Foi isso que me disse o ministro e é isso que tem de ocorrer”, acrescentou o ministro.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADENuma sequência de publicações no Twitter, Leandro Demori lembrou que em setembro de 2019, uma reportagem da Vaza Jato revelou que Polícia Federal gravou não apenas um, mas 22 telefonemas do ex-presidente Lula após a ordem para interromper as escutas que revelaram o "diálogo do Bessias", no qual Dilma Rousseff tratou com Lula de sua posse como ministro da Casa Civil.
"Na verdade, o ex-presidente só mencionou as investigações da Lava Jato uma vez. De posse das anotações das conversas, a reportagem elucida que Lula estava, de fato, empenhado em buscar uma reaproximação com Temer e o MDB e salvar o governo Dilma, e não buscar foro privilegiado", escreve Demori.
"Ao levantar sigilo sobre apenas um áudio, Moro mentiu para o país e direcionou a história da nação para no que, depois, daria na eleição de Jair Bolsonaro, com seu apoio", acrescenta o jornalista.
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