terça-feira, 29 de novembro de 2022

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares, nº 993


 

 

 


Vagabundo ele sempre foi!

Derrotado, o sacripanta diz que está apenas “batendo ponto” e “esperando o tempo passar”. Para ele, o presidente eleito deveria tomar posse logo depois da vitória

O ex-capitão insano não aguenta mais. Segundo a jornalista Mônica Bergamo, ele se queixou a interlocutores que é “aflitiva” a espera até a posse de Lula e reclama que não tem mais “poder algum”. Segundo esses interlocutores, Bolsonaro gostaria de entregar o poder já. Para ele, a lei deveria mudar, e o novo governante deveria tomar posse logo depois de abertas as urnas -mas terá que esperar até 1º de janeiro de 2023. A não ser que renuncie antes.

Apático e deprimido, segundo assessores, ele não tem nenhum compromisso na agenda oficial e mandou Mourão receber as cartas credenciais de embaixadores que vão atuar no Brasil, na última quarta-feira (16). Entre os embaixadores que assumirão os cargos no Brasil está o argentino Daniel Scioli, indicado pelo presidente Alberto Fernández, amigo pessoal de Lula, que é considerado inimigo pelo demente.

Vai trabalhar, vagabundo! O ex-capitão e, agora, ex-presidente, voltou ao trabalho, na quarta-feira (23), após a bancada do PSOL de São Paulo enviar à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma notícia-crime em que acusa o presidente de abandono de cargo público. Se ele fosse trabalhador da iniciativa privada já teria sido punido pela empresa e se faltasse ao trabalho mais dez dias sem apresentar justificativa, seria demitido por justa causa.

A volta ao trabalho coincide também com mais uma ação golpista. Ele voltou ao Palácio do Planalto, seu local de trabalho, um dia após os dirigentes do PL obedecerem a suas ordens e apresentarem um relatório golpista em que pede a invalidação de votos depositados em urnas de modelos anteriores a 2020. Detalhe, o pedido do PL se refere apenas ao segundo turno da eleição, nada fala sobre o primeiro turno quando elegeu a maior bancada do Congresso Nacional, apesar das urnas serem as mesmas.

O presidente faltou ao trabalho do dia 3 ao dia 22 de novembro. No dia 3, deu uma passada no Palácio do Planalto para se reunir rapidamente com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB).

A iniciativa de enviar notícia-crime à PGR foi do   deputado estadual Carlos Giannazi, do vereador da capital Celso Giannazi e da primeira suplente do partido em São Paulo para a Câmara dos Deputados, Luciene Cavalcante, segundo a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S Paulo.

Não quer ser investigado. Com uma ajudinha da PGR (Procuradoria-Geral da República), o ex-capitão conseguiu travar a investigação de denúncias da CPI da Covid contra o governo. Há três meses, a PGR barra o acesso da Polícia Federal a dados da Comissão Parlamentar de Inquérito, que foi realizada no Senado em 2021.

“Os responsáveis pela apuração já pediram o compartilhamento do material por duas vezes. A solicitação foi feita em 19 de agosto, reiterada em 4 de outubro”, detalha a Folha de S. Paulo nesta segunda-feira (21). “O caso tramita na PGR sob a responsabilidade da vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo”.

A Procuradoria ainda enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal), neste mês, um pedido para o arquivamento dos autos, mas a Corte ainda não se pronunciou. Uma das diretrizes da gestão do demente, após a derrota do presidente para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições 2022, é justamente dar fim ao máximo de ações e processos contra Bolsonaro. Na CPI da Covid, ele foi acusado de “incitação ao crime”, por estimular a população brasileira “a se aglomerar, a não usar máscara e a não se vacinar”.

Para iludir o “gado”. Depois de perder as eleições, o demente precisa “alimentar” os seus seguidores (o gado) que está se aglomerando nas portas de quartéis para pedir intervenção militar ou os que estão bloqueando estradas (com o consentimento dos amiguinhos da Polícia Rodoviária Federal).

Passados 22 dias do segundo turno, o candidato derrotado ainda não assimilou o resultado das urnas. Agora, além de praticamente não aparecer mais em público, tenta questionar a eleição, por meio de seus aliados – sem contar os protestos em rodovias e unidades militares. Assim, nesta terça-feira (22), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, enviou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um pedido de invalidação de votos em urnas fabricadas até 2020.

O partido diz ter feito uma “auditoria” que teria comprovado vitória de Jair Bolsonaro com 51,05% dos votos. Isso porque parte das urnas teria problemas – coincidentemente, isso alteraria o resultado a favor do atual presidente. A vitória em 30 de outubro foi de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 50,9% dos votos válidos.

Resposta imediata! O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, indeferiu pedido do PL, que exigia investigação das urnas eletrônicas fabricadas antes de 2020 e eventual anulação do resultado do segundo turno da eleição. Moraes condenou o partido do crápula, derrotado na eleição deste ano, por litigância de má-fé, com multa de R$ 22 milhões.

A ação não questionou o resultado do primeiro turno da eleição, que elegeu 99 parlamentares do PL, apesar das urnas usadas terem sido as mesmas. Pediu para anular o segundo turno que deu a vitória a Lula (PT), eleito com mais de 60 milhões de votos.

Além de alegar falha processual e falta de provas e multar por má-fé, Moraes solicitou abertura de inquérito contra o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, por desvio de finalidade do uso da máquina partidária, bem como do fundo partidário, e de Carlos Rocha, engenheiro responsável pelo Instituto Voto Legal, que elaborou o relatório que baseou a ação do PL. A apuração vai focar em "possível cometimento de crimes comuns e eleitorais".

Em sua decisão, o presidente do TSE também suspendeu o fundo partidário das siglas que integram a coligação “Pelo Bem do Brasil”, do demente: Republicanos e PP.

Quem comanda os bloqueios golpistas? O ministro Benjamin Zymler, do Tribunal de Contas da União (TCU), solicitou na quarta-feira (23) esclarecimentos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) sobre o combate aos bloqueios de rodovias. O despacho do ministro é do dia 10, mas se tornou público somente na quarta-feira (23), após notificação à PRF. O prazo para prestar as informações é de 15 dias. O ministro responde a uma representação do Ministério Público junto ao TCU. A ação questiona suposta omissão da PFR ante a ordem de atuar no desbloqueio das rodovias federais.

Desde 30 de novembro, após a derrota eleitoral, o “gado” seguidor do insano ocupou diversas rodovias pelo país, contestando o resultado das urnas. Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio das contas bancárias de 43 pessoas físicas e empresas suspeitas de financiar atos golpistas.

Na representação ao TCU, além da “suposta omissão da PRF no cumprimento de suas obrigações constitucionais e legais”, ao não atuar contra os bloqueios, o MP também apontou que “dirigentes e agentes fiscalizadores do órgão teriam sinalizado apoio aos caminhoneiros, ao não desmontar os bloqueios nas estradas, em possível descumprimento de decisão do STF”.

“Ele” se vinga do Nordeste. As bancadas do PT e do PSOL na Câmara dos Deputados e no Senado entraram com representação junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo que o governo do insano, derrotado nas eleições deste ano, seja investigado por suspender os repasses para a Operação Carro-Pipa, que há mais de 20 anos leva água para 1,6 milhão de nordestinos e exigem que o abastecimento seja retomado imediatamente. O governo federal alega falta de recursos. O PSOL vê a medida como retaliação aos eleitores nordestinos, que votaram majoritariamente no presidente eleito Lula.

A suspensão do abastecimento foi revelada pelo colunista Carlos Madeiro, do UOL. De acordo com o colunista, a suspensão pegou as Defesas Civis, pipeiros e moradores de surpresa. Pela regra, cada família tem direito a 20 litros de água por dia a cada integrante assistido. Ou seja, se a casa tem cinco moradores, são 100 litros diários. Eles já relatam prejuízos.

O PSOL pede à PGR a instauração de procedimento administrativo de acompanhamento de política pública, com participação de setores da sociedade civil. A Operação Carro-Pipa é financiada com recursos do Exército em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional.

“O corte no programa Operação-Pipa é mais uma clara ação do governo Bolsonaro, em seus momentos agonizantes, para confirmar seu desprezo pela dignidade humana do povo brasileiro e exercitar sua retaliação antidemocrática contra os nordestinos e nordestinas, por sua participação fundamental na derrota da extrema direita nas eleições”, afirma a líder do partido na Câmara, Sâmia Bomfim (SP).

O PT pede que abastecimento seja retomado imediatamente, sob pena de causar mortes. “Os fatos apontados na matéria compõem uma situação que demanda a mais pronta intervenção dos órgãos de controle sobre a Administração Pública, porque se afigura iminência de morte se essa população seguir desassistida da entrega de água potável, cabendo ponderar que nesse contexto as vulnerabilidades se somam: além do não acesso a bem imprescindível ao viver, há, nesse contingente, crianças, idosos, gestantes, pessoas com doenças graves.

Pouco dinheiro... A transição presidencial tem reservado diversas surpresas negativas encontradas pelo governo que vai assumir em janeiro. Uma das heranças será o rebaixamento de salários. Conforme traz o Valor Econômico, 67,1% da população ocupada no país, o que corresponde a 65,5 milhões de trabalhadores, ganha até dois salários mínimos, R$ 2.424.

Os dados se referem ao terceiro trimestre desse ano e foram compilados pela LCA Consultores com base Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-IBGE). A população total ocupada é de 97,5 milhões. Considerando apenas as pessoas que ganham até um salário mínimo, são 34,7 milhões de ocupados, 35,6% do total.

Entre os motivos levantados para essa grande parcela da sociedade que vive com baixos salários em um cenário de alta da inflação, que atinge principalmente os alimentos, está a pandemia de covid-19 que ampliou o número de trabalhadores que aceitaram menores salários para continuarem empregados ou mesmo como forma de se inserirem no mercado de trabalho.

Em 2021, nos dois últimos trimestres, a porcentagem de trabalhadores que recebiam até 2 salários mínimos chegou a 71%.

Brasileiros querem voltar. Milhares de brasileiros que imigraram para Portugal para fugir da longa crise econômica brasileira, desemprego, falta de oportunidades, ou apenas para tentar mudar de vida, estão pedindo ajuda consulados e associações de solidariedade social para voltar porque não têm dinheiro para pagar a passagem de volta. De janeiro a outubro deste ano, 687 brasileiros sem dinheiro sequer para pagar a passagem de volta, recorreram a entidades que ajudam na repatriação. Em 2021, 219 pediram ajuda para voltar.

Sem planejamento nem conhecimento da situação econômica do país, muitos brasileiros vendem tudo e seguem rumo a Portugal acreditando em criminosos que falam mentiras sobre o cenário atual e dão dicas de como economizar nas redes sociais. Uma delas diz para os imigrantes cancelarem a passagem de volta ao Brasil, que todos os turistas precisam apresentar na alfândega, assim que entrar no país, e pega o reembolso, embolsado pelos criminosos.

Alguns pedem ajuda para volta menos de um mês após chegar no país e descobrir que, também lá, a inflação disparou, os preços dos aluguéis registram alta recorde e não tem emprego para todos.

O mundo perde uma lutadora! No domingo (20), perdemos uma das grandes lutadoras sociais do planeta! Perdemos Hebe de Bonafini. O Governo da Argentina decretou três dias de luto nacional e “presta homenagem a Hebe, sua memória e sua luta, que sempre estará presente como guia em tempos difíceis”.

Hebe foi fundadora do grupo “Mães da Praça de Maio” e lançou luz na noite escura da ditadura militar, abrindo caminho para a recuperação da democracia em seu país.

Hebe de Bonafini morreu às 9h20 (12h20 GMT) do domingo, após vários “dias de internação no Hospital Italiano” de La Plata, capital da província de Buenos Aires, durante os quais recebeu “demonstrações de amor, acompanhamento e preocupação”, bem como “em toda a sua carreira militante”.

Não dá para esquecer o heroísmo e a importância da presidente da Associação de Mães da Praça de Maio. Ela afirmava ser uma mãe comum, porém, o sumiço de seus filhos a tornou uma das mães mais importantes da história. “Ter a maternidade socializada nos deu uma possibilidade muito grande”.

Luto na Argentina. Após a morte de Hebe de Bonafini, o Governo da Argentina decretou três dias de luto nacional e “presta homenagem a Hebe, sua memória e sua luta, que sempre estará presente como guia em tempos difíceis”.

“O Governo e o povo argentino reconhecem nela um símbolo internacional da busca pela memória, verdade e justiça para os 30.000 desaparecidos”, afirmou.

“Como fundadora das Mães da Praça de Maio, ela lançou luz na noite escura da ditadura militar e abriu caminho para a recuperação da democracia há quarenta anos”, diz um comunicado.

Por seu turno, a família de Hebe de Bonafini pediu “privacidade” para sentir a dor de sua falta. O texto, assinado pela filha Alejandra, reconhece que a família está ciente do “amor do povo por Hebe”, mas pede “privacidade” para este dia e adianta que esta segunda-feira vão informar “quais serão os espaços para homenagens e lembretes”.

“Vamos continuar a encontrar a Hebe na Praça e nas lutas da aldeia!”, conclui o texto.

Acordo Rússia e Nicarágua. Os governos da Rússia e da Nicarágua assinaram um roteiro para discutir o uso pacífico da energia nuclear.

O acordo foi assinado no âmbito do fórum internacional da exposição atômica 2022, pelo diretor geral da Rosatom State Atomic Energy Corporation, Alexei Lijachov, e pela embaixadora extraordinária e plenipotenciária da Nicarágua na Rússia, Alba Azucena Torres.

O roteiro define os passos concretos de ambas as partes nos próximos dois anos para a implementação de projetos de energia nuclear na Nicarágua, bem como uma avaliação das possibilidades de implementação de projetos geotérmicos e ligados à energia hidráulica e eólica.

Acordo Rússia e Argentina. A província russa de Rostov-on-Don pretende promover projetos de coprodução de sementes e equipamentos agrícolas com a Argentina, disse o primeiro vice-governador, Víctor Goncharov.

“A Rússia fornece à Argentina sementes de milho, sorgo e girassol. Gostaríamos de intensificar a cooperação, envolver-nos na colaboração internacional no cultivo de sementes e na produção de equipamentos”, disse Goncharov em encontro com jornalistas.

Uma delegação desta província do sul da Rússia passou vários dias na Argentina para se familiarizar com as tecnologias utilizadas na agricultura local. Goncharov aproveitou a visita para convidar empresas do país sul-americano para fabricar equipamentos agrícolas em Rostov-on-Don. "Há quem queira fazê-lo", disse ele.

Outra área de cooperação, segundo ele, é a seleção conjunta. Assim como a Argentina e a Rússia, eles estão em hemisférios diferentes: quando a colheita começa em um país, no outro já dura meses.

Encontro Cuba e China. O Presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, iniciou na sexta-feira a sua agenda de trabalho em Pequim com um encontro com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, no qual acordaram estreitar as relações de amizade bilaterais. Díaz-Canel foi recebido no Grande Salão do Povo pelo Presidente Xi e após uma cerimônia oficial eles passaram a conversas oficiais.

O chefe de Estado do gigante asiático lembrou que Cuba foi o primeiro país do Hemisfério Ocidental a estabelecer relações diplomáticas com a nova China.

Os laços sino-cubanos tornaram-se um caso exemplar de solidariedade e cooperação entre os países socialistas e de apoio sincero entre os países em desenvolvimento, comentou o presidente anfitrião.

Ele enfatizou sua disposição de continuar trabalhando junto com Cuba para aprofundar a confiança política mútua e ampliar a cooperação prática, apoiando-se mutuamente em questões relacionadas a seus respectivos interesses.

Díaz-Canel, por sua vez, agradeceu “o cordial convite para esta visita, a primeira feita por um chefe de Estado da América Latina e do Caribe após a bem-sucedida celebração do XX (Congresso Nacional do Partido Comunista da China)”.

Ainda há riscos. Depois da vitória de Lula, no Brasil, uma parte da esquerda começou um discurso eufórico baseado na imagem de que o mapa da América Latina foi pintado de vermelho. Com poucas exceções, após o triunfo de Lula, os governos são, ou serão em breve, ocupados por lideranças de esquerda.

Mas isso não significa que a direita em Nossa América foi completamente vencida. As coisas não são as mesmas daquela época de ouro com Chávez, Kirchner, Evo e Lula. A direita, derrotada nas eleições presidenciais, tem mostrado não só um avanço eleitoral, mas um conjunto de variantes que nos permitem compreender uma grande força que poderá manifestar-se nos próximos anos, sempre projetando que estes tempos serão seguramente especialmente difíceis na arena econômica e, portanto, propenso à desestabilização política.

Vejamos o que temos pela frente... 1) No México, as próximas eleições presidenciais serão em 2024 e não há clareza sobre a estratégia da esquerda, apesar da divisão das forças de direita; 2) Na Argentina, a oposição lidera as pesquisas em meio a uma profunda crise econômica; 3) No Chile, a derrota do Plebiscito para a nova Constituição com rejeição de 61% gera um clima de inquietação e indeterminação para o presidente Gabriel Boric; 4) No Brasil, o energúmeno que sai conseguiu dividir o eleitorado popular, tanto que já se fala em "Bolsonarismo" pelo enorme poder que conquistou no Congresso e nas regiões. Além disso, o vencedor, Lula da Silva, estava longe de seus resultados anteriores (em 2006 alcançou 60% e em 2022 50%) e amarrado a alianças com a direita moderada que diminuirão sua capacidade de manobra; 4) No Equador, as forças progressistas continuam divididas e com isso será muito difícil para elas conseguir a vitória nas eleições presidenciais de 2025; 5) Na Venezuela, uma oposição atomizada conseguiu chegar a um acordo sobre as primárias para se unificar, enquanto as forças chavistas viram seu eleitorado diminuir significativamente; 6) No Peru, o presidente Pedro Castillo ainda não foi autorizado a governar e, embora tenha sobrevivido a tentativas de impeachment, encontra-se enfraquecido por uma direita radical que fez progressos significativos nas eleições regionais do mês passado.

Um triste fato. Deveríamos estar chorando, mas o machismo ainda manda no planeta. Pelo menos 45 mil mulheres e meninas em todo o mundo foram mortas por seus familiares ou parceiros em 2021, afirmou um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) publicado às vésperas do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, comemorado nesta sexta-feira (25/11).

Segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e a ONU Mulheres, isso significa que mais de cinco mulheres ou meninas foram mortas a cada hora por alguém de seu convívio próximo.

O relatório enfatiza ainda que, embora os números do feminicídio sejam "assustadoramente altos", a verdadeira cifra é provavelmente ainda maior.

Segundo a ONU, cerca de 81,1 mil mulheres e meninas foram mortas intencionalmente no ano passado.

O relatório reconheceu que homens e meninos são, no geral, muito mais propensos a serem mortos, representando 81% de todas as vítimas de homicídios. Mas mulheres e meninas são particularmente afetadas pela violência de gênero em suas próprias casas.

O texto acrescentou que o maior número de feminicídios em 2021 foi registrado na Ásia, com uma estimativa de 17,8 mil vítimas. Em segundo lugar ficou a África, com 17,2 mil vítimas registradas, diz a ONU.

Provando o próprio veneno. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global deve cair de 3,1% este ano para 2,2% em 2023, informou a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em seu Relatório Econômico – Perspectivas, divulgado nesta terça-feira. A previsão para o Brasil é de crescimento de 2,8% este ano, 1,2% em 2023 e 1,4% em 2024.

O número global de 2022 é cerca de metade do ritmo registrado em 2021 durante a recuperação da pandemia, e a taxa de crescimento projetada para 2023 está bem abaixo do previsto antes da eclosão do conflito Rússia-Ucrânia.

“A Ásia será o principal motor de crescimento em 2023 e 2024, enquanto a Europa, a América do Norte e a América do Sul terão um crescimento muito baixo”, afirmou a Organização. Os principais mercados emergentes da Ásia são projetados pela OCDE como responsáveis por quase três quartos do crescimento do PIB global em 2023, enquanto as economias dos Estados Unidos e da Europa devem desacelerar.

“A Europa percorreu um longo caminho para reabastecer suas reservas de gás natural e reduzir a demanda, mas este inverno no Hemisfério Norte certamente será um desafio”, afirmou a OCDE, acrescentando que os preços mais altos do gás ou interrupções definitivas no fornecimento do combustível acarretariam um crescimento significativamente mais fraco e maior inflação na Europa e no mundo em 2023 e 2024.

Reino Unido em crise. O chanceler do Tesouro do Reino Unido, Jeremy Hunt, anunciou na quinta-feira um pacote de aumentos de impostos e cortes de gastos no valor de 55 bilhões de libras (US$ 65 bilhões) em uma tentativa de melhorar as finanças públicas e restaurar a credibilidade econômica do país.

“Hoje apresentamos um plano para enfrentar a crise do custo de vida e reconstruir nossa economia”, disse Hunt à Câmara dos Comuns em sua declaração no outono de 2022. “Nossas prioridades são estabilidade, crescimento e serviços públicos”.

Para arrecadar mais fundos, o limite no qual os rendimentos mais altos começam a pagar a taxa de 45% superior será reduzido de 150 mil para 125.140 libras, enquanto os limites de imposto de renda, imposto sobre herança e seguro nacional serão congelados por mais dois anos até abril de 2028, segundo o chanceler.

Para garantir que as empresas que obtêm lucros extraordinários devido aos altos preços da energia também paguem sua parte justa, o imposto surpresa sobre as empresas de petróleo e gás aumentará de 25% para 35%, com a cobrança permanecendo em vigor até março de 2028, e um novo, taxa temporária de 45 por cento será introduzida para geradores de eletricidade.

Sobre os gastos públicos, de acordo com o comunicado, é estimado que os departamentos trabalhem com mais eficiência e apoiem a missão de disciplina fiscal do governo. De 2025-2026 em diante, os gastos diários aumentarão mais lentamente, 1% acima da inflação.

Em meio à crise do custo de vida, o chanceler revelou outro pacote de apoio. Embora o governo esteja limitando as contas de energia típicas das residências neste inverno a 2.500 libras, a Garantia de Preço de Energia continuará fornecendo apoio a partir de abril de 2023, com o limite subindo para 3 mil libras. Famílias com benefícios de condição de recursos, pensionistas e pessoas com benefícios por invalidez receberão novos pagamentos.

Reino Unido: trabalhadores em greve. Os trabalhadores da empresa postal estatal britânica Royal Mail, bem como professores universitários do Reino Unido, mobilizaram-se esta quinta-feira em dia de greve para exigir o aumento dos salários e das pensões, e a melhoria das condições de trabalho.

Os funcionários dos correios fizeram piquetes nas portas dos correios e escritórios de entrega de pacotes, bem como fora das universidades e faculdades do país. Estima-se que mais de 100 mil trabalhadores do setor apoiaram a greve.

Por sua vez, o Sindicato de Universidades e Faculdades (UCU) anunciou que mais de 70.000 funcionários de 150 universidades entraram em greve depois que os sindicalistas votaram sim à mobilização em duas votações nacionais históricas.

Assim, as manifestações dos diferentes setores são realizadas no mesmo dia como resultado de negociações entre dirigentes sindicais de diferentes sindicatos, a fim de organizar ações conjuntas.

Antes dos protestos, a empresa postal Royal Mail disse ter apresentado aos sindicatos sua melhor oferta para resolver a disputa, equivalente a um aumento de 9% nos salários nos próximos 18 meses e a promessa de desenvolver um novo pacote de benefícios para os funcionários.

Em contrapartida, o líder do Sindicato dos Trabalhadores da Comunicação (CWU), David Ward, ficou desapontado com a proposta, que está abaixo do aumento da inflação. Ele observou ainda que isso marca o fim do Royal Mail, como é conhecido, e seu rebaixamento de uma instituição nacional para uma empresa não confiável no estilo Uber.

Zelensky está manipulando Washington. O comentário surge logo após a explosão de um míssil na Polônia, esta semana, que escalou as tensões Rússia-OTAN à beira da guerra antes que os EUA e seus aliados admitissem que o míssil era ucraniano.

O presidente ucraniano Vladimir Zelensky está tentando manipular Washington, e nas últimas semanas, o governo dos EUA foi forçado a tomar uma série de ações abertas e nos bastidores ao perceber que as ações de Kiev aumentam as tensões com Moscou a níveis perigosos, sugeriu o famoso neoconservador e colunista do Washington Post, David Ignatius.

“Zelensky tem o poder de um líder corajoso e carismático para pressionar seu patrono da superpotência em ações que podem não ser do interesse dos EUA. O governo Biden tentou encontrar um equilíbrio entre um forte apoio militar à Ucrânia e evitar qualquer coisa que pudesse desencadear um conflito russo-americano direto”, afirmou Ignatius, conhecido como repórter privilegiado de segurança dos EUA, que foi denunciado em 2018 por ser alimentado com histórias por fontes da CIA, conforme escreveu em um recente artigo de opinião.

Boicotaram a Merkel? Ex-chanceler alemã disse em entrevista à revista Der Spiegel não ter recebido com surpresa a notícia do início da operação militar da Rússia na Ucrânia, dado o descumprimento por parte de Kiev dos acordos de Minsk.

Merkel foi chanceler da Alemanha entre 2005 e 2021, sendo a mais longeva no cargo na história do país. Em entrevista nesta quinta-feira à revista alemã Der Spiegel, ela disse que tentou estabelecer um diálogo independente com Putin no Conselho da União Europeia (UE) em seu último ano de mandato, mas não obteve apoio.

“No verão de 2021, após o encontro entre os presidentes [Joe] Biden e [Vladimir] Putin, eu, junto com Emmanuel Macron, mais uma vez quis estabelecer um formato europeu independente para discussões com Putin no Conselho da UE. Alguns colocaram objeções, e eu já não tinha forças para me impor porque todos sabiam que eu sairia no outono [do Hemisfério Norte]”, disse a ex-chanceler alemã.

Ela destacou que não recebeu com surpresa a notícia do início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, dado o descumprimento por parte de Kiev dos acordos de Minsk. Os acordos foram assinados em 2014 e 2015, por Rússia, Ucrânia, República Popular de Lugansk (RPL) e República Popular de Donetsk (RPD), e tinham como objetivo pôr fim aos conflitos armados no leste da Ucrânia.

Quem está ganhando? Segundo o jornal The Wall Street Journal, fabricantes europeus de sistemas e munições de baixa tecnologia, como morteiros e munições, estão buscando alternativas para aumentar a produção de armas.

Desde o início do conflito, em 24 de fevereiro, com o envio de armamentos dos EUA e seus aliados na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para a Ucrânia, houve um aumento na demanda por defesa aérea e outros equipamentos.

Enquanto muitos países estão começando a reconhecer que a Ucrânia provavelmente precisará de apoio militar nos próximos anos, e no momento em que existe um esgotamento dos arsenais ocidentais, os maiores fabricantes de armas do mundo estão buscando aumentar a produção de lançadores de foguetes, tanques e munições.

A empresa estadunidense de armas Raytheon Technologies, um dos exemplos citados pela mídia dos EUA, convocou seus funcionários aposentados para impulsionar a fabricação dos sistemas de mísseis antiaéreos Stinger, que praticamente estavam fora de produção até o início do conflito entre a Ucrânia e a Rússia.

O Pentágono comprometeu mais de US$ 19,7 bilhões (cerca de R$ 100 bilhões) em armas e serviços para a Ucrânia, a maior parte retirada de estoques existentes. Além disso, concedeu cerca de US$ 3,4 bilhões (R$ 18,09 bilhões) em novos contratos para reabastecer estoques nacionais e aliados.

A Lockheed Martin, outra produtora de armas, está dobrando a produção de mísseis antitanque Javelin em colaboração com a Raytheon. Além disso, em meados de outubro, a empresa informou que planejava aumentar a produção de Sistemas de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade (Himars), arma de alta demanda na Ucrânia.

O aumento também é reportado pelo WSJ na Europa, onde alguns dos fabricantes de armas mais antigos estavam acostumados a uma demanda mais modesta por seus produtos.

Farinha pouca... A compra do diesel russo acelerou em novembro, o último mês em que o diesel russo pode entrar livremente para uso na União Europeia, relata a agência britânica Reuters.

Os comerciantes europeus estão apressando o preenchimento de seus depósitos com diesel russo antes da entrada em vigor da proibição da União Europeia (UE), relatou na segunda-feira (21) a agência britânica Reuters.

Em fevereiro entra em vigor a proibição de quaisquer importações de produtos petrolíferos russos.

No entanto, como indica a Reuters, a partir de 30 de novembro os comerciantes já terão que provar à ICE Futures Europe que nenhum produto diesel de origem russa entrou na região de armazenamento Amsterdã-Roterdã-Antuérpia (ARA), nos Países Baixos e na Bélgica, para realizar uma entrega posterior a dezembro. Além disso, os que chegarem em dezembro terão de ser movidos para petroleiros que já não poderão ser descarregados no território.

As importações de diesel da Rússia constituíram 44% de todas as importações de combustíveis em novembro, contra 39% em outubro, segundo dados da Refinitiv. A Rússia segue sendo a maior exportadora de diesel para a UE, apesar de essa proporção ter estado em mais de 50% antes do começo da operação militar especial em fevereiro.

Para dar mais gás aos nazistas! A Noruega vai dar US$ 195 milhões (pouco mais de R$ 1 bilhão) para a Ucrânia comprar gás durante o inverno do Hemisfério Norte por meio do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (BERD), disse o governo norueguês na segunda-feira (21).

“O ministro das Finanças da Noruega, Trygve Slagsvold Vedum, assinou hoje um acordo para fornecer financiamento de NOK 2 bilhões [pouco mais de R$ 1 bilhão] para permitir que a Ucrânia compre gás natural durante o próximo inverno. O financiamento norueguês será canalizado através do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento [BERD]”, disse o governo em comunicado.

A ministra das Relações Exteriores da Noruega, Anniken Huitfeldt, declarou que os ataques russos à infraestrutura de energia ucraniana antes do inverno visavam quebrar sua "resistência".

A Rússia tem como alvo a infraestrutura militar e energética da Ucrânia com ataques aéreos de retaliação desde o dia 10 de outubro, dois dias após o bombardeio da ponte da Crimeia, organizado pelos serviços especiais ucranianos.

A importância do BRICS. Durante uma reunião com a Índia no começo do mês, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse ao seu homólogo, o chanceler indiano Subrahmanyam Jaishankar, que pelo menos 12 países manifestaram interesse em ingressar no BRICS, grupo que reúne os dois países, além de Brasil, China e África do Sul.

Na ocasião, Lavrov apontou que a última cúpula do BRICS agregou 13 países, na qual os líderes discutiram assuntos internos e traçaram planos para o futuro, já mirando a transformação para o formato BRICS+.

“O interesse nesta associação global é muito, muito alto e continua a crescer. Não são apenas Argélia, Argentina, Irã. Na verdade existem mais de uma dúzia de países”, enfatizou o ministro russo.

De acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o BRICS concentra 31,8% do produto interno bruto (PIB) global atualmente, além de abrigar cerca de 40% da população do planeta. A expansão, mesmo com as particularidades socioeconômicas de cada país, vai turbinar esses índices.

Enquanto Argélia, Argentina e Irã formalizaram seus pedidos de ingresso no grupo, outros países vêm demonstrando crescente interesse em integrá-lo: Arábia Saudita, Turquia, Egito, Afeganistão e Indonésia já deram sinalizações nesse sentido.

Cazaquistão, Nicarágua, Nigéria, Senegal, Tailândia e Emirados Árabes Unidos enviaram seus emissários para o encontro de expansão do BRICS, em maio.

Levantamento realizado pelo site Silk Road Briefing apontou que, caso sejam aceitos, os novos candidatos podem levar o PIB do grupo a um índice 30% maior que o registrado pelos EUA, fazer o BRICS+ representar mais de 50% da população global e ter o controle somado de 60% das reservas mundiais de gás.

Já vai tarde! A presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, 82 anos, anunciou em 17 de novembro que renunciará ao cargo de líder do Partido Democrata no Congresso após duas décadas. Em diálogo com o Sputnik, o analista Sergio Rodríguez Gelfenstein analisa a figura da política americana.

A primeira e única mulher a liderar seu partido anunciou duas vezes perante o plenário da Câmara que continuará seu trabalho legislativo como deputada pelo estado da Califórnia, mas que “hora de abrir caminho para uma nova geração de democratas”.

Pelosi, uma das presidentes da Câmara mais influentes nas últimas décadas, afirmou que não buscará a reeleição na liderança democrata na próxima convenção ou congresso de seu partido. "Sou grata por tantos estarem prontos e dispostos a assumir essa incrível responsabilidade", disse ela.

Em assuntos internacionais, Pelosi foi muito polêmica, afirma a analista venezuelana, porque como presidente da Câmara dos Deputados em 2003 ela se recusou a apoiar a guerra do Iraque (2003-2011). “Ela criticava muito os presidentes republicanos. No entanto, por fora ela é, como todos os políticos americanos, imperialista”.

No que diz respeito à China, teve “um papel muito importante desde o tempo em que era apenas deputada e não tinha cargo de liderança no Partido Democrata”, e depois o seu trabalho tem sido constante "no apoio aos motins em Hong Kong em 2019 e no apoio a Taiwan, especialmente porque seu marido é um empresário ligado à indústria de chips", disse ela.

A indústria armamentista agradece. Desde o início da operação militar especial russa na Ucrânia, Washington já forneceu a Kiev cerca de US$ 17,9 bilhões (R$ 95,7 bilhões) em assistência militar.

O Exército dos EUA acelerou a aquisição de armas para reabastecer suas reservas drenadas pelo envio maciço de ajuda à Ucrânia no âmbito da operação especial, disse Douglas Bush, subsecretário de Aquisição Logística e Tecnologia do Exército norte-americano, citado pela Reuters.

O Pentágono também já gastou mais de US$ 2,6 bilhões (R$ 13,9 bilhões) entre maio e outubro reabastecendo os estoques de armas principais.

O Departamento de Defesa reconheceu, no entanto, que ainda levaria "vários anos" para o Exército dos EUA ser totalmente reabastecido, de acordo com uma folha de dados vista pelo The New York Times.

Washington usa a Autoridade de Redução Presidencial (PDA, na sigla em inglês) para permitir transferências rápidas de armas sem aprovação do Congresso durante situações de emergências.

A Rússia tem repetidamente advertido que o influxo de armas ocidentais só vai prolongar o conflito ao mesmo tempo em que torna de fato os EUA e outros membros da OTAN participantes do conflito.


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