quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

PARA NÃO ESQUECER – 02 DE FEVEREIRO DE 1943 * STALINGRADO – O PRINCÍPIO DO FIM (1)

 

PARA NÃO ESQUECER – 02 DE FEVEREIRO DE 1943
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STALINGRADO – O PRINCÍPIO DO FIM (1)
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Na madrugada do dia 22 de junho de 1941 Hitler finalmente inicia o que tinha prometido à Inglaterra e aos EUA: invadir a URSS e terminar com o bolchevismo. O Ocidente temia muito o avanço do comunismo para o leste e precisava destruir a União Soviética.
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Além desse motivo, a Alemanha tinha outros interesses: uma das nações mais industrializadas da Europa não tinha grandes reservas de minério de ferro ou de carvão. Petróleo, gás natural e carvão estavam na região do Cáucaso!
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A chamada “Operação Barbarossa”, invasão da URSS, começou com 3,6 milhões de soldados alemães, 3.600 tanques e 2.700 aviões! Os alvos, por razões morais e psicológicas, eram tomar Moscou, Leningrado e Stalingrado! Ou seja, a capital, a cidade dedicada a Lenin e a cidade dedicada a Stálin, que estava no poder.
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Já em seu livro Mein Kampf (Minha Luta), Hitler defendia o extermínio do povo eslavo. Ao iniciar a guerra ele dizia que cerca de 30 milhões de pessoas deveriam morrer de fome para que os grãos produzidos pela União Soviética fossem deslocados para a sobrevivência do povo alemão. Enquanto isso, os eslavos receberiam o mínimo de alimentos possível, enquanto eram escravizados pelos alemães. Isso está escrito!
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O objetivo era simples: ao norte deveriam atacar a cidade de Leningrado, que, além de levar o nome do líder da Revolução, era um importante centro industrial; ao centro, os alemães arremeteriam contra a capital Moscou; ao sul, os exércitos alemães deveriam concentrar-se contra Stalingrado, que além de levar o nome do líder no poder era também um grande centro industrial.
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Hitler pensava em conquistar toda a União Soviética rapidamente e, em uma carta, chegou a dizer que queria terminar a dominação em “até oito semanas”!
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A verdade é que o ataque alemão pegou os soviéticos despreparados. Alguns documentos dizem que Stálin recusava-se a acreditar que Hitler estava preparando a invasão. Para piorar, ele estava realizando os conhecidos “expurgos” no partido e também no Exército Vermelho.
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A Batalha de Stalingrado acontece entre 23 de agosto de 1942, quando as tropas alemãs chegam a cercar a cidade, até 02 de fevereiro de 1943, o dia que o marechal Friedrich Wilhelm von Paulus, que comandava as tropas alemãs assina a rendição final! De acordo com todos os historiadores, a batalha marca o “ponto de virada” da guerra e o Exército Vermelho começa a empurrar as forças alemães de volta, para Berlim.
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Pelo lado alemão, participaram do ataque a Stalingrado o 6º Corpo de Exército e elementos do 4º Exército Panzer na linha de frente. Pelo ar, contavam com centenas de aviões da Luftwaffe, que bombardearam as posições soviéticas na cidade e em seus arredores. Passou a ser uma guerra “casa por casa”, “quarteirão por quarteirão”. A mensagem de Stalin para os soldados na frente de combate era “que cada soldado alemão se sinta sob a mira de um fuzil”! A cidade começou a se tornar ruínas, com os bombardeios aéreos constantes.
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Logo os alemães ocuparam todo o lado leste do rio Volga, mas o Exército Vermelho, sob o comando do Marechal Georgi K. Zhukov, começava a preparar a contraofensiva que foi mortal!
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Neste ponto, vale escrever algumas linhas sobre o Marechal Zhukov, herói da União Soviética. Sabemos que em 1915, durante a Primeira Guerra, ele foi sargento no Exército do czar. Mais tarde, quando começou a Guerra Civil na União Soviética, ele se inscreveu na Guarda Vermelha onde cumpriu várias tarefas contra os chamados “brancos” (inimigos da Revolução de Outubro). Zhukov esteve nos principais combates da Segunda Guerra: organizou a defesa de Moscou contra os alemães, esteve em Leningrado comandando as tropas de resistência, foi o grande Comandante da vitória em Stalingrado e comandou o ataque final a Berlim!
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Do outro lado do rio Volga, ainda sob controle dos soviéticos, havia a fábrica de tratores Estrela Vermelha (depois Fábrica de Tratores Volgogrado)! Lá foi desenvolvido o tanque T-34, considerado por todos os estrategistas militares, até hoje, como a mais perfeita arma da Segunda Guerra. E o que o tornava tão especial?
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Aqui está um dos motivos da grande vitória soviética! As tropas alemãs, a famosa “divisão Panzer”, estava composta por tanques do tipo Tiger II, com canhão de 88 mm (o mais potente da época) e pesava 57 toneladas. Movido por um motor a gasolina, sua velocidade máxima era de 38 Km/h!
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Mas o T-34 soviético, feito por uma fábrica de tratores agrícolas, tinha um canhão bem menor (76 mm), mas pesava apenas 27 toneladas e desenvolvia 53 Km/h (movido a diesel). E isso fez a diferença!
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Como dissemos acima, os alemães ocuparam o lado leste do rio Volga. Do outro lado, Zhukov ia concentrando os seus tanques e suas tropas, aguardando a chegada do inverno. Na região, havia apenas uma ponte sobre o rio por onde os Tiger alemães poderia atravessar e ali estava muito bem defendido.
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Com a chegada do inverno, em novembro, o Volga congelou! Sendo muito mais leves do que os tanques alemães, os T-34 passaram pela camada de gelo em um movimento conhecido militarmente como “em pinça”. Ou seja, as tropas de von Paulus ficaram cercadas em um grande bolsão. Não recebiam mais mantimentos, combustíveis ou novos armamentos!
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Os tanques soviéticos eram muito rápidos e faziam círculos em torno dos Tiger II, atirando sempre na parte traseira onde a blindagem era menor.
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Segundo Geofrey Jukes (veja a nota 1) no início de novembro von Paulus já percebia que seria difícil tomar Stalingrado e escreveu uma carta para Hitler dizendo que deveriam recuar para evitar uma derrota maior. Hitler, segundo o livro citado, respondeu que “nenhum poder na terra nos fará sair de Stalingrado.
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Neste ponto, vou transcrever o que escreve Geofrey Jukes no livro citado: “Esta era a verdadeira medida da realização do 62º Exército: teimando em permanecer em Stalingrado, ele havia atraído quantidade cada vez maior de soldados alemães para a área e preparara o terreno para um golpe de dimensões épicas. Ele havia resistido a tremenda pressão, mas os papeis se inverteriam, pois os sitiantes se haviam transformados em sitiados, e os alemães, romenos e croatas, dentro do cerco, viriam a sofrer tudo o que o 62º Exército sofrera – porém por mais tempo e com os fardos adicionais do frio, da fome e da desesperança”.
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Um fato é incontestável: ao insistir na tomada de Stalingrado, enviando mais tropas e mais armamentos para lá, Hitler enfraqueceu suas forças ao Leste, o que permitiu o movimento dos “aliados” no chamado “Desembarque da Normandia”. Este jamais teria acontecido, se o Exército Soviético não tivesse resistido e exaurido as forças nazistas. Então, o título do livro e desse artigo é correto: “Stalingrado – O princípio do Fim”.
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Sobre a tomada de Berlim pelas forças soviéticas, o marechal Zhukov escreveu: “... a paisagem inteira se acendeu ao disparo de milhares de canhões, morteiros e pelos lendários ‘Katyushas’; depois, 140 holofotes e milhares de foguetes de iluminação clarearam o campo de batalha com a intensidade de cem bilhões de lumens. Em toda a minha vida nunca senti tal sensação”.
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De acordo com o escritor e jornalista Alexander Werth, que cobriu o conflito, seis razões fizeram com que a União Soviética saísse vitoriosa da batalha de Stalingrado, tanto na fase defensiva quanto na fase ofensiva. Segundo ele: 1) a artilharia Soviética realizou ataques com tiros constantes contra o inimigo; 2) a experiência dos soviéticos; 3) a organização e logística infalíveis que fez com que a cidade se mantivesse abastecida em todo o período do conflito; 4) as condições geoclimáticas no período dos conflitos em Stalingrado; 5) o poderoso arsenal antitanque que destruiu a tática militar; 6) o treinamento do exército em situações de combates de rua.
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Além do batalhão de Friedrich Paulus, estava também no cerco a Stalingrado outro batalhão alemão, esse comandado por um dos mais destacados militares da Wehrmacht, Erich von Manstein. Mas este batalhão se entregou antes.
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Os soldados alemães que ainda continuavam em Stalingrado, acabaram se rendendo em 02 de fevereiro de 1943 e depois de cerca de seis meses de conflitos cruéis e sangrentos, a União Soviética foi declarada vitoriosa na batalha de Stalingrado.
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Para encerrar, devemos dizer que: a) a batalha de Stalingrado é conhecida como um dos maiores e mais sangrentos conflitos na história da Segunda Guerra Mundial; b) foi caracterizada como sendo a maior derrota que o exército alemão sofreu em toda a história; c) cerca de um quarto do exército alemão foi dizimado no decorrer do conflito; d) foram cerca de 200 dias e noites de confrontos; e) o saldo de mortos teve uma média de 230 mil militares alemães, 40 mil civis soviéticos e 17 mil soldados do Exército Vermelho.
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(1) O título é do livro de Geofrey Jukes, da coleção “História Ilustrada da 2ª Guerra Mundial”, Editora Renes
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VIVA O EXÉRCITO SOVIÉTICO QUE LIVROU O MUNDO DO NAZISMO!
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VIVA A CORAGEM DOS SOLDADOS VERMELHOS!
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Nas imagens: 1) o livro de Geofrey Jukes e um sobre o Marechal Zhukov ambos na minha estante; 2) um precioso livro que comprei, em 1980, muito ilustrado e com fotos das armas soviéticas usadas durante toda a Segunda Guerra; 3) um cartaz soviético representando a derrota do nazismo; 4) a entrada da fábrica de tratores agrícolas onde nasceu o T-34; 5) um modelo em escala do T-34 que “mora” na minha estante; 6) mapa mostrando o movimento “em pinça” das tropas soviéticas e; 7) mapa mostrando o cerco final aos alemães que se rendem no dia 02 de fevereiro.
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