Adiada a viagem à China?
Na sexta-feira (24) surgiu a notícia de que o
presidente Lula estava com um quadro clínico de pneumonia leve e que poderia adiar
sua viagem à China. Ele foi ao hospital Sírio-Libanês de Brasília na noite de
quinta-feira (23), após retornar de uma viagem ao Rio de Janeiro, porque estava
tossindo muito e se sentindo mal, com sintomas de gripe, além de pressão alta.
A suspeita de pneumonia foi confirmada pelos médicos e Lula foi descansar no
Palácio da Alvorada.
“Se estiver bem, sim [está mantida a viagem à China no
domingo]. A programação está mantida”, disse o médico de Lula, o
endocrinologista, Roberto Kalil, que esteve no local e afirmou aos jornalistas
que o quadro do presidente é “superestável”.
Todas as agendas do presidente desta sexta foram
canceladas, entre elas uma com ministros no Palácio do Planalto, outra de
‘emergência’ com a coordenação política do governo, que Lula havia convocado
para discutir a crise instalada no Congresso Nacional entres os presidentes das
duas casas, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do Senado, e Arthur Lira (PP-AL).
O principal compromisso de Lula em sua viagem à China
está marcado apenas para terça-feira (28). É quando ele deve encontrar o
presidente chinês Xi Jinping. O tempo entre o diagnóstico de pneumonia e a data
do encontro foi visto com alívio pelos auxiliares do presidente e por ele
próprio, já que dá quatro dias para que ele se recupere.
A importância dessa viagem! Jornais e revistas no mundo inteiro estão vendo com
muita atenção a viagem de Lula à China. A grande novidade levantada pela
imprensa internacional é que “o Brasil voltou ao Mundo”, ou seja, estão assegurando
que o Brasil voltou a fazer parte do panorama internacional, abandonado durante
vários anos!
A China é, há uma década, o principal parceiro do
Brasil no mundo, superando a tradicional liderança exercida (ou imposta) por
Washington há muito tempo. É o principal importador da soja brasileira, e
também compra muito minério de ferro e petróleo. Em 2020, por exemplo, o mercado chinês recebeu
quase 35% de tudo que o Brasil exportou para o mundo.
Desde que assumiu a presidência do Brasil pela terceira
vez, em 1º de janeiro, Lula viajou para Argentina, Uruguai e EUA. Em cada
viagem, ele se reuniu não apenas com líderes dos países visitados, mas também
com políticos e empresários.
Há mais viagens na agenda do presidente brasileiro.
Agora em abril, Portugal. A partir de maio, África (a data e os países que
serão visitados estão sendo intensamente negociados, mas a agenda segue
indefinida).
Um dos compromissos mais sólidos de Lula é justamente
devolver o Brasil ao cenário internacional, buscando o mesmo espaço que começou
a ser conquistado pelo então presidente FHC em seus dois mandatos (1995-2002) e
se consolidou com ele.
Desde a deposição da presidenta Dilma Rousseff, em
decorrência de um golpe institucional em 2016, esse espaço foi diminuindo até
desaparecer no governo do sacripanta!
De uma grande importância para nós,
brasileiros. O primeiro escalão do
governo brasileiro está de malas prontas para embarcar rumo à República Popular
da China. A missão diplomática, que ocorrerá nos últimos seis dias de março,
será engrossada por parlamentares e empresários de diversos setores - um reflexo
da dimensão comercial já existente e ainda em potencial na relação entre o
Brasil e a potência asiática.
Os mais de 20 acordos que serão firmados em Pequim
devem intensificar o já portentoso fluxo comercial entre os dois países. A
China é a maior parceira comercial brasileira desde 2009. No ano passado, a
balança entre os países superou a cifra de U$ 150 bilhões, além de ser a
principal fonte de investimentos em todos os países da América do Sul.
A missão brasileira tem sido vista como um contraponto
à falta de resultados concretos da visita aos EUA, no início de fevereiro.
Apesar do clima amistoso entre Lula e Biden, com quem foram compartilhados discursos
em defesa da democracia, houve poucos avanços em parcerias efetivas.
Um dos principais acordos de cooperação bilateral já
confirmados pelas diplomacias de Brasil e China prevê a construção e o lançamento
em órbita de um novo satélite sino-brasileiro. A partilha de custos em projetos
da Reunião da Comissão Sino-brasileira de Alto Nível de Concertação e
Cooperação (Cosban) ocorre há mais de três décadas e teve como marco o
lançamento do primeiro satélite, em 1999.
O Programa de Satélites de Recursos Terrestres (CBERS)
também já foi alvo de desconfiança de Washington, que teria passado a
dificultar a importação de peças e componentes estratégicos dos Estados Unidos.
Os brasileiros alegam que o sexto satélite da parceria continuará seguindo uma
lógica não-militar.
Dilma é eleita nova chefe do Banco do BRICS. Na sexta-feira (24), a Assembleia de Governadores do
Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) - conhecido como Banco do BRICS - elegeu,
por unanimidade, a ex-presidente da República do Brasil como sua nova chefe.
O conselho de governadores é formado pelos ministros da
Fazenda dos países fundadores (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), mais
os representantes dos quatro novos integrantes (Bangladesh, Emirados Árabes
Unidos, Egito e Uruguai). As autoridades se reuniram por videoconferência para
votação.
Em um comunicado divulgado após a reunião, a instituição
financeira confirmou a eleição de Dilma e apresentou em linhas gerais o que seu
cargo compreende.
O banco também relembrou o cargo da presidência da República
ocupado por Dilma, afirmando que a economista "promoveu internacionalmente
o respeito à soberania de todas as nações e a defesa do multilateralismo, do
desenvolvimento sustentável, dos direitos humanos e da paz".
O texto também acrescenta que “sob seu governo, o
Brasil esteve presente em todos os fóruns internacionais de proteção do clima e
do meio ambiente, culminando com participação decisiva na consecução do Acordo
de Paris”.
O peso das favelas. Se as favelas brasileiras formassem um estado, seria o
terceiro maior do Brasil em população. É o que aponta a pesquisa Data Favela
2023. Segundo os dados, o número de favelas dobrou na última década, totalizando
13.151 mapeadas pelo país. E não foi só isso, a renda movimentada pela
população destas comunidades também aumentou e quebrou a barreira dos R$ 200
bilhões – mais de R$ 12 bilhões a mais em relação ao último ano.
Segundo a pesquisa, atualmente, são estimados 5,8
milhões de domicílios em favelas com 17,9 milhões de moradores. Desse total,
5,2 milhões já empreendem, 6 milhões sonham ter um negócio próprio, e sete em
cada 10 pretendem abrir o empreendimento dentro da favela. Apesar dos números
expressivos, apenas 37% dos empreendimentos são formalizados e possuem um CNPJ.
“A favela é a concentração geográfica das desigualdades
sociais e muitas vezes o morador não encontra no emprego formal a oportunidade
para desenvolver toda sua potencialidade. O morador da favela só vai conseguir
ganhar mais do que dois salários mínimos se empreender dentro da favela. Assim,
pode usar o seu potencial e fazer com que o dinheiro das favelas fique dentro
das próprias favelas”, diz Renato Meirelles, fundador do Data Favela. Em relação
ao aumento no número da população em comunidades, Meirelles explica que o fato
se deve ao custo de vida elevado nas cidades e a busca por uma moradia mais
barata nos últimos anos.
A pesquisa ainda traz dados sobre a intenção de consumo
nos próximos 12 meses. Em relação a moradia, 6,5 milhões de pessoas pretendem
comprar um imóvel, e 7,9 milhões têm intenção de comprar móveis para casa. Os
dados reforçam que o principal sonho dos moradores de favela (34%) é ter uma
casa própria – sendo que as mulheres (38%) são as que mais almejam a segurança
da casa própria, enquanto 29% dos homens possuem esse desejo. Na sequência aparecem
como principal sonho ter um negócio próprio (13%) e ter saúde (10%).
A “farra do boi”! Não só de joias e motociatas viveu a corrupção no
governo do sacripanta! Nem mesmo o escândalo das próteses penianas e compras de
Viagra para os oficiais são os limites da “farra do boi”.
Avião da Força Aérea Brasileira sendo usado para traficar
cocaína? Isso ainda é pouco diante do que estamos agora descobrindo. O Tribunal
de Contas da União está investigando gastos exacerbados realizados pelas forças
nos EUA entre 2018 e 2022. Caso da FAB aparece como exemplo para se analisar os
R$ 19,048 bilhões gastos por escritórios do Exército, Marinha e Aeronáutica. De
acordo com o órgão, militares resistem a dar informações.
Segundo informações contidas em relatório de auditoria
preliminar do Tribunal de Contas da União (TCU), a Força Aérea Brasileira
(FAB), gastou – entre 2018 e 2022 – R$ 134 milhões para comprar 56 tipos de itens
de uma mesma companhia na Flórida (EUA).
A empresa, que não teve seu nome divulgado, foi contratada
pela FAB para fornecer desde equipamentos de computação até livros e bolas de
futebol aos militares, segundo o UOL.
Os desembolsos foram realizados a partir da
representação da força em Washington. O escritório fez uma sequência de pagamentos
quase diários à empresa ao longo de cinco anos, o chamou a atenção de órgãos de
fiscalização, relata a mídia. Ainda tem muito para aparecer!!!!!!
Nicarágua aponta EUA como criminoso de guerra. O governo da Nicarágua, por meio de um comunicado no
20º aniversário da invasão militar do Iraque, condenou as ações dos EUA contra
as nações do mundo e as qualificou como crimes contra a humanidade.
A declaração, assinada pelo presidente Daniel Ortega e
pela vice-presidente Rosario Murillo, lembrou que a invasão do Iraque em 20 de
março de 2003 foi desencadeada pelo governo dos EUA com base em mentiras e
embustes, que destruiu um país que avançava no desenvolvimento científico e na
prosperidade. para seus habitantes.
Sublinharam que “nesta comemoração de sangue, suor e
lágrimas, mas também de resistência heroica, juntamo-nos aos povos livres do
mundo, para denunciar, rejeitar e condenar a audácia dos maiores assassinos da
história recente da humanidade”
Venezuela aprova projeto contra corrupção! A Assembleia Nacional (AN) da Venezuela aprovou na
terça-feira um projeto de acordo de apoio à luta contra a corrupção promovida
pelo Governo do Presidente Nicolás Maduro.
Durante a sessão ordinária, o Projeto de Acordo de
Apoio à Investigação e Combate à Corrupção empreendido pelo Governo da
República Bolivariana da Venezuela, apresentado pelo Deputado Diosdado Cabello,
foi aprovado por maioria qualificada.
Em seu discurso, o parlamentar disse que "esta não
é uma batalha nova, é uma batalha histórica, uma batalha que estamos travando
desde a Revolução Bolivariana. Devemos sempre lembrar nosso comandante Hugo
Chávez, em quantas ocasiões nos chamou livrar-se dos anti-valores".
Além disso, destacou que o presidente Maduro está na
vanguarda desta batalha desde o início.
O deputado afirmou que o Partido Socialista Unido da
Venezuela (PSUV), os deputados do bloco da pátria, se comprometem a lutar contra
os atos de corrupção em qualquer instância e “quem cair nessa situação deve
assumir sua responsabilidade”.
“A Revolução Bolivariana não descansará na luta contra
os corruptos, sejam eles quais forem, sejam eles quem forem e sejam quem forem”,
disse o parlamentar e primeiro vice-presidente do PSUV.
Argentina volta ao Unasur. O presidente da Argentina, Alberto Fernández, informou
nesta terça-feira que seu país retornará à União de Nações Sul-Americanas (Unasur)
durante reunião com o Grupo Puebla e o Conselho Latino-Americano de Justiça e Democracia
(Clajud).
O presidente insistiu que na “América Latina estamos
todos no mesmo barco, e a construção da unidade deve deixar de lado o uso
político, porque isso nos condena a mais adiamentos”.
Ao analisar a necessidade de “construir um bloco regional
como mecanismo de autodefesa porque ninguém se salva sozinho”, o chefe de
Estado valorizou que a presença do Brasil também fortaleceria a estrutura.
“Se Brasil e Argentina estiverem dentro, a Unasul terá
outra potência e teremos que avançar para que todos os países irmãos retornem
aos trilhos”, destacou Alberto Fernández.
Por sua vez, o ex-presidente do Estado Plurinacional da
Bolívia, Evo Morales, declarou que “a diversidade cultural é nossa riqueza, é
nossa identidade para enfrentar as adversidades”.
Reforma trabalhista na Colômbia traz
vantagens. O governo de Gustavo Petro
enfrenta seu primeiro duro embate legislativo, com o início do debate sobre o
projeto de reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Constitucionais da
Câmara dos Deputados, na terça-feira (22).
O projeto foi protocolado dias atrás, em 16 de março,
mas seu debate entre a opinião pública do país já está presente há semanas,
visto que o governo e partidos da base aliada têm realizado uma forte campanha
nos meios públicos e nas redes sociais para difundir as principais medidas contidas
no texto.
Entre os aspectos mais destacados do texto original que
tramita atualmente no Legislativo colombiano estão a redução da jornada de
trabalho para oito horas e estabilidade para trabalhadores do setor público.
Outros pontos importantes incluídos na reforma são a
redução da brecha salarial de gênero e ampliação dos direitos incluídos na
licença maternidade e aumento do período de licença paternidade, além de
sanções para casos de discriminação racial ou contra população LGBTQIA+.
A proposta do governo também busca regularizar os
trabalhadores de plataformas digitais e garantir o direito a greve tanto para
trabalhadores sindicalizados quanto para não sindicalizados.
Durante a apresentação do projeto ao Congresso, o presidente
Petro afirmou que “quando transformarmos este projeto em lei, a Colômbia
começará a se industrializar e se modernizar, com aumento real dos salários e dos
direitos, e o mais importante, com os trabalhadores sentido os efeitos desse
crescimento”.
O desafio do governo para aprovar a reforma não se
reduz apenas à disputa contra uma oposição que, liderada pelo senador e
ex-presidente Álvaro Uribe, ataca o projeto de Petro com um argumento bastante
usual entre as direitas latino-americanas: “este projeto é desastroso para o
país e nos leva ao caminho de nos tornarmos uma Venezuela”, disse o caudilho da
extrema direita local, em suas redes sociais.
A direita contra Cristina! A vice-presidente da Argentina, Cristina Fernández de
Kirchner, afirmou na terça-feira que os ataques e perseguições contra ela por
parte do “partido judicial” se devem ao fato de setores progressistas buscarem
a igualdade nas sociedades e lutarem por justiça social.
“Não nos perseguem porque somos populistas, nem de
esquerda, nem de direita, nem de baixo, nem de cima”, disse a dirigente
argentina durante sua participação no encontro Voluntad Popular y Democracia, organizado
pelo Grupo de Puebla em Buenos Aires.
“Eles nos perseguem porque igualamos as sociedades, pela
justiça social, pelo direito dos trabalhadores de participar ativamente do
produto bruto do que produzem”, acrescentou Fernández de Kirchner, que foi presidente
da Argentina de 2007 a 2015, e que uma decisão judicial que o proíbe de aspirar
a uma nova candidatura eleitoral.
Fernández de Kircher disse que, embora corra o risco de
ser presa, sua principal missão é reconstruir um estado democrático no país sob
o lema da Constituição.
Argentinos marcham lembrando o golpe militar. Organizações de direitos humanos, centrais sindicais e
grupos sociais e políticos se mobilizaram na sexta-feira nas principais cidades
da Argentina para comemorar o Dia Nacional da Memória, pela Verdade e Justiça,
no 47º aniversário do início da última ditadura no país sul-americano.
Em Buenos Aires, a marcha convocada pelas Avós da Praça
de Maio e Mães da Praça de Maio iniciou às 14h00 (hora local) da Avenida de
Maio.
Outra marcha organizada pela Coordinadora Encuentro
Memoria, Verdad y Justicia começou a partir do Congresso do país às 12:00.
Além de lembrar os mais de 30 mil cidadãos que foram
detidos, torturados, assassinados e desaparecidos à força durante a última
ditadura, os mobilizados exigem a continuidade dos processos judiciais contra
os responsáveis pelos crimes contra a humanidade perpetrados naqueles
anos.
Nossa América se une (1). O tradicional evento de celebração do Dia do Mar, no
qual a Bolívia reivindica uma saída marítima para o país como a que possuía até
sua derrota na Guerra do Pacífico (1879-1883), o principal tema acabou sendo
outro: a exploração do lítio.
Em discurso realizado na manhã desta quinta-feira
(23/03), o presidente do país, Luis Arce, afirmou que os projetos do seu
governo contam com a possibilidade de se criar uma “OPEP do lítio”, com poderes
de controlar o preço mundial desse mineral, como faz a Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (OPEP) com o chamado “ouro negro”.
“Nosso lítio deve possibilitar o avanço no caminho da
nossa plena independência. Gravitar no mercado de maneira soberana, com preços
que beneficiem as nossas economias [dos países latinos], e uma das formas para
isso é a que me planteou o presidente Andrés Manuel López Obrador, que é a de
criar uma espécie de ‘OPEP do lítio’”, revelou o mandatário boliviano.
Segundo Arce, os planos para a criação dessa possível
organização devem incluir em breve convites para que Argentina, Peru e Chile sejam
parte da iniciativa.
Nossa América se une (2). O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, viajou à
Venezuela na tarde de quinta-feira (23) e se reuniu com o mandatário Nicolás
Maduro. Em sua quarta visita ao país desde que tomou posse, Petro discutiu com
seu homólogo venezuelano a convocação de um encontro de países amazônicos,
proposta que já foi respaldada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Criada em 1995, a Organização do Tratado de Cooperação
Amazônica (OTCA) é formada por Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana,
Peru, Suriname e Venezuela. Ela deve ser reativada após sinalizações positivas
de Brasília, Bogotá e Caracas.
A realização de uma cúpula da OTCA foi citada por Lula
antes mesmo de ele ser empossado. Quando o petista esteve no Egito, em novembro
do ano passado, para participar da COP27, ele mencionou suas intenções de
retomar o diálogo com países vizinhos para combater o desmatamento na floresta
Amazônica.
Petro e Maduro também já haviam falado sobre a
importância da Organização durante suas participações na Conferência Climática
do ano passado.
Brasil, Colômbia e Venezuela possuem, juntos, mais de 70%
da floresta Amazônica. Para analistas, a agenda de cooperação ambiental na
região deve dominar os debates de integração regional, principalmente porque
pela primeira vez os três países são governados ao mesmo tempo por presidentes
de esquerda.
Dois bilhões de pessoas sem água! Durante a semana, no dia 22 (Dia Mundial da Água)
escrevi um artigo sobre o tema. No dia seguinte leio uma surpreendente revelação
feita pela ONU. Uma declaração conjunta da Organização Mundial da Saúde (OMS) e
do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alerta que cerca de 2
bilhões de pessoas carecem de água potável no mundo, pouco mais de três décadas
após a declaração do dia 22 de março como o Dia Mundial da Água.
A declaração também afirma que "3,6 bilhões -
quase metade da população mundial - usam serviços de saneamento que não tratam
dejetos humanos".
A Conferência da Água da ONU, a primeira cúpula desse
tipo em quase meio século, começou na quarta-feira em Nova York com um apelo à
ação urgente para proteger os recursos hídricos e torná-los acessíveis a todos.
Com água adequada e saneamento.
Maior banco alemão preocupa o sistema. Março pode se tornar um dos meses mais sombrios para o
mercado bancário mundial depois da quebra do Silicion Valley Bank (SVB) e da
crise do Credit Suisse. O Deutsche Bank AG, maior banco da Alemanha, é o novo
foco de preocupação do setor depois que suas ações registraram o pior patamar
dos últimos três anos.
O resultado foi fruto de um comunicado do banco alemão
dizendo que planeja amortizar cerca de 1,3 bilhão de euros de dívida
subordinada em 24 de maio, antes de seu vencimento em 2028. A direção do Deutsche
Bank a decisão cumpre com “todas as normas regulatórias necessárias” e que
arcará com 100% do seu valor nominal das suas obrigações, “com juros acumulados
até à data de amortização”.
A baixa de 15% registrada nas ações do banco na
sexta-feira (24) igualou o recorde negativo de março de 2020, quando o país
vivia os primeiros dias da pandemia de coronavírus. O índice DAX da Bolsa de
Frankfurt sofreu as consequências da crise bancária e fechou em queda de 1,86%.
A preocupação é que a crise do Deutsche Bank escale ao
mesmo nível do suíço Credit Suisse, que obrigou o governo do país alpino a intervir
não só com ajuda financeira, mas também negociando para que outro banco, o UBS,
adquirisse a entidade em problemas.
Salvação para o Credit Suisse? O UBS, maior banco da Suíça, concordou em adquirir o
Credit Suisse, entidade que sofreu perdas significativas esta semana em
consequência da crise financeira desencadeada pela quebra do Silicon Valley
Bank, dos Estados Unidos.
A informação foi confirmada pelo Banco Nacional da
Suíça [o banco central do país alpino], que atuou em nome do governo suíço para
buscar uma “solução que garantisse a estabilidade financeira e protegesse a economia
suíça nesta situação excepcional”.
O comunicado em conjunto emitido por ambos os bancos
admite que foi o Estado suíço que entrou em campo para se chegar a uma solução
para o caso: afirma que os dois bancos possuem acesso irrestrito às facilidades
outorgadas pelo órgão regulador e podem obter um empréstimo com status de credor
preferencial em caso de falência, no valor de 100 bilhões de francos suíços.
Por sua parte, o Banco Nacional da Suíça enfatizou que
a ajuda garantirá que o UBS e o Credit Suisse “terão a liquidez necessária, e
que continuarão trabalhando em estreita colaboração com o governo federal suíço
e a Autoridade Supervisora do Mercado Financeiro, para garantir a estabilidade do
sistema financeiro”.
O sistema bancário não é confiável! As autoridades dos EUA e da Europa não pararam de
repetir nos últimos dias que o sistema bancário é sólido e que não é preciso se
preocupar porque estão preparados para evitar que ele tenha problemas. Por
várias razões, estão mentindo de forma descarada!
Bancos em todo o mundo estão falidos por definição. É
materialmente impossível para eles devolverem aos seus clientes o dinheiro que
depositaram em suas contas pela simples razão de que não o possuem. Se os
bancos não quebram é porque conseguem fazer com que seus clientes acreditem que
podem confiar neles e não ir rapidamente sacar seu dinheiro. Quando a perdem,
como aconteceu recentemente com vários bancos nos EUA, com o Credit Suisse ou
agora o Deutsche Bank AG, quebram imediatamente.
Mas há uma diferença, agora! Ao contrário de crises
anteriores, parte da atual crise bancária está ligada ao esforço estadunidense
em ajudar a Ucrânia. São milhões de dólares gastos com armas e munições para
sustentar o regime de Zelensky. E esse dinheiro tem que sair de algum lugar. Se
repararmos bem, as crises estão atingindo exatamente os países que mais estão
investindo da crise ucraniana e seguindo as determinações da OTAN!
Vejamos um exemplo bem claro. O surgimento da minicrise bancária nos EUA nos traz
algumas reflexões. O colapso do Silicon Valley Bank (SBV), um dos principais
credores de empresas de tecnologia dos EUA, o 16º Banco no ranking mundial dos
EUA e o primeiro grande banco a quebrar após a grande crise financeira de 2008,
que desencadeou uma clássica corrida bancária nos chama a atenção. Por que um banco
que envolve as principais empresas de alta tecnologia quando especialistas e
militares estadunidenses dizem que os EUA estão perdendo a “guerra tecnológica”
para a China?
A resposta do governo dos EUA foi imediata, o banco sofreu
intervenção e apenas os depositantes foram salvos e não os investidores e
acionistas, mas depois houve o fechamento repentino do Signature Bank of New
York, que fez com que o presidente Biden, saísse na segunda-feira, dia 13, para
dizer que os EUA farão “o que for preciso” para reforçar o sistema bancário e
que “todos os americanos devem se sentir confiantes de que seus depósitos
estarão lá quando precisarem deles”.
A ameaça russo-chinesa! Com a agitação civil em toda a Europa e o colapso dos
bancos nos EUA e na Suíça, o fim da hegemonia ocidental pode estar próximo.
O jornalista e autor Jon Jeter e o autor, historiador e
pesquisador Dr. Gerald Horne, em entrevista com o site Sputnik, falam sobre as
oportunidades e os riscos de um novo mundo multipolar.
As relações cada vez mais estreitas entre a Rússia e a
China anunciam uma nova “ordem mundial”, além de aumentar o risco de os EUA terem
a chance de um confronto militar entre as potências nucleares.
A cúpula histórica do líder chinês, Xi Jinping, com o
presidente russo, Vladimir Putin, inflamou a retórica de Washington, Londres e
Bruxelas.
Jon Jeter observou como o ex-primeiro-ministro australiano
Paul Keating criticou o acordo AUKUS para adquirir submarinos nucleares de
ataque dos EUA e do Reino Unido para um possível confronto militar com a China.
Jon Jeter também ressaltou os protestos na França, em
sua segunda semana, contra as tentativas do presidente Emmanuel Macron de
forçar um aumento na idade de aposentadoria sem voto parlamentar.
Por sua vez, o Dr. Gerald Horne afirmou que a cúpula
entre Xi Jinping e Putin, e a ampla estrutura internacional da China para a paz
na Ucrânia, significam que uma “nova ordem mundial” está muito próxima.
Portugal vive crise no setor de habitação. Em Portugal, há pouca oferta de casas e apartamentos para
venda e aluguel, e o preço dos que estão disponíveis no mercado imobiliário
está cada vez mais alto. O impacto na vida das pessoas é enorme.
Há casos de jovens que trabalham, mas não têm
capacidade financeira para pagar o aluguel e continuam na casa dos pais. Há
lisboetas que foram viver longe da capital portuguesa buscando um aluguel
acessível, enquanto muitos imigrantes, inclusive brasileiros, estão procurando
alternativas em cidades pequenas e longe dos principais centros urbanos.
Segundo dados do Ministério do Trabalho português, no
ano passado, receberam remunerações inferiores a 1.000 euros mais de 50% dos
trabalhadores. No caso dos jovens com menos de 30 anos, essa porcentagem subiu
para 65%.
Como o aumento dos salários não acompanha a inflação,
fica sempre muito difícil alugar um imóvel com baixa remuneração. Atualmente,
em Lisboa, o aluguel de um apartamento com um quarto e em condições razoáveis
para habitação fica em torno de 800 euros, o equivalente a cerca de 4.500
reais.
Manifestações aumentam na França. A França registrou um aumento na participação nas
manifestações contra a reforma das aposentadorias na quinta-feira (23), nono
dia de greves e protestos. De acordo com o Ministério do Interior, mais de um
milhão de pessoas participaram de passeatas em todo o país, das quais 119 mil
em Paris – um recorde desde o início da mobilização, em janeiro.
A participação em todo o país cresceu em relação ao
oitavo dia de manifestações, em 15 de março, quando 480 mil pessoas saíram às
ruas da França, segundo o ministério.
O recorde de manifestantes também foi batido em
diversas cidades neste que foi o primeiro dia de mobilização após a aprovação
do projeto de lei que, entre outras medidas, aumenta a idade a aposentadoria de
62 para 64 anos. O projeto foi adotado sem votação na Assembleia Nacional.
A decisão, anunciada na quinta-feira passada e confirmada
na segunda com o repúdio de duas moções de censura contra o governo, deixou os
opositores à reforma ainda mais revoltados. Desde então, centenas de pessoas, a
maioria jovens, participam de protestos espontâneos, marcados pela queima de
latas de lixo e denúncias de violência policial.
De acordo com a contagem da empresa de comunicação
Occurrence, 83.000 pessoas se manifestaram em Paris. Já a Confederação Geral do
Trabalho (CGT), maior sindicato da França, contabilizou 800 mil manifestantes
na capital e 3,5 milhões em todo o país.
472 prisões em todo o país! A violência que marcou as manifestações contra a reforma
das aposentadorias é a principal manchete dos jornais franceses na sexta-feira
(24). O número de manifestantes aumentou em todo o país, assim como a
radicalização de parte deles.
Em Paris, depois de um início pacífico, a manifestação
descambou para a violência no final da tarde, no bairro da Ópera, onde 1.500
black blocs, de acordo com o ministro do Interior, Gérald Darmanin, incendiaram
lixeiras e alvejaram policiais com pedradas e coquetéis molotov. As mesmas
cenas de guerrilha urbana foram vistas em Rennes, Lyon e Bordeaux, que teve a
porta da prefeitura, uma relíquia do século 18, incendiada. Em todo o país, a
polícia deteve 472 manifestantes; 441 policiais e militares ficaram feridos.
Vinte e quatro horas depois de o presidente Emmanuel
Macron dar uma entrevista à televisão, que deveria ter sido usada para
apaziguar os ânimos, o que se viu foram centenas de incêndios em todo o país, e
policiais em uniforme de Robocop, descreve o Le Monde.
Longe de perder adesão, o movimento social republicano leva
novos manifestantes às ruas. A revolta não se limita mais ao conteúdo da reforma
da Previdência, analisa o editorial do Libération, e visa agora o presidente da
República. Jornalistas que cobriram os protestos em todo o país, inclusive da
RFI, constataram uma aversão à personalidade de Macron, por sua escolha em
adotar a reforma à força. "A entrevista desastrosa do presidente",
prossegue o editorial, "vista por 10 milhões de franceses, agravou o clima
social no país por afirmações belicosas e comparações duvidosas".
França pede adiamento da primeira viagem do
rei Charles III. A visita de Estado do
rei Charles III à França, prevista para iniciar neste domingo (26) até quarta-feira
(29/03), está adiada, “dado o anúncio de um novo dia nacional de ação contra a
reforma da Previdência” em 28 de março, anunciou o palácio do Eliseu francês
nesta sexta-feira (24). O adiamento ocorreu a pedido do presidente Emmanuel
Macron.
A decisão foi tomada “após uma conversa telefônica
entre o presidente da República e o rei nesta manhã, de maneira a podermos
receber Sua Majestade o Rei Charles III em condições que correspondam à nossa
relação de amizade”, descreve um comunicado da presidência francesa. O texto
esclarece que a a visita será remarcada “o mais rápido possível”.
O Palácio de Buckingham respondeu que “o rei Charles e
Camilla estão ansiosos para ir à França assim que as datas puderem ser encontradas”.
Na sequência, em meio à sua participação na Cúpula da União Europeia em
Bruxelas, nesta sexta, Macron declarou que “ficaria chato propor para a rainha
e o rei uma visita à França no meio das manifestações”.
Xi Jinping reafirma aliança com Rússia. O presidente da China, Xi Jinping, chegou na
segunda-feira (20) a Moscou, capital da Rússia, em uma visita oficial para
encontrar seu homólogo russo Vladimir Putin.
“Estou muito satisfeito com o convite do presidente
Vladimir Putin para retornar à terra de nosso vizinho próximo com uma visita oficial.
Em nome do governo e do povo chinês, dirijo sinceras saudações e os melhores
votos ao governo e ao povo da Rússia” disse Xi.
Segundo o presidente da China, o desenvolvimento das
relações sino-russas não só traz benefícios consideráveis para os povos dos dois
países, mas também dá uma contribuição significativa para o progresso do mundo
em geral.
Proteção ao direito internacional. Ao chegar ao aeroporto de Vnukovo, em Moscou, o líder
chinês publicou sua declaração por escrito.
“Estou muito satisfeito com o convite do presidente
Vladimir Putin para retornar à terra de nosso vizinho próximo com uma visita
oficial. Em nome do governo e do povo chinês, dirijo sinceras saudações e os
melhores votos ao governo e ao povo da Rússia”.
“A China e a Rússia são bons vizinhos e parceiros
confiáveis, conectados por montanhas e rios [...] Durante estes dez anos, os
laços biliterais foram fortalecidos e desenvolvidos com base no não alinhamento,
não confrontação e não direcionalidade contra terceiros, criando um novo modelo
de relações intergovernamentais no espírito de respeito mútuo, coexistência pacífica
e cooperação mutuamente benéfica”.
Segundo ele, o desenvolvimento das relações sino-russas
não só traz benefícios consideráveis para os povos dos dois países, mas também
dá uma contribuição significativa para o progresso do mundo em geral.
“Em um mundo muito intranquilo, a China está pronta
para defender resolutamente com a Rússia um sistema internacional centrado na
ONU, proteger uma ordem mundial baseada no direito internacional e nas normas
fundamentais das relações internacionais, com base nos propósitos e princípios
da Carta das Nações Unidas, seguir um multilateralismo genuíno, promover a
multipolaridade no mundo e a democratização das relações internacionais,
favorecer o desenvolvimento da governança global em uma direção mais justa e racional”.
Putin fala das relações russo-chinesas. O presidente russo observou que a visita do líder
chinês à Rússia é uma grande oportunidade para ele ver um bom velho amigo.
“Sinto-me feliz por me dirigir ao povo amigo chinês, na
véspera da visita de Estado do presidente da China Xi Jinping, a partir das
páginas de uma das maiores e mais prestigiadas publicações mundiais”.
De acordo com Putin, este evento significativo reafirma
a natureza especial da parceria russo-chinesa, que sempre se baseou na
confiança mútua e no respeito pela soberania e pelos interesses uns dos outros.
Em seu artigo, o líder russo observou que muitas coisas
mudam no mundo durante última década, “e muitas vezes não foi para melhor, mas
permaneceu o principal – a sólida amizade russo-chinesa, que está sendo consistentemente
reforçada para o benefício e no interesse dos nossos países e povos”.
Ele observou que as relações entre a Rússia e a China
atingiram o nível mais alto de sua história e continuam a se fortalecer, o
progresso é impressionante.
O dólar e a guerra! Excelente o artigo de Pablo Gandolfo em Rebelión, com
o título de “A guerra sustenta o dólar e o dólar sustenta a guerra!”
Em uma rápida síntese, o artigo diz que os EUA apostam
na reindustrialização às custas da Europa. Enquanto isso, o dólar e os
militares devem manter o país flutuando acima da lei da gravidade. Será
possível? A crise financeira desencadeada em três bancos estadunidenses e a
revolta do povo francês em defesa de seus direitos são capítulos nacionais de
uma mesma batalha geoeconômica global.
A potência mundial dos EUA desde o fim da Segunda
Guerra foi sustentada em uma tríade: sua capacidade industrial, o dólar e seu
aparato militar. Em 1945 sua indústria estava intacta enquanto na Europa e no
Japão começava a reconstrução. O mesmo vale para seu aparato militar, que
sofreu menos estragos que seus rivais e parceiros-concorrentes. Indústria
dominante em escala mundial, permitia manter um aparato militar avassalador, e
a moeda emergente daquele sistema tinha força para se impor a outros países.
Desde então e ao longo dessas décadas, as indústrias do
Japão, da Alemanha e, posteriormente, de outros países europeus, vêm ampliando
sua participação no mercado mundial em detrimento da indústria estadunidense.
Isso lhes foi permitido no contexto da Guerra Fria, porque os EUA precisavam
desse sucesso econômico contra a União Soviética e porque aqueles que os
lideravam eram —e são— dois derrotados, militarmente ocupados.
Ao final do artigo ele diz: “Há algo de irresponsável
em prenunciar assuntos tão complexos, mas parece difícil não assumir que
estamos acelerando em direção a um ponto de ruptura. É por isso que Joe Biden precisa
enviar um orçamento de defesa recorde de US$ 842 bilhões ao Congresso”. E
assegura que “O dólar sustenta o aparato militar”.
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