domingo, 29 de dezembro de 2013

Como o escândalo da espionagem estadunidense repercutiu na AL em 2013


Como o escândalo da espionagem repercutiu na AL em 2013

28/12/2013 14:09
Por Théa Rodrigues e Vanessa Silva, - Vermelho.org - de São Paulo

Vários funcionários da agência que passaram os detalhes de login para Snowden foram identificados
Vários funcionários da agência que passaram os detalhes de login para Snowden foram identificados
Documentos expostos por Edward Snowden, ex-analista da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês), denunciaram a espionagem norte-americana no maior escândalo de 2013. Pelo menos 35 líderes mundiais foram monitorados. Segundo os arquivos publicados pelos jornais norte-americano New York Times e britânico The Guardian, na América Latina, Brasil e México foram espionados por Washington.
No dia 1º de setembro, a imprensa revelou novas denúncias envolvendo o Brasil. Uma reportagem exibida pelo Fantástico mostrou documentos ultrassecretos que comprovariam que os EUA monitoraram comunicações da presidenta Dilma Rousseff e de seus assessores próximos em 2011. O material fazia parte de uma apresentação interna da NSA.
Além de Dilma Rousseff, o presidente do México, Enrique Peña Neto, também foi investigado pelos Estados Unidos quando ainda era candidato favorito a assumir o comando do país, em 2012. No documento chamado de “Filtragem inteligente de dados – estudo de caso México e Brasil” pela NSA, os agentes mantinham o monitoramento dos números de telefone, e-mails e o IP (a identificação do computador), incluindo o conteúdo de mensagens de texto entre assessores e colaboradores dos governos do Brasil e do México.
Durante a 68ª Assembleia Geral da ONU, Dilma Rousseff fez um contudente e elogiado discurso condenando a espionagem dos Estados Unidos ao Brasil e outras nações soberanas: “O Brasil é um país democrático, cercado de países democráticos. Vivemos em paz com nossos vizinhos há mais de 140 anos. Não posso deixar de lutar pela soberania de meu país, sem respeito à soberania não há base para o respeito entre as nações.”
Ataques diplomáticos
Também em 2013, dois incidentes que envolveram os EUA e afetaram os aviões presidenciais de Evo Morales e de Nicolás Maduro, ganharam destaque na imprensa internacional: o mandatário da Bolívia, foi obrigado a aterrissar em Viena, durante a volta de uma viagem à Rússia; já o chefe de Estado venezuelano, foi impedido de voar sobre o espaço aéreo porto-riquenho (controlado pelos EUA) em viagem à China.
Em 2 de julho, o avião do presidente da Bolívia, Evo Morales, foi impedido de sobrevoar ou aterrissar em territórios italiano, português, espanhol e francês. Os países alegaram que o ex-agente da CIA, Edward Snowden, poderia estar a bordo da aeronave, fato que não se confirmou.
Diante da Assembleia Geral da ONU, o presidente da Bolívia, Evo Morales, propôs a criação de um “tribunal dos povos” com o apoio de organismos internacionais para levar a julgamento o mandatário dos Estados Unidos, Barack Obama, por delitos contra a humanidade.
– Como podem falar de democracia quando os serviços de espionagem violam os direitos humanos, não só dos governos anti-imperialistas, mas dos próprios aliados, dos cidadãos e até da ONU? – questionou.

Fonte: Correio do Brasil

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