Opus
Dei & Santander (1)
(Ernesto Germano Parés – Agosto/2014)
Recentemente, através do Informativo Semanal, denunciei
dois fatos curiosos e relacionados: um comunicado oficial do Banco Santander
aos seus clientes “prevenindo” sobre uma possível crise financeira no caso de
Dilma Rousseff ser reeleita; uma nota que corre na internet dizendo que
“verdadeiros católicos” não votam no PT. Publiquei as duas notas no
Informativo, mas vários companheiros escreveram-me pedindo que desdobrasse os
temas, o que estou agora fazendo em uma série de artigos. Este é o primeiro...
Então, para dar início ao nosso estudo, vamos lembrar a
organização conhecida como Opus Dei (Obra de Deus), fundada na Espanha, em
1928, pelo padre espanhol Josemaria Escrivá de Balanguer. Oficialmente, foi
reconhecida pelo Vaticano em 1947 e, em 1982, depois de um processo muito
suspeito e controvertido, foi reconhecida como “prelazia”. Ou seja, dentro do
Direito Canônico, significa que só presta contas diretamente ao Papa e que seus
membros não se submetem a bispos ou cardeais.
Em seu livro, Josemaria diz que recebeu uma “iluminação
divina” quando tinha 26 anos, durante sua clausura em um mosteiro de Madri.
Segundo ele, passou a se preocupar com o avanço das esquerdas no país e aquela
“iluminação” o teria motivado a criar uma organização secreta para interferir
nos rumos da Espanha. Passou a lutar contra a República recém formada e, a
partir de 1936, quando tem início a Guerra Civil espanhola, passa a dar apoio
aberto ao general Francisco Franco. Mas, temendo represálias, pediu asilo na
embaixada de Honduras e, pouco depois, fez-se internar em um manicômio como
“louco”. Dali, fugiu para a França onde viveu até a vitória final do ditador
Franco.
Segundo o jornalista Henrique Magalhães (revista “A nova
democracia”), “O Opus Dei praticamente se fundiu
ao Estado espanhol, ao qual forneceu inúmeros ministros e dirigentes de órgãos
governamentais”.
Em seu livro “Caminho”, Josemaria Escrivá escreve, na “máxima” 643, que
a meta “é ocupar cargos e ser um movimento de domínio mundial”. Em 1962, quando
o Papa João XXIII convocou o Concílio Vaticano II, marcando uma mudança na
Igreja para aproximá-la das questões sociais e populares, Escrivá não acatou a
decisão e passou a criticar abertamente o fim da missa rezada em latim, com os
padres de costas para os fiéis. Condenou violentamente que o Concílio tenha
abolido o chamado “Index Librorum Prohibitorum”, um antigo dogma do século XVI
que listava os livros “perigosos” que não poderiam ser lidos pelos fiéis.
Na década de 1950, influenciado pelo Opus Dei, Franco cedeu o território
espanhol para os Estados Unidos montarem bases militares que serviriam à
manutenção e expansão da “guerra fria”. Na década de 1960, dos 19 ministros do
novo governo de Franco, 12 eram membros ativos do Opus Dei.
Em 2002, Emilio J. Corbière escreveu “Opus Dei. O
totalitarismo católico.” Nesse livro vamos encontrar a seguinte passagem: “A
mais forte manifestação integralista de poder na Igreja é, sem dúvida, o Opus
Dei, de origem espanhola...; tem grande número de cátedras universitárias na
Espanha e recentemente abriu uma universidade própria em Pamplona...”.
Mas o grande salto “ao poder” do Opus Dei se deu no
caso do Banco Ambrosiano, em 1985.
Quando estourou o escândalo do Ambrosiano, quebrado e
falido, o Papa João Paulo II foi “convidado” a prestar esclarecimentos à
Justiça e as finanças da Igreja ficaram comprometidas, em particular as contas
do Instituto de Obras Religiosas que tinha todos os seus investimentos naquele
banco. Mas o Opus Dei correu para “salvar” o Vaticano. Através de seus
representantes no Continental Illinois Bank e em seu poder em outras
instituições como o Banco Atlantas, Bankunion,
e outras, desembolsou 250 milhões de dólares e evitou a quebra do Vaticano!
Depois do escândalo superado, a viúva de Roberto Calvi
– presidente do Banco Ambrosiano que supostamente suicidou-se – movimentou a
imprensa ao dizer que seu marido havia sido assassinado depois de negociar em
Londres as dívidas do Vaticano com o Opus Dei.
Na Itália, segundo denúncias mais recentes, a célula
maçônica de tendências fascistas P2 (Propaganda Due) está intimamente ligada ao
Opus Dei e é uma das colaboradoras do banco papal, junto com a Cosa Nostra. Na
Bolívia, os envolvidos na fracassada tentativa golpista em 2008 eram todos
membros da maçonaria local e do Opus Dei!
Para conhecer as entranhas do Opus Dei é necessário ler
o livro “Opus Dei: os bastidores”, escrito por Jean Lauand, Marcio da Silva e
Dario Fortes, três brasileiros que foram membros do Opus Dei e resolveram
contar o cotidiano da organização. Eles continuam sendo católicos praticantes,
mas denunciam o Opus Dei como um “cancro” dentro da Igreja. Descrevem as
práticas de auto-flagelação a que são obrigados os membros, falam dos livros
que são “proibidos” para os que pertencem à organização e denunciam o uso comum
de remédios para entorpecer os que começam a se rebelar.
No livro “O mundo secreto do Opus Dei”, o jornalista canadense Robert
Hutchinson afirma que esta organização acumula uma fortuna de 400 bilhões de
dólares e que financiou o sindicato Solidariedade, na Polônia, que teve papel
central na queda do Leste Europeu e o fim da União Soviética. Isto explicaria a
sólida amizade com o papa Karol Wojtyla, um polonês e visceral anticomunista. Já
Henrique Magalhães, numa excelente pesquisa na revista A Nova Democracia,
confirma o anticomunismo de Wojtyla e relata que “fontes da Igreja Católica atribuem
o poder do Opus Dei à quitação da dívida do Banco Ambrosiano, fraudulentamente
falido em 1982”.
Josemaria Escrivá sabia da importância de “conquistar
corações e mentes”. Percebeu a importância estratégica
dos meios de comunicação. Em seus escritos chegou a dizer que “temos de
embrulhar o mundo em papel-jornal”. Uma das suas ações nesse sentido foi criar,
com a ajuda de Franco, a Universidade de Navarra. Jornalistas do mundo inteiro,
iludidos com a publicidade feita, são formados nos cursos de pós-graduação
desta instituição. O Opus Dei exerce hoje forte influência sobre a mídia. Um
relatório confidencial entregue ao Vaticano em 1979 pelo sucessor de Escrivá
revelou que a influência da seita se estendia por “479 universidades e escolas
secundárias, 604 revistas ou jornais, 52 estações de rádio ou televisões, 38
agências de publicidade e 12 produtores e distribuidoras de filmes”. Bem, isto
em 1979... Hoje seu poder é muito maior.
Na América Latina, o Opus Dei controla o jornal El Observador (Uruguai)
e grande influência nos jornais El Mercúrio (Chile), La Nación (Argentina) e O
Estado de S. Paulo (Brasil). Segundo várias denúncias, o Opus Dei dirige a
Sociedade Interamericana de Imprensa, braço da direita na mídia hemisférica. No
Brasil, a Universidade de Navarra é comandada por Carlos Alberto di Franco,
membro da Opus Dei e articulista do Estadão.
As preocupações com a ação do Opus Dei não se limitam aos membros da
Igreja Católica. Pelo que sabemos, segundo o direito positivo francês, italiano
e espanhol, o Opus Dei está classificado entre as “seitas destrutivas”. O
Parlamento da Bélgica o classificou como uma das dez entidades mais perigosas
do mundo.
Por trás de sua “fachada” religiosa, o Opus Dei é, de fato, uma empresa
privada que usa a religião como motivo para atrair novos contribuintes.
(Este artigo continua)
• É a Petrobras que diziam estar falida! Depois de tanta propaganda dos jornais da direita,
dizendo que a Petrobras estava falida e era um peso para o Brasil, a realidade
está mostrando outros números, muito diferentes.
As exportações de petróleo bruto do Brasil cresceram
276% em julho, sobre o mesmo mês do ano passado, atingindo US$ 2,6 bilhões. O
avanço das vendas externas da commodity foi decisiva para o superávit de US$
1,575 bilhão da balança comercial no mês passado.
Para o diretor do Departamento de Estatísticas e Apoio
às Exportações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
Roberto Dantas, o incremento das vendas externas do petróleo teve relação com
oportunidades comerciais e com crescimento da produção brasileira.
• Argentina: encontrado o “neto 114”. A presidenta das “Avós da Praça de Maio”, Estela de
Carlotto, encontrou
na terça-feira (05) o seu neto, após 37 anos de busca. Ele foi encontrado na
cidade de La Plata é filho de Laura Carlotto, desaparecida durante a ditadura
militar na Argentina. É o 114º neto encontrado pelo movimento das avós.
Ele tem 36 anos, realizou voluntariamente o exame de
DNA, como informou seu tio, o secretário de Direitos Humanos de Buenos Aires,
Guido Carlotto. “Estamos muito felizes pela notícia. Por questões legais, só podemos
dizer que se trata de um músico e fez o teste voluntariamente”.
Laura Carlotto foi sequestrada em 1977 e estava grávida
de três meses. De acordo com testemunhas, a jovem estudante de História da
Universidade Nacional de La Plata foi mantida no centro clandestino de detenção
La Cacha, em La Plata, até dar a luz no Hospital Militar de Buenos Aires no dia
26 de junho de 1978.
A Associação Civil Avós da Praça de Maio é uma
organização não-governamental, que tem por intuito localizar e retornar às
famílias legítimas todas as crianças desaparecidas em sequestros pela ditadura
militar.
• Argentina protesta contra “Justiça” dos EUA. O governo argentino tem manifestado suas críticas ao
sistema judiciário estadunidense e diz que a iniciativa do juiz Griesa ao
bloquear o pagamento que estava sendo feito a alguns dos credores que aceitaram
renegociar a dívida é uma afronta e uma maneira de extorsão que favorece aos
fundos abutres.
O ministro da economia argentino, Axel Kicillof, disse
que “Não há regras, não há essa famosa segurança jurídica, não há lei nos
Estados Unidos. O governo estadunidense teria que tomar ações porque nós,
gostem ou não, somos um país soberano.”
• Argentina denuncia EUA em Haia. A Argentina apresentou na quinta-feira (07) uma
denúncia contra os EUA na CIJ (Corte Internacional de Justiça) de Haia, na
Holanda. O governo argentino argumenta que as decisões judiciais adotadas por
tribunais estadunidenses no caso das ações dos fundos especulativos violam sua
soberania nacional.
O documento apresentado no tribunal internacional alega
que a Argentina sofreu uma “violação de suas imunidades soberanas” e da
“obrigação internacional de não aplicar ou estimular medidas de caráter
econômico e político para forçar a vontade soberana de outro Estado”.
• Griesa marca nova audiência. Depois da denúncia da Argentina à Corte Internacional
de Haia e do comunicado que foi distribuído entre os credores da dívida, o juiz
estadunidense Thomas Griesa marcou uma nova audiência em Nova Iorque.
Em um encontro com a imprensa, na Casa Rosada, a
presidenta Cristina Fernández reafirmou que as resoluções do juiz Griesa
atentam contra a soberania do país. Ela ironizou as decisões dizendo que “se
suas sentenças estão ajustadas ao direito, então que explique o motivo de
impedir que o Banco de Nova Iorque cumpra com seus deveres” de distribuir os
valores depositados pela Argentina para seus credores.
Os depósitos argentinos nos EUA, em especial no Banco
de Nova Iorque, somam 539 milhões de dólares!
• Rafael Correa cancela viagem a Israel. O presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou
oficialmente que não fará mais a visita oficial que estava programada a Israel,
pois condena as ações bélicas contra a Faixa de Gaza.
A visita estava programada para o segundo semestre do
ano, mas ele destacou o genocídio da população palestina como razão para
suspender a viagem e chamar o embaixador equatoriano, Guillermo Bassante, uma
semana depois de iniciados os ataques de Israel.
• Uruguai abre embaixada na Palestina! O embaixador uruguaio Enrique Ribeiro viajou na
sexta-feira (08) para a cidade de Ramallah, na Palestina, para abrir uma nova
sede diplomática do seu país.
O Uruguai decidiu abrir uma embaixada na Palestina para
fortalecer as relações entre os dois países, segundo informou o chanceler Luis
Almagro. O presidente José Mujica foi um dos primeiros a denunciar os ataques
israelenses contra Gaza e a condenar as invasões de terras palestinas, mas
resolveu não retirar seu embaixador em Tel Aviv porque é grande a comunidade
uruguaia em Israel e ficariam sem proteção oficial.
• Anistia Internacional
acusa Israel. A Anistia Internacional
informou na quinta-feira (07) que há cada vez mais indícios de que hospitais e
profissionais de saúde estão sendo alvo de ataques deliberados do Exército
israelense na Faixa de Gaza. A nota divulgada no site da organização
humanitária afirma que os relatos de médicos, enfermeiros e paramédicos compõem
um “quadro preocupante”.
A organização também informa que, segundo o escritório
das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, dos cerca de 1,8
mil palestinos mortos 86% eram civis. O escritório da ONU estima ainda que
cerca de 9,4 mil pessoas ficaram feridas, muitas gravemente, e que em torno de
485 mil pessoas foram deslocadas pelo conflito.
Muitos dos desalojados buscam refúgio em hospitais e
escolas. Entre os depoimentos colhidos pela Anistia Internacional, há relatos
de que soldados israelenses têm atirado contra ambulâncias identificadas e
contra profissionais de saúde vestindo coletes fluorescentes no exercício das
suas funções. A AI identifica ao menos cinco hospitais e 34 clínicas
hospitalares que foram forçadas a interromper as atividades devido aos danos causados
pelo ataque israelense ou pela hostilidade. Além disso, hospitais de toda a
Faixa de Gaza sofrem com a escassez de combustível e a falta de água,
medicamentos e energia elétrica - agravada depois que a única central elétrica
da Faixa de Gaza parou de funcionar após um bombardeio do Exército israelense.
• Israel pede ajuda de parlamentares dos EUA! O primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu,
pediu a políticos dos EUA que ajudem Israel a se defender das acusações de que
o país teria cometido crimes de guerra durante a operação Margem Protetora na
Faixa de Gaza. A informação foi revelada pelo congressista estadunidense Steve
Israel em entrevista ao jornal New
York Post.
“O primeiro ministro nos pediu que trabalhássemos
juntos para garantir que essa estratégia de ir à Corte Penal Internacional não
tenha sucesso”, disse o político do partido Democrata ao jornal. O congressista
fez parte de um grupo de deputados dos EUA que se encontrou com Netanyahu em
Israel na quarta-feira (06).
Líderes palestinos tiveram uma reunião com
representantes da Corte Penal Internacional nesta semana em Haia, sede do
organismo internacional na Holanda, para fazer um pedido formal para participar
do tribunal internacional. “Tudo o que aconteceu nos últimos 28 dias são
evidências claras de crimes de guerra cometidos por Israel”, afirmou o Ministro
de Assuntos Exteriores da Palestina, Riyad al-Malki, depois do encontro.
• Em Israel, protestos contra massacre na Palestina. Uri Avnery, um ex-membro do Parlamento de Israel, é o
criador de um movimento social chamado “Gush Shalom” (Bloco da Paz)! Seus
membros atuam em várias cidades de Israel e procuram levar as pessoas a
refletir sobre a política militarista e agressiva do país em relação aos
palestinos.
Avnery denuncia que Israel, depois de junho de 2013,
construiu 14 mil novas casas nas colônias ilegais na Cisjordânia e em Jerusalém
Oriental e defende que não há alternativa na região além da criação de dois Estados.
Segundo ele, pesquisas de opinião recentes indicam que a extrema-direita e a
guerra de Israel contra Gaza têm apoio massivo, mas outras enquetes também
concluíram, recentemente, que a maioria dos israelenses quer uma solução de
dois Estados.
• Entidades judaicas progressistas se manifestam. Em carta aberta, grupos
brasileiros e argentinos pedem cessar-fogo imediato e retomada das negociações
após cinco semanas de conflito.
“Nós, judeus brasileiros e argentinos, não podemos
ficar calados frente aos últimos acontecimentos em Israel e na Faixa de Gaza. A
escalada bélica está transformando Gaza, uma das regiões mais pobres e densamente
povoadas do planeta, em gigantesca pilha de escombros e cadáveres. Não são
poupados mercados, escolas, mesquitas, residências de todos os tipos. Do outro
lado da fronteira, israelenses vivem sobressaltados com o lançamento maciço de
foguetes vindos da Faixa de Gaza, que visam, principalmente, a população
civil”, diz o manifesto divulgado no domingo (03).
Em outra parte, o texto diz que “A ocupação de
territórios palestinos por colonos israelenses, condenada inúmeras vezes pela
comunidade internacional, nunca parou desde 1967 e é a grande causa estrutural
do conflito israelense-palestino. Há uma ampliação permanente dos assentamentos
ilegais, com chancela estatal e recursos portentosos dos aliados de Israel. A
ocupação oprime a população palestina de diversas formas, que vão do terror
militar às crescentes dificuldades de locomoção. Os israelenses acabam sendo,
também, vítimas desta política colonial.”
• UE adota sanções contra a Rússia. Fazendo o jogo imposto por Washington, a União
Europeia anunciou sanções econômicas contra a Rússia e resolveu abandonar a
busca por uma solução negociada para o caso da Ucrânia.
Em nota oficial, o Ministério dos Negócios Estrangeiros
da Rússia lamentou a atitude do bloco europeu e demonstra não estar muito
preocupado com os efeitos para o povo russo. A nota russa diz que “O conjunto
dos acontecimentos [na Ucrânia] deve-se em grande parte às decisões
irresponsáveis da própria União Europeia.
Mais adiante, a nota ministerial diz que “Moscou está
decepcionada pela incapacidade da UE para desempenhar seu próprio papel na
política mundial”.
Por fim, a nota mostra que a União Europeia sai
perdendo: “Na sua pressa em introduzir sanções, Bruxelas põe por sua própria
conta barreiras à colaboração com a Rússia, em domínios tão cruciais como a
energia. Trata-se de um movimento irrefletido e irresponsável que terá por consequência
uma alta dos preços no mercado europeu da energia”.
• Tiro no pé? EUA e
União Europeia (seguindo instruções de Obama) anunciaram oficialmente sanções econômicas
contra a Rússia, ainda por conta da crise na Ucrânia. A resposta veio rápida e
certeira.
Na quinta-feira (07), a Rússia deu um duro golpe no
setor agroalimentar do Ocidente ao proibir por um ano a importação de todos os
alimentos perecíveis procedentes dos países que adotaram sanções contra Moscou.
“A Rússia adota a proibição total para a importação de
carne de vaca, porco, verduras e hortaliças, frutas, aves, pescado, queijos,
leite e produtos lácteos” de União Europeia, Estados Unidos, Austrália, Canadá
e Noruega, anunciou o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev.
A histórica medida - que afeta sobretudo os produtores
da União Europeia, principal parceiro de Moscou - abre uma nova e perigosa
etapa nas relações comerciais entre Rússia e os países incluídos no embargo. Só
no caso da UE, as exportações do setor agroalimentar à Rússia subiram em 2013
para cerca de 12 bilhões de euros, advertiu hoje o embaixador dos 28 países em
Moscou, o lituano Vygaudas Usackas.
Um dos países mais prejudicados pela medida será a
Holanda. A Rússia é o segundo mercado para os produtos agroalimentares
holandeses, segundo reconheceu a patronal setorial desse país.
Com a medida, a América Latina deve ser beneficiada
pois aumentará a exportação de alimentos para a Rússia.
• “Torturamos uns caras aí...”. É impressionante a falta de vergonha e a prepotência
do presidente dos EUA! Em uma entrevista com a imprensa, na sexta-feira
(01/08), Barack Obama declarou que “Torturamos uns caras aí...”.
A entrevista foi marcada depois de divulgado um extenso
relatório elaborado pelo Comitê de Inteligência do Senado falando sobre a
prática da CIA de usar “técnicas de interrogatório” após os acontecimentos de
11 de setembro de 2001. Em resposta, Obama disse “fizemos algumas coisas que
eram erradas, fizemos muitas coisas certas... torturamos alguns caras...”.
• Mais provocação estadunidense! A VI Frota da Marinha dos EUA informou oficialmente,
na quarta-feira (06), que enviou um cruzador armado com mísseis guiados de
última geração (Vella Gulf) para o Mar Negro. O texto oficial da Marinha diz
que a operação tem como objetivo “assegurar a paz e a estabilidade na região”!
Por outro lado, um porta-voz militar que acompanha as
operações contra os independentistas em Donetsk e Lugansk, Alexéi Dmitrashkovski, confirmou em uma entrevista a presença de mercenários
estrangeiros nas tropas oficiais da Ucrânia.
A Rússia solicitou ao Conselho de Segurança das Nações
Unidas, à Organização para a Segurança e Cooperação da Europa, ao Conselho
Europeu e ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha que seja enviada uma missão
humanitária para a área em conflito.
• Para quem leu o meu artigo anterior. Para quem leu o artigo “Mesopotâmia – O que acontece
no Iraque” (Informativo 557) sabe do que estou falando. Consolidou-se um dos
cenários previstos e Obama autorizou um ataque contra as forças do “Exército
Islâmico”. Mas, vejam o que escrevi naquele artigo, ele só tomou esta decisão
quando constatou que havia perdido o controle da situação.
O fato concreto é que, provavelmente, haverá uma nova
intervenção de grandes proporções no Iraque para garantir o projeto de criar
“três estados”.
• Estadunidenses descontentes com o sistema político. Quase 80% dos estadunidenses estão insatisfeitos como
sistema político no país e 70% deles culpam os governantes pelas dificuldades
econômicas, revelou uma pesquisa divulgada na quarta-feira (06).
A pesquisa realizada pelo jornal “The Wall Street
Journal” e pela cadeia de TV NBC News mostrou ainda que 60% dos entrevistados
disseram que o país está em uma situação de queda e 71% disseram que os EUA
estão indo por um caminho errado! No total, 64% dos cidadãos estão muito
insatisfeitos com a situação econômica atual.
• Estadunidenses renunciam à cidadania. Pode parecer brincadeira, mas os dados estão na
revista Forbes. Cada vez mais os estadunidenses estão renunciando à cidadania
de seu país. Só em 2014 já foram 1.577 pessoas que saíram do país e renunciaram
à cidadania para fugir da política fiscal.
Em 2013 foram 2.999 cidadãos e residentes permanentes
nos EUA que renunciaram à cidadania ou a “green card”, um aumento de 221% em
relação a 2012.
• “Limpeza étnica” nos EUA? É realmente preocupante a matéria do jornalista Larry Downin para a agência
de notícias Reuters mostrando o que os governos nos EUA estão fazendo contra os
moradores de ruas nas mais diversas cidades.
Segundo o levantamento feito por Larry, as autoridades
de inúmeras cidades estadunidenses estão ampliando a política de perseguir,
multar e expulsar pessoas sem lar (moradores de ruas). Entrevistado por ele, um
policial aposentado disse que a estratégia agora usada pelos governos locais
tem “muito em comum com uma limpeza étnica”.
Arnold Abbott, com 90 anos, antigo chefe de Polícia da
Pensilvânia, explicou como tratam as pessoas moradoras de rua: “A ideia era
pegar essas pessoas, enfiar em um ônibus e mandar para Miami ou Palm Beach.
Isto é muito parecido com uma limpeza étnica”.
O mesmo problema foi noticiado por outro jornalista, do
“The Independente”, em Fort Lauderdale (Flórida). Ali as autoridades adotaram
leis que proíbem “deixar objetos pessoais no espaço público” e estão preparando
outras leis para complicar a vida dos que não possuem lar e moram nas ruas.
Um estudo feito pelo Centro NLCHP revelou que em outras
187 cidades dos EUA já estão em vigor leis e políticas criminalizando os “sem
teto”. Desde 2011, segundo o relatório, houve um aumento de 60% nas leis que
proíbem acampar em local público. O número de leis proibindo sentar-se ou
deitar-se em lugares como parques ou praias aumentou em 40%!
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