Opus
Dei & Santander (2)
(Ernesto Germano Parés – Agosto/2014)
No Brasil, o Opus Dei chegou através de São Paulo, no
início da década de 1950. No início, concentrou toda a sua atuação no meio
jurídico e conquistou vários magistrados. Basta citar que, em um depoimento,
Hélio Bicudo, promotor aposentado, conta que várias vezes foi procurado por
membros do Opus Dei que tentavam cooptá-lo para a seita.
E devemos também registrar que o maior expoente do Opus
Dei, no período, foi José Geraldo Rodrigues Alckmin, tio do atual governador
paulista e nomeado por Ernesto Garrastazu Médice como ministro do STF, em 1972.
O Opus Dei tentou influir mais na década de 1970, mas
tinha, entre os católicos, uma concorrência muito forte com a “Tradição,
Família e Propriedade” (TFP), que tinha a simpatia entre os católicos da
direita no país.
E é exatamente neste ponto que vamos retomar nossa
conversa investigativa.
Pelo que sabemos e os documentos agora revelados
comprovam, o Vaticano esteve fortemente empenhado em uma “guerra contra o
comunismo” no final da Segunda Guerra Mundial. Tão fortemente envolvido nessa
“guerra” que não vacilou em firmar vários acordos com sociedades secretas,
grupos fascistas, agências de espionagem e grupos extremistas de direita, desde
que o fim fosse o combate ao “comunismo ateu”. São muitos os documentos agora
desclassificados (vencido o prazo de sigilo) que comprovam tais “alianças” e
acordos.
Como não poderia deixar de ser, o Opus Dei seria esse
“braço” da Igreja para combater o comunismo, onde estivesse e com as forças que
fossem necessárias.
E é nesse cenário que, no período mais grave da América
Latina, quando vários países da nossa região estavam sob o jugo de ditaduras
militares, que Josemaría Escrivá resolveu fazer sua “peregrinação” na América
Latina. Em alguns dos seus textos, Escrivá deixou claro que considerava o
continente muito importante para o crescimento de sua seita e também para os
avanços das empresas espanholas.
No Chile, em plena ditadura de Pinochet, ele passeava
comodamente e declarou seu apoio ao “regime progressista” implantado no país.
Um dos principais “assessores” de Pinochet era Jaime Guzmá, membro ativo do
Opus Dei. Muitos militares e políticos chilenos pertenciam também à seita e
trabalhavam ativamente para espalhar a ideologia no país.
Na Argentina, em plena ditadura, muitos seguidores de
Escrivá foram nomeados ministros e secretários, alcançando muito poder
político. E o mesmo vai acontecer no Peru onde a Opus Dei apoiou abertamente o
corrupto Alberto Fujimore. E vale lembrar todo o trabalho de Escrivá para
eleger seu aliado, Miguel de La Madri, presidente. Curiosamente, pouco depois
de eleito, ele extinguiu uma antiga lei mexicana que separava o Estado da
Igreja Católica.
Emílio Corbiere, escritor argentino e autor do livro
“Opus dei: o totalitarismo católico”, demonstra que Escrivá apoiou ativamente
também as ditaduras no Paraguai e Uruguai e que financiou o regime de Anastácio
Somoza (Nicarágua) até sua derrota.
É na década de 1990, com o avanço neoliberal, que a
Opus Dei vai ter seu grande momento e vai encher seus cofres! A “onda” de
privatizações ocorrida na América Latina abriu as portas para várias empresas
espanholas já vinculadas à seita de Escrivá. Membros da Opus Dei ocupam cargos
gerenciais em poderosas empresas como os bancos Santander e Bilbao Biscaia, a
Telefônica, a Repsol e outras.
Vale lembrar que a Argentina, na época, entregou as suas estatais de
telefonia, petróleo, aviação e energia à Telefônica, Repsol, Ibéria e Endesa,
respectivamente. A Ibéria, empresa de aviação espanhola, já havia comprado a
chilena LAN e toda a geração de energia do Chile já estava nas mãos da Endesa.
Os bancos espanhóis espalham-se no continente depois desse processo de
desnacionalização.
Em 2010, o escritor estadunidense Dan Brown (autor de
“O Código da Vinci”) dizia que a Opus Dei contava com cerca de 80 milhões de
fiéis ocupando importantes cargos em governos, na mídia internacional, em empresas
multinacionais, etc. Na mesma época, John Allen, um vaticanista, confirma que a
seita de Escrivá tem um patrimônio avaliado em 2,8 bilhões de dólares. A sede
em Manhattan está avaliada em 60 milhões de dólares. Em Washington, a Opus Dei
mantém a Heights School, escola de qualidade onde estudam os filhos dos
principais congressistas estadunidenses, em particular os do Partido
Republicano.
O Opus Dei chegou ao Brasil em 1957, na cidade de Marília (SP), fundando
dois centros. Em 1961, considerando de grande importância a filial brasileira,
a seita enviou um dos seus principais membros, o espanhol Xavier Ayala, segundo
na hierarquia da seita. “Doutor Xavier”, como gostava de ser chamado, embora
fosse padre, pisou em solo brasileiro com a missão de fortalecer a ala
conservadora da Igreja. Às vésperas do Concílio Vaticano II, o clero progressista
da América Latina falava de “voltar às origens” do cristianismo e fazer a
“opção pelos pobres” (Teologia da Libertação) o que incomodou os setores
conservadores da Igreja.
Em um importante artigo escrito para a revista Caros Amigos, a
jornalista Marina Amaral diz que “aos poucos, o Opus Dei foi encontrando seus
aliados na direita universitária... Entre os primeiros estavam dois jovens
promissores: Ives Gandra Martins e Carlos Alberto Di Franco, o primeiro
simpático ao monarquismo e candidato derrotado a deputado; o segundo, um
secundarista do Colégio Rio Branco, dos rotarianos do Brasil. Ives começou a freqüentar
as reuniões do Opus Dei em 1963; Di Franco ‘apitou’ (pediu para entrar) em
1965. Hoje, a organização diz ter no país pouco mais de três mil membros e
cerca de quarenta centros, onde moram aproximadamente seiscentos numerários”.
Durante o regime militar brasileiro, o Opus Dei concentrou seus esforços
no meio jurídico, o que rende frutos até hoje. O promotor aposentado e
ex-deputado Hélio Bicudo revela ter sido assediado duas vezes por juízes fiéis
à organização.
Seu crescimento dependeu da benção dos generais golpistas e dos vínculos
com poderosas empresas. Ives Gandra e Di Franco viraram os seus “embaixadores”,
relacionando-se com donos da mídia, políticos de direita, bispos e empresários.
Data desse período a construção da sua estrutura de fachada - Colégio Catamarã
(SP), Casa do Moinho (Cotia) e Editora Quadrante. Foi também criada uma ONG
para arrecadar fundos: OSUC (Obras Sociais, Universitárias e Culturais). Esta
recebe até hoje doações do Itaú, Bradesco, GM e Citigroup. Confrontado com esta
denúncia, Lizandro Carmona, da OSUC, implorou à jornalista Marina Amaral: “Pelo
amor de Deus, não vá escrever que empresas como o Itaú doam dinheiro ao Opus
Dei”.
(Este artigo continua)
• Panamá critica novo Canal na região. As autoridades panamenhas anunciaram nesta semana a ampliação
do Canal do Panamá e criticaram a construção de um novo canal, na Nicarágua.
Segundo “técnicos” do Panamá, o novo canal é inviável e jamais será concluído.
Na verdade, o Canal da Nicarágua é um desafio muito
grande, três vezes maior do que atual, incluindo a construção de um aeroporto,
dois portos, uma área de zona franca, um centro turístico, estradas e siderúrgicas.
O administrador da Autoridade do Canal do Panamá, Jorge
Quijano, confirmou que está em andamento uma ampliação do canal, com construção
de um quarto jogo de eclusas. Mas a sua entrevista deixa transparecer a grande
preocupação com a construção do canal concorrente.
• Muita safadeza! Durante um século, os EUA exploraram o Canal do Panamá,
invadiram o país, fizeram experiências com bombas e minas na região, ganharam
muito dinheiro e mantiveram o domínio das navegações entre os dois oceanos!
Nunca vi um só artigo ou um só movimento em favor do Panamá! Nunca vi um reconhecimento...
Pois bem. Agora que a
Nicarágua anunciou a construção do novo Canal, em parceria com a China, o Império
tremeu! Vão perder a hegemonia do comércio e já perceberam o tamanho do
prejuízo, porque o novo canal será muito mais barato, rápido e prático.
Por que falo tudo isto?
Simples... Não sou muito chegado em TV, mas, de vez em quando, coloco no canal
History e fico ouvindo alguns documentários enquanto trabalho. Pois é... Para
minha surpresa, o History está anunciando uma série sobre o Canal do Panamá. A
chamada é dramática dizendo que os panamenhos “dividiram a terra para unir o
mundo”... O título da série é “Panamá – o país que uniu o mundo”! É muita “cara
de pau”!
• Bolívia deportou militar procurado na Argentina. A polícia boliviana prendeu o militar aposentado Jorge
Horacio Páez Sinestrari, procurado na Argentina por crimes de lesa humanidade e
vinculado com a conhecida “Operação Condor”.
Horacio Páez tem 68 anos e já foi sentenciado na Argentina
pelos crimes na época da ditadura militar e era procurado desde 2011. Segundo
nota oficial, a Justiça da Argentina o procurava como fugitivo e chegou a oferecer
uma recompensa de 100.000 pesos (12.099 dólares) para quem informasse o seu
paradeiro. Havia também uma “notificação vermelha” da Interpol em sua busca.
• Argentina já negocia exportações para a Rússia. As reuniões já estão agendadas para os dias 19 e 20 de
agosto, em Moscou, para definir a relação de produtos que a Argentina poderá
fornecer à Rússia. Uma delegação de funcionários governamentais argentinos e
representantes de empresários chegará na segunda-feira a Moscou para negociar o
aumento das exportações e substituir os produtos normalmente vendidos pelos EUA
ou pela União Europeia.
Na delegação estarão representantes da Coordenação das
Indústrias de Produtos Alimentícios da Argentina que apresentarão um projeto
com as ofertas de vários itens que podem ser negociados com a Rússia. Entre os
principais produtos estão vinhos e derivados, azeite de oliva, azeitonas,
pastas, produtos lácteos, queijo, manteiga, leite em pó, carne de soja, carnes
brancas (aves e pescados), frutas frescas, etc.
• Equador está preparando proposta para a Rússia. O governo do Equador está avaliando propostas de comércio
a serem oferecidas para a Rússia. O ministro de Comércio Exterior, Francisco
Rivadeneira, disse que a ocasião é propícia para a América Latina.
Segundo ele, em reunião com empresários e produtores
equatorianos está sendo preparada uma lista dos produtos que podem ser
oferecidos, mas já anunciou que seu país não pode vender carne bovina, porque
está reestruturando toda a cadeia produtora depois de superarem um problema com
a febre aftosa.
• União Europeia pressiona América Latina. A União Europeia planeja manter conversações com
vários países da América Latina, em particular Brasil e Chile, durante as quais
vai tentar dissuadi-los de exportar seus produtos agrícolas para a Rússia. Quem
escreve é o Financial Times, citando um alto funcionário da UE.
Segundo a publicação, o Brasil solicitou a cerca de 90
novas fábricas de embalagem de carne começar imediatamente a exportação de
carne de frango, bovina e suína para a Rússia. O Chile espera obter um grande
benefício do embargo russo em peixes da União Europeia.Tal entusiasmo no setor
agrícola desses países “causou preocupação em Bruxelas”, disse o jornal.
“Vamos negociar com os países que potencialmente
poderiam substituir as nossas exportações para o mercado russo. Esperamos que
eles se abstenham de tirar vantagem injusta da situação atual” - disse o
oficial da UE.
• Ainda sobre a resposta russa. A situação está ficando cada vez mais difícil para os
EUA e seus capachos internacionais. Depois de anunciarem um pacote de “sanções”
contra a Rússia, pensando que assim poderiam reverter o quadro depois do golpe
na Ucrânia, estão amargando uma resposta que já deixou vários aliados estadunidenses
sem dormir.
A Rússia está proibindo, por 12 meses, todas as
importações de carne de boi, de porco, frutas e legumes, carne de frango,
pescado, queijos e laticínios em geral, da União Europeia, dos EUA, da
Austrália, do Canadá e do Reino da Noruega. A Rússia também fechou o espaço
aéreo para linhas europeias e estadunidenses que sobrevoem [seu] espaço aéreo
para o leste da Ásia, a saber, a Região do Pacífico Asiático, e está
considerando mudar os pontos chamados de entrada e saída do espaço aéreo russo,
para voos europeus, agendados e charter.
• Espanha já se preocupa com as
medidas russas. O governo espanhol convocou uma reunião de emergência
com exportadores do setor agrícola para analisar as consequências do veto russo
às importações de produtos europeus.
Segundo os primeiros
cálculos, o prejuízo da União Europeia deverá estar por volta de 5 bilhões e
252 milhões de euros. A Espanha perde 338 milhões de euros com a medida russa.
E a principal preocupação espanhola é com o papel do Marrocos, que sempre
disputou o mercado de frutas e hortaliças russo com os produtores espanhóis.
Os produtores da Espanha
dizem que o fechamento do mercado de bovinos, suínos, verduras, hortaliças,
frutas, aves, pescado, queijo, leite e produtos derivados vai abrir um grande
mercado para os países da América Latina e causar prejuízos para a Espanha.
• Dívida pública espanhola supera 1 bilhão de euros! Pela primeira vez na história, a dívida pública da
Espanha superou a casa de 1 bilhão de euros. A maior parte desse déficit cabe
ao Estado, com 84% da responsabilidade!
Os números correspondem ao mês de junho, mas só agora
foram divulgados pelo Banco da Espanha. Em números exatos, a dívida chegou a 1.007.319 milhões de euros,
ou seja, 98,4% do Produto Interno Bruto do país!
• Por que não falam mais no assunto do avião abatido? O piloto alemão de longo curso Peter Haisenko afirma,
com base numa observação detalhada de fotos disponíveis dos destroços do avião
da Malaysian Airlines, acidentado na Ucrânia, que o aparelho foi abatido pelos
caças SU 25 que várias fontes detectaram nas imediações antes de o avião
desaparecer dos radares.
As fotos examinadas pelo piloto revelam perfurações no
cockpit provocadas por balas de calibre de 30 milímetros, que são utilizadas
pelos caças SU 25 como os que foram identificados nas imediações do voo MH17.
“Os fatos falam alto e claro, bem para lá de qualquer
tentativa de especulação”, escreve Peter Haisenko, num artigo divulgado pelo
site Global Research. “O cockpit exibe sinais de bombardeamento. Podem ver-se
os orifícios de entrada e saída das balas. As bordas de uma série de orifícios
estão dobrados para dentro. Estes são os orifícios pequenos, redondos e limpos,
mostrando o pontos de entrada dos mais que prováveis projéteis de calibre de 30
milímetros”, acrescenta o piloto alemão.
A farsa estadunidense, tentando culpar os rebeldes
independentistas ucranianos, parece ter ido por terra. Aí a imprensa prefere se
calar.
• A que ponto chegaram!
Para pagar a dívida com o FMI e com a União Europeia, o Estado grego venderá 80
mil imóveis! Com isto, esperam arrecadar 50 bilhões de euros para cancelar a
dívida. Entre os imóveis listados para a venda estão: um castelo antigo em
Corfú, uma antiga base militar estadunidense em Creta, uma luxuosa mansão
construída para Benito Mussolini (que nunca foi habitada) e outros prédios
históricos.
A decisão do governo já gerou polêmicas pelo valor
histórico e cultural de, pelo menos, 13 desses imóveis. Mas o diretor do Fundo
Imobiliário grego, Andreas Teprantzis, rebateu as críticas dizendo que essa é
“uma ocasião para dar novamente às propriedades o antigo esplendor”.
Depois de seis anos de recessão profunda e todas as
medidas de austeridade ditadas pela “Troika” serem implementadas, a Grécia
continua afundando no poço e sua dívida pública, hoje, corresponde a 177% do
PIB.
• Judeus sobreviventes do Holocausto condenam Israel. Um grupo composto de judeus que sobreviveram ao
Holocausto divulgou nesta semana um texto de repúdio aos ataques do Exército
israelense à Faixa de Gaza que, em 33 dias de ofensiva, causou a morte de quase
dois mil palestinos. Segundo dados da ONU, a maioria das vítimas é composta por
civis e, entre eles, mais de 400 eram crianças e 230 mulheres.
Além de sobreviventes diretos do Holocausto, também
assinam o documento filhos, netos, bisnetos e outros parentes de vítimas do
mesmo período. Os EUA também são criticados no documento por fornecerem meios
que permitam que Israel continue o ataque. Outras potências ocidentais são
lembradas, sem nomes citados, por usarem “seus pesos políticos” para proteger o
Estado israelense de possíveis investigações e condenações em cortes penais internacionais.
O texto é uma resposta a uma publicidade patrocinada
pelo escritor e ativista judeu Elie Wiesel, vencedor do prêmio Nobel da Paz.
Ela foi publicada nos principais jornais dos EUA e do Reino Unido e
responsabiliza o Hamas pelas mortes de crianças palestinas. O grupo busca
doações para publicar o texto nas páginas do jornal New York Times.
• Herói da Segunda Guerra devolve medalha a Israel. O holandês Henk Zanoli, de 91 anos, havia recebido de
Israel a medalha de “Justo entre as Nações” por salvar a vida de uma criança
judia durante a ocupação nazista em seu país. Na quinta-feira (14), ele
devolveu a medalha e o diploma concedido pelo governo de Israel. E justificou
seu ato ao denunciar que 6 familiares seus foram assassinados durante um
bombardeios israelense na Faixa de Gaza, em julho passado!
A sobrinha neta de Zanoli, Angelique Eijpe, é diplomata
holandesa e ocupa um cargo na missão diplomática em Omã. Seu marido, economista
Isma’il Ziadah, nasceu em um acampamento de refugiados no centro de Gaza. O
casal tem três filhos. No domingo, 20 de julho, um avião israelense lançou
bombas na casa da família de Ziadah e matou a matriarca da família, de 70 anos,
três dos seus filhos, a esposa de um os filhos e uma criança de 12 anos!
• Israel ataca a ONU por investigar crimes em Gaza. O primeiro ministro de Israel acusou o Conselho de
Segurança da ONU dizendo que “dá legitimidade a organizações terroristas”. Benjamín Netanyahu
criticou o Conselho de Direitos Humanos da ONU por enviar uma comissão que
investigará crimes de guerra na Faixa de Gaza, Síria e Iraque.
O objetivo da comissão é
investigar violações do direito humanitário e decidir se Israel cometeu crimes
de guerra durante os primeiros 33 dias de sua ofensiva contra Gaza.
• “Flotilha da Liberdade” fará nova tentativa. A
“Flotilha da Liberdade” vai fazer uma nova tentativa de romper o bloqueio
israelense sobre a Faixa de Gaza e, antes do final do ano, voltará a enviar
navios à região, anunciaram na terça-feira (12) os delegados da iniciativa em
Istambul, na Turquia.
A data de saída da frota ainda não foi determinada, mas
será “o mais rápido possível”, afirmou Zohar Chamberlain, delegada da
iniciativa espanhola “Rumbo a Gaza”, uma das organizações que integra a
Coalizão Flotilha da Liberdade. Essa equipe faz, desde 2008, incursões na
região para chamar a atenção da comunidade internacional às dificuldades
humanitárias pelas quais passam a população palestina por conta do cerco a Gaza.
Em 2010, o ataque de comandos israelenses à embarcação
insígnia Mavi Marmara em águas internacionais causou a morte de 10 passageiros,
nove deles turcos, o que afetou gravemente as relações entre Ancara e Tel Aviv.
No ano seguinte, um único navio conseguiu se aproximar de Gaza, enquanto outros
vários foram retidos pelas autoridades em diferentes portos de saída, entre
acusações de sabotagem por parte dos ativistas. A frota era de responsabilidade
do movimento Free Gaza, um conjunto de ONGs cuja atuação tem por objetivo
romper o bloqueio imposto por Israel e Egito sobre Gaza.
A “Flotilha da Liberdade” conta com agrupamentos da Espanha,
Suécia, Noruega, Grécia, Canadá, Austrália e Itália, entre outros.
• É a tal polícia tão elogiada por nossa elite. Pouco está sendo dito pela nossa imprensa, mas a situação
voltou a se agravar nos EUA depois da morte de um jovem negro nas mãos da
polícia. No estado de Missouri, 32 pessoas foram presas no primeiro dia de
protestos e muitos outros foram presos nos dias seguintes.
Michael Brown era um adolescente, com 18 anos, e foi
morto a tiros em um subúrbio de maioria negra em St. Louis. Segundo os
depoimentos, ele recebeu vários tiros depois de ser violentado dentro de um
carro da polícia. O chefe da polícia local, Jon Belmar, prometeu investigar de
forma independente, mas já foi anunciando que o agente policial havia detido
“dois indivíduos” quando foi empurrado pelo jovem Michael Brown. Ou seja, já
arrumou uma desculpa para o assassinato.
Até a noite de quinta-feira (14), mais de 90 cidades
estadunidenses, em 35 estados, já haviam realizado vigílias, passeatas de
protestos e “um minuto de silêncio nacional” em homenagem ao jovem morto.
• E há quem elogie a polícia estadunidense. Uma
semana depois do assassinato do jovem Michael Brown, autoridades policiais
estadunidenses anunciaram oficialmente ter “identificado” o policial que
atirou. Não é curioso? Levaram uma semana para identificar um policial que
fazia uma batida na área? Mais curioso ainda é que, no mesmo dia do crime, o
chefe de polícia local foi dizendo que o policial havia detido “dois indivíduos”
e que foi agredido por Michael. Como pode? Ele disse uma coisa no dia do crime
e apenas uma semana depois noticiam que o policial foi identificado? Estranho,
muito estranho.
Mas, ao fazer o anúncio da identificação do autor dos
tiros, o porta-voz da polícia, Thomas Jackson, foi logo dizendo que o policial
Darren Wilson tem um respeitável histórico em seus seis anos de corporação e já
arrumou outra versão para o caso, dizendo que teria havido um aviso de roubo de
cigarros em uma loja de conveniências nas redondezas e a descrição do ladrão
coincidia com a de Michael.
O fato concreto é que, além de colocar novamente em
questão o problema do racismo nos EUA, o assassinato do jovem negro está
despertando um intenso debate sobre a credibilidade da Justiça e da Polícia nos
EUA.
Uma pesquisa realizada pela organização YouGov em
parceria com o site HuffPost mostrou que 45% dos cidadãos estadunidenses não
confiam no sistema Judiciário dos EUA (37% ainda confiam e 19% não souberam
responder). Em outra questão, 43% dos entrevistados concordaram que a polícia
usa com muita frequência armamentos letais em suas abordagens. Além disso, 53%
das pessoas acreditam que a força policial nas grandes cidades é geralmente
mais dura com pessoas negras do que brancas.
• Perseguição a
jornalistas nos EUA. Organizações estadunidenses de defesa da liberdade de imprensa e 20
jornalistas vencedores do Premio Pulitzer, entre outras pessoas, denunciaram na
tarde de sexta-feira (15) a perseguição do governo Obama contra profissionais
que cobrem assuntos de “segurança nacional” e, em particular, o caso do
jornalista James Risen, do “New York Times”, que foi ameaçado de prisão se não
revelar suas fontes de informação.
Uma petição com 125 mil
assinaturas foi entregue ao Departamento de Justiça dos EUA com o título “Apoiamos
James Risen porque apoiamos uma imprensa livre”.
Organizações como o Comitê
para a Proteção de Jornalistas, Repórteres sem Fronteiras, Fundação da Liberdade
de Imprensa e Comitê de Jornalistas pela Liberdade de Imprensa reiteraram o
repúdio aos fiscais federais que continuam ameaçando Risen com altas multas ou
prisão se não disser quem são seus informantes.
Em 2008, o Departamento de
Justiça dos EUA emitiu uma ordem judicial para obrigar Risen a revelar uma
fonte oficial que passou informações sobre uma operação da CIA que não deu
certo no Irã. O fato foi descrito longamente pelo jornalista em seu livro
“Estado de Guerra”, em 2006. Agora, o governo Obama quer obrigá-lo a dizer quem
passou as informações.
Dana Priest, do “Washington
Post”, acusa o governo Obama de utilizar esse caso para intimidar tanto as
fontes oficiais como outros jornalistas. E destaca que, desde a época de Bush,
tornou-se prática comum do governo estadunidense limitar o trabalho dos
jornalistas e negar informações críticas ao público.
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