Indústria
se recupera.
Dados do Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados
(Caged), divulgados na quarta-feira (15) pelo ministro do Trabalho e Emprego,
Manoel Dias, demonstram que foram gerados em setembro 123.785 empregos
celetistas, um crescimento de 0,30% em relação ao estoque do mês anterior. O
mês teve o segundo melhor desempenho de admissões da série histórica do Caged,
com destaque para a reação do setor industrial que gerou no mês 24.837, ante os
saldos negativos que vinha apresentando nos meses anteriores. No acumulado do
ano, o emprego cresceu 2,23%, um acréscimo de 904.913 novas vagas formais. Nos
últimos 12 meses, o aumento foi de 569.363 postos de trabalho, correspondendo à
elevação de 1,46%.
Para o ministro, o resultado de setembro demonstra um
reaquecimento da economia, principalmente pelo desempenho do setor industrial.
Segundo ele, a produção para abastecimento do mercado para o final do ano vai
impulsionar a geração de vagas nos próximos meses. “Diante de um mundo que
desemprega, nós estamos bem e continuamos gerando emprego, o que é positivo. No
acumulado do ano, somadas as 123 mil vagas de setembro, geramos cerca de 900
mil novas vagas e a expectativa é de gerarmos 1 milhão de vagas em 2014”,
avaliou.
Além da reação do setor industrial, que aponta para uma
inversão da trajetória declinante do emprego industrial iniciada em abril
último, seis dos oito setores da economia evidenciaram expansão no nível de
emprego, com destaque para o setor de Serviços (+62.378 postos ou + 0,36%) e o
Comércio (+36.409 postos ou +0,40%). A Construção Civil gerou 8.437 postos ou
+0,26%) demonstrando uma reação em relação aos meses anteriores, ao registrar o
melhor desempenho desde março de 2014.
• Taxa de desemprego fica em 4,9%. A taxa de desemprego, medida pela
Pesquisa Mensal de Emprego (PME), atingiu 4,9% em setembro deste ano, a menor
para o mês desde o início da série histórica iniciada em 2002.
Houve queda de 0,5 ponto percentual em relação à taxa observada em
setembro do ano passado (5,4%). A pesquisa foi divulgada na quinta-feira (23)
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice também é numericamente inferior ao registrado em agosto deste
ano (5%). Apesar disso, o IBGE não considera a variação estatisticamente
significativa. A PME é realizada em seis regiões metropolitanas do país.
O contingente de desempregados ficou em 1,2 milhão de pessoas em
setembro deste ano, significando estabilidade em relação a agosto deste ano e
queda de 10,9% na comparação com setembro do ano passado.
Já a população ocupada ficou em 23,1 milhões de pessoas, o que significa
que, apesar da queda da taxa de desemprego, não houve geração de postos de
trabalho tanto na comparação com agosto deste ano quanto em relação a setembro
do ano passado.
• Rendimento do trabalhador fica estável. O rendimento real habitual do
trabalhador ficou em R$ 2.067,10 em setembro deste ano. O valor é estável (alta
numérica de 0,1%) na comparação com o mês anterior e 1,5% maior do que o registrado
em setembro do ano passado. Os dados, da Pesquisa Mensal de Emprego (PME),
foram divulgados hoje (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Na comparação com agosto, houve ganhos do poder de compra dos
trabalhadores de dois dos sete setores pesquisados pelo IBGE: outros serviços
(3%) e serviços prestados a empresas (0,6%). Na indústria e no setor de
educação, saúde e administração pública houve estabilidade no rendimento real.
Três grupamentos de atividade tiveram queda: construção (-2,7%), serviços domésticos
(-0,6%) e comércio (-0,5%).
Na comparação com setembro do ano passado, houve queda nos rendimentos
da indústria (-1%), estabilidade nos outros serviços e alta em cinco
atividades: construção (5,6%), serviços domésticos (4,5%), comércio (2,7%),
educação, saúde e administração pública (2,3%) e serviços prestados a empresas
(1,5%).
• Enfim, o Chile toma medidas contra os torturadores. O ex-militar Cristián Labbé, que chegou ao cargo de
chefe da segurança pessoal do ex-ditador Augusto Pinochet, foi preso na manhã
de segunda-feira (20) em Santiago. A detenção, ainda que provisória, é
considerada simbólica por militantes de direitos humanos, já que ele é conhecido
no país como último exemplo de impunidade aos crimes da ditadura.
Durante as últimas três décadas, o coronel também
exerceu intensa atividade política.
A ordem de prisão, determinada pela juíza Marianela
Cifuentes, afirma que “as declarações emitidas pelo próprio réu e as
testemunhas apresentadas pelo Ministério Público comprovam a participação do
então coronel Labbé, na qualidade de autor, no delito de associação ilícita,
durante operações da Dina (Departamento Nacional de Informações, um dos
serviços secretos de Pinochet) no Quartel de Tejas Verdes, no ano de 1974”.
Pela decisão, ele deve ficar preso até o julgamento final do caso, previsto
para acontecer em 2015.
Cristián Labbé começou carreira como oficial do
Exército do Chile em 1963. Quatro anos depois, quando era tenente, foi enviado
ao Brasil, já governada pro militares, para um curso na ESEFEX (Escola de
Educação Física de Exército).
Em 1972, já como capitão, foi designado para o Quartel
de Tejas Verdes, um setor rural a cerca de 100 km a oeste de Santiago, para
comandar operações especiais. Segundo o livro “El Despertar de los Cuervos”, do
jornalista Javier Rebolledo, naquele ano o quartel foi usado para experimentos
de tortura, e não necessariamente com pessoas ligadas ao governo de Allende.
“Podia ser um vagabundo dormindo na praça, qualquer pessoa que não tivesse quem
a fosse reivindicar depois, ideal para ser usada num experimento sem gerar nenhuma
consequência legal posterior”, conta.
Logo após o golpe de 1973, a ditadura brasileira foi a
primeira a oferecer ajuda aos militares chilenos, e vários oficiais estiveram
no país andino ensinando técnicas de tortura, começando por Tejas Verdes e o
Estádio Nacional, onde opositores de Pinochet foram torturados e mortos.
• Pobre México! Terreno preferido para os
EUA, signatário de um Acordo de Livre Comércio (NAFTA) onde só sai perdendo,
corredor por onde passa quase toda a droga que “alimenta” os estadunidenses e
país sempre pisoteado pelos moradores da Casa Branca, o México continua
afundando em uma crise econômica sem limites e agora em uma profunda crise
social.
Durante as primeiras horas
da noite do dia 26 de setembro de 2014 e o início da madrugada do dia 27, na
Comunidade de Iguala, Estado de Guerrero, ocorreu mais um triste episódio dessa
crise: o massacre contra estudantes da Escola Normal Rural “Raúl Isidro
Burgos”. Três estudantes foram assassinados no local e outros 43 estão
desaparecidos até hoje! Todos os indícios mostram que houve participação de
policiais municipais, sob a coordenação e orientação do cartel de drogas que
opera na região, conhecido como “Guerreros Unidos”. A Escola Normal Rural
acolhe estudantes que se preparam para serem professores.
No dia 26 de setembro, os
estudantes, na maioria recém ingressada na Escola, haviam participado de uma
atividade recolhendo doações entre os moradores locais para manter os recursos
de diversas atividades educativas. É uma prática comum dos estudantes, como os
trotes aqui no Brasil. Ao entardecer, pegaram o ônibus e iniciaram a volta para
a Escola onde há alojamentos e comida para os internos.
Próximo da saída da
Comunidade de Iguala, o ônibus foi interceptado por um comboio com policiais
militares. Alguns estudantes desceram para conversar com os policiais e
receberam uma rajada de tiros. Um jovem morreu na hora e vários ficaram
feridos. Os estudantes que ainda estavam no ônibus tentaram fugir, tendo início
a perseguição.
Até agora, não se tem
notícias dos 43 estudantes desaparecidos e toda a população mexicana está mobilizada,
exigindo que o governo tome providências e condene os assassinos.
• Torturadores
argentinos fizeram “cursos” na Espanha. O ditador argentino Jorge Rafael Videla mantinha excelentes relações com o governo de Adolfo Suárez, da
Espanha.
O tenente argentino Antonio
“Trueno” Pernías, atualmente preso em Buenos Aires por crimes contra a humanidade
é bem conhecido como torturador. Muitos dos que passaram por suas mãos estão
desaparecidos até hoje. Seu “inseparável” amigo, Enrique Scheller “Pinguino”,
também foi reconhecido por vários sobreviventes. Mas, entre 1978 e 1980, ambos
estavam na embaixada argentina, na Espanha, para perseguir e exterminar um grupo
de refugiados argentinos que viviam no país. O mais curioso é que, por ordem de
Adolfo Suárez, eles tinham autorização para entrar armados no país!
Mas eles não foram os
únicos. Documentos agora descobertos mostram que havia um “intercâmbio repressivo”
envolvendo policiais e militares dos dois países. No dia 23 de setembro de
1977, o chefe da Polícia Federal da Argentina, uma das forças que atuava na
repressão aos opositores do sistema, Edmundo
René Ojeda, encaminhou ao governo um “plano anual de bolsas de estudos” para
policiais. Pela primeira vez os policiais eram incluídos no programa de
formação.
• Cuba envia nova
brigada médica para a África. A segunda brigada médica cubana, composta por 91
médicos e enfermeiros, partiu na terça-feira (21) para a África. Do grupo, 67%
dos participantes são jovens, com menos de 50 anos.
O jornal Cranma confirmou
que a segunda brigada partiu para a África, atendendo ao pedido da ONU, para
combater o ebola. São 39 médicos e 48 enfermeiros, todos formados e treinados
na Faculdade de Medicina de Cuba. Vale lembrar que 165 profissionais de saúde
cubanos já estão em Serra Leoa. Os que agora viajaram irão para a Libéria (53)
e para Guiné (38).
• Espanha: um em cada três trabalhadores está em situação de pobreza. 12,3% dos trabalhadores espanhóis estão abaixo da
linha de pobreza, o que significa que o trabalho remunerado já não representa
uma garantia diante da pobreza, na Espanha.
O informe “Pobreza e trabalhadores pobres na Espanha”,
elaborado pela “Fundação 1º de Maio”, coloca os trabalhadores e trabalhadoras
entre os mais pobres da União Europeia, superados apenas pelos romenos e
gregos!
O informe foi divulgado no dia 17 de outubro, Dia
Internacional da Erradicação da Pobreza, e detalha todas as situações dos
trabalhadores espanhóis, assegurando que “não só cada vez mais pobres, mas que
são cada vez mais”.
• Greve dos estudantes na
Espanha. Os estudantes espanhóis
iniciaram, na terça-feira (21), o que chamam de “jornada de protestos”. Serão
três greves para protestar contra os cortes feitos no orçamento da educação no
país e o aumento das taxas escolares.
Uma assembleia realizada na Faculdade de
Políticas da Universidade de Madri resolveu apoiar o movimento. Os estudantes,
com os rostos cobertos, marcharam desde a Faculdade de Economia para mobilizar
e concientizar os companheiros para o movimento. A greve foi convocada pelo
Sindicato de Estudantes.
• 85% dos franceses estão descontentes. Uma pesquisa realizada pelo instituto OpinionWay
mostra que 86 em cada 100 entrevistados não querem que o atual presidente se
candidate a uma reeleição, em 2017.
Todas as críticas estão voltadas para a política
econômica e social imposta ao país pelo modelo da “Trika” e assumidas por
Hollande.
• Trabalhadores protestam contra cortes, em Londres. Dezenas de milhares de
trabalhadores protestaram na tarde de sábado (18), no centro de Londres, sob o
lema “O Reino Unido precisa de um aumento de salário”. A passeata, que
coincidiu com outras em Glasgow e em Belfast, faz parte de uma onda de
protestos por parte dos trabalhadores do setor público, cujo poder aquisitivo
está em seu pior momento desde o início da crise econômica mundial em 2008,
segundo os sindicatos que organizam a manifestação.
Na semana passada, enfermeiras e enfermeiras-parteiras fizeram greve em
protesto contra a decisão do Governo de não aumentar o salário dos funcionários
da saúde pública. Técnicos de radiologia e agentes carcerários estão convocados
a uma paralisação nesta semana. Mas no sábado, na marcha que passou diante do
Parlamento, em Westminster, e terminou no Hyde Park, também havia professores,
funcionários de limpeza, policiais, bombeiros, pensionistas e até ativistas
contra armamentos nucleares. Todos marcharam juntos contra as consequências do
programa de cortes e austeridade aplicado em outubro de 2010 pelo Governo de
David Cameron, uma coalizão de conservadores e liberais democratas, com fortes
cortes nos ministérios para fazer frente à crise.
Segundo os sindicatos, os salários caíram 50 libras (196 reais) por
semana em termos reais desde 2007, e há 5 milhões de pessoas no país ganhando
menos que um salário mínimo. De acordo com um estudo da fundação New Economics,
no último ano as famílias britânicas sofreram uma queda de 15% em seu poder
aquisitivo, e os salários estão sem reajuste com a inflação desde 2008.
• Gigantesca fraude
fiscal na Itália. Para aqueles que gostam de dizer que “corrupção só existe no Brasil, a
realidade é muito diferente.
A polícia financeira
italiana desmantelou um grupo de grandes empresas que havia criado um sistema
de falsas faturas para montar uma fraude fiscal cujo valor supera um bilhão e
setecentos milhões de euros! Ou seja, é fraude de “primeiro mundo”, para
ninguém botar defeito!
“A atividade ilegal
provocou, ao longo dos últimos anos, prejuízos gigantescos para o Estado,
superando 1,7 bilhão de euros”, diz o comunicado oficial. Segundo a polícia, os
empresários romanos, Pierino Tulli e Maurizio
Ladaga, criaram um sistema utilizando faturas falsas emitidas por empresas intermediárias
terceirizadas em áreas como serviços, segurança e limpeza industrial.
Através dessas faturas falsas, grandes somas de
dinheiro passavam para contas de sociedades criadas unicamente para lavagem.
Depois, o dinheiro era retirado e depositado em paraísos fiscais (San Marinho
ou Luxemburgo) e as empresas declaravam falência.
• EUA e a questão militar.
(Ernesto Germano)
Após a segunda guerra mundial tem início a decadência
do colonialismo europeu e em muitos países, começam a surgir as chamadas “lutas
de libertação nacional”. São movimentos que, além de terem como objetivo
principal a independência desses países, voltam-se também para uma transformação
nas próprias estruturas sociais e econômicas, questionam o modelo capitalista
que os explorou.
Mas o período marca também o surgimento de um novo
poder colonial (ou imperial). A nova ordem econômica capitalista surgida no
pós-guerra dividia agora o mundo entre os Estados Unidos e as antigas potências
européias. Havia uma nova disputa de mercados dentro do sistema capitalista
mundial e a busca pela liderança neste mercado não admitia vacilações.
Os comandantes militares dos EUA passaram então a
analisar todas as lutas chamadas de “libertação nacional” sob a forma de
insurreição, classificando como uma “situação de oposição ilegal ao governo
local, podendo variar de uma resistência passiva, passando por manifestações e
greves ilegais, até chegar a operações de guerrilha de grande envergadura”.
No caso da América Latina, a situação tornou-se ainda
mais grave depois da revolução cubana de 1959. A vitória de Fidel Castro e seus
comandantes contra o exército bem treinado e armado de Fulgêncio Batista explodiu
em Washington como a bomba de Hiroxima. E o governo estadunidense voltou sua
atenção para o problema da segurança interna dos países da região.
Em 1947 foi realizada na cidade de Petrópolis (RJ) a
“Conferência Interamericana para Manutenção da Paz e da Segurança Continental”.
Diante da Guerra Fria, fazia parte da estratégia dos EUA ampliar sua defesa militar
a todo o continente. Neste encontro é assinado o Tratado Interamericano de
Assistência Recíproca (TIAR) que previa a ajuda militar em caso de ameaça vinda
do exterior contra qualquer país da região. Uma parte do texto do Tratado diz
que “um ataque armado movido por qualquer país contra um Estado americano seria
considerado um ataque contra todos eles”. Em outras palavras, o Acordo previa
que o governo dos EUA poderia intervir em qualquer país da América Latina no
caso de uma tendência de alinhamento com as políticas da URSS, uma vez que
entendia qualquer aproximação com os comunistas como “ataque de um país
estrangeiro”.
Logo após a Conferência e a assinatura do TIAR tem
início uma série de acordos e convênios para o rearmamento dos países da
América Latina e a criação de escolas de formação de oficiais sob orientação da
Academia Militar de West Point. Em 1948, como parte desta política, é criada a
Escola Superior de Guerra, no Brasil, berço das ideologias que culminaram com o
golpe de 64.
Mas a situação muda de figura depois da vitória da
Revolução Cubana, porque agora a ameaça não vinha mais de outro continente, mas
de dentro da própria América. E também as estratégias deveriam mudar. Agora o
Departamento de Estado estadunidense referia-se a um problema de “Defesa
Interna” da região.
Em 1960 é publicado o famoso livro de Ernesto Che
Guevara, “A Guerra Insurrecional”, que servia de incentivo para os vários
movimentos de esquerda. No mesmo ano o Congresso dos Estados Unidos aprova uma
resolução legitimando a intervenção militar na América sempre que necessária
para impedir “o controle e a colonização pelo comunismo internacional no Novo
Mundo”.
Cinco anos mais tarde, com o crescimento dos movimentos
de guerrilha no continente, surge o “Manual do Exército para a Luta
Anti-Insurrecional” (Army Handbook on Counteinsurgency), organizado
pelos estrategistas do Pentágono e que tinha uma curiosa característica:
descrevia uma guerrilha em um país imaginário, chamado Centrália, onde a
população falava o idioma espanhol e era majoritariamente composto por
descendentes de indígenas.
Mas enquanto essas estratégias anti-insurrecionais
davam resultado na América Latina, com a derrota dos movimentos guerrilheiros
locais (Bolívia, Venezuela, Colômbia, Brasil, etc), o exército estadunidense
enfrentava novos e inesperados desafios no Vietnam onde se confrontava com
outro tipo de combate, mais sofisticado e mais organizado. A estratégia da
contra-insurreição, que havia funcionado na América Latina, não tem o mesmo resultado
no sudeste asiático e a derrota no Vietnam obrigou o Pentágono a rever suas
lições militares. Os estrategistas debruçavam-se agora para novas formas de
intervenção nos países chamados “terceiro-mundo”, na época.
Toda essa movimentação militar dá lugar a uma nova
forma de combate: os “Conflitos de Baixa Intensidade” ou LIC (Low Intensity
Conflicts, em inglês).
A estratégia do LIC é baseada em alguns pontos
centrais: luta contra o comunismo (ou contra o terrorismo, se preferirem),
guerras localizadas que não ultrapassem certas fronteiras e a guerra
psicológica. Sua doutrina tem por base um estudo realizado pelo Pentágono que
constatou que o povo estadunidense, depois da experiência do Vietnam, se opõe a
qualquer engajamento militar do país se a segurança nacional não estiver
diretamente envolvida (isto justifica, em parte, o apoio que Bush teve nas
guerras depois de 11 de setembro).
Ao longo da década de 70, estando a maior parte dos
países latino-americanos sob ditaduras militares bem alinhadas com a estratégia
anticomunista de Washington, não havia necessidade de ações diretas dos
“bravos” soldados dos EUA na região. O governo de Washington podia dedicar-se
ao aprofundamento da deténte com a União Soviética. Em 1973 as tropas
estadunidenses começam a se retirar do Vietnam e os generais estudavam todos os
aspectos daquela derrota do exército mais bem armado do mundo.
Em 1982 retornam as ações sobre a América Latina, agora
visando especialmente a América Central onde movimentos nacionalistas e de
esquerda começam a colocar em risco o domínio do Caribe. O governo Reagan
procura retomar a iniciativa com a invasão de Granada (1982), o apoio à
ditadura direitista em El Salvador e o envio maciço de ajuda militar aos
guerrilheiros anti-sandinistas da Nicarágua, os “contras”.
Em janeiro de 1986, já no segundo mandato de Ronald
Reagan, o Departamento de Defesa dos EUA patrocinou uma Conferência sobre o LIC
e a Fundação Heritage (The Heritage Foundation, de ideologia ultraconservadora
e com grande influência no atual governo Bush) organizou um seminário sobre o
tema “Como responder ao Império Soviético através de Guerras de Baixa
Intensidade”.
A retomada da iniciativa militar dos EUA prossegue
durante o governo de George Bush (1988-1992).
(Este artigo continua)
• Crise de água... em Detroit (EUA). Não é só o estado de São Paulo que passa atualmente por
discussões a respeito da gestão pública da água. Nos EUA, a cidade de Detroit
recebeu neste final de semana uma visita de um grupo de inspetores da ONU,
enviados especificamente para avaliar como as autoridades locais devem lidar
com a distribuição deste recurso natural, em meio a uma recente e polêmica
decisão que pode afetar a vida de boa parte da população.
O Departamento de Água e Esgoto, órgão público que
cuida da parte de saneamento básico em Detroit, decidiu tomar medidas mais
drásticas contra os usuários que não estão em dia com a conta d’água: como forma
de pressão, o departamento está ameaçando fechar o registro e deixar secarem as
torneiras dos cidadãos inadimplentes.
“O fato de, no país mais rico do mundo, as pessoas
estarem sem água, é uma violação dos direitos humanos”, diz ao jornal The
Guardian DeMeeko Williams, diretor político da ONG Detroit Water Brigade. Além
de militar e pressionar por taxas menos salgadas na conta d’água, a organização
trabalha com assistência direta aos afetados pelos cortes d’água, entregando
garrafas cheias aos que precisam. O grupo defende que o acesso à agua é um
direito básico da pessoa humana. Portanto, cerceá-lo seria ferir leis internacionais
e a jurisdição das Nações Unidas.
E isto acontece em Detroit, EUA, a cidade que durante
muitos anos foi mostrada como exemplo e espelho das riquezas do capitalismo. A
cidade onde nasceu e cresceu a indústria automobilística estadunidense e que já
viveu o auge do progresso. Atualmente, afundada em crise, desemprego, moradores
de rua e mendicância.
• EUA: um país doente. Por que há tantos casos de estudantes que
entram armados em escolas estadunidenses e atacam seus colegas e professores?
Não seria hora de algum psicólogo começar a fazer esse estudo?
Um novo caso aconteceu na sexta-feira (24),
na Marysville Pilchuck High School, em
Seatle. Jaylen Fryberg, um aluno muito popular entre os colegas e jogador da
equipe de futebol americano, levou uma arma para a escola e começou a atirar.
Resultado: dois alunos mortos e quatro feridos (dois em estado grave).
Jaylen Fryberg, de 15 anos, suicidou-se depois!
• Obama censura 2.100 fotos de torturas. Washington alega que as imagens poderiam por em perigo
as tropas estadunidenses!
A administração de Barack Obama bloqueou a publicação
de fotografias de torturas cometidas por militares estadunidenses. Um juiz
federal deu ao governo o prazo até dezembro para que justifique a censura
feita.
São 2.100 fotografias de torturas tiradas pelos
próprios militares no Iraque e Afeganistão
Obama já havia tido a mesma iniciativa, em 2009, quando
tentou impedir a divulgação das fotos do cárcere iraquiano em Abu Ghraib,
argumentando que iria “inflamar ainda mais a opinião contra os EUA”.
• Atiraram em Michael Brown a queima-roupa. A autópsia realizada no corpo de Michael Brown, o jovem
negro assassinado por um policial branco em 9 de agosto na cidade de Ferguson,
revelou que o oficial atirou na mão do rapaz a queima-roupa.
O médico forense do condado de Saint Louis, Michael
Graham, determinou que o policial Darren Wilson acionou a arma contra o jovem a
curta distância, revelou o jornal St. Louis Post-Dispatch. Em uma entrevista ao
New York Times, o policial alegou que havia atirado em Michael Brown porque
temia por sua vida, mas a nova evidência desmente completamente a história.
Brown tinha 28 anos e seu assassinato desencadeou uma
série de protestos no Missouri, onde 21.000 pessoas foram para as ruas, e em
outras cidades estadunidenses.
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