quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Mídia europeia chama Aécio Neves de "play boy" e Dilma "austera"


Mídia europeia chama Aécio Neves de ‘playboy’ e Dilma: ‘austera’

26/10/2014 17:31
Por Redação, com agências internacionais - de Londres

A mídia europeia se dividiu no apoio a Dilma e Aécio Neves
A mídia europeia se dividiu no apoio a Dilma e Aécio Neves
A imprensa mundial, principalmente a europeia, destaca neste domingo a eleição presidencial brasileira mais disputada dos últimos 25 anos, e cita as acusações feitas na campanha e os desafios de quem for eleito para retomar o crescimento da economia.
Na Grã-Bretanha, o jornal conservador Sunday Telegraph diz que a “Presidência de (Dilma) Rousseff está no fio da navalha” e diz que a presidente disputa uma “batalha por sua vida” para ser reeleita, diante da desaceleração da economia e escândalos de corrupção. A reportagem diz que Dilma, que enfrenta Aécio Neves (PSDB) no segundo turno, tem a seu favor a tendência na América Latina de reeleger presidentes e o temor de que, caso o tucano seja eleito, programas sociais de inclusão sejam cortados.
Já o jornal Sunday Times, de linha editorial semelhante, tem o foco principal em Aécio, mas diz que as chances do tucano podem esbarrar no seu “passado playboy“. “Sua reputação como amigo dos ricos pode ter arruinado suas chances de ser eleito presidente após a eleição mais disputada em anos”. A reportagem diz que Aécio é famoso pelo “seu estilo de vida de playboy, voando todos os fins de semana para o Rio de Janeiro, onde foi fotografado em festas deslumbrantes com modelos e atrizes” e cita que, atualmente, o candidato tem uma “imagem de família”.
O jornal fala também que “Aécio tentou, em vão, durante a campanha proibir que sites de pesquisas na internet exibissem páginas de reportagens sobre seu suposto uso de drogas e mau uso de dinheiro público”.
O diário financeiro conservador Financial Times, na sua edição de fim de semana, disse que a eleição colocou “ricos contra pobres e áreas rurais contra cidades em uma guerra de classes”. Segundo o jornal, “as políticas e a campanha (de Dilma) dividiram o país… destacando as grandes desigualdades do Brasil”. A reportagem destaca a vantagem numérica de Dilma nas pesquisas, mas, citando analistas, diz que um eventual segundo mandato será de desafios:
“Apesar do desejo de brasileiros por mudança não ser suficiente para tirar Dilma do cargo, lidar com isso será o maior desafio nos próximos quatro anos”.
Argentina
O diário argentino de esquerda Página 12 diz que o Brasil vive “Tensão extrema”. Já o conservador La Nación publica em seu site e em sua edição impressa que esta é a eleição ‘más reñida’ (mais disputada) dos últimos tempos no Brasil. Por sua vez, o ultraconservador Clarin afirma que “ganhe quem ganhar, Dilma Rousseff ou Aécio Neves, na Argentina não são esperadas grandes mudanças na relação bilateral”.
Para o jornal de centro Perfil, os eleitores brasileiros votam neste domingo para “plebiscitar os doze anos do PT no poder”.
França
O diário francês de esquerda Le Parisien diz que a disputa é entre “O playboy Aécio contra a austera Dilma”, referindo-se à maneira como os candidatos no segundo turno das eleições brasileiras são qualificados pelo campo rival. O diário relembra as origens e trajetórias políticas “bem diferentes” de ambos e afirma que Dilma – que não tem apoio dos meios empresariais – é tida como responsável pela atual crise econômica e vem sendo acusada de ter “fechado os olhos” para os escândalos de corrupção, como o da Petrobras.
Já o estilo de vida Aécio Neves, “que vive em Ipanema e assume curtir noitadas, pode fragilizá-lo junto ao eleitorado popular”, diz o Le Parisien, que destaca ainda a campanha eleitoral com “múltiplos golpes baixos”.
O conservador Le Monde questiona em seu site se a classe média brasileira “será o juiz” da votação, ou seja, decidirá a partida.
“Apesar da Dilma ter tido um avanço confortável no primeiro turno, com 41,6% dos votos, o desfecho das eleições deste domingo é imprevisível”, diz o Le Monde.
Para o diário de esquerda Libération, as eleições “são amplamente consideradas como um plebiscito dos 12 anos de governo do PT” e também há “suspense” em relação aos resultados.
Espanha
A imprensa espanhola aponta que o país está polarizado e que esta é a eleição mais disputada da história brasileira. Reportagens resumem como foi a campanha eleitoral, divulgam dados das últimas pesquisas e analisam o último debate na televisão entre os dois candidatos. O assunto ganhou destaque de capa nos jornais de esquerda La Vanguardia e El País, de direita.
A capa do La Vanguardia traz como foto principal uma imagem da candidata Dilma Rousseff em um ato de campanha e afirma que o “Brasil vota com desejo de mudança”. A reportagem indica que esta é “a campanha mais polarizada e imprevisível dos últimos anos do país, que começou com a trágica e inesperada morte do candidato socialista Eduardo Campos”. O jornal ABC segue a mesma linha e define a campanha como “a mais surpreendente”.
Também com destaque de capa, o El País noticia que os brasileiros escolhem hoje “entre dois modelos de país”. O texto afirma que Dilma Rousseff e Aécio Neves têm personalidades opostas e encarnam duas visões de uma sociedade que se dividiu durante a campanha. Os regionais El Periódico, da Catalunha, e o La Razón afirmam que a classe média do Brasil é quem vai decidir as eleições. “Mais de 30 milhões de brasileiros saíram da pobreza nos últimos dez anos”, diz o La Razón.

Fonte: Correio do Brasil

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