Cai a máscara moralista do PSDB, que se recusa a assinar pedido de CPI do HSBC
Dos dez integrantes da bancada do PSDB no Senado, nenhum assinou o pedido de instalação da Comissão Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do SwissLeaks-HSBC. O requerimento foi protocolado e anunciado pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) na quinta-feira (26).
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) decidiu, ainda na quinta, acatar o pedido de instalação da CPI. O senador Humberto Costa (PT-PE),
líder do PT no Senado, afirmou que o requerimento tem apoio dos 14
parlamentares petistas na Casa. “Esta Comissão Parlamentar de Inquérito
será extremamente importante para elucidar fatos que, até agora, têm
sido colocados em segundo plano no Brasil, até mesmo pela mídia. Nós
podemos dar uma grande contribuição, esclarecendo a dimensão efetiva que
esse esquema de sonegação tem no Brasil”, disse Humberto Costa.
Deputados petistas criticaram duramente a
postura dos tucanos. “Onde anda a sanha investigativa do PSDB? Afinal,
quem tem conta ilegal na Suíça para eles quererem proteger?”, questionou
o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) através de sua conta no Twitter.
“A recusa do PSDB é prova muito concreta
de que, diferente do que diz o partido no discurso, os tucanos não
querem passar o Brasil a limpo, não querem investigar os casos de
corrupção. Se dispõem a fazer isso apenas quando o objetivo é minar a
credibilidade do governo federal, da presidenta Dilma e do PT. O que
move o PSDB e suas lideranças é uma guerra de cunho apenas
político-partidário e eleitoral. É preciso desmascarar essa faceta do
PSDB de defensor da moral e dos bons costumes. A presidenta Dilma e o
ex-presidente Lula, à frente do governo federal, sempre garantiram as
investigações de tipo de crime, doa a quem doer. Essa é a grande
diferença entre o PT e o PSDB”, afirmou o deputado Zeca Dirceu (PT-PR).
“O PT defende que toda e qualquer
corrupção seja investigada. O PSDB desistiu da CPI da Petrobras quando
foi apresentado um requerimento para que ela investigasse a corrupção da
estatal desde o seu início. Agora, os senadores do PSDB não assinaram a
CPI do HSBC, para investigar a sonegação das contas bilionárias na
Suíça. Qual o motivo desse comportamento dos tucanos? Isso é, no mínimo,
estranho”, declarou o deputado Fernando Marroni (PT-RS).
“Quer dizer que o denodo investigativo
tucano – que engrossou o coro para que se fizessem até três CPIs sobre o
mesmo tema (Petrobras) – acaba quando se fala em grandes fortunas? O
que teme o PSDB ao não assinar a CPI do HSBC? Esta posição dos tucanos é
a cara deles e revela a sua aliança permanente com a elite. Não por
acaso, são os mesmos que chamaram aposentados e beneficiários do Bolsa
Família de vagabundos. Pois eu digo: vagabundo é quem especula. E quem
tem dinheiro na Suíça escondido é especulador”, atacou o deputado Bohn Gass (PT-RS).
“Todo mundo sabe que o PSDB sempre teve
envolvimento com vários tipos de falcatrua, mas faz luta política
posando de paladino da justiça. Agora estão aproveitando o momento de
crise econômica internacional para tentar imputar ao PT todo tipo de
mazela que teve origem no governo deles, no governo FHC, mas que eles
não tiveram coragem para apurar, como é o caso da Petrobras. A recusa em
assinar a CPI do HSBC só reafirma isso, que não se restringe aos
tucanos, pois agora vemos o Agripino Maia, presidente nacional do DEM
que coordenou a campanha do candidato derrotado Aécio Neves”, disse o
deputado Valmir Prascidelli (PT-SP).
Ao apresentar o requerimento no
plenário, Randolfe afirmou ter conseguido, até aquele momento, apoio de
31 senadores para a criação da CPI.
O caso do HSBC, também conhecido como
“Suiçalão”, veio à tona após jornalistas localizarem contas secretas
mantidas por sonegadores com movimentação superior a US$100 bilhões.
Mais de 6 mil contas atendem a 8,6 mil clientes brasileiros, com
movimentação superior a US$7 bilhões – cerca de R$ 20 bilhões. Dentre as
contas, 11 delas têm como titulares pessoas envolvidas na Operação Lava
Jato.
A comissão investigará suspeitas de
sonegação e evasão fiscal por meio de contas de brasileiros na filial do
HSBC em Genebra, na Suíça. Para instaurar a comissão, seriam
necessárias, no mínimo, 27 assinaturas.
Com a decisão de Renan, os senadores
deverão incluir ou retirar as assinaturas de apoio à CPI até a
meia-noite desta sexta-feira (27). Se o mínimo de assinaturas for
mantido, o requerimento será lido em plenário. Depois, os partidos
poderão ser convidados a indicar os membros para a comissão e instaurar a
CPI.
PT na Câmara com informações da Agência PT
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