Uma
boa alternativa!
O site do jornal Brasil Popular
(www.brpopular.com.br) entrou no ar no sábado (29) à noite durante um jantar
com a presença de mais cem jornalistas que se uniram para resistir ao atraso
midiático no Brasil. Por enquanto, o jornal é eletrônico (pela internet), mas
deve ser lançada a versão impressa em breve, com distribuição gratuita.
Com notícias, reportagens e análises do
quadro nacional e internacional, o Brasil Popular pretende, a exemplo da antiga
Última Hora, jornal fundado em 12 de junho de 1951 por Getúlio Vargas e Samuel
Wainer, “defender as conquistas populares, a democracia e fortalecer a
consciência nacional em torno de um projeto de nação soberana e independente,
desafiando o golpismo midiático. Estamos seguros de que as forças sociais que
foram capazes de eleger por quatro vezes governos progressistas, têm
capacidade, e também o dever, de organizar um jornal de grande circulação
popular”.
“Nos últimos 12 anos e meio”, diz o
editorial do BP, “o Brasil registrou uma mudança importante em seus indicadores
econômicos e sociais, conquistas reconhecidas por organismos internacionais. A
ONU reconheceu que o Brasil saiu do Mapa da Fome, a OIT registrou queda do
trabalho infantil, a OMS marcou o declínio da mortalidade infantil, a CEPAL
afirma que reduzimos a pobreza e a miséria, e até mesmo o Banco Mundial reconhece
a redução das desigualdades sociais”.
“O curioso é que dentre tantas mudanças
havidas no Brasil, não houve o surgimento de uma mídia popular com capacidade
para fazer a narrativa destas relevantes conquistas. Afinal, o Brasil ter saído
do Mapa da Fome já é uma notícia retumbante, justificando ampla informação e
reflexão pelos brasileiros. No entanto,
predomina na mídia brasileira um noticiário negativo, fraudulento, como se o
Brasil estivesse em retrocesso, o que afronta a realidade”.
Seus fundadores, reunidos na Associação de
Jornalistas do Brasil Popular, definem-se como “uma iniciativa cooperativa, que
está estruturando apoios e sustentação entre os segmentos sociais que
participaram ativamente destas mudanças, independentes de sua filiação
partidária: Para isto estamos criando um grande mutirão. Começamos por
Brasília, mas queremos nos estruturar em todas as capitais. Quem tiver
interessado em colaborar, busque neste site as formas de associação a este
projeto”.
Os fundadores do jornal se proclamam como
“cidadãos e cidadãs progressistas, inquietos com a falta de um jornal que se
diferencie da ditadura midiática brasileira, reunidos para propor a criação de
um jornal impresso popular para defender os valores democráticos e uma
sociedade cada vez mais igualitária”. Inicialmente terá a sustentação da
Associação do Jornal Brasil Popular, mas a ideia é a futura formação de uma
cooperativa para continuar o projeto.
• Quem manda ($$$$$$) na mídia brasileira! A revista Forbes-Brasil divulgou na
sexta-feira (28) a lista dos bilionários brasileiros de 2015. Uma verdadeira
aberração num país com tanta disparidade social. O novo ranking conta com 160
ricaços. Juntos, eles somam um patrimônio de R$ 806,66 bilhões - o equivalente
a quase 15% do PIB do país.
Como já era de se esperar, a revista Veja
correu para “paparicar” os bilionários tupiniquins e divulgou matéria sobre a
vida dos muitos ricos, enaltecendo o “trabalho” que tiveram para chegar a tal
posto. Em particular, muitos elogios a Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto
Sicupira, que praticamente duplicaram suas fortunas desde o ano passado. Mas
nada fala sobre os “barões da mídia”, também citados na lista da Forbes.
Apenas através de “Meios&Mensagens”,
uma página na internet especializada em mídia, podemos tomar conhecimento da
verdade: “O setor de mídia brasileiro é o oitavo mais representativo em um
ranking de 13 setores liderado por indústria, bancos e alimentos, divulgado
anualmente pela revista Forbes”.
“No setor de comunicação são oito
empresários de quatro companhias distintas. Na quinta posição geral está a
família Marinho, das Organizações Globo, representada por João Roberto Marinho,
José Roberto Marinho e Roberto Irineu Marinho que, individualmente, possuem R$
23,8 bilhões. Da família Marinho para o próximo da lista a diferença é
considerável: Edir Macedo, da Record, está na 74º posição com patrimônio de R$
3,02 bilhões seguido pela família Civita, do Grupo Abril, e de Sílvio Santos,
do SBT”.
Eis os “barões” da mídia: João Roberto
Marinho - Patrimônio: R$ 23,80 bilhões; José Roberto Marinho - Patrimônio: R$
23,80 bilhões; Roberto Irineu Marinho - Patrimônio: R$ 23,80 bilhões; Edir
Macedo (Record) - Patrimônio: R$ 3,02 bilhões; Giancarlo Civita (Grupo Abril) -
Patrimônio: R$ 2,18 bilhões; Roberta Anamaria Civita (Grupo Abril) -
Patrimônio: R$ 2,18 bilhões; Victor Civita Neto (Grupo Abril) - Patrimônio: R$
2,18 bilhões; Silvio Santos - Patrimônio: R$ 2,01 bilhões.
• Criada a Frente Brasil Popular. Organizações sociais de todo o país decidiram se
juntar em uma mesma articulação, denominada Frente Brasil Popular. A
conferência nacional formalizar a criação do novo grupo aconteceu ontem (5), na
Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Milhares de
militantes de movimentos populares, sindicais, pastorais, LGBT, organizações de
juventude, do movimento negro, ativistas digitais, veículos de mídia
alternativa, partidos políticos, intelectuais, religiosos, entre outros,
reuniram-se para debater as propostas da Frente e aprovar um modelo de
organização do grupo, que terá atuação em todo o território nacional.
“Está claro que as organizações e movimentos sociais
sozinhos já não conseguem mais pressionar com a mesma força por suas demandas e
as demandas do povo. Por isso, a iniciativa de construir uma frente foi justamente
pensando na capacidade de articular consensos, definir pautas convergentes e
fortalecer as lutas nas ruas”, avalia Beatriz Cerqueira, presidenta do Sindicato
Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) e dirigente
estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
A Frente Brasil Popular vai atuar em seis eixos:
direitos dos trabalhadores, direitos sociais, defesa da democracia, soberania
nacional, reformas estruturais e integração latino-americana. A Frente deverá
criar instâncias deliberativas e de organização, explica Frederico Santana
Rick, da Consulta Popular. Para o secretário-geral da União Nacional dos
Estudantes (UNE), Thiago Pará, o lançamento da Frente ocorre em um momento
crucial da conjuntura do país, que assiste ao acirramento das lutas sociais e a
tentativa de setores mais conservadores de pautar em pautar o impeachment da
presidenta Dilma Rousseff. “Não podemos aceitar nenhuma tentativa de golpe
contra o voto popular, mas a discussão pela democracia não passa só por isso.
Precisamos de reformas mais profundas, como a mudança do atual sistema político
do país e a democratização dos meios de comunicação”, aponta.
• Ele é “pobrezinho”! Coisas dessa nossa “justiça” corrupta e desavergonhadamente de
direita. O presidente do Tribunal de
Justiça de São Paulo, José Roberto Nalini, aquele que deu uma declaração famosa
defendendo que os juízes precisavam do auxílio-moradia porque não dava para ir
a Miami toda hora comprar ternos, acaba de dar mais uma demonstração de que não
dá qualquer importância ao povo.
Na época, ele disse que “hoje, aparentemente o juiz
brasileiro ganha bem, mas ele tem 27% de desconto de Imposto de Renda, ele tem
que pagar plano de saúde, ele tem que comprar terno, não dá para ir toda hora a
Miami comprar terno, que cada dia da semana ele tem que usar um terno
diferente, ele tem que usar uma camisa razoável, um sapato decente, ele tem que
ter um carro”.
Agora, segundo a Folha de S.Paulo, Nalini entrou com
uma ação na Justiça, mas pediu para não pagar as custas imediatamente porque
não tinha como arcar com o valor, de R$ 5 mil. Advogados ouvidos pelo jornal
dizem que normalmente esse benefício, de adiar o pagamento, é concedido apenas
a quem ganha até três salários mínimos, ou R$ 2,3 mil. Curiosidade: em junho,
os rendimentos de Nalini foram de R$ 96 mil.
O safado ganha R$ 96 mil por mês e não pode pagar
custas de um processo? Então... tá. Acho que vou enviar uns “caraminguás” para
ajudar o coitadinho.
• Mais uma neta é resgatada na Argentina. Jovem, cuja identidade foi preservada,
nasceu em cativeiro em março de 1978 e ainda não conheceu a avó e a família de
seus pais biológicos
“Ainda não a conhecemos, mas tomara que se
sinta bem entre nós, somos uma família muito grande”. Assim, María Dominguez,
integrante das Avós da Praça de Maio, deu as boas-vindas à neta de número 117,
cuja recuperação foi anunciada na segunda-feira (31) na Argentina. A jovem,
filha de desaparecidos políticos da ditadura argentina, teve sua identidade
preservada.
“Nossos filhos sabiam do perigo que
corriam, mesmo assim lutavam por um país melhor e isso lhes custou a vida”,
afirmou a avó durante entrevista coletiva de imprensa realizada hoje. “Nunca
mais em nosso país haverá uma ditadura militar”, afirmou Domínguez.
A neta 117 é filha de Gladys Castro e
Walter Domínguez e nasceu em cativeiro em março de 1978. “Os militares podem se
defender com advogados, nossos filhos não tiveram essa oportunidade”, disse a
mãe de Walter ao lembrar o desaparecimento do filho.
Ignacio Montoya Carlotto, neto de Estela
Carlotto, recuperado em agosto de 2014, por sua vez, celebrou a notícia: “Estou
muito contente, a notícia me deixa muito feliz. Cada encontro é o prêmio ao
trabalho de um montão de gente. Espero que isso sirva para seguir encontrando
os que faltam”, disse em declarações à rádio Del Plata.
As Avós da Praça de Maio buscam os filhos
de suas filhas ou noras — presas grávidas e desaparecidas forçadamente pela
ditadura militar do país e cujas crianças foram entregues a outras famílias.
Por meio de sensibilização, as integrantes da organização pedem que jovens que
tenham dúvida sobre sua identidade, façam teste de DNA para verificar a
possibilidade de ser um dos netos desaparecidos.
De acordo com estimativas das Avós da Praça
de Maio, durante o regime militar, as autoridades se apropriaram de pelo menos
500 bebês, muitos deles nascidos em centros de torturas, hospitais militares e
delegacias.
• Bolívia investe mais em saúde pública. O Governo da Bolívia anunciou que estará
investindo 1 bilhão e 624 milhões de dólares no setor de saúde pública para o
próximo ano.
Segundo o presidente Evo Morales, os
valores serão usados para a construção de 31 novos hospitais de nível dois, 11
estabelecimentos de nível três e quatro institutos especializados. As obras
serão entregues até 2017.
Segundo Evo, esses hospitais estão
distribuídos em todo o país. Entre os centros especializados, ele destacou que
o novo Instituto Oncológico será construído em Cochabamba, pelo valor de 131
milhões de dólares, e o Instituto de Gastrenterologia será construído em La
Paz, um investimento de 242 milhões de dólares.
• 50 anos da morte de
“Che”.
O Ministério de Cultura e Turismo da Bolívia já está trabalhando na programação
para recordar os 50 anos da morte de Ernesto Che Guevara. O centro das
comemorações, em outubro de 2017, será a cidade de Vallegrande, no departamento
de Santa Cruz de la Sierra.
“Estamos elaborando uma
agenda de trabalho que é negociada com autoridades locais e nacionais, além de
outras instituições que sempre estiveram ligadas à imagem do Che”, disse o
representante do Ministério, Edson Hurtado.
Vallegrande está situada a
244 quilômetros da cidade de Santa
Cruz de la Sierra e se tornou conhecida porque para lá foi levado o corpo do
Che, depois de sua execução em La Higuera. Lá o corpo foi identificado e
fotografado. Os restos de Che Guevara e de alguns de seus companheiros ficou
enterrado sob a pista de pouso de um aeroporto local durante 30 anos e foi
encontrado por uma equipe forense de Cuba que exumou os restos e fez o
reconhecimento. No local, hoje, existe um mausoléu em homenagem aos
guerrilheiros. Seus restos mortais foram levados para Cuba!
• A humanidade está mais doente. É realmente preocupante... A população
mundial tem hoje uma vida mais longa, mas muitos estão mais doentes. Ou seja,
mais anos de vida com mais doenças, segundo estudos realizados por importantes
instituições em 188 países.
Segundo o levantamento, houve progressos
significativos na última década com referência a doenças infecciosas como a
AIDS ou a malária, além de importantes avanços no controle de doenças maternas
ou na infância. Porém as pessoas não vivem com saúde tantos anos assim, ou
seja, adoecem mais. É o que mostra a matéria da revista The Lancet, publicada
durante a semana.
“O mundo fez grandes avanços na questão da
saúde, mas agora o desafio é inverter os cuidados para encontrar meios eficazes
de combater algumas formas de doenças”, disse Theo Vos, professor no Instituto
de Avaliação Médica na Universidade de Washington.
Simplificando: a expectativa de vida, para
ambos os sexos, subiu 6,2 anos, entre 1990 e 2013. Porém há um grande
crescimento de doenças cardíacas, diabetes e outras que reduzem a qualidade
dessa vida.
• Não pode falar mal do Rei. A TV pública da Espanha está bloqueando a divulgação um
documentário sobre o Rei Juan Carlos preparado pela televisão pública francesa
e gravado na época da sua abdicação em favor do filho.
O documentário foi preparado pelo diretor
Miguel Courtois e pela jornalista e escritora francesa Laurence Debrau, que já
publicou um livro sobre o Rei. São 150 minutos de vídeo e foi gravado no final
de 2013 até meados de 2014. Estava pronto e programado para ser apresentado em
junho passado, mas a TV espanhola negou o direito de divulgação alegando que
“já não é atual”.
• Milhões de europeus perto
da pobreza.
Os dados foram divulgados
pelo Instituto Europeu de Estatísticas (Eurostat) e dizem que cerca de 123
milhões de europeus estão sob o risco de cair na pobreza ou na exclusão social.
O mesmo documento afirma que cerca de 30% dos jovens, entre 18 e 24 anos,
encontram-se em situação de pobreza e que 50% das pessoas solteiras já estão em
situação de pobreza ou próximas da linha.
O mesmo relatório mostra também que entre as
pessoas mais vulneráveis estão os de baixo nível educacional e que 34% já vive
em situação de pobreza. Por fim, o documento mostra que houve poucos avanços na
saúde pública da região.
• Obama quer impedir Putin de falar na ONU! As novas medidas de Washington contra a Rússia estão
sendo anunciadas e há um programa para interferir no 70º período de sessões da
Assembleia Geral da ONU. Segundo notícias agora divulgadas, o governo dos EUA
está se movimentando para impedir que o presidente russo, Vladimir Putin, fale
durante o encontro.
Segundo nota oficial, o 70º período de sessões da ONU
terá início em 15 de setembro e Putin deverá falar pela primeira vez, desde
2005.
• Quanto gasta a OTAN para promover guerras? Os gastos dos países membros da OTAN superam 227
bilhões de dólares, no primeiro semestre de 2015, segundo informa a página
“Alianza”, na internet.
A mesma página informa ainda que, em 2014, os gastos
superaram 270 bilhões de dólares, sendo que os EUA foram responsáveis por 70%
desse valor. Letônia, Lituânia, Países Baixos, Noruega, Polônia e Romênia
comprometeram-se a aumentar os investimentos em 2015.
• Canadá está oficialmente em recessão. A
economia canadense entra oficialmente em recessão depois de uma queda de 0,5%
em seu PIB durante o segundo trimestre de 2015.
A recessão, segundo analistas locais, se deve a uma
forte queda nos gastos e investimentos das empresas no setor de petróleo, gás e
mineração, além de uma grande contração no setor manufatureiro, construção e
serviços públicos.
• Enfim, a barbárie!
Em nosso Informativo anterior, comentávamos sobre a situação dos refugiados que
chegam à Europa e a posição dos países mais ricos sobre receber esses
refugiados. Comentamos, em um Informativo anterior, a posição do
primeiro-ministro da Grã-Bretanha dizendo que estariam fechados aos refugiados.
Mais do que isso tudo, repudiamos a declaração do presidente francês, no dia 26
de agosto passado, dizendo que a França vai continuar “apoiando grupos terroristas
na Síria até que o presidente Al Assad, eleito democraticamente, seja
derrubado. Poderia ser mais claro?
Agora, o mundo ficou chocado com a imagem de Aylan
Kurdi, um garotinho de apenas 3 anos, encontrado em uma praia da Turquia, um
pequeno refugiado que, com sua família, tentava escapar da guerra na Síria,
promovida pela França, EUA e Alemanha!
A realidade atual é muito clara, mas sempre escondida
pela nossa imprensa “tão livre e séria”. A cada dia, dezenas de milhares de
refugiados fogem de áreas de conflito no Afeganistão, no Iraque, na Líbia ou na
Síria. Curiosamente, todos países invadidos pelos EUA e pelas forças da OTAN em
nome da democracia e da “ajuda humanitária”!
Enquanto isto, a Europa “se defende” contra esses
refugiados. A Hungria anunciou a construção de uma vala cercada de arames para
impedir a chegada dos refugiados; a Eslováquia anunciou oficialmente que apenas
aceitaria refugiados “cristãos”. A Bulgária reforçou suas fronteiras para
impedir a entrada dos que fogem das guerras em seus países, todas patrocinadas
pelas grandes nações europeias. A Alemanha procura mostrar uma face “liberal”
e. oficialmente, aceita os refugiados, mas o governo de Angela Merkel nada faz
contra os grupos neonazistas que atacam os refugiados.
Segundo a ACNUR (Escritório da ONU para Refugiados)
cerca de 3.000 refugiados procuram diariamente a entrada na Europa. Os três
países com maiores fronteiras exteriores são Grécia, Hungria e Itália,
principais metas dos que buscam fugir e buscar viver em paz.
Guerra, prisões arbitrárias, torturas, violência
sexual, repressão... Pelo menos seis em cada dez pessoas que chegaram à Europa
pelo mar Mediterrâneo nos primeiros oito meses de 2015 vêm de países em que as
violações de direitos humanos são constantes. Na Síria, milhares de pessoas
estão presas, sequestradas ou desaparecidas e cerca de 250 mil civis vivem em
estado de sítio. O conflito no Afeganistão deixou 4.853 vítimas mortais no
primeiro semestre de 2014. Na Eritreia, as liberdades de expressão, associação
e religião não são respeitadas.
Este ano, 43% das pessoas que chegaram aos países
europeus através do Mediterrâneo vieram da Síria, a maioria delas passando pela
Grécia. Outros 12% vêm do Afeganistão, também pela Grécia. Da Eritreia vêm 10%
delas, que chegam principalmente à Itália. As seguintes nacionalidades
majoritárias são Nigéria (5%) e Somália (3%), que também chegam sobretudo às
costas italianas.
A imagem daquele garotinho vai permanecer por muito
tempo em nossas lembranças. Mas os responsáveis são bem conhecidos por nós:
Obama, Hollande, Merkel, Cameron e alguns outros.
• Crianças que buscam
asilo na Europa. Mais de 100 mil crianças solicitaram asilo em países europeus no
primeiro semestre de 2015, segundo dados da organização Plano Internacional. Ou
seja, a quarta parte dos refugiados que procuram a região.
A Plano Internacional lançou
nesta semana o relatório para servir de advertência aos líderes dos países ricos,
com a esperança de que as imagens do garoto sírio, Aylan, sirvam para dar
respostas e garantir a segurança dessas crianças.
O ONG, fundada depois da
Guerra Civil Espanhola para dar assistência às crianças que ficaram órfãs, denuncia
que mais de 300 mil pessoas se arriscaram, em 2015, tentando cruzar o
Mediterrâneo em busca de refúgio. Dessas, mais de 2.600 morreram!
• 50 milhões de
desempregados nos “países desenvolvidos”. A Organização Internacional do Trabalho
(OIT) revelou que cerca de 50 milhões de pessoas que vivem nos países chamados
“desenvolvidos” (o famoso G-20) estão sem emprego.
Segundo o informe da OIT, a
taxa de desemprego nesses 20 países mais ricos alcançou 5,8% da população
ativa. Segundo o diretor da entidade, Guy Ryder, “o desafio do trabalho não
está relacionado apenas com a questão da quantidade, mas também com a qualidade
dos empregos, já que na maioria dos 20 países os postos criados até 2014 foram
de tempo parcial, com salários médios inferiores, níveis mais baixos de
segurança e muito pouca proteção social”.
• Onda de assassinatos nos EUA. Os estadunidenses estão alarmados com o crescimento de
assassinatos e outros crimes violentos em várias cidades do país, segundo
matéria divulgada na terça-feira (01) pelo jornal The New York Times. Segundo a
matéria, pelo menos em 35 grandes cidades um marcante aumento da violência.
O destaque da notícia fica para a cidade de Milwaukee,
no estado de Wisconsin, onde foram assassinadas 104 pessoas no primeiro
semestre do ano, um grande aumento se comparado com os 86 casos em todo o ano
de 2014. Entre as cidades com maior número de assassinatos temos Nova Orleans,
Baltimore, Washington e San Luis.
• Alienação e agressividade! (Parte 3 - Ernesto Germano)
Em seu livro “Introdução à Sociologia”, o professor T.
Bottomore esclarece que a existência da sociedade humana exige certas
disposições que ele chama de “pré-requisitos funcionais”. Entre eles, para o
tema que estamos tratando, destaco “I – um sistema de comunicação; (...) III)
Disposição para socialização das novas gerações (inclusive disposições de
família e educação) (...)”.
Bem, é disso que tratávamos na primeira parte do
artigo. A cada dia, vemos as novas gerações menos capazes de uma comunicação
social, cada um agarrado ao seu aparelhinho com jogos e músicas, alheios ao que
se passa ao redor. Pior ainda, prestando atenção nesses jovens vemos que, a
cada dia, reduzem seus vocabulários a algumas poucas expressões ou gírias,
estão se tornando incapazes de manter uma conversa minimamente estruturada. O
que Bottomore chama de “socialização de novas gerações” vai se tornando mais e
mais distante.
Daí resulta a alienação que, em outras palavras, pode
também ser definida como a diminuição da capacidade dos
indivíduos em pensar ou agir por si próprios. São pessoas que
não se dispõem a ouvir opiniões alheias, e apenas se preocupam com o que lhe
interessa, daí a alienação.
Na
alienação social, os seres humanos não se reconhecem como parte de um Estado,
não se sentem como participantes de instituições sociopolíticas (como, por
exemplo, a família, o casamento, a propriedade, o mercado, etc.). Em geral,
isso vai levar a uma de duas atitudes: a) aceitam passivamente tudo que existe,
por ser tido como natural, divino ou racional, ou; b) se rebelam
individualmente, julgando que, por sua própria vontade e inteligência, pode
mais do que a realidade que os condiciona.
A alienação
social leva as pessoas a encontrarem explicações mais simples para as questões
que estão diante de seus olhos, buscam explicações mais simples, uma espécie de
“senso comum” para não se preocuparam mais com o que estão vendo. Um exemplo
claro disso é a “explicação” da pobreza. Para o alienado, o pobre é pobre por
sua própria culpa (preguiça, ignorância) ou por vontade divina ou por
inferioridade natural. Esse senso comum social, na verdade, é o resultado de
uma elaboração intelectual sobre a realidade, feita pelos pensadores ou
intelectuais da sociedade – sacerdotes, filósofos, cientistas, professores,
escritores, escritores, jornalistas, artistas -, que descrevem e explicam o
mundo a partir do ponto de vista da classe a que pertencem e que é a classe
dominante da sua sociedade, como mostramos no capítulo anterior.
Para Marx (filósofo e sociólogo alemão) alienar-se da
sociedade é, em princípio, alienar-se de si mesmo. A alienação refere-se aos
obstáculos existentes no crescimento produtivo dos indivíduos e,
consequentemente, às barreiras que impedem a transformação adaptada do sistema
social.
(Voltaremos ao
assunto)
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