Austrália vai infectar bacia hidrográfica com vírus da herpes para combater superpopulação de carpas
Segundo governo federal, outros animais não serão afetados; projeto terá início em 2018 e espera eliminar até 95% da população de carpas
O governo da Austrália anunciou no domingo (01/05) que infectará a bacia hidrográfica de Murray-Darling — maior do país, com quase 3.400 quilômetros — com um tipo específico do vírus da herpes para tentar combater a superpopulação de carpas nos rios da bacia. De acordo com o ministro da Ciência, Cristopher Pyne, a medida não prejudicará o ecossistema do ambiente.
“A herpes ataca os rins, pele e guelras das carpas, eventualmente fazendo com que parem de respirar. Os peixes ficam com o vírus durante uma semana antes de começaram a apresentar qualquer sintoma até que, de repente, eles morrem em 24 horas”, explicou Pyne durante entrevista coletiva na cidade de Adelaide.
Chris Hills/FlickrCC
Austrália lançará herpes em rios para combater superpopulação de carpas
Chris Hills/FlickrCC
Austrália lançará herpes em rios para combater superpopulação de carpas
De acordo com estudos realizados por mais de uma década em galinhas, camundongos, sapos, tartarugas e outros peixes pelo instituto federal de pesquisa científica e industrial, o CSIRO (Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation), o vírus é inofensivo para humanos e animais que não sejam carpas.
O projeto terá um custo total estimado em 15 milhões de dólares australianos (mais de R$ 40 milhões), que será direcionado principalmente para a remoção dos peixes mortos. O Ministério da Ciência acredita que o vírus eliminará enre 70% e 95% da população de carpas nos próximos 30 anos.
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A medida será implantada apenas em 2018, pois ainda é necessário planejar o que será feito com os peixes mortos e como serão removidos. “De repente, haverá literalmente centenas, se não milhares, de toneladas de carpas mortas na bacia de Murray-Darling”, disse Pyne.
“Precisamos ter um programa de limpeza. Precisamos de um programa de consulta à comunidade. Precisamos potencialmente de mudanças legislativas”, reforçou o ministro.
“Obviamente também discutiremos se os peixes poderão ser utilizados como fertilizantes ou transformados em ração para cães, ou se deverão ser enterrados para poderem retornar para a natureza”, afirmou.
A carpa se tornou uma peste na Austrália por volta da década de 1970 e destrói o ecossistema dos rios em que vive consumindo a maior parte dos recursos disponíveis, o que provoca a morte dos outros animais. O dano causado pela carpas gera um prejuízo anual de 500 milhões de dólares australianos (cerca de R$ 1,3 bilhão) para o país.
Fonte: Opera Mundi
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