Um
domingo para a história!
Estou adiantando o Informativo ainda no sábado e não
sabemos o que vai acontecer na Câmara dos Deputados neste domingo. Mas, seja
como for, será um domingo para ficar na história como a maior farsa já montada
no país! Vejamos alguns fatos que nos levam a pensar dessa maneira.
• Vivemos um Estado de exceção. Para Roberto Caldas, juiz brasileiro e presidente da
Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), no Brasil hoje há “situações
típicas de um Estado de exceção”, com “situações anormais aceitas como naturais
por parte da população”.
Em entrevista publicada na segunda-feira (11) pelo
jornal argentino Pagina/12, Caldas foi chamado a comentar o processo de
impeachment por que passa a presidente brasileira, Dilma Rousseff, e os métodos
da Operação Lava Jato, que investiga esquemas de corrupção e pagamento de
propinas a políticos brasileiros por parte de empreiteiras que prestam serviços
para empresas estatais.
O jurista diz ver “com preocupação o avanço de
elementos próprios de um Estado de exceção no Brasil”. “Recordemos que já
tivemos a experiência de golpes na Venezuela em 2002 e em Honduras em 2009 e
esperamos que isso não aconteça novamente em nosso continente”. Segundo ele,
nos dois casos a CIDH considerou que houve um golpe de Estado.
“O mais grave, no entanto, é que haja uma parte da
sociedade que defende a quebra dos princípios elementares, que apoia a violação
de garantias fundamentais e da privacidade de pessoas que sequer estão sendo
processadas”, disse o presidente da CIDH.
Questionado se a afirmação se tratava de uma referência
à gravação e à divulgação do áudio de chamadas telefônicas do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, inclusive de conversas entre o ex-presidente e a
presidente Dilma, Caldas diz não querer “mencionar diretamente nenhum caso”,
mas se referir a “situações anormais, perigosas para o Estado de Direito”.
Segundo o jurista, o Brasil conta com uma lei “que
permite a gravação telefônica e seu uso como meio de provas em um processo
penal”, mas a divulgação das gravações não está prevista na lei, “que só
permite que se transcreva o que foi dito, mas jamais se pode divulgar o áudio
da gravação”.
“O vazamento à imprensa de um processo que está sob
segredo judicial é uma violação séria e se isto se repete com frequência
configura uma excepcionalidade ao regime constitucional”, afirmou. De acordo
com o presidente da CIDH, a divulgação na imprensa de um processo que
transcorre em segredo judicial é vetada “em primeiro lugar para não violar a
autoridade do Poder Judicial, em segundo para não afetar a marcha da
investigação e por último para não afetar a imparcialidade dos magistrados que
julgam a causa através da pressão da opinião pública”.
• Por que Obama está calado? Como eu já falei em vários encontros, seminários ou congressos de que
participei, os EUA estão orquestrando o golpe contra a América Latina há
tempos. O golpe em Honduras, derrubando Manuel Zelaya; o golpe no Paraguai,
derrubando Fernando Lugo; as recentes eleições argentinas; a manipulação do
plebiscito na Bolívia; etc. E tudo isso sem falar na incansável campanha contra
a Venezuela.
Como eu tenho dito, agora as atenções de Washington se
voltam para o Brasil. O interesse no petróleo do pré-sal, a questão da riqueza
amazônica, o papel preponderante que o país teve na América Latina e na mudança
da posição submissa da região diante do poder estadunidense, o papel cumprido
pelo Brasil na ampliação de um mercado Sul-Sul, rompendo com a dependência dos
países ricos do Norte. Tudo isso atraiu a ira dos “grandes xerifes” do planeta.
“O governo dos Estados Unidos vem guardando silêncio
sobre esta tentativa de golpe no Brasil, mas há poucas dúvidas quanto à sua
posição.” A frase é de Mark Weisbrot, codiretor do Centro de Pesquisa Econômica
e Política, em Washington, e presidente da Just Foreign Policy, organização
estadunidense especializada em política externa. Para ele, a campanha do
impeachment é, sim, um golpe de Estado capitaneado pela elite nacional, algo
impensável nos EUA.
Para Weisbrot, o golpe prospera no silêncio conveniente
dos EUA. “Há poucas dúvidas quanto à sua posição”, disse. “Eles sempre apoiaram
golpes contra governos de esquerda no hemisfério, incluindo, apenas no século
21, o Paraguai em 2012, Haiti em 2004, Honduras em 2009 e Venezuela em 2002.”
(íntegra da matéria publicada no site da Revista Brasileiros)
• OEA contra o golpe.
O secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Almagro,
divulgou um comunicado na sexta-feira (15), após se encontrar com a presidente
Dilma Rousseff, dizendo considerar que o possível impeachment da mandatária não
tem base legal, pois o mesmo “não se enquadra nas regras que sustentam o atual
processo”.
“Nossa Organização tem feito uma análise detalhada do
juízo político iniciado contra a Presidente e concluiu que o mesmo não se
enquadra nas regras que sustentam o atual processo. Não há nenhuma acusação
criminosa contra a presidente, além do argumento relacionado com a gestão das
contas públicas em 2014. Trata-se, portanto, de uma acusação de natureza
política que não justifica um processo de destituição”, diz um trecho do
comunicado.
A nota ainda afirma que um sistema presidencialista,
como o brasileiro, “não pode funcionar como se fosse um sistema parlamentar”,
em que o mandatário é destituído de forma imediata logo após uma eventual mudança
na correlação de forças da coligação governamental. A sustentação do
presidencialismo, afirma a OEA, não passa “exclusivamente pelo Poder
Legislativo” e pelas alianças ali formadas.
• Mais uma vitória contra o Estado Terrorista. Empresas estaduais de água e saneamento da Bahia
cancelaram, no sábado (02), acordos de cooperação com a empresa israelense
Mekorot após pressão de ativistas e organizações sociais alinhadas ao movimento
BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções).
“Embasa (Empresa Baiana de Águas e Saneamento) e Cerb
(Companhia de Engenharia Rural da Bahia) acertam em terminar este acordo de
cooperação: ele legitimava o apartheid hídrico israelense, sem sequer dar
quaisquer benefícios para a Bahia. Hoje Bahia se une a Buenos Aires, Lisboa,
Holanda e São Paulo cortando laços com a Mekorot”, afirmou o coordenador de
campanhas na América Latina do Comitê Palestino BDS Nacional, Pedro Charbel, em
comunicado.
O Acordo de Cooperação Técnica havia sido firmado em
2013 entre a Mekorot e as empresas estatais Embasa e Cerb, e previa “ações
conjuntas visando ao desenvolvimento e a implementação de serviços de água,
esgoto e projetos no Brasil”.
Na ocasião, grupos sociais já haviam denunciado o papel
da Mekorot no “apartheid da água” na Palestina, de forma que o deputado
estadual e vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente, Seca e Recursos
Hídricos, Marcelino Galo (PT), exigiu a revisão do acordo.
A empresa também havia sido denunciada pela ONU, que a
acusou de contribuir para a ocupação israelense em territórios palestinos.
Segundo a ativista Maren Mantovani, coordenadora de Relações Internacionais da
Campanha Palestina Contra o Muro (Stop The Wall), em entrevista a Opera Mundi,
“a violação do direito à agua [na Palestina] faz parte de uma política
sistemática para limpar etnicamente a região”.
Veja matéria sobre a Mekorot em matéria adiante: “Para
não dizer que não falei de flores”.
• Quem está ganhando com a “crise” criada pelos golpistas? Enquanto toda a nossa imprensa desvia a atenção do
povo para a farsa do processo do impeachment, o lucro de 2015 dos 16 principais
bancos com ações listadas na BM&F Bovespa totalizou R$ 67,7 bilhões, uma
alta de 30% em relação ao resultado obtido no mesmo período de 2014. É o que
revelam os primeiros dados reunidos pelo Sabe Consultores para o Anuário
Estatístico das Companhias Abertas – edição 2016/17, que será lançado em junho
pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca).
O desempenho mais expressivo foi o do Santander BR, que
fechou o ano passado com lucro líquido de R$ 6,9 bilhões, resultado 224,3%
superior aos R$ 2,1 bilhões obtidos em 2014. Em segundo lugar consta o Banco
Pan com aumento de 74% no lucro, seguido pelo BTGP com alta de 70%.
O resultado das outras três grandes instituições subiu
18,6% na média. O Banco do Brasil fechou o ano com lucro de R$ 14,1 bilhões,
24,7% superior ao de 2014; o ItauUnibanco com R$ 21 bilhões, alta de 21,2% e o
Bradesco com R$ 17,1 bilhões, resultado 14% superior ao de 2014.
Entre os grandes bancos o destaque ficou com o
ItauUnibanco que obteve um aumento de 46,6% na receita de intermediação, que
totalizou R$ 6,5 bilhões, seguido pelo Banco do Brasil, 35,11% (R$ 180,8
bilhões); Santander, 27,3% (R$ 82,6 bilhões) e Bradesco com alta de 17,6% (R$
110,9 bilhões).
• Quem está ganhando com a “crise” criada pelos golpistas (2)? Enquanto a imprensa só fala de processo de impeachment
e fica criando boatos contra o Governo Federal, a direita trabalha “na surdina”
e vai retirando nossos direitos trabalhistas.
Já tratamos do assunto, aqui no Informativo, mas agora
temos uma nova grande violência contra os trabalhadores e é preciso uma grande
mobilização nacional para impedir mais um golpe.
Apresentado na segunda-feira (11), o PL 4962/2016, do
deputado Julio Lopes (PP-RJ), altera a redação do artigo 618 da Consolidação
das Leis do Trabalho para prever a prevalência do negociado sobre o legislado.
Segundo a proposta “as condições de trabalho ajustadas
mediante convenção ou acordo coletivo de trabalho prevalecem sobre o disposto
em lei, desde que não contrariem a Constituição Federal e as normas de medicina
e segurança do trabalho”.
Isto significa que um sindicato pelego pode negociar
com o patrão um acordo retirando direitos históricos, como férias, 13º salário,
licença maternidade, adicional de insalubridade, etc.
• México: policiais envolvidos no massacre de Ayotzinapa. Pelo menos dois agentes da Polícia Federal do
México participaram do massacre dos estudantes na escola de Ayotzinapa, região
de Iguala, em 26 de setembro de 2014. A revelação foi feita pelo presidente da
Comissão de Direitos Humanos do México, Luis Raúl Gonzáles Pérez.
Além da participação
desses dois policiais federais, que viajaram em viaturas de patrulha, outros
agentes da Polícia Municipal de Huitzuco, povoado vizinho a 20 quilômetros de
Iguala, participaram do massacre dos jovens estudantes que viajavam em cinco
ônibus.
Duas viaturas da polícia
de Iguala (220 quilômetros ao sul da Cidade do México) perseguiram um dos ônibus
com os estudantes, próximo a Huitzuco, atiraram nos pneus e mandaram os jovens
descer, perto de uma ponte na estrada entre Iguala e Chilpancingo, capital de
Guerrero.
O resultado da
“operação” policial contra os estudantes foi o saldo de sete mortos, 25 feridos
e 43 desaparecidos cujo paradeiro até hoje não foi desvendado. Todos eram
estudantes da escola rural de professores (normalistas), em Ayotzinapa.
• México desperdiça milhares de toneladas de alimentos. Cerca de 27 mil toneladas de alimentos são desperdiçadas
diariamente no México, onde 20% da população sofre com fome ou alimentação
inadequada, segundo as informações dos institutos de pesquisas.
A revelação foi feita pelo deputado do Partido
Revolucionário Institucional, Daniel Torres, que apresentou como principal
fonte de sua denúncia a Confederação Nacional de Comerciantes de Centrais de
Abastecimento. E afirmou que, a cada ano, 10 milhões de toneladas de comida vão
para o lixo.
Segundo o Grupo Técnico de Perdas de Alimentos, da
Cruzada Nacional contra a Fome, cerca de 37% dos alimentos produzidos no país
não são utilizados! O Banco de Alimentos do México informa que, anualmente,
mais de 250 mil toneladas de tomates e 800 mil toneladas de pão vão para o
lixo.
• 140 mil argentinos vão perder a
aposentadoria! O
titular da Administração Nacional de Seguridade Social da Argentina, Emilio
Basavilbaso, apresentou um novo plano de cortes no orçamento que vai deixar
mais de 140 mil argentinos sem direito a aposentadoria a partir de setembro
próximo.
Em 2005, Néstor Kirchner havia criado um
“sistema de moratória prévio” que cobria cerca de 97% dos gastos com
aposentadorias e o sistema funcionou perfeitamente, mas Basavilbaso informou que o sistema será extinto em 18
de setembro.
Segundo cálculos dos sindicatos argentinos e do Centro
de Economia Política Argentina, o fim do sistema de moratórias deixará de fora
dos programas sociais 141.827 pessoas.
• Na Venezuela, derrota da direita. O TSJ (Tribunal Supremo de Justiça) da Venezuela
declarou na segunda-feira (11) “inconstitucional” a Lei de Anistia e
Reconciliação Nacional aprovada pelo parlamento. O projeto previa o perdão de
delitos cometidos desde 1º de janeiro de 1999 com “motivações políticas”.
A decisão foi divulgada no site oficial do tribunal,
quatro dias após o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pedir ao órgão uma
interpretação da lei. O tribunal considerou que a lei de anistia beneficiaria
os investigados, acusados ou condenados, sejam eles autores, mentores,
cooperadores imediatos ou cúmplices, o que “em nada conduz ou colabora com uma
reconciliação nacional, mas sim a uma impunidade escandalosa em detrimento da
moral pública”.
Segundo o governo de Nicolás Maduro e a bancada
oficialista, o objetivo da lei aprovada por um Parlamento majoritariamente de
direita é libertar opositores condenados e presos como Leopoldo López, fundador
do partido Vontade Popular, e o ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma.
López foi detido há dois anos e condenado em setembro
passado a 14 anos de prisão por incitar protestos violentos contra Maduro em
2014. As manifestações deixaram 43 mortos e quase 880 feridos.
• Peru terá segundo turno presidencial. No domingo (10), a candidata da direita, Keiko
Fujimori, venceu o primeiro turno das eleições presidenciais no Peru, mas não
alcançou o número de votos suficientes para evitar um segundo turno. A questão
é que o povo peruano está em uma difícil situação: escolher entre o muito ruim
e o pior ainda!
Keiko Fujimore, filha do ex-presidente Alberto Fujimori
(um dos primeiros neoliberais na América Latina e hoje na prisão por crimes
cometidos em seu governo), obteve 39,61% dos votos; em segundo lugar ficou
Pedro Pablo Kuczynski, conhecido lobista e um dos grandes representantes do
capital internacional do país, que obteve 21,13% dos votos. Lamentavelmente,
Veronika Mendoza, da Frente Ampla, ficou com 18,77% dos votos.
A primeira consequência desse resultado é que o novo
Parlamento do Peru, composto por 130 congressistas, estará composto por uma
maioria de “fujimoristas” (68 parlamentares). O partido de Kuczynski conseguiu
eleger 21 deputados e a Frente Ampla obteve 20 cadeiras.
• Paris: “Nuit Debout” volta a ocupar Praça da República. Manifestantes do movimento “Nuit Debout” (“Noite em
Claro”, em tradução livre) voltaram a ocupar na noite de segunda-feira (11) a
Praça da República, um dos locais mais famosos de Paris. Eles haviam sido
retirados por uma operação da polícia francesa na manhã do mesmo dia.
“Quiseram nos enterrar, mas esqueceram que nós éramos
sementes e que vamos revidar”, disse a manifestante Fanny, da comissão de
ecologia, aos demais manifestantes durante a assembleia geral do grupo, que
ocorre diariamente.
Os manifestantes protestam contra as medidas do governo
do presidente François Hollande que, segundo eles, flexibilizam a legislação
trabalhista no país. A ocupação, que ocorre em outras cidades da França, chegou
à 12ª noite seguida em Paris.
“As pessoas dormiram lá [na praça] por uma semana,
criaram hortas, montaram tendas, agora não podemos mais”, afirmou ao jornal
francês Le Parisien o manifestante Grégory, se referindo aos policiais, que
estão dificultando a ocupação ao impedir que sejam levadas panelas ou aparelhos
de som. Apesar das dificuldades, os manifestantes voltaram a se reunir na Praça
da República.
No domingo (10), oito manifestantes foram presos em
Paris. No sábado, a polícia reprimiu manifestações do “Nuit Debout” com bombas
de gás lacrimogêneo. A operação deixou pelo menos 24 feridos e resultou em nove
detidos.
• Unidade entre estudantes e trabalhadores franceses. Na quinta-feira (14) ocorreram diversos incidentes
violentos e prisões durante as manifestações que estão sacudindo a França para
exigir a retirada do projeto que corta direitos dos trabalhadores.
Um enorme dispositivo policial foi mobilizado pelo
governo de François Hollande para impedir os protestos, mas isto só está
aumentando a participação popular. Em Paris, três manifestantes foram presos
pela polícia e outros três ficaram feridos e foram levados a hospitais. Na
cidade de Montpellier, ao sul do país, houve choque de estudantes com a
polícia. Trinta pessoas foram presas, segundo a imprensa local. Várias estradas
próximas da cidade foram interditadas e parte do comércio local fechou as
portas.
• Trabalhadores franceses preparam grande mobilização para o
dia 28. Os sindicatos franceses estão
convocando uma grande mobilização nacional para o dia 28 de abril, em protesto
contra o projeto de reforma trabalhista que está sendo apresentado pelo governo
de Hollande.
O principal motivo das manifestações é a proposta de
alterar a jornada de trabalho, atualmente de 35 horas semanais, conquista dos
trabalhadores desde 2001. Pela proposta do governo, a jornada poderia ser “flexível”,
com calendários alternativos em períodos de produção mais elevada, chegando a
48 horas semanais ou 12 horas diárias, sem pagamento de horas extras!
• Ainda os “Papéis do Panamá”. Depois de mais de uma semana de debates, denúncias, declarações que não
convencem e informações escamoteadas pela nossa imprensa, o caso dos Papéis do
Panamá ainda gera muitas dúvidas. Na segunda-feira (11), Marina Walkerm,
vice-diretora do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ –
sigla original), entidade que divulgou o relatório da Mossack Fonseca (ver Informativo
anterior), anunciou que o escândalo esconde muito mais do que foi noticiado até
agora.
Segundo ela, o ICIJ vai continuar publicando novas declarações pois nem
tudo já está analisado e “talvez as coisas mais importantes ainda não tenham
sido reveladas”.
As revelações a que se referem envolveriam outros líderes mundiais,
empresários e celebridades. Mas ela diz que alguns documentos ainda não
apurados envolvem empresas de energia e ligadas ao mundo do extrativismo
mineral que participam ativamente em empresas “offshore”.
Ela falou também sobre o impacto ao envolver nomes como do
primeiro-ministro britânico, David Cameron, ou do presidente argentino,
Mauricio Macri. Mas depois ressaltou que a tentativa de envolver o presidente
russo, Vladimir Putin, foi uma “maquinação política” usando instituições
privadas, destacando que o nome de Putin não aparece em qualquer papel
analisado.
• Muito dinheiro vai parar em
“paraísos fiscais”.
Segundo estudo divulgado pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e
Desenvolvimento, os países em desenvolvimento perdem anualmente cerca de 100
milhões de dólares com evasão de impostos das empresas privadas que fogem para
“paraísos fiscais”, uma prática cada vez mais utilizadas pelos grupos e que
resulta em falta de recursos para os governos atenderem às necessidades da
população mais pobre.
Segundo um estudo realizado pela organização
internacional Oxfam Intermón, 51 das 68 grandes empresas que receberam dinheiro
do Banco Mundial para financiar investimentos na África Subsaariana utilizaram
“paraísos fiscais” para fugir dos impostos em seus países de origem. Isso
significa 75% do total dos empréstimos feitos pelo Banco.
Segundo o relatório, os desvios causaram
perdas no valor de 14 bilhões de dólares, valor suficiente para cobrir todas as
necessidades com saúde e educação das crianças daquele continente!
• Para não dizer que não falei de flores. Em julho de 2004, durante as agressões de Israel
contra a Faixa de Gaza, escrevi um artigo com esse título. Hoje, 12 anos
depois, ainda é preciso voltar ao tema quando falamos da “Nova Ordem Mundial” e
a determinação das grandes nações para dominar as regiões do planeta onde
existe água, um dos bens mais preciosos e, segundo estudiosos, o primeiro a acabar
– antes mesmo do petróleo!
A região conhecida como Faixa de Gaza é, na verdade,
habitada há mais de um século por palestinos que ali cultivam tomates,
verduras, azeitonas, frutas cítricas e flores! Só para a Arábia Saudita, antes
do início das atuais disputas, eram exportadas diariamente 40.000 caixas de
tomates. Os camponeses palestinos da região mantinham uma produção anual de 65
milhões de flores que eram exportadas para a Inglaterra, Holanda, Alemanha e
EUA. Um milhão de flores, anualmente, eram vendidas para o mercado israelense!
E, tomando conhecimento destes fatos, ficamos a nos
perguntar onde está o milagre que faz da região uma grande exportadora de
produtos agrícolas e faz da terra a principal fonte de subsistência do povo
palestino.
Mas não há nada para estranhar. De acordo com um
relatório preparado pelo Serviço Geológico do Governo dos Estados Unidos, em
1998, mais de um quinto de toda a água consumida na região é proveniente do
subsolo, de um imenso aquífero que compensa as poucas chuvas. Mas esta imensa riqueza,
desde o reinício das hostilidades em 1997, passou a ser administrada e
controlada pela Mekorot, empresa israelense de águas.
As principais fontes de água em superfície, no Oriente
Médio, estão nos rios Nilo (Egito), Tigre e Eufrates (Iraque) e Jordão
(Cisjordânia). Além dessas, a única grande reserva existente é o aquífero no
subsolo de Gaza.
Deu para entender? Aí está o motivo do genocídio
palestino comandado por Israel.
• Isto é crime.
Onde está a ONU? Segundo um informe especial divulgado pela organização “Médicos
pelos Direitos Humanos em Israel - PHRI”, nos últimos anos o regime de Tel Aviv
duplicou os casos de isolamentos de prisioneiros palestinos para utilizar como
formas de interrogatórios aproveitando os efeitos psicológicos de longos
períodos de isolamento.
Segundo a denúncia agora
feita pelo PHRI, os médicos israelenses aprovam o regime de isolamento, passando
por cima da “Declaração de Tóquio da Associação Médica Mundial” que proíbe aos
médicos participar de qualquer forma de tortura ou penas cruéis.
O informe diz que os médicos
israelenses ajudam explicitamente se um prisioneiro é “apto para um regime de
isolamento” ou “não há nada que impeça o regime de isolamento neste caso”, diz
o informe.
Além dos casos de
torturas, há relatos de casos de morte de pacientes palestinos em prisões
israelenses, alguns deles portadores de câncer, mas que não foram atendidos.
Desde 1967, Israel já
encarcerou cerca de 750 mil palestinos, sendo 23 mil mulheres e 25 mil
crianças. Isto representa 20% do total da população dos territórios ocupados
por Israel.
• O que pretende Israel?
Segundo notícias divulgadas na quinta-feira (14), acompanhando o que foi noticiado
pelo jornalista israelense Yossi Meman, o chefe do serviço secreto de Israel
(Mossad) viajou para Istambul (Turquia) para uma reunião secreta com vários
ministros de países árabes.
Yossi Cohen, chefe do Mossad, estava hospedado no Hotel
Marriott onde se encontrou com o ministro de Assuntos Exteriores da Arábia
Saudita, da Turquia, e do Catar: Adel al-Yubeir, Mevlut Cavusoglu y Mohamad bin
Abdulrahman bin Jassim Al-Thani, respectivamente.
Certamente que, no encontro, o principal tema foi o
plano estadunidense de dividir a Síria para dominar a região e controlar a
passagem dos gasodutos na região.
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