A descoberta do Brasil II
A explicação, nos livros Didáticos de História,
sobre o descobrimento do Brasil, é que ocorreu por acaso quando da viagem de uma
grande expedição enviada para as Índias, com a finalidade de comprar drogas e
especiarias. Por conta de uma calmaria e os navios serem impulsionados pela
força dos ventos (Caravelas) a esquadra portuguesa teve de fazer um desvio em
direção a Oeste. O problema é que normalmente os escritos antigos não explicam o
fato de ter calmaria e mesmo assim os navios, que eram impulsionados pelos
ventos, navegaram em direção a Oeste.
Todo o malabarismo é utilizado para tentar
explicar o Descobrimento do Brasil como tido sido um fato ocorrido por acaso
(sem querer). Ignoram a chegada dos espanhóis ( Vicente Yañes de Pinzón e Diego
de Lepe) em terras a oeste um ano antes (1499) e ignoram fatos do comércio dos
franceses com nativos em ilhas no Atlântico Sul (imaginavam serem ilhas, mas era
o Continente Americano). Tudo para justificar que os portugueses não sabiam da
existência das terras no do Oceano Atlântico.
Alguns pesquisadores utilizaram a justificativa
da falta de ventos (as embarcações eram impulsionadas pelos ventos) para a
esquadra se deslocar a oeste e aproveitaram-se das correntes marítimas. Nessas
viagens era comum o uso de correntes marítimas em alto mar, nem sempre os ventos
sopram na direção desejada e às vezes o uso da corrente marítima tornava a
viagem mais curta. Se os portugueses não sabiam da existência de terras, por que
não deixaram a esquadra continuar viagem usando as Correntes Marítimas?
As correntes marítimas no
Atlântico
A Corrente
Marítima Fria de Benguela sai da Antártida, subindo para o norte, percorre o
litoral oeste da África e muda de direção, sendo aquecidas pelas águas quente da
Zona Equatorial, quando se aproxima do Equador, segue em direção a América do
Sul e se transforma em duas ao se aproximar do Litoral do Nordeste do
Brasil.
A Esquadra de Pedro Álvares Cabral utilizou a
Corrente Equatorial do Sul que se divide em duas quando se aproxima do litoral
do Nordeste do Brasil, uma seguinte em direção norte e a outra em direção
sul.
Pedro Álvares Cabral não poderia seguir em
direção ao norte para não correr o risco de se encontrar com os espanhóis que
chegaram ao atual norte do Brasil um ano antes. Embora já era de conhecimento do
Rei de Portugal a existência dessas terras devido o envio
de uma expedição secreta, em dezembro de 1498, de uma esquadra comandada por
Eduardo Pacheco Pereira.
Não poderiam seguir em frente para oeste por
que correria o risco de se encontrar com algum navio francês e ficariam sem poderem utilizar a desculpa que
as terras eram desconhecidas. Ficou a opção de seguir a Corrente Marítima para o
sul e somente pouco depois se desviar para oeste para tomar posse das terras que
os portugueses diziam serem desconhecidas de todos.
Pouco tempo depois da posse das terras
brasileiras, os portugueses criaram as chamadas Expedições
Guarda-costas, sob o comando de Cristóvão Jacques (1516 e 1517). Vários
navios, principalmente franceses, foram aprisionados e muitos marinheiros
mortos. Como essas expedições tinham custos financeiros muito altos, o Rei de
Portugal resolveu povoar as novas terras para garantir a soberania (posse). Foi
então que mandou Martim Afonso de Souza explorar e povoar as novas terras, mas
mesmo nessa viagem ele teve de se livrar de alguns navios franceses, no litoral
do Nordeste.
Mesmo nos tempos atuais, fica difícil se provar
que já era de conhecimento, pelo menos dos nobres, da existência de terras no
Oceano Atlântico. Essa dificuldade decorre que os descobrimentos de novas terras
eram Segredos de Estado. As chamadas Cartas Geográficas (Mapas) era consideradas
segredos de guerra e a divulgação ou mesmo a venda delas eram crimes punidos com
a pena de morte.
Antônio Carlos Vieira
Licenciatura Plena - Geografia
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