Paulo Nogueira
Moro sumiu.
Ou melhor: foi sumido.
Como as pesquisas do Datafolha e do
Ibope, tão frequentes na desestabilização do segundo mandato de Dilma, Moro
saiu do ar.
Ou, de novo: foi saído.
Você tira duas conclusões daí:
1) Moro, sem o circo da mídia, não é
nada. A mesma coisa aconteceu com Joaquim Barbosa, hoje reduzido a um tuiteiro
que tenta ganhar a vida com palestras.
2) Para despertar interesse da imprensa,
a Lava Jato tem que mirar em Lula, Dilma e no PT em geral. Delações como as de
Sérgio Machado são tratadas como assunto de segunda ou terceira classe pelos
coroneis da mídia e seus fâmulos.
Moro e a Lava Jato têm apenas um
propósito, para a plutocracia e sua voz, a imprensa: minar o PT. Se possível,
exterminar.
Por circunstâncias que escaparam ao
controle dos golpistas, as delações — sobretudo as de Machado — fugiram dos
suspeitos de sempre, os petistas. Coisas infinitamente menos pueris que
pedalinhos apareceram no caminho, mas foram previsivelmente subestimadas ou
mesmo ignoradas por jornais e revistas.
Está claro que, fora do mundo de
fantasia criado pelos plutocratas, o partido menos corrupto entre os grandes
que estão aí é exatamente o PT.
Os demais, a começar pelo PSDB, puderam roubar
com a voluptuosidade típica dos ladrões que sabem que não sofrerão castigo.
Mas não foi para demonstrar isso que a
imprensa inflou Moro e a Lava Jato.
A não ser que forneçam novos panelinhos
para os Marinhos e congêneres, Moro e os delegados da PF receberão o mesmo
tratamento dispensado a Joaquim Barbosa: o esquecimento glacial.
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