terça-feira, 26 de julho de 2016

Alunos da Califórnia aprenderão em sala de aula sobre história do movimento LGBT nos EUA. NO BRASIL, NA CONTRAMÃO, HÁ QUEM DEFENDA Escola sem Partido


Alunos da Califórnia aprenderão em sala de aula sobre história do movimento LGBT nos EUA


Conselho Estadual de Educação aprovou neste mês, por unanimidade, que tema deverá integrar currículo de História e Ciências Sociais de escolas públicas
Estudantes de escolas públicas na Califórnia, nos Estados Unidos, passarão a aprender em sala de aula sobre a história do movimento LGBT norte-americano, tornando o estado pioneiro no país na inclusão do tema nos curículos escolares.
O Conselho Estadual de Educação da Califórnia aprovou em 14 de julho, por unanimidade, que o assunto deverá integrar o currículo de História e Ciências Sociais das instituições de ensino.

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O conteúdo fará parte das grades curriculares de alunos desde o nível básico até o ensino médio.
A inclusão da história do movimento LGBT faz parte de uma reforma no currículo dessas disciplinas, que traz o "estudo do papel das contribuições” de grupos minoritários, incluindo “gays, lésbicas, bissexuais e transgênero norte-americanos”.
Em entrevista à revista norte-americana The Atlantic, Don Romesburg, professor-associado e chefe do Departamento de Mulheres e Estudos de Gênero na Universidade Estadual de Sonoma, disse que era preciso assegurar que a abordagem do assunto não ficasse apenas em “menções simbólicas” no período final de estudo dos alunos.
“Sabíamos que, tanto por uma questão de precisão histórica e para a educação do aluno e do ambiente escolar, era importante que todos os alunos aprendessem sobre a vida e a história de pessoas LGBT no nível básico, fundamental e médio”, disse.
As mudanças atendem à legislação aprovada em 2011, a Fair Education Act (“Ato de Educação Justa”, em tradução livre), que determina a inclusão da comunidade LGBT e de pessoas portadoras de deficiência à lista de minorias sociais cuja contribuição deve estar presente no currículo escolar. Já fazem parte da lista movimentos de mulheres, imigrantes, praticantes de diversas religiões e outros grupos.
A nova legislação, entretanto, não havia sido implementada até o momento devido a tentativas judiciais para derrubá-la e a cortes orçamentários para compra de material didático.
 

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Segundo Romesburg, as referências ao movimento LGBT serão agregadas ao currículo existente. Na segunda série, os estudantes aprenderão sobre a comunidade LGBT como sendo parte da diversidade sexual, enquanto na quarta série haverá menções a figuras históricas do movimento, como Harvey Milk.
No ensino médio, serão abordadas as contribuições do movimento LGBT e, algum tempo depois, a luta pela igualdade de direitos dos LGBT dentro da história norte-americana.
Em entrevista à agência Associated Press, Allyson Chiu, recém-egressa da instituição Cupertino High School, disse que as revisões do currículo deixarão os estudantes mais “confortáveis” em sala de aula.
“Meus colegas e eu podemos resolver equações de segundo grau ou citar elementos da tabela periódica. Eles não podem dizer a você quem foi Harvey Milk ou a importância da Revolta de Stonewall [ocorrida após a prisão e espancamento de várias pessoas no bar de mesmo nome em 1969, em Nova York]”, disse.
A lei, ao ser aprovada, não foi acompanhada de uma orientação explícita para ser seguida pelo Estado ou por educadores, assim como não foram criados materiais didáticos para refletir o novo foco na comunidade LGBT. A expectativa é de que, com a inclusão do tema no currículo, isso seja alterado.
Em comunicado, o grupo Equality California (Iguladade Califórnia), organização de advogados que representa causas da comunidade LGBT, elogiou a iniciativa e afirmou que as novas diretrizes captam “momentos essenciais na luta por igualdade, e a evolução de comunidades e identidades”.
Grupos contrários à lei, por sua vez, argumentam que deveria ficar a critério das famílias decidir de que forma e em que idade a questão da orientação sexual será discutida com seus filhos.
O advogado Matthew McReynolds, do Instituto Justiça Pacífica, uma das organizações que se opunham à legislação, disse à AP que as famílias estão preocupadas com o fato de os currículos diminuírem a ênfase em figuras históricas e eventos importantes para abrir espaço para membros da comunidade LGBT.

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