Contra Temer e
o golpe, o Brasil quer votar para presidente
O povo brasileiro aprende com sua
história e com a luta política da qual é protagonista.
Este espírito de luta é reafirmado,
hoje, na resistência contra o golpe de Estado parlamentar que deu origem à
presidência ilegítima de Michel Temer.
O exercício do poder pelo presidente
usurpador tem sido contestado diariamente por manifestações que ocorrem desde o
dia 31 de agosto, quando foi consumado o golpe que afastou do poder uma
presidenta sem crime de responsabilidade.
O golpe não foi apenas contra a
presidenta Dilma Rousseff – foi contra a democracia e a Constituição. Para
impor o Estado mínimo neoliberal, contra a retomada do desenvolvimento
nacional, soberano e democrático.
O alvo do golpe da direita e dos
conspiradores foi o pacto político forjado desde a aprovação da Constituição de
1988.
A direita investe contra a Constituição
para destruir as conquistas sociais e democráticas nela registradas. E levar o
país de volta à situação de subordinação exclusiva aos interesses do grande
capital especulativo, nacional e estrangeiro vigente nos tempos malfazejos da
ditadura militar de 1964.
Hoje o Brasil enfrenta outra vez as
mesmas forças sociais, o mesmo poder econômico, que enfrentou faz mais de 30
anos na campanha das Diretas Já! As mesmas forças retrógradas, direitistas e
conservadoras que dominaram sob a ditadura militar.
A luta contra a direita e os
conservadores evoluiu desde 2002, traduzindo-se nas quatro vitórias
presidenciais consecutivas alcançadas pelas forças democráticas, progressistas
e de esquerda. Esta evolução foi marcada por um aprendizado difícil na busca de
objetivos unitários compartilhados por todos os defensores do progresso social.
Aprendizado expresso na resistência contra
o golpe antidemocrático, em sucessivas palavras de ordem: “Não vai ter golpe”,
“Fora Temer” e, agora, pela percepção cada vez mais clara da necessidade de um
caminho que viabilize novas eleições nas quais o povo seja chamado a se
pronunciar.
Hoje os democratas brasileiros
defrontam-se com as mesmas forças que, sob o argumento de que o povo não sabe
votar, impuseram eleições indiretas para presidente da República. E agora, num
arremedo precário e fraudulento de um parlamentarismo rejeitado pelos brasileiros,
impõem ao país um presidente da República ilegítimo e rejeitado.
Contra a direita e os conservadores
golpistas cresce entre os brasileiros a exigência de Diretas Já e o caminho
para elas é a convocação do plebiscito que decidirá sobre os rumos do país.
A experiência política acumulada pelos
brasileiros em décadas de luta democrática e progressista se manifesta
visivelmente nesta reivindicação. A soberania política reside na vontade
popular e é em respeito a ela que se impõe a convocação do plebiscito sobre a
antecipação da eleição presidencial. E, obviamente, a consequente eleição do
presidente da República ungido pelo voto popular e que tenha a legitimidade
para tirar o país da crise, afastar a sanha cobiçosa, antidemocrática,
antipopular e antinacional dos golpistas que se apoderaram ilegitimamente da
Presidência da República.
Diretas
Já!
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