QUEM QUEBROU O PAÍS
FOI FHC*
Mauro Santayana
Segundo o Banco Mundial, o PIB do
Brasil, que era de 534 bilhões de dólares, em 1994, caiu para 504 bilhões de
dólares, quando FHC deixou o governo, oito anos depois.
Para subir, extraordinariamente, destes
504 bilhões de dólares, em 2002, para 2 trilhões, 346 bilhões de dólares, em
2014, último dado oficial levantado pelo Banco Mundial, crescendo mais de 400%
em dólares, em apenas 11 anos, depois que o PT chegou ao poder.
E isso, apesar de o senhor Fernando
Henrique Cardoso ter vendido mais de 100 bilhões de dólares em empresas
brasileiras, muitas delas estratégicas, como a TELEBRAS, a Vale do Rio Doce e
parte da Petrobras, com financiamento do BNDES e uso de "moedas podres",
com o pretexto de sanear as finanças e aumentar o crescimento do país.
Com a renda per capita ocorreu a mesma
coisa. No lugar de crescer em oito anos, a renda per capita da população
brasileira, também segundo o Banco Mundial caiu de 3.426 dólares, em 1994, no
início do governo, para 2.810 dólares, no último ano do governo Fernando
Henrique Cardoso, em 2002. E aumentou, também, em mais de 400%, de 2.810
dólares, para 11.208 dólares, também segundo o World Bank, depois que o PT
chegou ao poder.
O salário mínimo, que em 1994, no final
do governo Itamar Franco, valia 108 dólares, caiu 23%, para 81 dólares, no
final do governo FHC e aumentou em três vezes, para mais de 250 dólares, agora.
As reservas monetárias internacionais -
o dinheiro que o país possui em moeda forte - que eram de 31,746 bilhões de
dólares, no final do governo Itamar Franco, cresceram em apenas algumas
centenas de milhões de dólares por ano, para 37.832 bilhões de dólares nos oito
anos do governo FHC.
Nessa época, elas eram de fato,
negativas, já que o Brasil, para chegar a esse montante, teve que fazer uma
dívida de 40 bilhões de dólares com o FMI.
Depois, elas se multiplicaram para 359
bilhões de dólares em 2013, e para 371 bilhões de dólares, em dados de ontem
(BACEN), transformando o Brasil de devedor em credor do FMI, depois do
pagamento total da dívida com essa instituição em 2005, e de emprestarmos
dinheiro para o Fundo Monetário Internacional, quando do pacote de ajuda à
Grécia em 2008.
E, também, no terceiro maior credor individual
externo dos EUA, segundo consta, para quem quiser conferir, do próprio site
oficial do tesouro norte-americano.
O IED - Investimento Estrangeiro Direto,
que foi de 16,6 bilhões de dólares, em 2002, no último ano do Governo FHC,
também subiu mais de quase 400%, para 80,8 bilhões de dólares, em 2013, depois
que o PT chegou ao poder, ainda segundo dados do Banco Mundial, passando de
aproximadamente 175 bilhões de dólares nos anos FHC (mais ou menos 100 bilhões
em venda de empresas nacionais) para 440 bilhões de dólares entre 2002 e 2014.
A dívida pública líquida (o que o país
deve, fora o que tem guardado no banco), que, apesar das privatizações, dobrou
no Governo FHC, para quase 60%, caiu para 35%, agora, 11 anos depois do PT
chegar ao poder.
Quanto à questão fiscal, não custa nada
lembrar que a média de déficit público, sem desvalorização cambial, dos anos
FHC, foi de 5,53%, e com desvalorização cambial, de 6,59%, bem maior que os
3,13% da média dos anos que se seguiram à sua saída do poder; e que o superávit
primário entre 1995 e 2002 foi de 1,5%, muito menor que os 2,98% da média de
2003 e 2013 - segundo IPEADATA e o Banco Central.
E, ao contrário do que muita gente
pensa, o Brasil ocupa, hoje, apenas o quinquagésimo lugar do mundo, em dívida
pública, em situação muito melhor que os EUA, o Japão, a Zona do Euro, ou
países como a Alemanha, a França, a Grã Bretanha - cujos jornais adoram ficar
nos ditando regras e "conselhos" - ou o Canadá.
Também ao contrário do que muita gente
pensa, a carga tributária no Brasil caiu ligeiramente, segundo Banco Mundial,
de 2002, no final do governo FHC, para o último dado disponível, de dez anos
depois, e não está entre a primeiras do mundo, assim como a dívida externa, que
caiu mais de 10 pontos percentuais nos últimos dez anos, e é a segunda mais
baixa, depois da China, entre os países do G20.
Não dá, para, em perfeito juízo,
acreditar que os advogados, economistas, empresários, jornalistas,
empreendedores, funcionários públicos, majoritariamente formados na
universidade, que bateram panelas contra Dilma em suas varandas, no início do
ano, acreditem mais nos boatos das redes sociais - reforçados por um verdadeiro
estelionato midiático - do que no FMI e no Banco Mundial, organizações que
podem ser taxadas de tudo, menos de terem sido "aparelhadas" pelo
governo brasileiro e seus seguidores.
Considerando-se estas informações, que
estão, há muito tempo, publicamente disponíveis na internet, o grande mistério
da economia brasileira, nos últimos 12 anos, é saber em que dados tantos
jornalistas, economistas, e "analistas", ouvidos a todo o momento,
por jornais, emissoras de rádio e televisão, se basearam, antes e agora, para
tirar, como se extrai um coelho da cartola - ou da "cachola" - o
absurdo paradigma, que vêm defendendo há anos, de que o Governo FHC foi um
tremendo sucesso econômico, e de que deixou "de presente" para a
administração seguinte, um país econômica e financeiramente bem sucedido.
Nefasto paradigma, este, que abriu
caminho, pela repetição, para outra teoria tão frágil quanto mentirosa, na qual
acreditam piamente muitos dos cidadãos, a de que o PT jogou pela janela, essa -
supostamente maravilhosa - "herança" de FHC.
O pior cego é o que não quer ver, o pior
surdo, o que não quer ouvir.
* Trechos e exegese de matéria
publicada em 14/03/2015 www.vermelho.org.br
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