Odebrecht,
Tom Jobim e os militares.
(Ernesto Germano Parés)
“Minha janela
não passa de um quadrado / A gente só vê Sérgio Dourado / Onde antes se via o
Redentor”. (Toquinho, Tom Jobim e
Chico Buarque).
Muitos conhecem a história dessa música, a resposta de
Tom Jobim a Vinícius que havia escrito “Carta ao Tom 74”, falando que “Mesmo a tristeza da gente era mais bela / E
além disso se via da janela / Um cantinho de céu e o Redentor”.
Mas qual a relação dessas duas belas músicas com o que
estamos vendo sobre escândalos da Odebrecht e com o regime militar? Por que
estamos fazendo uma comparação que, inicialmente, parece tão absurda?
Em primeiro lugar, porque sempre sentimos necessidade
de responder a algumas pessoas que insistem em dizer que “não havia corrupção
no regime militar”. Já escrevemos, várias vezes, mostrando que havia sim, e
muito pior! Era muito mais danosa à nação, envolvia muito mais dinheiro, mas
sempre ficava escondida porque a maior parte da imprensa nacional também estava
envolvida nos processos e apoiava o regime, e a parte que não concordava ou que
tentava denunciar vivia cercada pela mais dura censura que o país já conheceu.
Mas, para o que nos propomos nesse artigo, nossa
história começa no final da década de 1960 e primeiros anos da década de 1970,
quando o modelo econômico adotado pelos militares apostava na corrida
imobiliária e nas grandes obras como motores para tirar a economia do marasmo
em que havia sido jogada desde o golpe.
Curiosamente, com uma rápida pesquisa na Internet, vamos
descobrir que a empresa Norberto Odebrecht, antes uma construtora de atuação
regional, no Nordeste brasileiro, começa a se expandir rapidamente. Depois de
1969 a Odebrecht chega ao Sudeste e “conquista” grandes obras que lhe renderiam
fama e, certamente, muito dinheiro: apenas no Rio de Janeiro, a empresa
nordestina vence as concorrências e constrói o edifício-sede da Petrobras, o
campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o Aeroporto Internacional do
Galeão e a Usina Termonuclear Angra I! E não parou mais de crescer, passando
depois a atuar no exterior, em particular em países da América Latina que
também viviam regimes militares ou eram “simpatizantes” do modelo implantado na
região.
Mas, vamos “puxar um pouco mais pela memória”. No dia 9
de novembro de 1968, com a presença da rainha Elizabeth II, era lançado o
projeto de construção da Ponte Rio-Niterói. O contrato para a construção foi
assinado no dia 4 de dezembro de 1968, dias antes da assinatura do AI-5 e
quando o Brasil passava por grandes manifestações populares e estudantis contra
o regime. E para quem gosta de “coincidências”, uma breve busca na Internet vai
mostrar que, oficialmente, o “engenheiro responsável” pela obra era o coronel
Mário Andreazza!
O consórcio vencedor da concorrência era formado pelas
empresas Ferraz Cavalcanti, Companhia Construtora Brasileira de Estradas,
Servix de Engenharia e Empresa de Melhoramentos e Construção. Uma clara demonstração
de como pululavam no país empresas voltadas para esse segmento da engenharia.
Dois anos depois, o tal consórcio já havia consumido mais de 70% do valor
cobrado pela obra, mas só havia entregue 20% dos serviços contratados!
Ainda em 1970, o general Médici resolve intervir no
processo e passa o contrato para o consórcio composto por Camargo Corrêa,
Mendes Júnior, Construtora Rabello e Sérgio Marques de Souza. O dinheiro gasto
com o consórcio anterior “sumiu” e o novo consórcio também não deu conta do
serviço no prazo determinado.
Vocês pensam que tudo acabou assim? Engano. Em janeiro
de 1971, Médici assinou um decreto considerando de “utilidade pública” a obra.
Desapropriou o consórcio construtor, assumiu os equipamentos e materiais usados
e criou uma “empresa pública” para continuar a obra. Ou seja, agora tudo
ficaria nas mãos do próprio governo e dos seus apaniguados, sem intermediários.
Foi feito um novo contrato, no valor de Cr$ 438 milhões (Cr$ 200 milhões a mais
do que o consórcio que estava sendo dispensado).
E o regime começou a agir como sabia agir: com
truculência e falta de democracia. O coronel Andreazza transferiu-se, com
família, papagaio, cachorro e tudo o mais, para o canteiro de obras na Ilha do
Fundão. Foi criada uma “empresa construtora de pontes”, a Ecex, que passou a
controlar toda a obra e o canteiro com guardas armados de metralhadoras. Isso
eu não vi nos livros ou na Internet. Presenciei, pessoalmente.
Para o comando “dos operários” foi deslocado o então
coronel João Carlos Guedes, militar conhecido por ser da “linha dura”.
Ex-assessor de Andreazza, assumiu suas novas funções fazendo os 10 mil
operários e 200 engenheiros tremerem nas bases ao cobrar o cumprimento dos
prazos como se estivesse comandando uma ordem unida.
E a ponte foi, finalmente, construída e inaugurada. Uma
grande obra, sempre mostrada como realização do regime militar. Mas o que
muitas pessoas desconhecem é que, poucos anos depois da inauguração, um relatório
do banco inglês N M Rothschild & Sons, que emprestou inicialmente ao Brasil
US$ 22 milhões para a construção da ponte, mostrou que com o dinheiro gasto e
os constantes reajustes de preços das empresas, aquele valor daria para
construir quatro outras pontes idênticas!
Neste período floresceram, cresceram e se expandiram
empresas como a própria Odebrecht, a Camargo Correa, Andrade Gutiérrez, Queiroz
Galvão, Sérgio Dourado e muitas outras que, depois da redemocratização e da
retirada dos militares do governo, passaram a ser cabides de empregos para
muitos desses militares e seus protegidos.
O que pretendíamos mostrar com esse pequeno artigo é
que, ao contrário do que muitos pensam, esses escândalos que envolvem a
Odebrecht e outras empresas privadas não são novidades no Brasil. Já existiam
há muito tempo, foram criados e alimentados há quarenta ou cinquenta anos, mas
agora estão causando espanto!
Ou, como diz a música, “É, meu amigo / Só resta uma certeza / É preciso acabar...”
• Cadê o 13º que estava aqui? Decreto
assinado pelo presidente interino e golpista, Michel Temer, com o novo valor do
salário mínimo, foi publicado no Diário Oficial da União de sexta-feira (30). O
mínimo passou de R$ 880 para R$ 937, e começa a valer a partir de 1° de janeiro
de 2017. O novo salário mínimo foi anunciado ontem (29) pelo governo
federal.
Em nota divulgada no início da noite dessa
quinta-feira, o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão informou
que o reajuste significa um aumento de R$ 38,6 bilhões da massa salarial em
2017. Esse valor representa 0,62% do Produto Interno Bruto (PIB) e, segundo o
governo, terá “efeitos positivos na retomada do consumo e do crescimento
econômico ao longo do ano”.
No dia 15 de dezembro, o Congresso Nacional aprovou o
Orçamento Geral da União para 2017 estabelecendo o novo salário mínimo no valor
R$ 945,80. No anúncio oficial do valor, mais baixo, o governo explicou o motivo
da alteração. A justificativa está no Índice Nacional de Preços ao Consumidor
(INPC), utilizado para calcular o reajuste do mínimo e que foi menor do que o
previsto inicialmente.
O Dieese aponta o salário mínimo como um fator de
ampliação do mercado e de redução da desigualdade. Em 1995, com um piso
nacional era possível comprar 1,02 cesta básica. Neste ano, 2,14, em valores de
janeiro. O instituto calcula que 48 milhões de pessoas têm rendimento
referenciado no salário mínimo, inclusive aposentados e pessoal da ativa.
Agora, preste atenção nos seguintes números: a)
reajuste do Salário Mínimo previsto por Dilma - R$ 968,00; b) do Salário Mínimo
previsto no orçamento em agosto e aprovado pelo Congresso - R$ 945,80; c)
reajuste do Salário Mínimo que efetivamente será pago por Temer R$ 937,00.
Entendeu?
• Colômbia: uma no cravo, outra na ferradura (1). A Colômbia foi, durante a semana, fonte de boas e
péssimas notícias. Uma história complexa que remete a pensar em tudo o que
aconteceu no país, desde o governo do narcotraficante Álvaro Uribe.
Na quarta-feira (28), com 121 votos na Câmara dos
Representantes e 69 no Senado, o Legislativo colombiano aprovou por unanimidade
a lei de anistia, que beneficiará cerca de 12.000 a 14.000 pessoas envolvidas
em conflitos com as FARC-EP (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia –
Exército do Povo). O partido de oposição ao acordo de paz CD (Centro
Democrático), liderado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, se retirou do plenário
e não votou a lei.
A medida é a primeira das previstas no acordo de paz
negociado em Cuba. “Este é um passo mais no longo caminho que os colombianos
devem transitar em direção à paz”, disse Rodrigo Lodoño, líder das FARC-EP conhecido
como Timochenko, em publicação no Twitter. Após a aprovação do Congresso, a lei
deverá ser sancionada pelo presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos.
A lei de anistia deve beneficiar mais de 6.000
integrantes das FARC-EP indiciados pelos crimes políticos de rebelião, levante
e conspiração, entre outros, além de outros 4.000 guerrilheiros presos, 1.200
policiais e militares detidos e mais de 1.000 líderes sociais acusados de
formar parte de grupos armados. O perdão jurídico não se aplicará a acusados de
delitos graves tipificados no Estatuto de Roma, como os de lesa humanidade,
abusos sexuais e recrutamento de menores – esses casos serão julgados pela
Jurisdição Especial de Paz, explicou o congressista pelo Polo Democrático
Alternativo Alirio Uribe. O ato legislativo que cria a Jurisdição Especial de
Paz será debatido no dia 16 de janeiro, segundo o ministro do Interior Juan
Fernando Cristo.
• Colômbia: uma no cravo, outra na ferradura (2). Por outro lado, na sexta-feira (30), a Venezuela
expressou profunda preocupação com a aproximação entre o governo da Colômbia e
a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), conhecido braço militar
estadunidense para intervir em vários países.
“É altamente alarmante que se recorra à OTAN, com suas
nefastas credenciais de graves a constantes violações dos direitos humanos, e
que conta também com tecnologia e capacidade nuclear, para ‘modernizar’ as
forças armadas colombianas e combater o crime organizado internacional”, diz o
comunicado emitido pela Chancelaria venezuelana.
Um dia antes, o ministro colombiano Luis Carlos Villega
disse que trata-se “simplesmente” de um acordo de cooperação “para ter forças
militares modernas e bem preparadas em novas tecnologias”.
• O perigo da OTAN na América Latina. A OTAN é conhecida como uma aliança militar entre os
EUA e a Europa para coordenar ações diante de situações que possam colocar em
perigo a segurança e a estabilidade regional europeia. Criada em 1949, com a
desculpa de impedir o avanço do comunismo, o tratado cria um sistema de defesa
coletiva “para responder a qualquer ataque contra a região”. Mas, como a
história tem mostrado, terminada a Guerra Fria a OTAN se transformou em
instrumento para intervir em países que não aceitam o modelo proposto por
Washington. E tudo vira desculpa para intervenções armadas conduzidas por
militares e armas estadunidenses a partir de suas bases na Europa.
Apenas para lembrar os casos mais recentes, vamos citar
a Líbia (2011), o Oriente Médio (Síria e Iraque) e até mesmo na Europa (Guerra
dos Balcãs).
Durante muitos anos, a OTAN criou um verdadeiro círculo
militar bloqueando os países socialistas e garantindo a manutenção de bases
militares estadunidenses na Europa. Na América Latina acontecia algo semelhante,
com treinamentos de militares latino-americanos que voltavam aos seus países
dominados pela ideologia do anticomunismo e da chamada “liberdade” econômica. E
se tornaram, como todos lembram, nos verdadeiros atores em derrubadas de
governos progressistas, em particular no Cone Sul da América.
Segundo números levantados em 2015, a OTAN conta com
800 bases militares permanentes, nos cinco continentes, todas devidamente
armadas pelo complexo industrial militar estadunidense, o que garante um lucro
fantástico para essas empresas, sem contar com a manutenção de soldados,
alimentação, transporte, etc.
Na Colômbia já funcionam sete bases militares
estadunidenses e, pelo que analisam os especialistas, uma ou mais dessas bases
poderiam ser utilizadas pela OTAN.
• Outro líder camponês é assassinado. A Rede de Direitos Humanos da Colômbia denunciou o
assassinato do líder camponês Anuer José Álvarez Armero. Seu corpo foi
encontrado ao sul do departamento de Cauca, no município de Argelia.
Segundo a entidade, o assassinato aconteceu na manhã do
dia 25 de dezembro, na estrada que comunica a localidade de El Plateado com o
centro urbano de Argelia. Álvarez Armero teria sido perseguido enquanto voltava
para casa e, em determinado ponto, foi imobilizado por dois homens que estavam
em uma motocicleta de cor azul. Ele recebeu três tiros no peito, com um
revólver.
• Mais documentos envolvem Macri em contas offshore. O deputado da Frente para a Vitória (FpV), Darío
Martínez, anunciou que vai entregar novas provas que envolvem mais de 50 contas
em paraísos fiscais comprometendo o presidente Mauricio Macri que já está sob
investigação por suposta lavagem de dinheiro.
O parlamentar disse que será feita uma solicitação à
Justiça para que se verifique a existência atual e os movimentos da conta
2048080, no Banco della Svizzera Italiana, filial de Nova Iorque. Segundo
informações do jornal argentino Página 12, Martínez está requerendo ao juiz que
cuida do caso que investigue a relação entre Mauricio Macri e o Grupo Socma,
porque “demonstra que eram verdadeiros especialistas em movimentar em paraísos
fiscais ou em suar sociedades criadas apenas para evadir e lavar dinheiro”.
• Polícia alemã investiga irmãos de Macri por lavagem de
dinheiro. Os irmãos do presidente argentino
Mauricio Macri, Giancarlo e Sabastián, estão “na mira” da Justiça alemã por
lavagem de dinheiro. E o caso ameaça desencadear um grande escândalo na
Argentina, pois o próprio presidente está sendo investigado em outro caso de
lavagem de dinheiro.
Falando com a imprensa, a ex-deputada Gabriela Cerruti
disse que “Falamos dos parentes como se não estivéssemos falando da mesma
empresa (Sociedad Macri/Socma). Isso não pode ser separado. Ninguém na família
pode dizer que parte do dinheiro é de Mauricio, ou de Giancarlo, ou de
Sebastián! Mauricio não tem uma única empresa só sua. Toda a sua fortuna é parte
de uma empresa familiar”.
Os irmãos de Macri estão sendo investigados pela
Justiça de Hamburgo, que já alertou a Interpol sobre manobras suspeitas de
ambos em um banco da Alemanha, o UBS Deuschland AG. Os documentos demonstram
que a empresa BF Corporation SA (citada no caso conhecido como Papéis do Panamá
e cujos donos são os irmãos de Macri) fechou sua conta no UBS Deuschland e
transferiu seus fundos para o Safra Bank, da Suíça, um país que não é muito
conhecido por cooperar nesses tipos de investigações.
• Pobreza no México está aumentando. O Conselho Nacional de Avaliação da Política de
Desenvolvimento Social (Coneval) do México informou que a pobreza no país
passou de 44,3% para 46,2%, entre 2008 e 2014.
A situação dos mexicanos vai piorando em função da
crise econômica e do aumento dos preços dos alimentos que ocasionaram uma
diminuição do poder aquisitivo da população entre 2009 e 2010.
O estudo concluiu que, até 2014, no México, havia 55,3
milhões de pessoas em situação de pobreza, ou seja, cerca de 46,2% da
população.
• Israel vai boicotar a ONU! O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou no sábado
(24) que as relações do país com a ONU serão revisadas e interromperá “de
maneira imediata” o repasse de US$ 7,8 milhões a cinco órgãos da entidade.
A declaração do primeiro-ministro foi feita após a
aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU de uma resolução que condena a
política de assentamentos de Israel em territórios ocupados da Cisjordânia e
Jerusalém Ocidental, aprovado na sexta-feira (23).
Além das medidas contra a ONU, Netanyahu enumerou
medidas adotadas nas últimas horas contra Nova Zelândia e Senegal, responsáveis
junto a Malásia e Venezuela pela proposta da resolução, que havia sido adiada
pelo Egito após intervenção do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald
Trump.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel explicou
que o país irá suspender o financiamento a quatro órgãos da ONU, não cinco como
anunciado pelo primeiro-ministro. Todos são secretarias especializadas que têm
relação com o problema palestino.
• Israel suspende construção de colônias na Palestina ocupada. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu,
suspendeu na quarta-feira (28) a aprovação de novas construções em colônias da
parte palestina ocupada de Jerusalém para evitar novos choques com o governo
dos EUA, após a recente resolução da ONU que condena os assentamentos.
“O presidente da Comissão de Planejamento e
vice-prefeito [de Jerusalém] Meir Turgeman disse que foi o primeiro-ministro
quem ordenou o adiamento da aprovação de 492 imóveis para evitar um conflito
com o governo dos EUA”, disse à agência Efe Hanan Rubin, integrante da
comissão. O órgão municipal tinha previsto aprovar nesta quarta a construção de
centenas de casas nos assentamentos de Ramat, Shlomo e Ramot.
• Israel prepara um novo confronto? O Ministério de Defesa de Israel pretende adquirir
centenas de mísseis e foguetes de precisão, preparando-se para um possível
conflito com o Líbano e com a guerrilha do Hezbolá. A ideia principal é
atualizar e reforçar os sistemas de artilharia do Exército, para reduzir a dependência
da sua Força Aérea.
Os militares israelenses pensam em ampliar o número de
mísseis “de precisão” e voltam a atenção para um foguete intitulado ‘Extra’, de
alcance máximo de 150 quilômetros e fabricado pela IMI Systems, além do ‘Lora’,
fabricado pela Israel Aerospace Industries, com raio de ação de 300
quilômetros.
• Escolas em Alepo voltam a funcionar. As autoridades de educação de Alepo, 350 quilômetros
ao norte da capital Damasco, anunciaram na terça-feira (27) a reabertura de
quatro escolas nos bairros orientais da cidade que foram ocupadas pelos
terroristas do Daesh.
Ibrahim Masú, chefe do Departamento de Educação da
cidade, disse que as escolas estão localizadas nos bairros de Masaken Hanano e
Al Halak.
Segundo informes oficiais, a zona oriental de Alepo
tinha 140 centros educacionais de diversos níveis e a maioria havia sido usada
como quartéis pelos extremistas.
• Mais uma “armação” contra a Síria. O Império (agonizante) e sua mídia amestrada não se
cansam de montar farsas para conquistar a opinião pública. Sempre inventando
“motivos humanitários” ou buscando sensibilizar os menos informados, armam
campanhas para justificar a intenção de novas agressões.
Agora criaram uma tal “Marcha Civil por Alepo”, uma
campanha que já toma forma em vários países europeus e que tem como única
finalidade criar uma opinião pública contra a Síria e o presidente Bashar al
Assad.
A tal “marcha” é uma iniciativa de conhecida blogueira
germano-polonesa, Anna Alboth, que pretende “denunciar o conflito e a falta de
democracia na Síria”. Ela diz “não estar recebendo ajuda financeira de organismos
ou partidos, mas demonstra um elevado grau de organização e muitos contatos em
“países amigos dos EUA”.
Pelo que já foi divulgado, a caravana partirá de Berlim
e durará três meses e meio, atravessando a Alemanha, República Tcheca, Áustria,
Eslovênia, Croácia, Sérvia, Macedônia, Grécia e Turquia. Em seu blog, Anna
Alboth critica a libertação da cidade de Alepo pelo exército Sírio e divulga
várias imagens falsas sobre “atrocidades” que teriam sido cometidas pelos
soldados. Muitas dessas imagens são as que já citamos no número passado do
Informativo e que, comprovadamente, são falsas.
• Em 2016, os ricos mais ricos! A crise econômica mundial parece não estar afetando os
“muito ricos”. Ao contrário, eles encontraram o caminho perfeito para aumentar
ainda mais suas riquezas! Segundo a Bloomberg Billionaires Index, publicação
especializada em acompanhar as grandes riquezas no mundo, Bill Gates, o mais
rico de todos, continua ampliando sua fortuna.
A Bloomberg Billionaires Index faz o acompanhamento das
200 pessoas mais ricas do planeta e calculou que a fortuna desses “sortudos”
cresceu em 147 bilhões e 300 milhões de dólares em 2016. Os números são
astronômicos. Essas pessoas, juntas, agora acumulam uma riqueza equivalente a 3
trilhões de dólares!
Bill Gates, por exemplo, somou mais 9 bilhões e 500
milhões de dólares à sua fortuna. Warren Buffett, fundador da Berkshire
Hathaway, recuperou sua posição de segundo homem mais rico do planeta ao
aumentar sua fortuna em 12 bilhões de dólares.
A curiosidade da publicação é o mexicano Carlos Slim,
que já apareceu entre os dez mais ricos, mas sofreu com a volatilidade do peso
e outros problemas que causaram uma perda de 3 bilhões e 100 milhões de dólares
em sua fortuna. Coitado. Ficou quase pobre!
• Mais um capítulo da farsa estadunidense. Tudo indica que Barack Obama não deseja sair do poder
sem uma espetacular festa para alimentar seu ego e a grande imprensa que o
serviu durante todos esses anos. Não bastava uma campanha publicitária
mentirosa sobre a “integridade e discrição” de sua família, ele precisa sair de
cena com algo marcante. E escolheu a Rússia para isso.
Como dissemos no Informativo passado, há um projeto
entre os democratas para dar o mínimo de espaço possível a Donald Trump e
dificultar o seu governo. O mais claro desses golpes são as falsas acusações de
que o governo de Putin teria interferido no processo eleitoral estadunidense. E
agora Obama encontrou uma “melancia para pendurar no pescoço” e chamar a
atenção da mídia.
O governo dos EUA decretou na quinta-feira (29) a
imposição de sanções econômicas contra a Rússia, além da expulsão de 35
diplomatas pelos supostos ataques cibernéticos durante a última campanha das
eleições presidenciais. Obama deu aos 35 diplomatas da embaixada de Moscou em
Washington e do consulado em São Francisco apenas 72 horas para deixar o solo
estadunidense, segundo o Departamento de Estado.
Mas ele precisa de mais refletores sobre ele, quer mais
emoção e protagonismo em seus últimos dias de governo. Quer ser o que mais
brilha diante da plateia e afirmou que estas ações “não são a totalidade da resposta
à Rússia” e que outras medidas serão tomadas, algumas das quais não serão
divulgadas. O presidente dos Estados Unidos declarou que durante os próximos
dias será divulgado ao Congresso um relatório sobre o papel da Rússia na
eleição presidencial de 2016 que elegeu Donald Trump, cujo mandado começará em
20 de janeiro.
• Putin age com tranquilidade. Em comunicado oficial, o presidente russo, Vladimir
Putin, anunciou, na sexta-feira (30), que não vai expulsar nenhum diplomata
estadunidense do país em retaliação às sanções impostas pelos EUA à Rússia. O
ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, havia sugerido que 35
diplomatas dos EUA fossem expulsos do país em retaliação: “Não podemos deixar
tais medidas sem uma resposta”, afirmou.
Putin, no entanto, avaliou que a decisão de Obama foi
tomada com o objetivo de provocar uma reação russa, mas o país euroasiático não
vai morder a isca. “Nós nos reservamos o direito de retaliação, mas nós não
vamos nos afundar nesse nível de diplomacia de ‘cozinha’. Nós tomaremos medidas
para restaurar as relações russo-americanas baseados na política que a
administração do presidente eleito Donald Trump adotar”, afirmou Putin em um
comunicado publicado pelo Kremlin.
“Não proibiremos as famílias e as crianças de passar as
férias de Ano Novo nos locais onde estão habituados. Além disso, eu convido os
filhos de todos os diplomatas estadunidenses credenciados na Rússia a participarem
das festividades de fim de ano no Kremlin”, diz Putin no texto divulgado nesta
sexta.
Putin também lamentou a forma como Obama deixa a Casa
Branca e saudou o presidente eleito Donald Trump, bem como todos os cidadãos
dos EUA.
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