quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

NOTA


NOTA

Nota do MTST – Movimento dos Trabalhadores sem Teto sobre o Despejo de 700 famílias da ocupação colonial e a injusta prisão de Guilherme Boulos.

No despertar da manhã de hoje, centenas de policiais do batalhão de choque da polícia militar de São Paulo cercaram o terreno onde mais de 700 famílias estão ocupadas a mais de um ano no Jardim. Colonial, zona leste de São Paulo.

Cerca de 3 mil pessoas: homens, mulheres, crianças, idosos, deficientes que foram jogados na rua por uma decisão judicial que considerou apenas os interesses do proprietário de um latifúndio urbano que só servira antes das pessoas morarem ali para especulação imobiliária..

A todo o momento, o MTST – Movimento dos Trabalhadores sem Teto procurou alternativas para evitar o despejo, evitando assim um massacre de pessoas pobres que nada mais estavam que lutando pelo direito constitucional da moradia.

Infelizmente, nossos esforços foram em vão e a PM do governador Geraldo Alckmin (PSDB) levou a frente uma ação desumana contra as famílias da ocupação do Jardim Colonial.

Sem respostas favoráveis do poder público e do judiciário, os moradores se viram sem alternativas e partiram para a resistência à ordem de despejo.

Mesmo a ocupação Colonial não sendo uma ocupação do MTST, o companheiro Guilherme Boulos, membro da coordenação nacional do MTST – Movimento dos Trabalhadores sem Teto, acompanhou o processo desde o início a convite dos representantes da ocupação Colonial, na tentativa de encontrar um desfecho favorável para as famílias da ocupação.

No entanto, a PM de Alckmin, de forma autoritária, resolveu prender o companheiro Guilherme Boulos sob a acusação de desobediência civil e por participar e organizar manifestações contra as medidas de retirada de direitos do governo ilegítimo de Michel Temer.

A prisão do Guilherme Boulos, assim como o despejo das famílias da ocupação Colonial são uma demonstração do modus operandi político criminalizatório em voga contra os movimentos sociais, contra os pobres, contra os direitos sociais e os serviços públicos.

Um verdadeiro absurdo, uma vez que Guilherme Boulos esteve o tempo todo procurando uma mediação para o conflito.

Neste momento, o companheiro Guilherme continua detido no 49ª DP de São Mateus.

Não aceitaremos calados que além de massacrarem o povo da ocupação Colonial, jogando-os nas ruas, ainda queiram prender aqueles que tentaram ajudá-los.

Continuaremos acompanhando as famílias e lutando contra esse despejo injusto.


São Paulo, 18 de janeiro de 2017


Movimento dos Trabalhadores Sem Teto

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