PAULA SPERB PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), disse na manhã desta sexta-feira (20), em Porto Alegre, que a morte do ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), vai dar "mais tempo" para a homologação das delações da Odebrecht.
"A morte, por certo, vai fazer com que a gente tenha, em relação à Lava Jato, um pouco mais de tempo agora para que as chamadas delações sejam homologadas ou não", disse Padilha, após se reunir com o governador José Ivo Sartori no Palácio Piratini, sede do governo gaúcho.
As 77 delações, que estavam prestes a serem homologadas por Teori, fazem parte do maior acordo de colaboração da Lava Jato. O presidente Michel Temer (PMDB) foi citado 43 vezes em uma das delações, feita por Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht.
De acordo com Padilha, braço-direito do presidente, Temer deve indicar um substituto para Teori "com a maior brevidade possível". O presidente já começou avaliar nomes. Os ministros Alexandre de Moraes (Justiça) e Gracie Mendonça (AGU) são cotados para o cargo e foram recebidos por Temer para audiências.
Em conversas reservadas, o presidente já manifestou o desejo de indicar um nome de perfil "técnico" e "apartidário", que não desperte desconfianças de que o Palácio do Planalto poderia querer intervir na Operação Lava Jato.
À imprensa, Padilha ainda falou nesta sexta (20) que "a ministra Cármen Lúcia [presidente do STF] tem o regimento do Supremo Tribunal Federal que ela vai colocar, certamente, acima de qualquer outra questão".
A reportagem apurou que existe possibilidade que Cármen Lúcia recorra a uma solução interna e redistribua o processo em sorteio na Segunda Turma, da qual Teori fazia parte, ao invés de um substituto nomeado pelo presidente assumir a relatoria.
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