Sob governo de centro-esquerda, Portugal cresce mais do que o esperado pela União Europeia
Aumento do consumo interno no país é em grande medida responsável pelo aumento no PIB, diz órgão oficial; premie fala em momento de 'virada', mas oposição afirma que crescimento não é sustentável
Dados divulgados nesta semana pelo INE (Instituto Nacional de Estatísticas) de Portugal mostram que o PIB (Produto Interno Bruto) do país cresceu 1,4% em 2016, primeiro ano completo do governo de centro-esquerda liderado pelo primeiro-ministro António Costa (Partido Socialista).
O número superou as expectativas da União Europeia e da própria administração. O bloco trabalhava com um incremento de 1,3%, enquanto o governo e a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) estimavam 1,2%, de acordo com dados do orçamento divulgados em outubro.
Segundo o INE, o aumento do consumo interno no país é em grande medida responsável pelo crescimento no PIB. O fechamento dos números aconteceu junto à divulgação dos dados do quatro trimestre, que, registrando incremento, alavancou o índice nacional.
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Economia portuguesa superou expectativas e cresceu mais do que previsto por UE e OCDE
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Para o primeiro-ministro, Portugal atravessa neste momento uma situação de “virada em suas perspectivas econômicas e financeiras”, por conta dos estímulos promovidos pelo governo. De acordo com Costa, a diminuição da carga tributária, o incremento na renda das famílias e a melhoria das condições para investimento no país foram chaves para o crescimento econômico.
Em 2015, o país havia crescido 1,5%. Para 2017, a previsão do governo é de um aumento no PIB em 1,5% em relação a 2016. A União Europea espera crescimento de 1,6%.
Repercussão
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Marins, afirmou que o crescimento em 2016 foi "ainda tímido para o que o país precisa", apesar de "mais otimista do que se esperava". "Está provado que recuperar salários e pensões faz o crescimento da economia. Quem recebe o seu salário ou pensão não vai meter o seu dinheiro num offshore, vai gastá-lo na nossa economia. Isso gera crescimento e emprego", disse, segundo o site Esquerda.net.
O PCP (Partido Comunista de Portugal), por sua vez, disse que o crescimento poderia ter sido maior se o país não tivesse que cumprir com o pagamento da dívida externa (que era equivalente a 101,6% do PIB em 2015, último dado disponível).
"São resultados positivos neste quarto trimestre. Creio que não é alheio à reposição de rendimentos aos portugueses, aos trabalhadores, ao povo português, mas simultaneamente um sentimento de insuficiência no crescimento econômico que, do nosso ponto de vista, resulta muito dos tais constrangimentos que nós dizemos e voltamos a afirmar", afirmou o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa.
O PSD (Partido Social Democrata), de oposição, afirma que o governo está tomando um caminho errado nas questões econômicas e que esse crescimento não é sustentado. "Quando a economia cresce por via do consumo, isso significa que é a poupança que é sacrificada e, quando a poupança é sacrificada, como foi em 2016, o próprio investimento interno é penalizado", afirmou o presidente do partido e ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, de acordo com o site do partido.
Por sua vez, o CDS-PP (Partido Popular), conservador, afirmou que os números são "ruins" e que o atual governo havia prometido mais crescimento durante a campanha eleitoral.
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