Solidariedade à Revolução
Bolivariana
Nesta terça-feira (14), o Departamento
do Tesouro dos EUA anunciou sanções econômicas contra o vice-presidente da
República Bolivariana da Venezuela, Tareck El Aissami, incluindo-o em uma lista
de supostos “narcotraficantes”.
O Partido Comunista do Brasil (PCdoB)
posta-se ao lado do povo venezuelano e do governo de Nicolás Maduro em
prontidão contra mais esta sórdida investida que sinaliza uma nova onda de
ataques contra a Revolução Bolivariana por parte de Donald Trump e de sua
equipe.
A falsa acusação acontece apenas 42 dias
após El Aissami assumir a vice-presidência e sete dias depois de 34
congressistas estadunidenses pressionarem Donald Trump no sentido de continuar
a política de Barack Obama de promoção constante de hostilidades contra a
Venezuela.
O vice-presidente venezuelano qualificou
de “agressão miserável” as sanções econômicas, e afirmou que as recebe como “um
reconhecimento de minha condição de revolucionário anti-imperialista”.
Respeitado perito criminologista, El
Aissami foi responsável pela pasta de Segurança Cidadã, durante a gestão do
presidente Hugo Chávez e levou à cadeia mais de 100 chefes do narcotráfico,
inclusive tendo entregue aos EUA 21 narcotraficantes cujas extradições foram solicitadas
internacionalmente.
Como lembra a firme nota do governo
venezuelano, “a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu-nos como um dos
seis países que mais confiscam drogas no mundo e livre de cultivos ilícitos em
território nacional”.
A mesma nota informa que o governo
bolivariano “rechaça, protesta e condena energicamente as ações arbitrárias e
extraterritoriais perpetradas pelo Escritório de Controle de Ativos
Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos da América
contra o vice-presidente da República Bolivariana da Venezuela, Tareck El
Aissami” e diz que estas ações “carecem de legalidade internacional e violam
flagrantemente o Direito Internacional Público, as instituições internacionais
e os princípios fundamentais que regem a comunidade de nações, tais como o
respeito à igualdade soberana e o princípio de imunidade dos Estados,
constituindo uma grave agressão à Venezuela. Constituem, além disso, uma
infâmia contra uma altíssima autoridade de Estado e, sem dúvida, um falso
positivo contra um venezuelano decente e digno, cujas acusações não encontram
sustentação alguma na realidade, conformam uma mentira grotesca do Império
estadunidense para agredir e formam parte de uma trama internacional para
atentar contra uma alta investidura e impedir o exercício de suas funções”.
Existem muitas razões para o ódio do
imperialismo contra a experiência venezuelana. Atacada ferozmente por todos os
lados, resistiu e venceu a onda mais poderosa da ofensiva conservadora que
recentemente assola a América Latina. Contrariando os desejos e previsões dos
imperialistas e seus lacaios o chavismo e seus aliados seguem resistindo,
apostando na mobilização popular, na elevação da consciência política e no
aprofundamento da democracia.
A Venezuela, desde a presidência de Hugo
Chávez, faz da defesa da integração latino-americana e da soberania nacional
uma de suas principais políticas. Foi inclusive durante a gestão de Hugo Chávez
que o novo secretário de Estado dos EUA, nomeado por Donald Trump, Rex Tillerson,
viu o braço de sua empresa na Venezuela, Exxon Mobil, ser nacionalizada pela
Revolução Bolivariana.
A lista na qual foi incluída o
vice-presidente venezuelano carece de total credibilidade. Uma lista mais veraz
e fácil de fazer seria com as mentiras que o imperialismo impinge ao mundo para
justificar suas ações, o que formaria uma verdadeira enciclopédia.
Quem não lembra, por exemplo, em 2003,
do então secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, em plena ONU, mostrando
“provas cabais” que seu governo coletou sobre a existência de “armas de
destruição de massa” em mãos de Saddam Hussein? As “provas” eram falsas, mas o
Iraque foi invadido, o país destruído, e foram assassinados direta ou
indiretamente mais de 600 mil iraquianos. Como saldo do ato criminoso, o
imperialismo conseguiu o controle do petróleo iraquiano, que hoje é
majoritariamente de empresas estadunidenses ou de países satélites, e a
indústria bélica, que movimenta parte significativa da economia americana,
lucrou bilhões de dólares com a carnificina.
É método, portanto, já conhecido da
máquina de propaganda imperialista ser alimentada com calúnias e falsas
denúncias contra seus adversários visando pavimentar o caminho para a
desestabilização interna do país que se busca dominar.
No caso da Venezuela, encontram como
obstáculo maior a determinação de uma nação que afirma com dignidade: “Somos um
povo de paz, amante dos princípios da autodeterminação e do respeito à
soberania, assim como apegados à ordem e ao Direito Internacional. Com a mesma
determinação, dizemos que não toleramos nem toleraremos agressão alguma contra
nosso território, contra o nosso direito a sermos livres, nem contra nenhum
irmão nascido nesta terra de homens e mulheres dignos e herdeiros da glória de
Simón Bolívar e Hugo Chávez”.
O PCdoB, partido que pratica o
internacionalismo de forma militante, expressa sua indeclinável solidariedade
ao povo venezuelano na luta contra o imperialismo, pela integração
latino-americana, em defesa da paz e da justiça no mundo.
José Reinaldo Carvalho
Secretário de Política e
Relações Internacionais do PCdoB
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