sexta-feira, 17 de março de 2017

Cristina Kirchner nega acusações em caso de corrupção e diz ser alvo de 'perseguição judicial e midiática' na Argentina


Cristina Kirchner nega acusações em caso de corrupção e diz ser alvo de 'perseguição judicial e midiática' na Argentina


Ex-presidente apresentou declaração à Justiça e pediu arquivamento de processo, que classificou de 'disparatado e parcial'; ela também criticou juiz Claudio Bonadio e disse que recorrerá a organismos internacionais de direitos humanos
A ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, se apresentou nesta terça-feira (07/03) para prestar depoimento à Justiça argentina e negou as acusações contra ela em um caso sobre suposta lavagem de dinheiro e pagamento de propina em seu governo. Em declaração por escrito, ela pediu o arquivamento do processo, que classificou de "disparatado e parcial", e disse ser alvo de “uma perseguição judicial e midiática”.
Intimada pelo juiz Claudio Bonadio, a ex-presidente compareceu à Justiça Federal em Buenos Aires acompanhada por apoiadores e ex-funcionários de seu governo. Ela apresentou um documento por escrito ao juiz, sem responder a perguntas e fazer declarações à imprensa.
Cristina é acusada junto com seus filhos e vários empresários de crimes de corrupção supostamente cometidos por meio da empresa da família Kirchner, Los Sauces. “Como afirmei em reiteradas ocasiões, sou alvo de uma perseguição judicial e midiática que não registra antecedentes em nosso país, ao menos em períodos democráticos, e que no meu caso particular se estende a meus filhos”, afirmou a ex-presidente em sua declaração, publicada em seu site e divulgada em suas redes sociais. 
Agência Efe

Cristina Kirchner chega a tribunal em Buenos Aires nesta terça-feira (07/03)
O processo em questão investiga se a imobiliária Los Sauces era utilizada para receber propinas por meio do aluguel de imóveis pelos empresários Cristóbal López e Lázaro Báez, que haviam sido previamente beneficiados com contratos de obras públicas e licenças.
"Alegar lavagem de dinheiro cuja origem é absolutamente conhecida, que se encontra dentro do circuito bancário e circula da mesma maneira, com o devido pagamento de impostos correspondentes, é justamente o contrário de um crime desta natureza", ressaltou Cristina no texto entregue a Bonadio.

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A ex-presidente é acusada pelo Ministério Público argentino em vários casos e processada judicialmente em dois: uma que investiga operações do Banco Central realizadas sob sua gestão e outra por suposta formação de quadrilha e administração fraudulenta na concessão de contratos para obras públicas.
"Os contratos de aluguel pretendem ser qualificados como uma suposta lavagem de dinheiro. Tal acusação é ridícula e contraditória com todos os elementos de prova já incorporados à causa", comentou a ex-chefe de Estado.
"São contratos reais e genuínos, sobre imóveis cuja existência foi constatada através de reiteradas diligências, com inquilinos reais de carne e osso, e nos quais todos os movimentos econômicos são feitos através do circuito bancário", ressaltou Cristina.
Agência Efe

Apoiadores de Cristina Kirchner se reuniram diante do tribunal federal em Buenos Aires nesta terça-feira (07/03)
A ex-presidente também criticou o juiz Claudio Bonadio, a quem já acusou de parcialidade contra ela em outras ocasiões. Cristina reivindicou seu "direito de ser julgada" por "um juiz imparcial", circunstância "que, nem remotamente, reúne o magistrado a cargo desta causa, como é público e notório".
"Só as pressões que emanam do Poder Executivo sobre os juízes permitiram que V.S. continuasse à frente desta causa e como titular deste tribunal", diz o texto apresentado a Bonadio.
"A esta altura, já temos dois casos judiciais com dois juízes diferentes por um mesmo e único fato, e com protagonistas idênticos: contratos de aluguel de imóveis com os empresários vencedores de contratos de obras públicas. Um verdadeiro escândalo jurídico e político", afirmou a ex-presidente.
Por último, Cristina advertiu que poderia comparecer à Suprema Corte da Argentina e a organismos internacionais de direitos humanos pela perseguição à qual considera que está sendo submetida.

*Com Agência Efe

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