Gilmar reclama de vazamento da lista. Tem camburão
pra jornalista revelar fonte?
Fernando
Brito
Tomara que o Ministro Gilmar Mendes não use os mesmos
métodos que o juiz Sérgio Moro usou com Eduardo Guimarães, senão vai precisar
de uma megaoperação da Polícia Federal para carregar os coleguinhas todos para
serem “obrigados a revelar a fonte” de onde partiram as informações sob a lista
de inquéritos pedidos pelo Procurador Geral Rodrigo Janot a partir dos
depoimentos de executivos da Odebrecht.
Diz o Valor que o “big boss” do STF exigiu que a PGR
preste “explicações ao Supremo sobre os fatos, que considerou criminosos”.
Gilmar valeu-se da coluna da ombudsman da Folha, Paula
Cesarino Costa onde se relata que representantes do Ministério Público Federal
se reuniram com jornalistas para repassar informações sigilosas numa espécie de
“entrevista coletiva em off”, “com a garantia de que as fontes das informações
não seriam identificadas nas reportagens”.
“Parece ser regra, e não exceção, vazar coisas em
sigilo. É uma caça de escândalo, uma vocação para a espetacularização. A
imprensa dá pouca relevância ao fato de que, quando praticado por funcionário
público, vazamento é conhecido como crime. Mais grave ainda é esta prática
ocorrer dentro da estrutura da PGR isso é constrangedor”, afirmou o ministro.
Gilmar disse, ainda, que os servidores que promoveram
o encontro “inoff” com repórteres cometeram “abuso de poder” e “não são dignos
de ocupar cargos públicos, porque foram irresponsáveis”. O vazamento, para o
ministro, “desmoraliza” o Supremo.
Quando a subprocuradora Ela Wiecko, presente à reunião
da 2ª Turma do STF onde o comentário foi feito,tentou argumentar que “a mídia
faz investigação, sim, e tem acesso, não sei como, a muitas informações,
estabelecendo o momento em que colocam essas notícias a público”, Gilmar
ironizou:
“Não vou acreditar que a mídia teve acesso a partir de
sessões espíritas”.
Uma Justiça que depende de Gilmar Mendes para dizer o
óbvio e pedir o respeito à lei está mesmo mal, muito mal.
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