Em depoimento dado hoje (4) em Curitiba,
Roberto Moreira, ex-diretor-regional em São Paulo da OAS Empreendimentos,
afirmou que o elevador instalado na reforma do apartamento tríplex do Guarujá,
cuja propriedade é tema de ação da Lava-Jato contra o ex-presidente Lula, foi
uma sugestão do arquiteto Paulo Gordillho, da empresa OAS.
Roberto Moreira acompanhou a visita do
ex-presidente ao Edifício Solaris em fevereiro de 2014 e a reforma feita no
apartamento 164-A naquele ano, segundo ele por orientações do presidente da OAS
Empreendimentos, Fábio Yonamine, e outra visita em agosto, na qual esteve
apenas Dona Marisa Letícia. E, segundo ele, este apartamento nunca teria sido
colocado à venda e estaria reservado para a ex-primeira-dama.
Segundo Roberto Moreira, a família de
Lula nunca assinou boletim de vistoria de recebimento de unidade, jamais tomou
posse das chaves ou adquiriu a escritura da unidade.
De acordo com Roberto Moreira, as reformas
foram feitas para que o imóvel fosse repassado ao ex-presidente, e custaram R$
1,1 milhão; os custos teriam sido pagos pela própria OAS Empreendimentos, sem
nenhuma forma de ocultação. Todos os pagamentos foram com notas fiscais em nome
daquela empresa.
Assim, Roberto Moreira confirmou
depoimento anterior concedido por ele mesmo ao Ministério Público, quando
afirmou que a unidade, caso não interessasse ao ex-presidente, poderia ser
vendida para outra pessoa.
"A reforma foi feita para o
ex-presidente. Se ele não se interessasse pela unidade, ela poderia ser vendida
para outra pessoa."
Quer dizer: o depoimento do executivo
deixa claro que foi a OAS a única responsável pela reforma no imóvel, que a fez
como esforço de venda para repassar o apartamento ao ex-presidente, através de
um contrato de compra e venda, que jamais se realizou.
Roberto Moreira desmentiu o depoimento
de Léo Pinheiro, ao dizer que não havia nenhum prazo de conclusão para a
reforma.
Em seu depoimento, feito como parte da
negociação de uma delação premiada, Léo Pinheiro disse que Dona Marisa queria
passar as festas de fim de ano no apartamento.
O apartamento, segundo Moreira, após
operação da Lava-Jato que prendeu Léo Pinheiro em novembro de 2014, seguiu
fechado como outras unidades que tinham problemas jurídicos no condomínio
Solaris.
Hoje, as chaves do apartamento estão em
posse da OAS.
Roberto Moreira disse não ter nenhum
conhecimento de acertos de vantagens indevidas em troca desse apartamento e da
reforma, nem qualquer relação com os negócios da OAS Construtora, outra empresa
do grupo, com a Petrobras.
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