Wevergton Brito Lima
A
informação veiculada nesta quinta-feira (4), pela agência BBC Brasil, dando
conta de que, em novembro deste ano, tropas americanas irão participar de
exercícios militares conjuntos na tríplice fronteira amazônica com os exércitos
brasileiro, peruano e colombiano, é uma grave e preocupante notícia.
Segundo
a agência, a operação é parte do AmazonLog,
exercício militar criado pelo Exército brasileiro a partir de uma atividade
feita em 2015 pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Hungria, da qual o Brasil
participou como observador.
Desta
operação resultou a criação de uma base militar supostamente multinacional, mas
na prática comandada pelos Estados Unidos, na Hungria.
À BBC
Brasil o Exército brasileiro negou que isso vá se repetir aqui e disse que a
atividade não servirá como embrião para uma possível base multinacional na
Amazônia.
“Não.
Ao contrário da OTAN, a qual é uma aliança militar, o trabalho brasileiro com
as Forças Armadas dos países amigos se dá na base da cooperação”, responderam
porta-vozes do Exército.
A “reaproximação” com os Estados Unidos comandada
pelos golpistas
Ainda
segundo a BBC a operação vem no esteio de uma série de novos acordos militares
pelas Forças Armadas de Brasil e Estados Unidos e visitas de autoridades
americanas a instalações brasileiras com o objetivo de “reaproximar” e
“estreitar” as relações militares entre os dois países.
“Em
março, o comandante do Exército Sul dos Estados Unidos, major-general Clarence
K. K. Chinn, foi condecorado em Brasília com a medalha da Ordem do Mérito
Militar. O comandante americano visitou as instalações do Comando Militar da
Amazônia, onde a atividade conjunta será realizada em novembro”, informa a
agência.
Apesar
de o Exército Brasileiro negar a possibilidade de uma base militar estrangeira
na Amazônia, esta “reaproximação” com os Estados Unidos promovida pelo governo
golpista de Temer contém claros sinais que não devem ser ignorados pelos
patriotas.
Ao
mesmo tempo em que entrega o pré-sal às transnacionais estrangeiras, trabalha
febrilmente para atacar o processo de integração latino-americana (prestando
assim um valioso serviço à geopolítica estadunidense) e promove um cerco
diplomático à países vizinhos hostilizados pelos Estados Unidos (como a Venezuela), o governo golpista
prepara-se agora para abrir a Amazônia, eternamente cobiçada pelos imensos
recursos naturais que abriga, à presença militar estadunidense.
É a
reedição, em versão atualizada, do projeto de transformar o Brasil em uma neocolônia
dos Estados Unidos, aviltando sua soberania nacional e oferecendo de mão
beijada, em troca de gordas recompensas para a elite e migalhas miseráveis para
o povo, as riquezas nacionais.
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