O
chefe da quadrilha?
Teve repercussão internacional a entrevista de Joesley
Batista, proprietário do grupo JBS, à revista Época neste final de semana.
Segundo ele, o golpista Temer é o verdadeiro chefão de quadrilha no país.
Joesley assegura que Temer é “chefe da maior e mais
perigosa organização criminosa” no Brasil. E afirma que a “organização”
comandada pelo golpista tem braços atuando na Câmara dos Deputados e em outras
instâncias do poder no país.
Falando sobre as investigações e denúncias da Operação
Lava Jato, ele diz que “os que não estão presos estão no Governo e são muito
perigosos”!
• Como funciona a nossa imprensa? Uma “viagem” pelas páginas eletrônicas dos nossos
jornais mostram a parcialidade e a vontade de manter os trabalhadores afastados
da política e dos debates mais importantes. A questão para a nossa imprensa é
confundir o máximo que puderem e fazer com que o povo comece a “odiar a
política”. Isso não é ocasional, mas bem estudado, planejado e executado.
Na noite deste sábado (17), passeando na Internet e
procurando notícias sobre as declarações do Joesley Batista vamos encontrar uma
chamada na página do jornal O Dia: “Joesley: Temer é ‘chefe de organização
criminosa’”. Reparem que colocam o nome do golpista fora da declaração, tentando
descaracterizar a acusação.
Mas a notícia muda de figura quando entramos nas
páginas de O Globo e do Estado de São Paulo. A manchete em ambos é idêntica:
“Lula e o PT institucionalizaram a corrupção no Brasil – diz Joesley”.
Entenderam? Tirar o foco do Temer porque é preciso manter o defunto vivo até
que as reformas sejam aprovadas. Depois? Ele que se ferre e o povo que continue
“odiando” a política.
• Crescimento econômico não existe! Segundo informes divulgados pelo Banco Central do
Brasil na segunda-feira (12), as previsões de crescimento da economia continuam
muito baixas diante da crise institucional que se instalou no país.
Pesquisas agora divulgadas pelo Banco mostram que as
expectativas de crescimento não passam de 0,5%, para os mais otimistas. E as
projeções para a inflação continuam em queda, demonstrando que o país está
naufragado em uma recessão.
• OIT desmente Temer.
A afirmação do relator da reforma trabalhista na Câmara, Rogério Marinho
(PSDB-RN), de que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) reconheceu que
o projeto que agora tramita no Senado não fere direitos dos trabalhadores gerou
mal-estar na organização, que teve de emitir dois comunicados a respeito nos
últimos dias. Motivou também o único momento tenso, terça-feira (13), na
monótona sessão em que foi lido o parecer de Ricardo Ferraço (PSDB-ES), na
Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado. No Valor Econômico
A OIT (organização Internacional do Trabalho) emitiu
dois comunicados, nos últimos dois dias, negando que tenha avalizado as
alterações na legislação trabalhistas propostas pelo governo brasileiro.
Marinho esteve em Genebra há três semanas e divulgou na
semana passada nota dizendo que “a OIT excluiu o Brasil da lista de possíveis
infratores das normas trabalhistas internacionais” e que, “com isso, a entidade
não avaliza as acusações de que a modernização das leis do trabalho no país
poderá infringir direitos do trabalhador”.
O deputado comemorava, assim, o fato de o Comitê de
Peritos para Aplicação das Convenções e Recomendações da OIT não ter incluído o
Brasil entre os 24 casos que serão discutidos pela Comissão de Aplicação de
Normas (CAN) da entidade durante a 106ª Conferência Internacional do Trabalho,
que ocorre em Genebra até sexta-feira.
• Reforma trabalhista não garantirá geração de empregos. Não há evidências de que a reforma trabalhista em
estudo no Brasil conseguirá gerar empregos. A avaliação é do diretor da
Organização Internacional do Trabalho (OIT), Peter Poschen. No Estadão
O dirigente criticou o discurso de que o país vai
“modernizar” a legislação trabalhista, mas sem estabelecer um objetivo.
“Concordo em modernizar, mas parece que o objetivo é bem vago”, disse.
Em audiência conjunta da Comissão de Assuntos
Econômicos (CAE) e de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, em maio, o diretor da
entidade rebateu o discurso do governo federal de que a reforma trabalhista
conseguirá melhorar as condições do mercado de trabalho.
O dirigente da OIT defendeu que o Brasil deveria
“definir melhor e ter objetivos claros” para a reforma trabalhista. Poschen
nota ainda que a experiência internacional indica que é importante contar com
um bom diagnóstico e é preciso “coerência das políticas”.
• Aumento do trabalho infantil no Brasil. Ao invés de brincadeiras, proteção e acesso à educação,
milhares de menores de idade vivem o drama de serem submetidas ao trabalho
infantil. Quase três milhões de crianças e adolescente estão nessa situação no
Brasil, segundo mapeamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Essa é uma das realidades destacadas no Dia Internacional contra o
Trabalho Infantil, celebrado na segunda-feira (12) em todo o mundo.
O estudo do IBGE mostra que os casos de trabalho
infantil entre crianças brasileiras de 5 a 9 anos vem crescendo desde 2013. A última
pesquisa, realizada em 2015, mostra que aproximadamente 80 mil crianças nessa
faixa etária estavam trabalhando. Cerca de 60% vivem na área rural das regiões
Norte e Nordeste. O número de trabalhadores precoces corresponde a 5% da
população que tem entre 5 e 17 anos no Brasil.
Em todo o mundo, a situação do trabalho infantil também
é alarmante. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 168
milhões de crianças estão nessas condições, sendo que 85 milhões delas estão
envolvidas em trabalhos considerados perigosos.
A legislação internacional define o trabalho infantil
como aquele em que as crianças ou adolescentes são obrigadas a efetuar qualquer
tipo de atividade econômica, regular, remunerada ou não, que afete seu
bem-estar e o desenvolvimento físico, psíquico, moral e social.
A Convenção Internacional 182 da OIT, da qual o Brasil
é signatário, estipulou as piores formas de trabalho infantil, entre elas, a
escravidão, o tráfico de entorpecentes, o trabalho doméstico e o crime de exploração
sexual, que, no caso dos dois últimos, vitimam principalmente meninas negras.
Essa convenção foi adotada no Brasil em 2008 por meio do Decreto 6.481, que
lista mais de 90 atividades que oferecem riscos para crianças e adolescentes. (Instituto do Observatório Social)
• Trabalho infantil na agricultura. O número de crianças de 5 a 9 anos de idade que
trabalhavam no campo aumentou 15,4% no Brasil de 2014 para 2015, de acordo com
dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2015), analisados
pela Fundação Abrinq. Em 2015, havia 67.125 crianças nessa faixa etária
trabalhando em atividades agrícolas, ante 58.188 em 2014.
É o segundo ano consecutivo em que o trabalho infantil
cresce nesse segmento; em 2013, eram 49.818 crianças entre 5 e 9 anos de idade
contabilizadas pelo IBGE na população ocupada em atividades agrícolas. O
crescimento evidencia “que a ocupação agrícola de crianças mais novas enfrenta
dificuldades de identificação, prevenção e combate”, destaca o relatório “O
Trabalho Infantil no Brasil o Desafio do Trabalho Infantil nas Atividades
Agrícolas”, divulgado hoje pela Abrinq.
O estudo é uma das ações da campanha 100 Milhões por
100 Milhões, uma iniciativa global do Nobel da Paz, Kailash Satyarthi, lançada
globalmente no “Laureates and Leaders for Children Summit 2016”, em Nova Déli,
na Índia, em dezembro de 2016, com a presença de líderes de todo mundo.
No Brasil, a campanha será coordenada pela Campanha
Nacional pelo Direito à Educação, com parceria temática do Fórum Nacional de
Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), e prevê também audiências
públicas na Câmara dos Deputados, no Senado. “No Brasil há tendência de
crescimento do trabalho infantil decorrente da crise econômica. Então,
decidimos promover um seminário para debater alternativas à crise econômica que
garantam os direitos sociais”, afirma Daniel Cara, coordenador da campanha no
Brasil.
“O objetivo é mostrar que o melhor antídoto ao trabalho
infantil, que vem crescendo, são políticas sociais. E é preciso ter uma
política econômica que ampare e promova os direitos sociais, especialmente de
crianças e adolescentes”, afirma Cara.
Ainda de acordo com os dados divulgados pela Abrinq,
85,5% da população entre 5 e 9 anos que trabalha atua especificamente em
atividades agrícolas. Embora o trabalho infantil seja proibido no Brasil pela
Constituição de 1988, ainda havia 2,7 milhões de crianças e adolescentes
brasileiros estão em situação de trabalho, ante 3,3 milhões em 2015.
Os números em geral vêm caindo em 2005, havia mais de
5,5 milhões de criança em situação de trabalho no Brasil, mas preocupam as
entidades o fato de que, no trabalho agrícola, a redução tem sido menos expressiva
quando comparada às demais atividades de trabalho.
O estudo da Fundação Abrinq também revela que 4,1% de
crianças e adolescentes (5 a 17 anos) que trabalham em atividades agrícolas no
Brasil (ou 35.084 em números absolutos) não sabem ler ou escrever. Estados como
Alagoas, Paraíba e Bahia têm taxa de analfabetismo três vezes maior que essa
média, com 12% de crianças e adolescentes ocupados no meio rural sendo
considerados analfabetos.
No Acre, esse indicador chega a 15,9%. E se a
estatística considerar apenas as crianças mais novas (5 a 9 anos) ocupadas no
campo no Brasil, 25% delas não sabem ler nem escrever.
• Isso é “escola sem partido”? O Ministério da Educação da Argentina acaba de aprovar
e já está distribuindo nas escolas públicas o novo “manual de redação” que traz
um conteúdo, no mínimo, muito estranho: propaga abertamente uma campanha contra
as greves e manifestações sociais. Os professores argentinos estão revoltados
com o material recebido!
Os livros trazem um texto adaptado do jornal Clarín,
que critica uma greve de trabalhadores, como exemplo do uso de formas
linguísticas. O “material didático” usa um editorial de 2004 intitulado “Um
protesto que prejudica o Congresso” e classificava como “inadmissível” a
paralisação do Congresso Nacional perante uma greve dos trabalhadores. O texto
ainda destacava que manifestações eram uma forma de “entorpecer a democracia” e
considera os atos dos manifestantes como fora da lei.
Os livros didáticos destinados a estudantes do 6º ano
ainda trazem uma história em quadrinhos onde um homem de terno repreende um
operário que estaria se manifestando.
O presidente da União dos Trabalhadores da Educação
(UTE), Eduardo López, criticou o atual ministro da Educação, Esteban Bullrich,
dizendo que existe muito interesse privado na educação para que se formem alunos
consumidores. "O jovem é um sujeito de direito, não um objeto de consumo
e, tampouco, um de doutrinamento para o governo", disse. (Matéria em Opera
Mundi)
• Lugo é eleito presidente do Senado paraguaio. O ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo foi eleito
presidente do Senado na quinta-feira (15). A sessão foi marcada por
desentendimentos e polêmicas após 20 senadores, contrários à eleição de Lugo,
terem deixado o Congresso Nacional no momento da votação, que foi encerrada
pelo presidente da casa, Roberto Acevedo.
O segundo vice-presidente do Senado, Carlos Filizolla,
reabriu a sessão e 24 dos 25 parlamentares restantes votaram pelo mandato de
Lugo, que tomará posse em 1º de julho e presidirá o Senado até junho de 2018.
Eduardo Petta, do Partido Encuentro Nacional (PEN), afirmou que a eleição foi
“totalmente ilegal”, mas não disse se o seu partido tentará reverter o
resultado.
Alguns parlamentares compararam o episódio com a
votação que ocorreu em março de 2017, quando 25 senadores, na ausência dos
demais, aprovaram uma emenda constitucional que permitiria a reeleição presidencial.
A emenda foi apoiada tanto pelos partidos governistas, visando a reeleição do
atual presidente do Paraguai, Horacio Cartes, quanto pelo partido de oposição
Frente Guasú, buscando a candidatura de Lugo para as eleições presidenciais de
2018. (Matéria em Opera Mundi)
• Piora situação dos trabalhadores na Argentina. Um relatório do Centro de Estudos Econômicos Sociais
Scalabrini Ortiz (CESO) constatou que o poder de compra dos trabalhadores,
aposentados e beneficiários de programas sociais argentinos diminuiu desde a
chegada de Mauricio Macri à presidência da Argentina.
O documento, divulgado na sexta-feira (09), apontou que
as atualizações e bônus recebidos desde novembro de 2015 não foram capazes de
acompanhar a alta dos preços. O estudo comparou a evolução do salário mínimo,
da aposentadoria mínima e do benefício social Asignación Universal por Hijo
(AUH) com valor teórico que eles teriam se tivessem acompanhado, na mesma
proporção, o Índice de Preços de Consumo (IPC) da cidade de Buenos Aires,
indicador utilizado como base do cálculo da inflação no país.
Os resultados apontam que a perda acumulada dos
trabalhadores foi de 10.341 pesos (equivalente a R$2.159,00), cerca de um
salário mínimo mensal acrescidos de 20%. Para os aposentados, a perda foi de
8.352 pesos (equilvalente a R$1.743,90) acumulados desde novembro de 2015, e os
beneficiários do AUH acumularam 287 pesos (equivalente a R$59,90) negativos.
Macri chegou à presidência com propostas neoliberais,
prometendo reduzir à inflação do país para 25%. Porém, o país enfrenta o pior
índice em 25 anos, chegando a marcar 41% em 2016. Em fevereiro, a taxa registrou
um aumento de 2,5%, somando mais de 25% em 12 meses, segundo dados do Indec
(Instituto Nacional de Estatísticas e Censos).
• A verdade sobre Porto Rico. Porto Rico é um território de grande importância estratégica para os
EUA. Na parte oriental do mar do Caribe, a leste da República Dominicana, é uma
passagem obrigatória para o Canal do Panamá e para o golfo do México, além da
proximidade com a Venezuela e ser importante base militar estadunidense.
Antiga colônia espanhola, Porto Rico foi invadido pelos
EUA em 1898 e, desde então, passou a ser conhecido como “estado associado aos
Estados Unidos” e seus cidadãos são tidos como cidadãos estadunidenses. Mas,
internamente, há um forte movimento pela independência que é abafado pela
polícia local e por agentes da CIA.
Na segunda-feira (12), em mais uma manobra de
Washington para garantir o seu poder no território porto-riquenho, o atual
governador anunciou o resultado de um plebiscito aprovando a anexação
definitiva aos Estados Unidos e disse que já encaminhou o pedido ao Congresso
estadunidense. O governador “lambe-botas”, Ricardo Roselló, correu para os
jornais dizendo que “hoje começa a segunda parte dessa gestação onde estaremos
exigindo que se faça valer a vontade do povo de Porto Rico”. E disse que “a
bandeira dos EUA passará a ter 51 estrelas”!
Mas a verdade é que as intenções estadunidenses e do
capacho Roselló estão muito distantes da realidade e da vontade do povo
porto-riquenho. No plebiscito de domingo (11) compareceram às urnas apenas 500
mil eleitores, de um total de 1.700.000 em condições de voto! Ou seja, menos de
um terço dos votos possíveis.
• Córdoba disputará eleição presidencial na Colômbia! Piedad Córdoba, ex-senadora e conhecida liderança em
defesa dos Direitos Humanos na Colômbia, anunciou oficialmente sua candidatura
para as eleições presidenciais de 2018!
Em sua mensagem ela diz que sua candidatura será vinculada
com os movimentos tradicionais do país: “Apresento-me com um projeto de base,
da gente, de colombianos simples. Serei presidenta longe das cúpulas e das
castas sociais”, escreveu em sua conta nas redes sociais. Sua proposta é criar
um espaço político de esquerda. “Estou concentrada em construir uma proposta
com as pessoas que pensam que seus problemas reais não foram resolvidos e
querem propostas claras para encontrar soluções”, escreveu.
• Venezuela prende marginais “opositores”. A polícia da Venezuela capturou e levou para
julgamento 23 pessoas envolvidas com ações violentas ocorridas na região de El
Paraíso, município de Libertador, na capital do país. A nota foi divulgada pelo
ministro de Relações Interiores, Justiça e Paz, Néstor Reverol.
Em mensagem divulgada, o ministro diz que os presos são
acusados de ferir quatro funcionários do corpo de segurança pública que estavam
retirando as barricadas de uma ponte. Eles portavam armas de fogo e explosivos
de fabricação caseira no momento da prisão e estão à disposição do tribunal de
Justiça para averiguações e julgamento. A nota destaca que as ações do grupo
deixaram vários feridos.
• Cristina Kirchner lança frente para disputar eleições. A ex-presidente argentina Cristina Kirchner lançou na
quarta-feira (14) a frente partidária Unidade Cidadã, que irá disputar as
eleições legislativas que serão realizadas em outubro com uma plataforma de
oposição ao governo de Mauricio Macri.
A nova frente foi apresentada por meio de comunicado
divulgado nas redes sociais da ex-presidente. Intitulado “Depois do engano e do
calote eleitoral: a segunda fase do ajuste”, o texto traz duras críticas ao
governo Macri, da aliança Cambiemos, e propostas para “frear o ajuste e
construir mais e melhor democracia”.
O documento recorda que o atual presidente, antes de
ser eleito, declarou que iria “terminar com a pobreza, a insegurança e a
exclusão”. No entanto, “na Argentina de nossos dias, a sociedade está sofrendo
em carne própria a reinstauração do modelo neoliberal, consequência do engano e
do calote eleitoral mais formidável de que se tem memória”, diz o manifesto.
“A democracia representativa exige que aqueles que
assumem cargos ou cadeiras por meio de eleição pelo voto popular devem cumprir
com os programas e as propostas que realizaram durante a campanha eleitoral.
Quando o povo vota, não dá cheques em branco; elege entre pessoas que encarnam
ideias, formulam programas e propostas de governo”, segue o texto. (Matéria em Opera Mundi)
• Trump e a América Latina (1). Em poucos anos Washington está reconquistando o espaço
que havia perdido na América Latina nos poucos anos marcados pelos governos de
Lula, Chávez, Kirchner, Lugo, Pepe Mujica e outros. Rapidamente aproveita-se de
projetos de independência que foram abandonados pelos governos golpistas da
região e colocam os países que ainda resistem em constante ameça de novos
golpes de Estados.
Oito dos nove cabos submarinos que ligam a América do
Sul à Europa passam pelos EUA. Você sabia?
E essa é uma situação muito grave quando vivemos em um
mundo interligado pela rede mundial de computadores e ficamos sabendo que mais
de 90% de todo o tráfico de Internet da nossa região é controlado por
Washington.
Em um excelente artigo publicado por Sputnik News, Raúl
Zibechi analisa os dados divulgados pela empresa espanhola Eulalink sobre um
projeto de cabo submarino que seria construído a partir de 2018 unindo o Brasil
com Portugal e Espanha, sem passar pelos EUA!
Para se ter uma ideia do tamanho do problema, ele
lembra que, por exemplo, um correio eletrônico entre Santiago do Chile e Buenos
Aires, duas cidades separadas por 1.400 quilômetros, percorre mais de 15.000
quilômetros através do Pacífico até chegar na costa da Califórnia, atravessar
os EUA, chegar a Miami e atravessar o atlântico pelos cabos submarinos
existentes (no Ceará) antes de chegar ao destino!
• Trump e a América Latina (2). Ao anunciar oficialmente que os EUA estariam
suspendendo os acordos feitos por Obama em relação a Cuba, Trump prometeu que
seu governo “conseguirá rapidamente” impor uma “Cuba livre”, falando das novas
políticas estadunidenses em relação à Ilha.
Em um discurso raivoso e absolutamente desrespeitoso em
relação à autodeterminação das nações, Trump afirmou que “É dever dos EUA
assegurar que tenhamos liberdade em nosso hemisfério, seja em Cuba ou na
Venezuela”.
“Não levantaremos as sanções ao regime cubano até que
todos os prisioneiros políticos sejam libertados, até que se respeite a
liberdade de reunião e de expressão, até que todos os partidos políticos sejam
legalizados e se convoquem eleições supervisionadas internacionalmente”, disse.
Mas esclareceu que manterá aberta a embaixada estadunidense em Havana.
Trump assegurou que será mantido o embargo econômico
contra Cuba e que não respeitará qualquer decisão internacional pelo fim do
bloqueio. Sua política “reafirma o embargo contra Cuba e se opõe a qualquer convocação
das Nações Unidas e outros fóruns internacionais para o seu fim”.
• A exploração infantil no mundo. As estatísticas registram que 168 milhões de crianças
são vítimas de trabalho infantil no mundo. Desses, mais de 80 milhões estão
correndo risco de vida e realizam trabalhos considerados perigosos. A Ásia e a
África são os continentes com maior número de crianças em situação de risco:
quase 78 milhões!
Na América Latina e Caribe são registradas cerca de 13
milhões de crianças, meninos, meninas e adolescentes, em trabalhos perigosos.
Mais de 50% do trabalho infantil na nossa região está na agricultura, em função
do altíssimo nível de informalidade.
• Isso é capitalismo!
Um relatório recente divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF)
revelou que uma em cada cinco crianças em países desenvolvidos vive em situação
de pobreza e uma em cada oito passa por deficiência alimentar.
O informe intitulado “Construindo o Futuro” destaca que
a economia dos países mais desenvolvidos dificulta o cumprimento das metas para
crianças e jovens relacionadas nos “17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.
Nos países mais ricos do mundo existem as mesmas
ameaças que nos países subdesenvolvidos para o futuro dos mais jovens: pobreza,
violência, baixo nível de educação (ou total falta de), são alguns dos itens
relacionados.
Simplificando: 67 milhões de crianças vivem em pobreza
extrema, no mundo; 20% das crianças em países ditos “desenvolvidos” vivem na
pobreza; na Dinamarca e na Islândia, a pobreza afeta uma em cada 10 crianças;
na Romênia e em Israel a pobreza chega a uma em cada três crianças!
• O fascismo avança!
Por onde passam os planos e golpes estadunidenses vai crescendo rapidamente a
ideologia fascista. E a Ucrânia não poderia ser diferente.
Segundo nota divulgada pela página do presidente
golpista ucraniano, Petró Peroshenko, na Internet, passa a ser proibido o
símbolo de São Jorge que lembra a resistência contra os nazistas no país. A
multa pode chegar a 5.100 grivnas (cerca de 190 dólares) e penas que podem
chegar a 15 dias de prisão.
Vamos entender melhor o absurdo da nova “lei”
ucraniana?
Acontece que a imagem e fitas de São Jorge são
lembradas como símbolo da resistência contra os nazistas. Em 1943, no auge da
guerra mundial e enfrentando a invasão das tropas hitleristas, o Exército da
União Soviética criou uma condecoração chamada “Ordem da Glória”, para os
soldados que se destacavam pela sua coragem diante do inimigo. A homenagem
trazia uma imagem de São Jorge, com a fita que era característica.
A imagem de São Jorge e a fita passaram a ser símbolo
da resistência ao nazismo, mas agora estão proibidas por um decreto do
presidente golpista financiado por Washington.
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