JBS
patrocinava eventos de Gilmar MENDES
FERNANDO BRITO
A notícia da Folha de S.
Paulo publica hoje, de que a JBS patrocinava os megaeventos do IDP - Instituto
de Direito Público, pertencente a Gilmar Mendes coloca toda a constelação da
República na desconfortável situação de ter tido suas despesas pagas,
indiretamente, por Joesley Batista.
De acordo com o IDP e a JBS,
um dos congressos incluídos nos patrocínios ocorreu em abril, em Portugal,
pouco mais de uma semana depois de sete executivos do frigorífico firmar um
acordo de delação com o Ministério Público Federal. Participaram daquele
encontro magistrados, ministros do governo Michel Temer, além de advogados e
políticos, diz a Folha.
Há uma imprecisão, Temer foi
a outro, também em Portugal, igualmente patrocinado pela JBS, embora seu nome
não aparecesse na lista de patrocinadores.
Mas não faltou gente “importante” neste de abril, já depois da delação
de Joesley Batista.
Lá estavam Fernando Henrique
Cardoso, Aécio Neves, João Doria e uma vasta coleção de ministros do STF,
STJ, Ricardo Barros (Saúde), Osmar Terra
(Desenvolvimento Social e Agrário), Bruno Araújo (Cidades), ministros do
governo Temer, o desembargador João Gebran Neto (a quem sobem os recursos sobre
as decisões de Sérgio Moro), Paulo “Pato” Skaf e uma legião de convidados, que
pode ser conferida, no programa do evento.
É lógico que, à exceção de
Gilmar Mendes, um dos sócios do IDP, os demais não poderiam saber que Joesley Batista pretendia bancar as despesas
da delegação.
A história de que o dinheiro
foi devolvido em maio, depois do escândalo da JBS, porque “chegou depois” e
“não foi gasto” é o primeiro caso de “patrocínio póstumo” a um evento que já se
realizou. Alguém pode achar que é igual a devolução de mochilas.
Está tudo bem documentado, no
Youtube, e nem sequer se pode dizer que o patrocínio havia, porque a JBS não
aparece nem na lista de patrocinadores, nem na de “apoiadores”.
Mas se o Ministro Gilmar
Mendes, como diz, não vê nada de estranho e que, até o escândalo, a JBS tinha
“reputação ilibada”, faria bem em tornar público o contrato de patrocínio e as
datas de pagamento que ele prevê.
Até porque, de Lula se
exigiu, e ele mostrou, quem e quanto se pagou por suas palestras.
O Ministro Gilmar Mendes, com
isso, poderia prestigiar a nova vertente do Direito, que diz que quem fica sob
suspeita é que tem de provar sua honestidade, não o contrário.
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