O
subemprego dispara no país.
O artigo foi assinado pelo presidente da CUT, Vagner
Freitas, e chama a atenção para a disparada do subemprego no país com o governo
golpista de Temer. Ele utiliza como base de suas avaliações a recente pesquisa
divulgada pelo IBGE.
O total de trabalhadores subempregados aumentou para
11,5% – pulou de 5,2 milhões para 5,8 milhões – no 2º trimestre, segundo o
IBGE.
E o total da força de trabalho subutilizada – que
inclui desempregados, subempregados e a força de trabalho potencial (pessoas
que não procuram empregos) – chegou a 26,3 milhões de pessoas no mesmo período.
Os dados da tragédia brasileira, que constam da
pesquisa ampliada da Pnad Contínua, divulgada nesta quinta-feira (17), é a
maior comprovação de que o governo golpista e ilegítimo de Temer legalizou o
“bico”. É o fim do contrato de trabalho formal, da carteira assinada, dos
direitos.
A pesquisa também trouxe dados sobre o desempregado,
que hoje atinge 13,5 milhões de pessoas em todo o Brasil. O maior contingente de
trabalhadores afetados pelo golpe vive na região Nordeste, onde 3,9 milhões
estão desempregados.
• O impressionante desemprego no Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro tinha 1,3 milhão de desempregados ao
final do primeiro semestre deste ano, 400 mil a mais que no mesmo período de
2016. Não fosse a informalidade – camelôs, trabalhos caseiros e outros – a
situação seria ainda mais alarmante, avisa o coordenador de Trabalho e
Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
Para se fazer uma comparação, por alto, a população da
capital portuguesa, Lisboa, tem pouco mais de 506 mil habitantes! A população
de Washington (EUA) é de pouco mais de 681 mil habitantes!
A realidade pode ser vista por qualquer um que mora no
Rio. A informalidade está nas ruas, com pessoas vendendo quentinhas, dando um
jeito de fugir da situação do desemprego.
• Na saúde, menos recursos para os municípios. A direita golpista, que nunca usou os serviços públicos
de saúde porque conta com bons planos médicos particulares, durante os últimos
anos usou a rede pública para criticar o governo do PT, inclusive divulgando
notícias falsas sobre os atendimentos hospitalares. E agora deve estar ainda
mais contente, porque as novas medidas do governo golpista vão cortar os
recursos para a saúde nos municípios em mais de 90%.
O Departamento de Assistência Farmacêutica do
Ministério da Saúde oficializou o encerramento de repasses para o Programa
Farmácia Popular, criado em 2004, no primeiro governo do ex-presidente Lula. A
medida é um retrocesso na saúde pública e irá atingir principalmente a
população de baixa renda, que até então recebia gratuitamente remédios para
controle de hipertensão, diabetes, asma, doenças nefróticas, distúrbios de natureza
psiquiátrica e outras patologias.
Pelas novas diretrizes, o programa Farmácia Popular
passou a ser responsabilidade dos municípios e funciona somente com a rede
credenciada, reduzindo de 112 para 25 o número de remédios repassados à população.
Mas a maldade continua. Antes o Ministério da Saúde disponibilizava R$ 5,10 por
habitante/ano para que os prefeitos gastassem com medicamentos. Esse recurso
agora é de apenas R$ 0,48. Uma redução drástica de mais de 90% do valor, que já
era irrisório.
• Como nos tempos da ditadura militar. A Universidade Federal de São Paulo viveu, na sexta-feira
(11), situação semelhante às que víamos durante o regime militar no país.
Durante um encontro com educadores e alunos, o auditório foi invadido por
policiais militares fardados que ocuparam lugares na plateia e passaram a
perturbar o andamento dos trabalhos.
A reitoria da Universidade Federal de São Paulo e a
diretoria acadêmica do campus Baixada Santista publicaram nota de
esclarecimento sobre o episódio da invasão de uma audiência pública naquele
campus, na cidade de Santos (SP). Nessa audiência, destinada a debater o Plano
Estadual de Educação em Direitos Humanos, dezenas de PMs, fardados e à paisana,
ameaçaram e ofenderam seus participantes, além de realizarem manifestações
públicas de intolerância.
A Nota da entidade diz que “A Universidade Federal de
São Paulo (Unifesp) vem a público reafirmar o seu compromisso com a garantia,
promoção e defesa de direitos humanos. Para a Unifesp, os direitos humanos
constituem princípio no cumprimento de sua função educativa e de produtora de
conhecimento, bem como na sua cultura institucional. Somos contrários (as) e
combatemos qualquer forma de violência e violação de direitos e nos colocamos
implicados (as) na promoção de uma cultura de direitos humanos”.
“Nesse sentido, reconhecemos a importância e apoiamos a
construção do I Plano Estadual de Educação em Direitos Humanos de São Paulo
(PEEDHSP). Enviamos informações para a construção do eixo sobre o ensino
superior do documento base e, também, cedemos espaço físico para a audiência
regionalizada em Santos para discutir o texto do I Plano que foi realizada pelo
Comitê Estadual dos Direitos Humanos de SP, Conselho Estadual de Defesa dos
Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Escola da Defensoria Pública do Estado de
São Paulo (Edepe) e Ouvidoria Geral da Defensoria Pública de SP”.
“Reafirmamos que esta Universidade está pautada pelo
princípio da democracia e da autonomia; e assim, acolhe a comunidade para
realizar ações de natureza pública, inclusive abordando temas polêmicos e que necessitam
de ampliação do diálogo”.
Como seria de esperar, o governo do estado de São Paulo
não se pronunciou sobre o assunto!
• E o salário mínimo, oh! O empresariado brasileiro está eufórico com o governo golpista que
colocaram no poder. A previsão de que o salário mínimo passasse para R$ 979 foi
cortada em R$ 10 para cada trabalhador brasileiro, passando a previsão para R$
969, em 2018.
Além do corte no salário mínimo, o governo anunciou na
terça-feira (15) uma série de medidas para aumentar a arrecadação. Entre elas,
o congelamento do salário dos servidores e a criação de teto salarial no serviço
público. Nenhuma delas, no entanto, afeta as grandes fortunas.
Vale lembrar que a redução na previsão do mínimo vai
afetar também aposentados e beneficiários de seguro-desemprego, abono salarial,
BPC e Loas que também receberão menos, já que os benefícios previdenciários
seguem o valor do salário mínimo.
Números oficiais mostram que, atualmente, 66% dos
aposentados recebem somente um salário mínimo.
• A destruição do Banco do Brasil. O Banco do Brasil há bem pouco tempo era a maior
instituição financeira da América Latina. Hoje, com o golpista no poder, parece
que a coisa já mudou bastante e o BB vai perdendo sua importância no cenário
econômico brasileiro e regional.
Desde janeiro, 402 agências foram fechadas, funções
extintas e postos de trabalho, cortados. Em um ano - junho de 2016 a junho de
2017 - foram eliminadas 10.012 vagas. Somente pelo PEAI (Plano Extraordinário
de Aposentadoria Incentivada) saíram 9,4 mil funcionários e o banco agora conta
com 99.603 bancários.
Com o quadro reduzido, aumenta a sobrecarga de
trabalho, o estresse e, consequentemente, o adoecimento. O atendimento à
população também fica comprometido. Prejuízo para os correntistas e também para
o país, que, aos poucos, vai perdendo o BB. Os bancos privados agradecem!
• Temer atropela os comerciários! Por decreto, o golpista Temer declarou que as
atividades de supermercados passam a ser “essenciais”, o que garante mais um
roubo contra o trabalhador comerciário que será obrigado a trabalhar nos
domingos e feriados sem receber qualquer vantagem por isso.
Atualmente, a Lei garante que os supermercados só podem
abrir nesses dias se firmarem acordo com o Sindicato e oferecerem condições
mais vantajosas como auxílio refeição, majoração da hora trabalhada e folga
adicional.
Sindicalistas argumentam que o parágrafo 1º do Art. 9º
da Constituição Federal determina que cabe à Lei definir o que é atividade
essencial e não a um decreto presidencial. E ainda: a Lei 7.783 de 1989, promulgada
com o intuito de definir as atividades essenciais, não garante que tais
serviços sejam regulamentados por decreto presidencial. Mas no Brasil do golpe
tudo é possível. Ele já rasgou a Constituição tantas vezes que virou coisa
comum.
• Livres para matar!
Como dissemos no Informativo anterior, com o governo Temer os grandes latifundiários
estão cada vez mais livres para a violência contra os que lutam pela terra!
Na tarde de segunda-feira (14), o Acampamento Padre
Josimo, em Carrasco Bonito, na região do Bico do Papagaio, estado Tocantins,
foi incendiando. As 80 famílias acampadas foram surpreendidas com o incêndio de
grandes proporções que queimou mais de 50 barracos.
“Eles estavam no acampamento quando o fogo começou.
Adultos e crianças tentaram controlar as chamas, mas como estamos no período
seco e o lugar é extenso, o fogo foi pulando de barraco para barraco”, relatou
o coordenador do MST no Tocantins, Antônio Bandeira.
Os trabalhadores da região denunciam que já vinham
sofrendo ameaças, o que desperta suspeitas sobre a autoria do crime. “Há cerca
de dez dias uma figura política, um fazendeiro e empresário da região [...]
andou dizendo que em breve os acampados poderiam receber uma surpresa”, disse
Messias Barbosa, da coordenação do MST.
A ação não deixou vítimas fatais, mas algumas famílias
perderam todos os seus pertences, além de uma grande quantidade de alimentos
que foi queimada. O MST no Tocantins denuncia a negligência do Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária no estado (INCRA-TO), frente os
inúmeros alertas do movimento sobre a situação de assédio que os trabalhadores
acampados vinham sofrendo.
O acampamento está situado em um assentamento do Incra,
criado na década de 90, numa região de forte disputa entre trabalhadores rurais
Sem Terra e fazendeiros, políticos e empresários, que tentam de toda forma se
apropriar da área pública. (Matéria na
página do MST)
• É preciso resistir!
Os movimentos e organizações que compõe a Jornada Continental pela Democracia e
contra o Neoliberalismo e a Campanha Global contra o poder das corporações
convocaram o ato político “Resistências dos povos contra o neoliberalismo, o
poder corporativo, e pela democracia” que acontecerá na terça feira, dia 22 de
agosto, no auditório da APEOESP (Praça da República, 282) as 19hs, São Paulo. O
ato faz parte do processo de mobilização dos movimentos sociais do Brasil para
o Encontro Continental da Jornada Continental que acontecerá entre os dias 16 e
18 de novembro em Montevideo - Uruguai e reunirá mais de 3 mil pessoas de
diversas organizações dos países da região.
Entre os movimentos que estarão presentes estão Via
Campesina, Jubileu Sul Américas, ATALC, Confederação Sindical das Américas -
CSA, Marcha Mundial das Mulheres, CUT, MAB, MTST, Espaço Sem Fronteiras entre
outros.
• O sindicalismo na encruzilhada! (1) (Ernesto Germano Parés)
Em 1995 foi publicado no Brasil o livro “O fim dos
empregos – o declínio inevitável dos níveis dos empregos e a redução da força
global de trabalho”, de Jeremy Rifkin. Só fui ler no início de 1996 e fiquei
profundamente impressionado com os dados que ele apresentava.
Parte dos meus companheiros na esquerda criticava o
livro e dizia que Rifkin não merecia credibilidade e outras coisas parecidas.
Mas eu fiquei realmente “balançado” com o livro e cheguei a fazer duas ou três
palestras debatendo o tema com grupos de trabalhadores de diversas áreas de
atividades e mostrei a eles alguns dados apresentados no livro sobre as
mudanças no mundo do trabalho: trabalho em casa, mão de obra temporária,
avanços da informática, terceirização, quarteirização, etc.
Ainda que o livro tenha uma visão voltada para os EUA e
para a Europa, onde os avanços tecnológicos já estavam bastante desenvolvidos,
provoquei entre os participantes das palestras alguns questionamentos: a
informática e a automação já entraram no seu universo de trabalho?
Como era de esperar, em 1996 já se sentia fortemente as
mudanças desse novo “mundo do trabalho”. Companheiros bancários, metalúrgicos,
químicos e outros que participavam dos cursos contaram suas experiências com a
introdução de novas tecnologias e como os empregos estavam desaparecendo. Os
conhecidos “trabalhadores especializados”, os que tinham a memória técnica da
empresa onde trabalhavam, os que haviam cursado programas de especialização
para galgar uma droga de posto na empresa agora eram facilmente substituídos
por trabalhadores sem qualquer experiência anterior, mas capazes de operar
máquinas que trabalham sozinhas!
Lembro que, na época, discutia-se muito o chamado
“trabalhador multifuncional”, uma invenção dos patrões para explorar ainda
mais. Os trabalhadores agora precisavam ter múltiplas funções para não se
tornarem obsoletos. Por exemplo, um torneiro mecânico amigo meu precisou
aprender também a afiar suas próprias ferramentas (chamadas bits) e fazer a
lubrificação da máquina antes de sair.
Por que estou lembrando isso? Porque ontem recebi dois
textos muito importantes que ainda estou terminando de ler e pretendo debater
aqui com os companheiros. Um dos documentos, bem curto, traz por título “OIT
creará Comisión Mundial sobre el Futuro del Trabajo”; o outro, bem longo, trata
da crise do sindicalismo europeu e as novas características do trabalho no
mundo neoliberal.
A OIT (Organização Internacional do Trabalho) está
preocupada com o crescimento exponencial do desemprego no mundo e o problema da
desqualificação da mão de obra com empregos temporários, subempregos,
terceirizações, etc. Desde já, o anúncio de que será criada uma comissão para
estudar o tema apresenta como principal preocupação o fato de que, em 2017, a
taxa mundial de desempregados chegue a 5,8% da população em idade ativa. Ou
seja, terminaremos o ano com mais 3,4 milhões de pessoas desempregadas. Ao
todo, no próximo Natal e Ano Novo, teremos cerca de 201 milhões de
trabalhadores desempregados no planeta. Dá para comemorar?
Como seria de esperar, todas essas mudanças no mundo do
trabalho e nas relações trabalhistas alterou profundamente a vida sindical.
Estamos diante de um fenômeno intrigante e muito pouco analisado pelos estudiosos
do sindicalismo mundial: ao longo da história, os momentos de grandes mudanças
na exploração do trabalho provocaram crescimento da resistência e aumento na
participação sindical. Foi assim no início do capitalismo, da exploração desenfreada,
que culminou com o surgimento de grandes sindicatos como conhecemos hoje. Foi
assim na crise entre guerras que registrou impressionante crescimento nos
sindicatos, foi assim no final da Segunda Guerra com os sindicatos assumindo a
defesa do socialismo e dando saltos no número de filiados e militantes
apaixonados.
Agora, diante do massacre neoliberal que vem sendo
imposto aos trabalhadores do mundo, vemos o movimento sindical recuando em
número de participantes e associados. Os sindicatos esvaziados e os trabalhadores
desmobilizados. Mesmo na França, tradicional berço do sindicalismo combativo
com o surgimento dos “Syndics” (origem dos sindicatos) e “Compagnes”, hoje não
temos mais do que 8% de trabalhadores filiados às suas entidades de classe! A antes
poderosa CGT francesa, primeira central sindical do mundo, criada em 1895 e que
serviu de referência ao movimento sindical durante anos, está mergulhada em
crise e paralisada diante da ideologia neoliberal europeia.
Estará o movimento sindical diante de uma encruzilhada?
Qual (ou quais) a causa? Há alternativa?
(Esse artigo vai continuar)
• Colômbia: greve dos mineiros completa um mês! Os trabalhadores mineiros dos municípios de Segovia e
Remedios, no departamento de Antioquia (Colômbia) completaram nesta semana 30
dias de greve! Eles reivindicam os direitos ancestrais de exploração e
denunciam a nova legislação do governo que beneficia grades empresas do setor.
O movimento teve início no dia 20 de julho e o
presidente da Associação (Mesa Minera del Nordeste), Eliober Castañeda, havia
dito que o movimento era pacífico e desejava apenas abrir um canal de
negociação.
Os mineiros denunciam que suas reivindicações continuam
sendo desprezadas pelo governo que tem um acordo com a multinacional Zandor
Capital e só está favorecendo grandes multinacionais. Em nota eles denunciam
também que estão sendo duramente reprimidos e falam da violência usada pelo
esquadrão móvel antidistúrbios que vem atacando a população local.
• Qual será a reação da “oposição democrática”? Claro... como temos demonstrado em uma série de
artigos, a tal “oposição democrática” da Venezuela nada tem de democrática e
nem demonstra interesse em participar do processo político da nação. Seu
interesse é tumultuar para justificar um golpe estadunidense. Mas, qual será
sua posição agora?
A Assembleia Nacional Constituinte (ANC) da Venezuela
aprovou no sábado (12) o adiantamento de dezembro para outubro das eleições
regionais, que deveriam ter ocorrido no final do ano passado e que haviam sido
suspensas em duas ocasiões.
Com o acordo, a presidenta Assembleia Constituinte,
Delcy Rodríguez, afirma que as eleições regionais consolidarão a “paz e a
tranquilidade” trazidas pelo pleito para escolher os representantes do próprio
órgão, realizado no último dia 30 de julho. Além disso, Rodríguez afirmou que
“fatores antidemocráticos” não terão espaço para repetir suas “agendas
violentas e criminosas de desestabilização”.
A Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal aliança
de oposição do país, ainda não se pronunciou sobre a antecipação das eleições.
• De olho na Argentina.
Como aconteceu anteriormente, com a estranha vitória de Mauricio Macri com
apoio de Washington, devemos acompanhar atentamente o que está acontecendo nas
eleições primárias na Argentina. É difícil entender o motivo de um povo que vem
sendo massacrado pelas medidas neoliberais do novo governo e os constantes
aumentos nas tarifas públicas dar a vitória a esse mesmo governo nas urnas.
Será um alerta para o Brasil?
A verdade é que o presidente Macri saiu vitorioso após
os resultados das primárias legislativas terem sido anunciados na noite de
domingo (13). Os candidatos da coalizão “Cambiemos” tiveram um excelente
resultado e mostraram que são a principal força política do país, segundo
algumas agências.
Além das primárias servirem como “termômetro” para as
próximas eleições legislativas (22 de outubro), as eleições de domingo
representaram um momento considerado importante para a consolidação do
“macrismo”. Mas foi também um teste do desgaste do “peronismo” nos últimos
anos.
Todo o processo está rodeado de denúncias de fraudes
eleitorais e parte da imprensa internacional espera alguma explicação de Macri.
O ministro do Interior, Rogelio Frigerio, não conseguiu dar uma explicação
plausível sobre os motivos que levaram a Justiça Eleitoral suspender as
contagens quando estavam apenas com 95,6% dos votos apurados. Segundo ele,
houve “problemas técnicos no correio” e muitos votos chegaram inválidos!
Na principal disputa, a vaga no Senado pela província
de Buenos Aires, a “justiça” declarou empate técnico entre a ex-presidenta
Cristina Fernández (34,11% dos votos contados) e o candidato macrista Esteban
Bullrich (34,19% dos votos contados). Uma recontagem só será divulgada no final
de agosto, mas não há explicação para anular os mais de 4% dos votos restantes.
• Cuba prefere formar médicos! Enquanto Donald Trump amplia a verba do Pentágono para
financiar novas guerras e passa o dia ameaçando outros países com invasões
militares, o governo cubano prefere formar médicos!
Durante o ano universitário de 2016/2017, Cuba formou
14.685 profissionais de saúde, entre eles 920 alunos procedentes de 79 países,
incluindo EUA! Conhecida pela qualidade dos seus sistemas de educação e de
saúde, a pequena Ilha do Caribe formou em um ano mais médicos do que tinha no
país na época da revolução, em 1959!
Só para comparar, em 1959 Cuba tinha 6.000 médicos para
uma população de 6 milhões de habitantes, um médico para cada 1.000 cubanos! E
vale registrar que, naquele ano, a metade dos médicos decidiu abandonar o país
para ir trabalhar nos EUA depois de receberem uma proposta econômica muito boa,
uma tática de Washington para esvaziar o país de Fidel Castro.
O governo cubano voltou todos os esforços e atenções
para a formação de médicos e para uma educação pública de qualidade, ampliando
também todo o sistema de saúde no país.
Atualmente, com uma população de 11,2 milhões de
pessoas, Cuba conta com 7,7 médicos para cada grupo de 1.000 habitantes, a mais
alta média no planeta! O Estado mantém o monopólio na área de saúde, com um
extenso programa de saúde preventiva e médicos da família, muito mais eficaz do
que a saúde curativa que se aplica nos países capitalistas para enriquecer
laboratórios farmacêuticos.
• Vamos ser marcados como gado? Parece que o futuro está se mostrando um pouco sombrio
para quem luta por liberdade e contra o neoliberalismo. Depois das grandes
manifestações em julho passado, quando milhares de pessoas ser reuniram em
Hamburgo (Alemanha) para protestar contra o encontro do G-20 e contra o
neoliberalismo, o ministro da Justiça alemão resolveu “fichar” todos os que
lutam contra a globalização capitalista!
Isso mesmo, o senhor Heiko Maas, o tal ministro de
“justiça” do governo alemão, reclama que não pode aplicar ações repressivas
contra os militantes anticapitalistas porque são oriundos de vários países
europeus. Ele está sugerindo a criação de um “registro europeu de extremistas”!
Ele diz que “no que se refere a extremistas, não temos
na Europa uma base de dados suficientes” e que é “necessário que as forças de
segurança dos países europeus levem a cabo um registro das pessoas que participam
de convocatórias contra o sistema e contra o neoliberalismo”. Ele está propondo
a criação de um registro que possa ser consultado por qualquer país membro.
O ministro anunciou também que seu governo já decidiu
destinar mais fundos para vigiar o que qualificou de “grupos violentos” que
lutam contra o neoliberalismo.
• Virgínia (EUA) não é um caso isolado! Os acontecimentos de sábado (12) no estado de
Virgínia, EUA, não podem ser analisados isoladamente e merecem muita atenção de
nossa parte. Há tempos temos comentado no Informativo sobre o crescimento
acentuado do fascismo no mundo e como isso está influindo nas lutas sociais. Já
mostramos como esses grupos fascistas amedrontam sindicalistas e lutadores
populares e como agem sob o beneplácito de muitos governos.
Há pouco mais de um mês, dezenas de manifestantes da
ultradireita estadunidense realizaram um protesto na cidade de Charlotteville,
na Virgínia, para protestar porque o governo local decidiu retirar do parque público
uma estátua do general Robert E. Lee, conhecido líder dos separatistas
defensores da manutenção do escravismo no país. E os manifestantes se
declararam publicamente como integrantes da Ku Klux Klan, a conhecida
organização racista fundada na segunda metade do século XIX e que era
considerada como extinta há alguns anos!
No último sábado (12), no mesmo local, uma grande
manifestação da KKK voltou às ruas, agora multiplicados os participantes e
demonstrando muito mais beligerância. Levavam bandeiras dos confederados
(símbolo dos que defendiam a escravidão na Guerra de Secessão) e gritavam
slogans nazistas do tipo “Sangue e Terra”, lema do Ministério da Agricultura de
Hitler! Bandeiras e cartazes pediam o “fim da imigração”.
Em certo momento, ao perceberem a presença de pessoas
que eram contrárias à manifestação, partiram para a agressão aberta e causaram
muito tumulto. O saldo divulgado pela imprensa local fala de um morto e cerca
de 30 feridos. Comentários populares dizem que o número foi bem superior.
Porém o que nos causa mais preocupações foi a reação do
presidente Donald Trump. Em entrevista coletiva de imprensa, ele culpou “vários
lados” pela violência, sem condenar explicitamente os grupos neonazistas.
“Condenamos nos termos mais firmes possíveis essa exibição atroz de ódio,
fanatismo e violência procedente de vários lados. O ódio e a divisão devem
parar agora. Temos que nos unir como norte-americanos como amor à nossa nação”.
Trump também não respondeu às perguntas de jornalistas,
que questionavam se ele considerava o atropelamento de manifestantes
antirracistas um ato de terrorismo.
E o fascismo vai crescendo no planeta!
• Afinal, de onde vem o terror? Segundo dados das ONG's Nation Institute e Center for
Investigative Reporting, ataques ligados à extrema direita nos EUA representam
quase o dobro a mais do que atentados islâmicos.
Donald Trump repetidamente alega que o terrorismo
islâmico é a maior ameaça à segurança doméstica. Mas a marcha de supremacistas
brancos, neonazistas e simpatizantes da ultradireita em Charlottesville no sábado
(12) trouxe à tona um problema que pode ser muito maior. De acordo com dados
compilados pelo Nation Institute e pelo Center for Investigative Reporting e
publicados em 22 de junho, simpatizantes da extrema-direita cometeram quase o
dobro de ataques em solo estadunidense do que extremistas islâmicos entre os
anos de 2008 e 2016.
O relatório contabilizou um total de 201 incidentes terroristas
domésticos no período, sendo que 115 deles foram cometidos por seguidores de
ideologias de direita, tanto os chamados defensores da “supremacia branca”
quanto militantes patrióticos e neonazistas.
Outros 63 foram motivados por ideologia política teocrática
aventada por grupos como o Estado Islâmico (EI). Dezenove casos registrados no
período foram cometidos por organizações que seriam de extrema-esquerda,
incluindo ativistas do meio ambiente, de direitos humanos e anarquistas.
A ONG Southern Poverty Law Center (SPLC), que monitora
grupos de ódio nos EUA, contabiliza 917 organizações extremistas em atividade
hoje no país. Elas se dividem em vários níveis e segmentos, como os supremacistas
brancos (que acreditam na superioridade da raça branca e são xenófobos), a Ku
Klux Klan (que ficara famosa no século 19 e é extremamente racista) e os
neonazistas (que tentam resgatar a ideologia nazista da raça ariana, do
antissemitismo, da xenofobia e da homofobia). Dos 917 grupos de ódio em
atividade nos EUA, 130 seguem a KKK, 99 são neonazistas, 100 são nacionalistas
e 43, neoconfederados. (Matéria em Opera
Mundi)
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