terça-feira, 22 de agosto de 2017

Informativo Semanal do Prof Ernesto Germano Pares






O subemprego dispara no país.
O artigo foi assinado pelo presidente da CUT, Vagner Freitas, e chama a atenção para a disparada do subemprego no país com o governo golpista de Temer. Ele utiliza como base de suas avaliações a recente pesquisa divulgada pelo IBGE.
O total de trabalhadores subempregados aumentou para 11,5% – pulou de 5,2 milhões para 5,8 milhões – no 2º trimestre, segundo o IBGE.
E o total da força de trabalho subutilizada – que inclui desempregados, subempregados e a força de trabalho potencial (pessoas que não procuram empregos) – chegou a 26,3 milhões de pessoas no mesmo período.
Os dados da tragédia brasileira, que constam da pesquisa ampliada da Pnad Contínua, divulgada nesta quinta-feira (17), é a maior comprovação de que o governo golpista e ilegítimo de Temer legalizou o “bico”. É o fim do contrato de trabalho formal, da carteira assinada, dos direitos.
A pesquisa também trouxe dados sobre o desempregado, que hoje atinge 13,5 milhões de pessoas em todo o Brasil. O maior contingente de trabalhadores afetados pelo golpe vive na região Nordeste, onde 3,9 milhões estão desempregados.
O impressionante desemprego no Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro tinha 1,3 milhão de desempregados ao final do primeiro semestre deste ano, 400 mil a mais que no mesmo período de 2016. Não fosse a informalidade – camelôs, trabalhos caseiros e outros – a situação seria ainda mais alarmante, avisa o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
Para se fazer uma comparação, por alto, a população da capital portuguesa, Lisboa, tem pouco mais de 506 mil habitantes! A população de Washington (EUA) é de pouco mais de 681 mil habitantes!
A realidade pode ser vista por qualquer um que mora no Rio. A informalidade está nas ruas, com pessoas vendendo quentinhas, dando um jeito de fugir da situação do desemprego.
Na saúde, menos recursos para os municípios. A direita golpista, que nunca usou os serviços públicos de saúde porque conta com bons planos médicos particulares, durante os últimos anos usou a rede pública para criticar o governo do PT, inclusive divulgando notícias falsas sobre os atendimentos hospitalares. E agora deve estar ainda mais contente, porque as novas medidas do governo golpista vão cortar os recursos para a saúde nos municípios em mais de 90%.
O Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde oficializou o encerramento de repasses para o Programa Farmácia Popular, criado em 2004, no primeiro governo do ex-presidente Lula. A medida é um retrocesso na saúde pública e irá atingir principalmente a população de baixa renda, que até então recebia gratuitamente remédios para controle de hipertensão, diabetes, asma, doenças nefróticas, distúrbios de natureza psiquiátrica e outras patologias.
Pelas novas diretrizes, o programa Farmácia Popular passou a ser responsabilidade dos municípios e funciona somente com a rede credenciada, reduzindo de 112 para 25 o número de remédios repassados à população. Mas a maldade continua. Antes o Ministério da Saúde disponibilizava R$ 5,10 por habitante/ano para que os prefeitos gastassem com medicamentos. Esse recurso agora é de apenas R$ 0,48. Uma redução drástica de mais de 90% do valor, que já era irrisório.
Como nos tempos da ditadura militar. A Universidade Federal de São Paulo viveu, na sexta-feira (11), situação semelhante às que víamos durante o regime militar no país. Durante um encontro com educadores e alunos, o auditório foi invadido por policiais militares fardados que ocuparam lugares na plateia e passaram a perturbar o andamento dos trabalhos.
A reitoria da Universidade Federal de São Paulo e a diretoria acadêmica do campus Baixada Santista publicaram nota de esclarecimento sobre o episódio da invasão de uma audiência pública naquele campus, na cidade de Santos (SP). Nessa audiência, destinada a debater o Plano Estadual de Educação em Direitos Humanos, dezenas de PMs, fardados e à paisana, ameaçaram e ofenderam seus participantes, além de realizarem manifestações públicas de intolerância.
A Nota da entidade diz que “A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) vem a público reafirmar o seu compromisso com a garantia, promoção e defesa de direitos humanos. Para a Unifesp, os direitos humanos constituem princípio no cumprimento de sua função educativa e de produtora de conhecimento, bem como na sua cultura institucional. Somos contrários (as) e combatemos qualquer forma de violência e violação de direitos e nos colocamos implicados (as) na promoção de uma cultura de direitos humanos”.
“Nesse sentido, reconhecemos a importância e apoiamos a construção do I Plano Estadual de Educação em Direitos Humanos de São Paulo (PEEDHSP). Enviamos informações para a construção do eixo sobre o ensino superior do documento base e, também, cedemos espaço físico para a audiência regionalizada em Santos para discutir o texto do I Plano que foi realizada pelo Comitê Estadual dos Direitos Humanos de SP, Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Escola da Defensoria Pública do Estado de São Paulo (Edepe) e Ouvidoria Geral da Defensoria Pública de SP”.
“Reafirmamos que esta Universidade está pautada pelo princípio da democracia e da autonomia; e assim, acolhe a comunidade para realizar ações de natureza pública, inclusive abordando temas polêmicos e que necessitam de ampliação do diálogo”.
Como seria de esperar, o governo do estado de São Paulo não se pronunciou sobre o assunto!
E o salário mínimo, oh! O empresariado brasileiro está eufórico com o governo golpista que colocaram no poder. A previsão de que o salário mínimo passasse para R$ 979 foi cortada em R$ 10 para cada trabalhador brasileiro, passando a previsão para R$ 969, em 2018.
Além do corte no salário mínimo, o governo anunciou na terça-feira (15) uma série de medidas para aumentar a arrecadação. Entre elas, o congelamento do salário dos servidores e a criação de teto salarial no serviço público. Nenhuma delas, no entanto, afeta as grandes fortunas.
Vale lembrar que a redução na previsão do mínimo vai afetar também aposentados e beneficiários de seguro-desemprego, abono salarial, BPC e Loas que também receberão menos, já que os benefícios previdenciários seguem o valor do salário mínimo.
Números oficiais mostram que, atualmente, 66% dos aposentados recebem somente um salário mínimo.
A destruição do Banco do Brasil. O Banco do Brasil há bem pouco tempo era a maior instituição financeira da América Latina. Hoje, com o golpista no poder, parece que a coisa já mudou bastante e o BB vai perdendo sua importância no cenário econômico brasileiro e regional.
Desde janeiro, 402 agências foram fechadas, funções extintas e postos de trabalho, cortados. Em um ano - junho de 2016 a junho de 2017 - foram eliminadas 10.012 vagas. Somente pelo PEAI (Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada) saíram 9,4 mil funcionários e o banco agora conta com 99.603 bancários.
Com o quadro reduzido, aumenta a sobrecarga de trabalho, o estresse e, consequentemente, o adoecimento. O atendimento à população também fica comprometido. Prejuízo para os correntistas e também para o país, que, aos poucos, vai perdendo o BB. Os bancos privados agradecem!
Temer atropela os comerciários! Por decreto, o golpista Temer declarou que as atividades de supermercados passam a ser “essenciais”, o que garante mais um roubo contra o trabalhador comerciário que será obrigado a trabalhar nos domingos e feriados sem receber qualquer vantagem por isso.
Atualmente, a Lei garante que os supermercados só podem abrir nesses dias se firmarem acordo com o Sindicato e oferecerem condições mais vantajosas como auxílio refeição, majoração da hora trabalhada e folga adicional.
Sindicalistas argumentam que o parágrafo 1º do Art. 9º da Constituição Federal determina que cabe à Lei definir o que é atividade essencial e não a um decreto presidencial. E ainda: a Lei 7.783 de 1989, promulgada com o intuito de definir as atividades essenciais, não garante que tais serviços sejam regulamentados por decreto presidencial. Mas no Brasil do golpe tudo é possível. Ele já rasgou a Constituição tantas vezes que virou coisa comum.
Livres para matar! Como dissemos no Informativo anterior, com o governo Temer os grandes latifundiários estão cada vez mais livres para a violência contra os que lutam pela terra!
Na tarde de segunda-feira (14), o Acampamento Padre Josimo, em Carrasco Bonito, na região do Bico do Papagaio, estado Tocantins, foi incendiando. As 80 famílias acampadas foram surpreendidas com o incêndio de grandes proporções que queimou mais de 50 barracos.
“Eles estavam no acampamento quando o fogo começou. Adultos e crianças tentaram controlar as chamas, mas como estamos no período seco e o lugar é extenso, o fogo foi pulando de barraco para barraco”, relatou o coordenador do MST no Tocantins, Antônio Bandeira.
Os trabalhadores da região denunciam que já vinham sofrendo ameaças, o que desperta suspeitas sobre a autoria do crime. “Há cerca de dez dias uma figura política, um fazendeiro e empresário da região [...] andou dizendo que em breve os acampados poderiam receber uma surpresa”, disse Messias Barbosa, da coordenação do MST.
A ação não deixou vítimas fatais, mas algumas famílias perderam todos os seus pertences, além de uma grande quantidade de alimentos que foi queimada. O MST no Tocantins denuncia a negligência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária no estado (INCRA-TO), frente os inúmeros alertas do movimento sobre a situação de assédio que os trabalhadores acampados vinham sofrendo.
O acampamento está situado em um assentamento do Incra, criado na década de 90, numa região de forte disputa entre trabalhadores rurais Sem Terra e fazendeiros, políticos e empresários, que tentam de toda forma se apropriar da área pública. (Matéria na página do MST)
É preciso resistir! Os movimentos e organizações que compõe a Jornada Continental pela Democracia e contra o Neoliberalismo e a Campanha Global contra o poder das corporações convocaram o ato político “Resistências dos povos contra o neoliberalismo, o poder corporativo, e pela democracia” que acontecerá na terça feira, dia 22 de agosto, no auditório da APEOESP (Praça da República, 282) as 19hs, São Paulo. O ato faz parte do processo de mobilização dos movimentos sociais do Brasil para o Encontro Continental da Jornada Continental que acontecerá entre os dias 16 e 18 de novembro em Montevideo - Uruguai e reunirá mais de 3 mil pessoas de diversas organizações dos países da região.
Entre os movimentos que estarão presentes estão Via Campesina, Jubileu Sul Américas, ATALC, Confederação Sindical das Américas - CSA, Marcha Mundial das Mulheres, CUT, MAB, MTST, Espaço Sem Fronteiras entre outros.
O sindicalismo na encruzilhada! (1) (Ernesto Germano Parés)
Em 1995 foi publicado no Brasil o livro “O fim dos empregos – o declínio inevitável dos níveis dos empregos e a redução da força global de trabalho”, de Jeremy Rifkin. Só fui ler no início de 1996 e fiquei profundamente impressionado com os dados que ele apresentava.
Parte dos meus companheiros na esquerda criticava o livro e dizia que Rifkin não merecia credibilidade e outras coisas parecidas. Mas eu fiquei realmente “balançado” com o livro e cheguei a fazer duas ou três palestras debatendo o tema com grupos de trabalhadores de diversas áreas de atividades e mostrei a eles alguns dados apresentados no livro sobre as mudanças no mundo do trabalho: trabalho em casa, mão de obra temporária, avanços da informática, terceirização, quarteirização, etc.
Ainda que o livro tenha uma visão voltada para os EUA e para a Europa, onde os avanços tecnológicos já estavam bastante desenvolvidos, provoquei entre os participantes das palestras alguns questionamentos: a informática e a automação já entraram no seu universo de trabalho?
Como era de esperar, em 1996 já se sentia fortemente as mudanças desse novo “mundo do trabalho”. Companheiros bancários, metalúrgicos, químicos e outros que participavam dos cursos contaram suas experiências com a introdução de novas tecnologias e como os empregos estavam desaparecendo. Os conhecidos “trabalhadores especializados”, os que tinham a memória técnica da empresa onde trabalhavam, os que haviam cursado programas de especialização para galgar uma droga de posto na empresa agora eram facilmente substituídos por trabalhadores sem qualquer experiência anterior, mas capazes de operar máquinas que trabalham sozinhas!
Lembro que, na época, discutia-se muito o chamado “trabalhador multifuncional”, uma invenção dos patrões para explorar ainda mais. Os trabalhadores agora precisavam ter múltiplas funções para não se tornarem obsoletos. Por exemplo, um torneiro mecânico amigo meu precisou aprender também a afiar suas próprias ferramentas (chamadas bits) e fazer a lubrificação da máquina antes de sair.
Por que estou lembrando isso? Porque ontem recebi dois textos muito importantes que ainda estou terminando de ler e pretendo debater aqui com os companheiros. Um dos documentos, bem curto, traz por título “OIT creará Comisión Mundial sobre el Futuro del Trabajo”; o outro, bem longo, trata da crise do sindicalismo europeu e as novas características do trabalho no mundo neoliberal.
A OIT (Organização Internacional do Trabalho) está preocupada com o crescimento exponencial do desemprego no mundo e o problema da desqualificação da mão de obra com empregos temporários, subempregos, terceirizações, etc. Desde já, o anúncio de que será criada uma comissão para estudar o tema apresenta como principal preocupação o fato de que, em 2017, a taxa mundial de desempregados chegue a 5,8% da população em idade ativa. Ou seja, terminaremos o ano com mais 3,4 milhões de pessoas desempregadas. Ao todo, no próximo Natal e Ano Novo, teremos cerca de 201 milhões de trabalhadores desempregados no planeta. Dá para comemorar?
Como seria de esperar, todas essas mudanças no mundo do trabalho e nas relações trabalhistas alterou profundamente a vida sindical. Estamos diante de um fenômeno intrigante e muito pouco analisado pelos estudiosos do sindicalismo mundial: ao longo da história, os momentos de grandes mudanças na exploração do trabalho provocaram crescimento da resistência e aumento na participação sindical. Foi assim no início do capitalismo, da exploração desenfreada, que culminou com o surgimento de grandes sindicatos como conhecemos hoje. Foi assim na crise entre guerras que registrou impressionante crescimento nos sindicatos, foi assim no final da Segunda Guerra com os sindicatos assumindo a defesa do socialismo e dando saltos no número de filiados e militantes apaixonados.
Agora, diante do massacre neoliberal que vem sendo imposto aos trabalhadores do mundo, vemos o movimento sindical recuando em número de participantes e associados. Os sindicatos esvaziados e os trabalhadores desmobilizados. Mesmo na França, tradicional berço do sindicalismo combativo com o surgimento dos “Syndics” (origem dos sindicatos) e “Compagnes”, hoje não temos mais do que 8% de trabalhadores filiados às suas entidades de classe! A antes poderosa CGT francesa, primeira central sindical do mundo, criada em 1895 e que serviu de referência ao movimento sindical durante anos, está mergulhada em crise e paralisada diante da ideologia neoliberal europeia.
Estará o movimento sindical diante de uma encruzilhada? Qual (ou quais) a causa? Há alternativa?
(Esse artigo vai continuar)
Colômbia: greve dos mineiros completa um mês! Os trabalhadores mineiros dos municípios de Segovia e Remedios, no departamento de Antioquia (Colômbia) completaram nesta semana 30 dias de greve! Eles reivindicam os direitos ancestrais de exploração e denunciam a nova legislação do governo que beneficia grades empresas do setor.
O movimento teve início no dia 20 de julho e o presidente da Associação (Mesa Minera del Nordeste), Eliober Castañeda, havia dito que o movimento era pacífico e desejava apenas abrir um canal de negociação.
Os mineiros denunciam que suas reivindicações continuam sendo desprezadas pelo governo que tem um acordo com a multinacional Zandor Capital e só está favorecendo grandes multinacionais. Em nota eles denunciam também que estão sendo duramente reprimidos e falam da violência usada pelo esquadrão móvel antidistúrbios que vem atacando a população local.
Qual será a reação da “oposição democrática”? Claro... como temos demonstrado em uma série de artigos, a tal “oposição democrática” da Venezuela nada tem de democrática e nem demonstra interesse em participar do processo político da nação. Seu interesse é tumultuar para justificar um golpe estadunidense. Mas, qual será sua posição agora?
A Assembleia Nacional Constituinte (ANC) da Venezuela aprovou no sábado (12) o adiantamento de dezembro para outubro das eleições regionais, que deveriam ter ocorrido no final do ano passado e que haviam sido suspensas em duas ocasiões.
Com o acordo, a presidenta Assembleia Constituinte, Delcy Rodríguez, afirma que as eleições regionais consolidarão a “paz e a tranquilidade” trazidas pelo pleito para escolher os representantes do próprio órgão, realizado no último dia 30 de julho. Além disso, Rodríguez afirmou que “fatores antidemocráticos” não terão espaço para repetir suas “agendas violentas e criminosas de desestabilização”.
A Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal aliança de oposição do país, ainda não se pronunciou sobre a antecipação das eleições.
De olho na Argentina. Como aconteceu anteriormente, com a estranha vitória de Mauricio Macri com apoio de Washington, devemos acompanhar atentamente o que está acontecendo nas eleições primárias na Argentina. É difícil entender o motivo de um povo que vem sendo massacrado pelas medidas neoliberais do novo governo e os constantes aumentos nas tarifas públicas dar a vitória a esse mesmo governo nas urnas. Será um alerta para o Brasil?
A verdade é que o presidente Macri saiu vitorioso após os resultados das primárias legislativas terem sido anunciados na noite de domingo (13). Os candidatos da coalizão “Cambiemos” tiveram um excelente resultado e mostraram que são a principal força política do país, segundo algumas agências.
Além das primárias servirem como “termômetro” para as próximas eleições legislativas (22 de outubro), as eleições de domingo representaram um momento considerado importante para a consolidação do “macrismo”. Mas foi também um teste do desgaste do “peronismo” nos últimos anos.
Todo o processo está rodeado de denúncias de fraudes eleitorais e parte da imprensa internacional espera alguma explicação de Macri. O ministro do Interior, Rogelio Frigerio, não conseguiu dar uma explicação plausível sobre os motivos que levaram a Justiça Eleitoral suspender as contagens quando estavam apenas com 95,6% dos votos apurados. Segundo ele, houve “problemas técnicos no correio” e muitos votos chegaram inválidos!
Na principal disputa, a vaga no Senado pela província de Buenos Aires, a “justiça” declarou empate técnico entre a ex-presidenta Cristina Fernández (34,11% dos votos contados) e o candidato macrista Esteban Bullrich (34,19% dos votos contados). Uma recontagem só será divulgada no final de agosto, mas não há explicação para anular os mais de 4% dos votos restantes.
Cuba prefere formar médicos! Enquanto Donald Trump amplia a verba do Pentágono para financiar novas guerras e passa o dia ameaçando outros países com invasões militares, o governo cubano prefere formar médicos!
Durante o ano universitário de 2016/2017, Cuba formou 14.685 profissionais de saúde, entre eles 920 alunos procedentes de 79 países, incluindo EUA! Conhecida pela qualidade dos seus sistemas de educação e de saúde, a pequena Ilha do Caribe formou em um ano mais médicos do que tinha no país na época da revolução, em 1959!
Só para comparar, em 1959 Cuba tinha 6.000 médicos para uma população de 6 milhões de habitantes, um médico para cada 1.000 cubanos! E vale registrar que, naquele ano, a metade dos médicos decidiu abandonar o país para ir trabalhar nos EUA depois de receberem uma proposta econômica muito boa, uma tática de Washington para esvaziar o país de Fidel Castro.
O governo cubano voltou todos os esforços e atenções para a formação de médicos e para uma educação pública de qualidade, ampliando também todo o sistema de saúde no país.
Atualmente, com uma população de 11,2 milhões de pessoas, Cuba conta com 7,7 médicos para cada grupo de 1.000 habitantes, a mais alta média no planeta! O Estado mantém o monopólio na área de saúde, com um extenso programa de saúde preventiva e médicos da família, muito mais eficaz do que a saúde curativa que se aplica nos países capitalistas para enriquecer laboratórios farmacêuticos.
Vamos ser marcados como gado? Parece que o futuro está se mostrando um pouco sombrio para quem luta por liberdade e contra o neoliberalismo. Depois das grandes manifestações em julho passado, quando milhares de pessoas ser reuniram em Hamburgo (Alemanha) para protestar contra o encontro do G-20 e contra o neoliberalismo, o ministro da Justiça alemão resolveu “fichar” todos os que lutam contra a globalização capitalista!
Isso mesmo, o senhor Heiko Maas, o tal ministro de “justiça” do governo alemão, reclama que não pode aplicar ações repressivas contra os militantes anticapitalistas porque são oriundos de vários países europeus. Ele está sugerindo a criação de um “registro europeu de extremistas”!
Ele diz que “no que se refere a extremistas, não temos na Europa uma base de dados suficientes” e que é “necessário que as forças de segurança dos países europeus levem a cabo um registro das pessoas que participam de convocatórias contra o sistema e contra o neoliberalismo”. Ele está propondo a criação de um registro que possa ser consultado por qualquer país membro.
O ministro anunciou também que seu governo já decidiu destinar mais fundos para vigiar o que qualificou de “grupos violentos” que lutam contra o neoliberalismo.
Virgínia (EUA) não é um caso isolado! Os acontecimentos de sábado (12) no estado de Virgínia, EUA, não podem ser analisados isoladamente e merecem muita atenção de nossa parte. Há tempos temos comentado no Informativo sobre o crescimento acentuado do fascismo no mundo e como isso está influindo nas lutas sociais. Já mostramos como esses grupos fascistas amedrontam sindicalistas e lutadores populares e como agem sob o beneplácito de muitos governos.
Há pouco mais de um mês, dezenas de manifestantes da ultradireita estadunidense realizaram um protesto na cidade de Charlotteville, na Virgínia, para protestar porque o governo local decidiu retirar do parque público uma estátua do general Robert E. Lee, conhecido líder dos separatistas defensores da manutenção do escravismo no país. E os manifestantes se declararam publicamente como integrantes da Ku Klux Klan, a conhecida organização racista fundada na segunda metade do século XIX e que era considerada como extinta há alguns anos!
No último sábado (12), no mesmo local, uma grande manifestação da KKK voltou às ruas, agora multiplicados os participantes e demonstrando muito mais beligerância. Levavam bandeiras dos confederados (símbolo dos que defendiam a escravidão na Guerra de Secessão) e gritavam slogans nazistas do tipo “Sangue e Terra”, lema do Ministério da Agricultura de Hitler! Bandeiras e cartazes pediam o “fim da imigração”.
Em certo momento, ao perceberem a presença de pessoas que eram contrárias à manifestação, partiram para a agressão aberta e causaram muito tumulto. O saldo divulgado pela imprensa local fala de um morto e cerca de 30 feridos. Comentários populares dizem que o número foi bem superior.
Porém o que nos causa mais preocupações foi a reação do presidente Donald Trump. Em entrevista coletiva de imprensa, ele culpou “vários lados” pela violência, sem condenar explicitamente os grupos neonazistas. “Condenamos nos termos mais firmes possíveis essa exibição atroz de ódio, fanatismo e violência procedente de vários lados. O ódio e a divisão devem parar agora. Temos que nos unir como norte-americanos como amor à nossa nação”.
Trump também não respondeu às perguntas de jornalistas, que questionavam se ele considerava o atropelamento de manifestantes antirracistas um ato de terrorismo.
E o fascismo vai crescendo no planeta!
Afinal, de onde vem o terror? Segundo dados das ONG's Nation Institute e Center for Investigative Reporting, ataques ligados à extrema direita nos EUA representam quase o dobro a mais do que atentados islâmicos.
Donald Trump repetidamente alega que o terrorismo islâmico é a maior ameaça à segurança doméstica. Mas a marcha de supremacistas brancos, neonazistas e simpatizantes da ultradireita em Charlottesville no sábado (12) trouxe à tona um problema que pode ser muito maior. De acordo com dados compilados pelo Nation Institute e pelo Center for Investigative Reporting e publicados em 22 de junho, simpatizantes da extrema-direita cometeram quase o dobro de ataques em solo estadunidense do que extremistas islâmicos entre os anos de 2008 e 2016.
O relatório contabilizou um total de 201 incidentes terroristas domésticos no período, sendo que 115 deles foram cometidos por seguidores de ideologias de direita, tanto os chamados defensores da “supremacia branca” quanto militantes patrióticos e neonazistas.
Outros 63 foram motivados por ideologia política teocrática aventada por grupos como o Estado Islâmico (EI). Dezenove casos registrados no período foram cometidos por organizações que seriam de extrema-esquerda, incluindo ativistas do meio ambiente, de direitos humanos e anarquistas.

A ONG Southern Poverty Law Center (SPLC), que monitora grupos de ódio nos EUA, contabiliza 917 organizações extremistas em atividade hoje no país. Elas se dividem em vários níveis e segmentos, como os supremacistas brancos (que acreditam na superioridade da raça branca e são xenófobos), a Ku Klux Klan (que ficara famosa no século 19 e é extremamente racista) e os neonazistas (que tentam resgatar a ideologia nazista da raça ariana, do antissemitismo, da xenofobia e da homofobia). Dos 917 grupos de ódio em atividade nos EUA, 130 seguem a KKK, 99 são neonazistas, 100 são nacionalistas e 43, neoconfederados. (Matéria em Opera Mundi)

Nenhum comentário:

Postar um comentário