quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Caminhamos para nossa autodestruição

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Caminhamos para nossa autodestruição

por Rui Daher — publicado 09/11/2017 00h16, última modificação 08/11/2017 14h22
O meio ambiente se deteriora ao máximo e dos líderes políticos nada de bom esperamos
Patrik Stollarz / AFP
Terra
Maquete da Terra na COP 23, na Alemanha. O que tem o Brasil de Temer a oferecer?
Cada vez mais provável que a humanidade, gradativamente, caminhe para a autodestruição ou, pelo menos, por muito tempo, fazer as próximas gerações viverem mal, pior ainda nas camadas mais pobres do planeta, fadadas a um horizonte subalterno e não cidadão. Afirmo. E espero quem possa me contradizer.
Começou aos poucos, milênio a milênio. Todos que escreveram a Bíblia não foram mais do que repórteres do que presenciavam. Até Jesus Cristo e séculos adiante, revolucionários percebiam aonde as diferenças sociais poderiam fazer o planeta chegar e lutavam contra a ganância de uma fábula, em que certa cobra entrelaça um homem e uma mulher, em fogosa relação carnal.
Alguns revolucionários que tentaram parar a cobra? Misturo-os, pois a essência é a mesma. Confúcio, Gandhi, Lincoln, Thomas Jefferson, Danton, Robespierre, Lênin, Gandhi, Keynes, Trotsky, Che Guevara, Alexandre Frota (porra, Rui, não dá para resistir a um pouco de galhofa, né?).
Sim, a essência do que escrevo poderia estar circunscrita à destruição do meio ambiente em áreas rurais mundiais altamente produtivas, às emissões de gases de efeito estufa, à canalhice do esgoto urbano permitida por más gestões municipais. Também. Mas não só.

Vou às relações interpessoais que caminham mais céleres do que as ambientais e climáticas até a deterioração máxima. Violência, terrorismo, controle de fluxos migratórios, novas doenças, pouco interesse em favorecer o comércio internacional das nações pobres, líderes cada vez mais parvos.
Certo é que nada melhorará, num campo ou noutro. Tudo fará as próximas gerações viverem mal, pior ainda se nas camadas mais pobres do planeta. Desigualdade irreversível. Uma nova Guerra Mundial?
Não pensem que escrevo isso pensando apenas no Brasil. Aqui não temos um País, mas uma Federação de Corporações que acelera mazelas e decepções. O que penso se espalha, em velocidades maiores ou menores, em territórios Merkelianos, Macronianos, Trumpianos, Putinescos ou Xipinguianos. Talvez, escape o simpático gordinho e galhofeiro norte-coreano, desvio padrão a nos divertir.
No assunto, a caminho da terceira década, entre 6/11 e 17/11, ocorre em Bonn, Alemanha, a 23ª Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas. A coordenação do convescote, desta vez, estará com as Ilhas Fiji.
Em princípio, se tentará regulamentar consenso sobre o apresentado no Acordo de Paris, não tão acordo assim. Talvez, mais esotérico. Reduzir metas de emissões? Difícil, embora o calor esteja cada vez mais impossível, as chuvas mais irregulares.
Ainda mais depois que Donald Trump revelou viver entre aparelhos de ar condicionado, lareiras e possuir resistentes guarda-chuvas.
Outro ponto de difícil acordo é a precificação e o controle de emissões no mercado de carbono.
Devemos torcer para que o saldo seja positivo. Até o golpe de 2016, o governo brasileiro teve um comportamento bastante razoável em suas intenções ambientais e climáticas. Posições que denotavam preocupação planetária.
Como tudo o mais que vem ocorrendo com o governo apoiado por 97% x (-1) da população, só podemos esperar retrocesso.
Sugeriu-me a pauta a P&B Comunicação, que promete completo acompanhamento do evento. 

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