sábado, 3 de fevereiro de 2018

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares






O desemprego cresceu, sim.
Ao contrário do que o ‘manequim de funerária’ diz na televisão e em reuniões com seus asseclas, o desemprego no país continua subindo assustadoramente e só não vai causar um caos social porque a mídia amestrada e as instituições hoje dominadas pelos golpistas não vão permitir que as verdadeiras informações cheguem o povo.
Dados divulgados na quarta-feira (31/01) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, apontam que o número de desempregados - ou “desocupados”, como manda o figurino neoliberal - no país aumentou em 1,47 milhão de pessoas em 2016 e 2017: o total passou de 11,76 milhões na média de 2016 para 13,23 milhões em 2017, um aumento de 12,5%.
Antes de continuar a notícia, não é interessante essa nova “classificação” criada pelo sistema para nos iludir? A palavra “desocupados” dá uma conotação diferente. É como se essas pessoas estivessem paradas porque são “desocupados”, ou seja, não querem trabalhar! Por que usar o termo “desempregado”, que reflete a realidade, quando se pode jogar a culpa nas costas do trabalhador que não encontra emprego?
Prosseguindo na matéria, de acordo com a Pnad, o número de desempregados no país vem aumentando. Mas encontramos outra jogada muito inteligente para mascarar a verdade. O IBGE considera desocupada a pessoa que procurou emprego e não conseguiu. Aqueles que não estão procurando emprego fazem parte da população em idade ativa, mas não são consideradas desocupadas.
Taxa de desemprego no país fecha 2017 em 12,7% - Ainda segundo a Pnad, a taxa de desemprego média de 2017 ficou em 12,7%, o maior índice da série histórica, iniciada em 2012. Em 2016, a taxa havia ficado em 11,5%. Analisando-se apenas o último trimestre do ano, o nível ficou em 11,8%. A taxa do terceiro trimestre de 2017 havia ficado em 12,4%. Já a do último trimestre de 2016 havia sido de 12%.
O total de desocupados chegou a 13,2 milhões na média do ano, um aumento de 12,5% na comparação com a média do ano anterior (11,7 milhões). Já o total de ocupados ficou em 90,65 milhões, ou seja, 0,3% a mais do que em 2016 (90,38 milhões).
O reflexo dessa política dos golpistas. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), organismo que representa o patronato, mostra que o índice de medo do desemprego no setor industrial atinge 65,7 pontos. O índice está a 16,9 pontos acima da média histórica (48,8 pontos) e se encontra entre os maiores valores da série.
Em comparação com dezembro de 2016, o índice de medo do desemprego apresentou alta de 0,9 ponto, indicando persistência da insegurança em relação à recuperação do mercado de trabalho.
Aumenta o trabalho informal. Para os patrões, para os golpistas, para esse sistema perverso e para os que desejam a destruição definitiva do movimento sindical, o Brasil chegou ao ponto ideal e tudo o mais vai ser empurrado “goela abaixo” porque os trabalhadores estão ficando sem instrumentos de organização e de resistência, como mostramos na série de artigos “O sindicalismo na encruzilhada”.
O ano de 2017 apresentou a continuidade na “redução da taxa de desemprego”, como querem demostrar os golpistas. Trimestre a trimestre, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal, a PNAD Contínua, do IBGE, mostrou que o número de trabalhadores em busca de uma ocupação foi decrescente: a taxa, que marcou 13,7% de janeiro a março, caiu para 11,8% de outubro a dezembro. Ou seja, como o IBGE só mede que está procurando emprego e desconsidera que vive de “bicos” ou de empregos informais, o Brasil está ficando “cor-de-rosa” e é essa a imagem que a nossa imprensa divulga. No entanto, qualidade dos postos de trabalho gerados é questionável. A informalidade marcou o comportamento do desemprego ao longo de 2017.
Em dezembro do ano passado a população ocupada era de 92,1 milhões de brasileiros e os trabalhadores informais (sem carteira ou por conta própria) eram 37,1% do total, ou 34,2 milhões, superando o contingente formal, que somava 33,3 milhões. Segundo o IBGE, foi a primeira vez na história que o número de trabalhadores sem carteira assinada superou o conjunto de empregados formais. 

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Enquanto o número de empregados com carteira de trabalho assinada ao fim de 2017, 33 milhões, foi 2% menor que um ano antes, o total de trabalhadores sem registro em carteira cresceu 5,7% no mesmo período. A categoria dos trabalhadores por conta própria, somava 23,2 milhões de pessoas ao fim de 2017, crescimento de 4,8% em relação ao fim de 2016.
Segundo o informativo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), “o quadro de reativação do dinamismo econômico em 2017, embora ainda muito insuficiente, amenizou a crise do emprego no país.” E o relatório destaca a queda continuada do trabalho com carteira assinada, “aquele de maior qualidade por apresentar rendimentos regulares e mais elevados, possibilitando, inclusive, melhores condições de acesso ao crédito”.

Nem eles se entendem. O IBGE, agora comandado pelo governo golpista, teima em mostrar um Brasil melhor através de suas notas divulgadas pela imprensa amestrada. Por outro lado, os próprios patrões sabem que o quadro não é tão belo quanto o ilegítimo Temer quer mostrar.
A indústria brasileira começa 2018 com números divergentes sobre 2017. O IBGE calcula que, após três anos de quedas consecutivas, a produção industrial brasileira fechou o ano passado com crescimento acumulado de 2,5% na comparação com 2016, puxada pelo setor automotivo. Mas, para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o faturamento real fechou o ano com queda de 0,2%, apesar do crescimento observado no segundo semestre do ano. Além do faturamento real, as horas trabalhadas também tiveram queda, de 2,2% frente a 2016, e o emprego industrial, de 2,7%. Já a Utilização da Capacidade Instalada média (UCI) de 2017 ficou 0,4 ponto percentual acima da média de 2016.
Simplificando, o IBGE diz que melhorou e o golpista usa isso para convencer a população, mas a CNI, dos patrões, diz que estamos parados e sem produção.
O Brasil está à venda! Quando o presidente ilegítimo foi fazer propaganda de seu governo no programa do Silvio Santos eu fiz uma legenda: “o camelô e o vendilhão”. Alguns não entenderam, mas é isso mesmo que está acontecendo com o país.
Tudo está à venda! O Governo Federal, estados e capitais pretendem repassar ao menos 238 projetos à iniciativa privada, mostra levantamento feito pelo portal G1. Estrangulados pela política econômica, estados e municípios são levados a vender ou conceder ativos para reduzir os rombos das contas públicas. Já o Governo Federal tenta reduzir o déficit, ao mesmo tempo em que implementa uma agenda neoliberal.
A maioria dos projetos, no entanto, está em fase inicial e não há garantias de que os governantes vão conseguir concretizar as vendas ou tirar os empreendimentos do papel.
O maior negócio à venda é a Eletrobras, mas a lista é enorme e inclui privatizações, concessões, PPPs (parceria público-privadas), arrendamentos, prorrogações de contratos em vigor e outras modalidades de trans-ferência do controle ou gestão para a iniciativa privada.
Catorze estados e o Distrito Federal têm 104 projetos de privatização em andamento. Entre as capitais, há 59 projetos de oito prefeituras.
Mais de 100 assassinatos no campo durante o governo do ilegítimo. A era Temer já tem mais de cem assassinatos por conflitos agrários. Dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) mostram que já há 65 mortes confirmadas em 2017. E alguns casos ainda estão sob análise. Os demais assassinatos ocorreram em 2016, no período após a queda de Dilma Rousseff (PT), entre a interinidade e a efetivação de Michel Temer (PMDB) na Presidência da República.
Na manhã de 12 de maio de 2016, o Senado votou pela abertura do processo de impeachment. No mesmo dia, Dilma foi afastada para dar lugar a Temer. Dessa data até o fim do ano – conforme o De Olho nos Ruralistas apurou junto à CPT -, 35 pessoas foram assassinadas por causa de conflitos no campo. Mais da metade do total de mortos (61) daquele ano.
A situação piorou em 2017. Segundo dados parciais da CPT, divulgados em janeiro, no mínimo 65 pessoas foram assassinadas por lutarem pela reforma agrária e por seus territórios tradicionais. Esse número pode aumentar se outras dez mortes sob investigação se confirmarem como assassinatos políticos.
Os dados mostram o acirramento de uma tendência. O ano de 2016 já tinha uma marca histórica: o maior número de assassinatos desde 2003. Isso significou um aumento de 20% de mortos em relação a 2015. O ano de 2017 teve ainda mais mortes, 65, chegando perto da marca de 2003, quando 71 pessoas morreram.
O massacre com maior repercussão nacional foi o de Pau D’Arco, no Pará, em maio. Policiais militares e civis executaram dez trabalhadores rurais sem terra. O Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJE) chegou a determinar a soltura, em 18 de dezembro, de todos os PMs envolvidos nessa chacina. Na semana seguinte o Superior Tribunal de Justiça (STF) determinou novamente a prisão. (Informações em “De Olho nos Ruralistas”)
Paraísos dos trambiqueiros! (Ernesto Germano)
Resolvi escrever esse pequeno artigo especialmente para os que sofrem de “complexo de vira-latas”, para os que não gostam de ler e ficam compartilhando besteiras sem verificar a veracidade, para os que se comprazem em falar mal do Brasil e para os que acham que “tudo que é lá de fora é melhor”.
Cansado de ler e ouvir dizer que o Brasil é o país mais corrupto do mundo, cansado de discutir isso no bar e em vários lugares que frequento, resolvi fazer alguns esclarecimentos.
Segundo a ONG “Transparência Internacional”, fazendo um levantamento entre os países com maior “percepção de corrupção” no planeta, o Brasil ocupa apenas a 79ª posição, empatado com Bielorrússia, Índia e China. Disparados na frente, como seria de esperar, muitas nações africanas que ainda estão vencendo todo o período de colonização europeia e são dominados por guerras internas ou invasões.
Mas é também curioso observar que os EUA não entram na lista, porque lá a corrupção foi institucionalizada com o reconhecimento dos “lobbys” e de outro fenômeno que analisaremos a seguir. Na Europa Espanha, Portugal, Itália e Grécia são os mais corruptos.
Porém, para fazer uma avaliação mais correta sobre o tema seria importante levar em consideração outra informação que, normalmente, não é debatida e noticiada na grande imprensa: a chamada “transparência fiscal”, ou seja, o índice que mede o sigilo financeiro no planeta. Para todos os analistas do assunto, o tal sigilo fiscal facilita os delitos financeiros (evasão fiscal, trambiques e lavagem de dinheiro) que não podem ser medidos porque não se tem as informações.
Anualmente um instituto internacional, o “Tax Justice Network”, publica o relatório conhecido como Sigilo Bancário (Financial Secrecy Index). Um documento que deveria ser consultado pelos idiotas que ficam divulgando notícias mentirosas ou que idolatram “as nações desenvolvidas”. Esse trabalho é feito desde 2003 e foi muito importante para vários estudos feitos depois da crise financeira global de 2008.
Consultando a lista mais recente, divulgada na terça-feira (30/01), vamos saber que os países que mais facilitam os delitos financeiros, ou seja, os verdadeiros paraísos dos trambiqueiros, são – tchan-tchan-tchan – Suécia, Estados Unidos, Ilhas Cayman e Hong Kong, nessa ordem!
Legal, não é? Os países idolatrados pela nossa direita, pela “elite” que odeia povo, pelos nossos famosos “coxinhas”, são exatamente os que mais facilitam a corrupção e os delitos financeiros internacionais! Só para registrar, o Brasil ocupa o 73º lugar!
A manutenção do sigilo bancário por esses países facilita, como dissemos acima, a lavagem de dinheiro, corrupção, evasão fiscal, delitos financeiros e fluxos ilícitos. Permite a existência das chamadas “aplicações offshore”, uma forma bem conhecida pelos trambiqueiros para ocultar dinheiro. Isso inclui a prática de aberturas de empresas fantasmas nesses paraísos fiscais para sonegar impostos.
Sabem aquela “nação rica do Norte”? Pois é. Em 2013 os EUA apareciam em 6º lugar, já com os imensos reflexos da crise econômica e das bolhas financeiras criadas por eles. Em 2015 já tinha saltado para 3º lugar e agora aparecem em 2º lugar. E continua subindo, enquanto explora nações menores e financia guerras pelo mundo. E vale lembrar que Washington tem se negado permanentemente a participar de iniciativas ou regulações internacionais para troca de informações bancárias.
Para concluir, vejam os 10 países que mais facilitam a vida dos trambiqueiros: Suíça, Estados Unidos, Ilhas Cayman, Hong Kong, Singapura, Luxemburgo, Alemanha, Taiwan, Emirados Árabes Unidos e Guernsey.
Alguém viu Cuba, Venezuela, Bolívia e outros tão odiados pela direita nessa lista?
Novo ataque contra Cuba! Cuba está denunciando um novo ataque à sua soberania, mais uma vez partindo daquela nação que diz “defender a democracia no mundo”.
O Ministério das Relações Exteriores de Cuba informou ter enviado à embaixada dos Estados Unidos, na quarta-feira (31), uma nota diplomática em repúdio à “força-tarefa” do governo estadunidense para interferir na internet da ilha.  A nota foi entregue ao encarregado de negócios dos EUA na ilha, o diplomata Lawrence Gumbiner.
Havana vê as ações de Washington como uma violação da soberania cubana. O Departamento de Estado dos EUA diz que a força-tarefa vai examinar “os desafios tecnológicos” para expandir a conexão e “promover o fluxo livre e não regulado de informações” na ilha. A primeira reunião do grupo deve acontecer no dia 7 de fevereiro.
Para o governo cubano, o ato é uma “ofensa que desrespeita a competência nacional para regular os fluxos de informação e o uso dos meios de comunicação massivos”. A nota do Ministério de Relações Exteriores pediu que o governo de Trump interrompesse o que chamou de “ações subversivas, intervencionistas e ilegais contra Cuba”.
De acordo com o governo cubano, o acesso à internet em Cuba tem aumentado. O jornal oficial Gramna informou que 40% da população tinha acesso garantido a internet na ilha em 2017, segundo a publicação, isso representa um crescimento de 37% com relação a 2010.
Pregando um golpe abertamente. Pouco antes de iniciar uma viagem oficial à América Latina, o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, sugeriu que um golpe militar na Venezuela poderia fazer com que o país, segundo ele, “retornasse à Constituição”
“Não defendemos uma mudança de regime ou a retirada do governo do presidente Nicolás Maduro. Defendemos que eles retornem à Constituição. Na história da Venezuela, como na história de outros países da América Latina, muitas vezes são os militares que lidam com isso”, disse ao ser questionado em um evento na Universidade do Texas nesta quinta-feira (01/02).
Segundo Tillerson, “o regime corrupto e hostil de Nicolás Maduro na Venezuela se agarra a um falso sonho e a uma visão antiquada da região que já causou desilusão em seus cidadãos”. Mas essa não é a primeira vez que o governo Trump defende uma intervenção militar contra Caracas. No ano passado, em meio à convocação da Assembleia Nacional Constituinte, Trump falou abertamente sobre um golpe militar no país.
Rex Tillerson (Rex não é nome de cachorro?) começou sua viagem pela América Latina na sexta-feira (02), desembarcando no México, mas vai visitar ainda Argentina, Peru, Colômbia e Jamaica, todos países que servem de capacho aos interesses estadunidenses em nossa região.
Fontes da Casa Branca dizem que, entre os motivos da viagem de Rex (continuo achando que é nome de cachorro) está “vender” a ideia de uma intervenção na Venezuela.
O outro medo de Trump. O governo de Washington está realmente preocupado com a crescente influência econômica da Rússia e da China na América Latina. A declaração foi feita pelo próprio secretário de Estado, Rex Tillerson.
Para a doutrina estadunidense, desde sua origem, a região deve ter relações apenas com os EUA. Basta lembrarmos o discurso de posse do presidente James Buchanan, em 1857 "A expansão dos Estados Unidos sobre o continente americano, desde o Ártico até a América do Sul, é o destino de nossa raça (...) e nada pode detê-la". Ou quando, em 1823, o presidente estadunidense James Monroe declarou “A América para os americanos” (do Norte, é claro).
Historicamente, os EUA sempre consideraram a nossa região como seu “pátio traseiro”. A cada presidente que passa pela Casa Branca muda a forma, mas jamais a doutrina de colonizar o restante da Nossa América para servir ao Império.
Acontece que Rússia e China estão investindo e ganhando espaço na América Latina. Os projetos econômicos e de infraestrutura são uma constante nesse avanço, o que já está causando dores de cabeça para Washington.
Cada vez mais ricos! Por que temos cada vez mais pobres no mundo se a riqueza global tem aumentado? Por que convivemos com milhões de crianças morrendo de fome ou de doenças que poderiam ser tratadas se os países estão ficando mais ricos a cada ano? Por que aceitamos as guerras de rapina promovidas pelos EUA se há riqueza no mundo capaz de superar o estado de barbárie em que estamos chegando?
Relatório lançado pelo Banco Mundial esta semana em Washington mostra que a riqueza global aumentou 66% entre 1995 e 2014. Segundo o estudo Mudança na Riqueza das Nações, a cifra passou de US$ 690 trilhões para mais de um quatrilhão de dólares.
Depois de analisar o desempenho de 141 países, o documento concluiu ainda que a riqueza global per capita caiu nesse período. Em outras palavras, a riqueza das nações subiu, mas o povo teve queda em sua participação. A queda foi puxada pela África Subsaariana, onde a população cresceu mais do que o investimento.
O objetivo da pesquisa foi descrever tendências gerais. Entre 1995 e 2014, por exemplo, nos 20 países em que a riqueza per capita cresceu mais rapidamente, a maior parte dos beneficiados está em nações em desenvolvimento, como China e Índia, por exemplo.
Já na América Latina e Caribe, destacaram-se o Chile e o Peru, pois neles a riqueza per capita mais do que dobrou nesse período. O Brasil também registrou crescimento, durante os governos do PT, embora em menor intensidade: cerca de 20%.
O cálculo da riqueza de cada economia e do mundo leva em conta quatro fatores. O primeiro deles é o capital produzido, que inclui construções, máquinas e infraestrutura. Em segundo lugar, o capital natural, como terra agrícola, florestas, minerais e petróleo. Em terceiro, o capital humano, que consiste nas habilidades e experiência dos trabalhadores. Finalmente, vem a soma de ativos e passivos estrangeiros de um país.
Segundo o documento, o capital humano é o maior componente da riqueza do mundo, somando dois terços do total. Mas isso não se reflete na distribuição da riqueza total, onde a base da pirâmide vai sendo cada vez mais alijada da “divisão do bolo”. (A informação é da ONU News)
A Rússia desloca os EUA na Europa. A Alemanha assinou, finalmente, uma permissão para a construção do gasoduto Nord Stream 2 em suas águas territoriais. Isto significa que os políticos europeus estão dando um passo em direção à Rússia e começam a se livrar da influência estadunidense na região.
Iván Kapitónov, um especialista em Economia Nacional e Administração Pública da Rússia, assinala que “Estamos vendo resistência política que países relativamente novos na UE, como a Polônia, estão opondo aos projetos energéticos realizados pela Rússia. Mas os membros mais antigos tomam as decisões adequadas e começam a se virar para a Rússia. Estamos vendo isso na Alemanha, que permitiu construir o gasoduto em suas águas territoriais”.
A grande questão no momento é que a Europa tem necessidade urgente de gás, a um preço razoável e com fornecimento constante garantido. Os EUA não podem fornecer isso, apenas a promessa de gás natural liquefeito que chega por navios e é muito mais caro.
Tremores e calafrios na Casa Branca! Em um Informativo passado falávamos que um dos grandes temores dos EUA seria a aproximação das duas Coreias. Para a estratégia do Pentágono é fundamental manter a tensão na península e justificar suas ações militaristas e as vendas de armas em toda a região, incluindo o Japão.
Mas parece que alguma coisa está saindo dos planos da Casa Branca. A realização dos Jogos Olímpicos de Inverno está promovendo a aproximação das duas Coreias. Durante a semana que está acabando já foi possível ver a bandeira da Coreia do Norte tremulando nos mastros da Coreia do Sul, coisa que era proibida por Lei e podia resultar em penas de até sete anos de prisão.
O governo sul-coreano diz estar apenas cumprindo o protocolo do Comitê Olímpico Internacional, mas, na verdade, está em negociações para criar equipes comuns em algumas modalidades esportivas. Já está acertada a formação de uma equipe feminina de hóquei sobre gelo com atletas das duas nações.
Trump deve estar com terríveis pesadelos.
Os assassinatos camuflados de Israel. Israel não é conhecido apenas como o Estado que mata e prende crianças palestinas ou que invade territórios da Cisjordânia sem que a opinião pública internacional se pronuncie. Mas é também um campeão mundial de assassinatos camuflados através do mundo.
Pasta de dentes envenenada que leva um mês para matar o seu alvo. Drones armados. Carros comandados por controle remoto que explodem. Pneus sobressalentes com bombas de controle remoto. Assassinatos de cientistas inimigos e descoberta das amantes secretas dos homens sagrados do Islão.
Mas agora parece que uma nova luz se apresenta para desvendar os crimes. Um novo livro descreve estas técnicas e demonstra que Israel executou pelo menos 2.700 operações de assassínio nos seus 70 anos de existência. Ainda que muitas fracassassem, elas sã mais numerosas do que a de qualquer outro país ocidental.
Ronen Bergman, o repórter de inteligência do jornal Yediot Aharonot, persuadiu muitos agentes do Mossad, Shin Bet e militares a contarem os seus casos, alguns deles utilizando os seus nomes reais. O resultado é o primeiro exame abrangente da utilização israelense de assassinatos pelo estado.
Com base em 1000 entrevistas e milhares de documentos, ao longo de mais de 600 páginas “Rise and Kill First” sustenta que Israel utilizou o assassinato no lugar da guerra, matando por exemplo meia dúzia de cientistas nucleares iranianos ao invés de lançar um ataque militar. O livro também sugere que Israel utilizou envenenamento radioativo para matar Yasser Arafat, o antigo líder palestino, um ato que os seus responsáveis têm negado com firmeza.
O título do livro, em português “Levante-se e mate primeiro”, provém da antiga advertência do Talmude judeu: “Se alguém vier matá-lo, levanta-te e mata-o primeiro”. Bergman diz que uma enorme percentagem das pessoas que entrevistou mencionou aquele trecho como justificação para o seu trabalho. (A matéria de Ethan Bronner está no jornal libanês The Daily Star)

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