terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Zanin faz Youssef confessar que tinha ‘cláusula de sucesso’ para receber dinheiro na Lava Jato


16 DE FEVEREIRO DE 2018, 20H09

Zanin faz Youssef confessar que tinha ‘cláusula de sucesso’ para receber dinheiro na Lava Jato

O doleiro, primeiro delator da Lava Jato, disse em depoimento que tinha uma 'cláusula de sucesso' - ou seja, receberia, em dinheiro, parte dos recursos recuperados pela operação, compensação que, segundo ele, "abriu mão"; aditivos, no entanto, não constam nos autos. Youssef segue solto

Foto: EBC
O doleiro Alberto Youssef e Dalton Avancini, ex-executivo da Camargo Corrêa, prestaram depoimento nesta sexta-feira (16) em São Paulo pela ação em que Lula é réu, na Lava Jato, sobre o chamado “sítio de Atibaia”. O depoimento foi dirigido ao juiz Sérgio Moro, que os ouviu por vídeo-conferência.
No depoimento, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, conseguiu fazer com que Youssef confessasse que sua delação premiada é, literalmente, premiada. Respondendo a uma pergunta de Zanin, Youssef revelou que possui, junto ao Ministério Público, uma ‘cláusula de sucesso’ que o dá direito de receber 1/50 avos do patrimônio recuperado pela força-tarefa no Brasil e no exterior. Se a Lava Jato recuperasse R$2 bilhões, por exemplo, o doleiro teria direito a R$40 milhões. Pela cláusula, Youssef poderia ainda recuperar parte de seu patrimônio apreendido.
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O que causou estranhamento ao advogado de Lula, diante da informação sobre a cláusula fornecida por Youssef, é que esses aditivos não constam nos autos disponibilizados à defesa. Diante da “pérola” pescada por Zanin, Moro deu prazo de 5 dias para que o MPF disponibilize esses aditivos nos autos.
Tendo uma ‘cláusula de sucesso’ (que sequer constava nos autos), portanto, Alberto Youssef poderia estar, o tempo todo, direcionando suas delações de modo a “faturar” ainda mais. Se for levado em consideração o fato de que o doleiro é o primeiro delator da Lava Jato, pode-se concluir que a operação nasceu de um acerto financeiro entre o Ministério Público e um dos operadores dos crimes apontados.
Em tempo, cabe lembrar que o doleiro foi também o principal delator do escândalo do Banestado, cujo juiz era também Sérgio Moro.
Youssef foi preso pela primeira vez em 2014 e, com o início das delações premiadas, conquistou o regime semi-aberto. Agora, segundo ele, cumpre regime aberto.
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Assista ao momento em que o doleiro fala sobre sua ‘cláusula de sucesso’.
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