247 - Em sua
coluna nesta quinta, Luis Fernando Verissimo apontou semelhanças entre o golpe de 1964, que instalou uma ditadura por 20 anos, e a intervenção atual no Rio de Janeiro.
"Em 2018, um general foi chamado para pôr ordem na bagunça do Rio, com uma missão definida, num local definido e contra um inimigo definido — que em 64 já existia, só não tinha fuzis de assalto. Ao contrário dos generais de 1964, o general de 2018 não vai se instalar no poder — ou vai, não se sabe, bata na madeira —, e seu mandato, também definido, é de um ano. Se o general de agora tiver sucesso, sua intervenção pode se expandir no espaço e no tempo, para o resto do país e para 20 anos ou mais.
De qualquer maneira, o golpe de 1964 e o convite para intervir de 2018 refletem a mesma mania nacional de apelar para os militares como uma espécie de instância final antes do caos. Ou o caos, ou eles. Como se o apelo aos militares não fosse um ingrediente do caos e uma evidência de falência", escreve.
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