Estratégia da extrema-direita é a provocação
Os episódios de ontem, quando um bolsonarista fingiu ser apoiador de Manuela Dávila para gravar um vídeo pró-fascista e a estupidez de um imbecil que foi criar caso com Ciro Gomes na saida de um evento público provam, para quem ainda não percebeu, que os grupos de extrema direita estão agindo com uma estratégia – e, talvez, um comando – em comum.
Estão loucos para levarem uns tapas ou serem xingados, gravando em vídeo, e se exibirem como “vítimas da violência”.
Sabem que contam com a cumplicidade da mídia, que os trata como se fossem atores legítimos do processo político – e não são.
São reles agentes provocadores e, como tal, deveriam ser, quando passarem do ponto em que é possível ignorá-los, levados pela polícia e responsabilizados na Justiça.
O “problema” é que, tal como a mídia, polícia e Justiça, em parte,são cúmplices destes monstrinhos.
Sim, tem-se de reconhecer que algumas pessoas, achando que isso é ser de esquerda, fizeram também provocações e “escrachos”, algo bem diferente de protestos, estes legítimos.
Importante, porém, é entender qual é a razão disso e, por ela, conservar a calma, acima e além do que seria razoável.
A polarização, no Brasil, tornou-se, além de absurda, generalizada.
E não por culpa da esquerda.
O sistema midiático-judicial nos jogou nisso.
E tenta nos fazer esquecer que o povão está, até agora, observando e tentando entender o que se passa, mesmo que muitas vezes acabe por repetir a cantilena da imprensa.
Quem está sendo vítima de arbítrio, repressão e constrangimento é o campo progressista, a começar por Lula, encarcerado em Curitiba.
O que está acontecendo é revelador e há outros indícios de que agressão e desespero se espraiam por áreas que, em tese, dizem ter sido “beneficiadas” politicamente com o prisão de Lula.
Ou ACM Neto desistiu da candidatura por desambição e responsabilidade com suas funções de prefeito de Salvador?
Pensem, reflitam, não se deixem levar pela justa indignação com o que está se passando. Transformem-na em diálogo com a população, sigam o conselho de Lula no seu discurso: andem por suas pernas, falem por sua boca, partilhem com ele a serenidade com que se arrosta o destino.
Recordo aos amigos a frase de Brizola : vamos em frente, com a tranquilidade de quem tem a verdade, a certeza e a História a seu lado.
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