DEMOCRACIA
Nicolás Maduro é reeleito para segundo mandato como presidente da Venezuela
Conselho Nacional Eleitoral declarou vitória de Maduro por volta das 23h20 do domingo; comparecimento deve chegar a 48% ao final da apuração. Presidente afirmou que vai auditar todas as urnas e investigar denúncias de fraude
por Redação publicado 21/05/2018 08h12
TWITTER/@NICOLASMADURO
Maduro faz primeiro discurso como presidente reeleito da Venezuela e chama à unidade das forças políticas em torno de um projeto para recuperar o país
Opera Mundi – O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), venceu as eleições presidenciais realizadas neste domingo (20) no país, anunciou a presidente do CNE (Conselho Nacional Eleitoral), Tibisay Lucena. Com a vitória, Maduro irá para seu segundo mandato como presidente da Venezuela, após assumir o cargo em 2012, quando o então presidente Hugo Chávez faleceu.
Segundo a oficial, que anunciou os números , A tendência já era irreversível quando a oficial anunciou os números, por volta das 23h20 de Brasília, momento em que Maduro tinha 67,7% dos votos (5.823.728 do total). O candidato da oposição, Henri Falcón, somava 21,2% (1.820.552 votos); Javier Bertucci, 10,75% (925.042); e Reinaldo Quijada, 0,4% (34.614). Tinham sido apuradas 92,6% das urnas e, segundo o CNE, 46,01% dos venezuelanos compareceram às urnas neste domingo – a projeção é que o resultado final mostre 48% de comparecimento.
Unidade
Em discurso logo após a declaração de sua vitória, Maduro falou a apoiadores em frente ao Palácio de Miraflores, em Caracas. "Estamos obtendo um recorde histórico, nunca antes um candidato havia ganhado com 68% dos votos populares [na Venezuela], e nunca antes havia conseguido 47 pontos de diferença em relação ao segundo candidato", disse Maduro.
"Esta é a vitória número 22 em 19 anos [de chavismo], conquistada com base no esforço, no trabalho consciente, junto a um poderoso movimento, de um povo unido, de um povo lutador", disse Maduro, que dedicou a vitória ao ex-presidente Hugo Chávez. "Vocês confiaram em mim, e eu vou responder a essa confiança amorosa."
O agora presidente reeleito chamou os candidatos derrotados para conversar sobre o futuro do país. Maduro também anunciou que vai pedir a Lucena, ainda nesta segunda (21), a auditoria de 100% das urnas e a apuração de todas as denúncias de fraude durante o pleito. A lei eleitoral exige que apenas 54% das urnas sejam auditadas.
Presidente reeleito
Maduro construiu sua campanha em uma proposta de "revolução econômica", prometendo reestruturar as contas do país e aprofundar as bases do chavismo. O presidente garante que irá combater o dólar paralelo, colocar à venda uma nova moeda virtual, o Petro, e consolidar o corte de três zeros da moeda nacional, o Bolívar.
Ex-sindicalista e militante da Liga Socialista da Venezuela, Maduro foi duas vezes deputado da Assembleia Nacional, Ministro das Relações Exteriores e vice-presidente da república até a morte de Hugo Chávez, em 2012, quando assumiu a presidência.
As eleições presidenciais de domingo marcaram o quarto pleito em menos de um ano na Venezuela, que já votou para a Assembleia Nacional Constituinte, governadores e prefeitos. Em 19 anos de governo chavista, essa foi a 24ª eleição no país.
Oposição
Antes mesmo de os resultados oficiais serem divulgados, Henri Falcón, que ficou na segunda posição, disse que não iria reconhecer o pleito. "Desconhecemos este processo eleitoral e o qualificamos como ilegítimo (...) Poderia haver eleições em outubro e estaríamos dispostos a participar, sem vantagens e sem chantagem. É assim que se constrói uma alternativa para responder aos venezuelanos que hoje padecem de fome e enfermidades", disse, no Twitter.
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